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As plantações de árvores devem ser planejadas e manejadas de acordo com os Princípios e Critérios de 1 a 9, o Princípio 10 e seus Critérios. Considerando que as plantações de árvores devem proporcionar um leque de benefícios sociais e econômicos e contribuir para satisfazer as necessidades globais por produtos florestais, elas devem complementar o manejo, reduzir as pressões e promover a restauração e conservação das florestas naturais.

As plantações de árvores devem ser planejadas e manejadas de acordo com os Princípios e Critérios de 1 a 9, o Princípio 10 e seus Critérios. Considerando que as plantações de árvores devem proporcionar um leque de benefícios sociais e econômicos e contribuir para satisfazer as necessidades globais por produtos florestais, elas devem complementar o manejo, reduzir as pressões e promover a restauração e conservação das florestas naturais.

2.5.2.

O Sistema Cerflor

O selo verde do Sistema Cerflor – Sistema Brasileiro de Certificação Florestal, para recursos florestais e se seus produtos, é um instrumento em desenvolvimento pelo Sistema da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Sua formulação ficou à cargo da Comissão de Estudos Especial Temporária – CEET Manejo Florestal – no âmbito da ABNT. Nessa comissão participaram grupos representativos dos seguintes setores (MAFFEIS, 2002, p.117):

Os neutros (instituições de pesquisa, universidades, etc.); Os produtores (Sociedade Brasileira de Silvicultura, pequenos e médios produtores florestais, associações congêneres); Os consumidores (ONGs, órgãos de defesa do consumidor); e, Os órgãos reguladores (Ministérios, Ibama, Inmetro, BNDES).

O trabalho final incorporou sugestões colhidas em reuniões realizadas nos vários estados do país, onde foram analisadas e discutidas. Elas compreendem cinco normas publicadas pela ABNT, a saber: Princípios, Critérios e Indicadores para Florestas Plantadas; Cadeia de Custódia; Princípios Gerais de Auditorias; Critérios para Auditoria; e Qualificação de Auditores.(MAFFEIS, 2002)

“A operacionalização do Cerflor será realizada pelo Inmetro, Instituto que está desenvolvendo normas internas para o credenciamento de organismos certificadores e para uso da marca indicativa do Cerflor” (MAFFEIS, 2002).

Estudos realizados pelo Fórum de Competitividade da Cadeia Produtivas de Madeira e Móveis, coordenados pelo MDIC – Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, indicaram a certificação florestal como fator decisivo para alavancar o setor florestal brasileiro nos mercados nacional e internacional.

Os Sistemas de Certificação Florestal estipulam o cumprimento de uma série de requisitos para a certificação. Maffeis cita que

[...] as empresas ao requererem a certificação passam por auditorias que levam em consideração os aspectos sociais, econômicos e ambientais de suas atividades. “Um fator importante é que, além da melhoria de sua performance ambiental, social e econômica, a empresa que obtém a certificação pode divulgá-la como fator diferenciador de seu produto no mercado” (MAFFEIS, 2002, p.117).

certificação pode divulgá-la como fator diferenciador de seu produto no mercado” (MAFFEIS, 2002, p.117).

Além da certificação de manejo florestal, há também a certificação da cadeia de custódia, concedida para o produto final obtido a partir de madeira certificada. Na cadeia de custódia é analisado todo o histórico do produto florestal, desde sua origem na floresta, seu processamento, sua comercialização no mercado até o ponto final de uso ou consumo. Segundo Maffeis, “com o certificado da cadeia de custódia, a empresa atesta que possui um bom manejo florestal e que o produto foi confeccionado com madeira”.

2.4. Conclusões do Capítulo

Ao longo da história, poucas coisas têm permanecido tão constantes como a necessidade do homem pela madeira. Atividades que vão desde as construções até as produções artísticas, sempre consumiram enormes quantidades de madeiras, e certamente esta necessidade persistirá por muito tempo. Infelizmente os métodos tradicionais de extração de madeira surgiram dentro de outro contexto, numa época que as florestas eram consideradas como recursos intermináveis.

Com o acelerado desaparecimento das florestas em muitas partes do mundo, o aproveitamento florestal tem sido muitas vezes criticado duramente. Felizmente, também tem atraído a atenção de especialistas em diversas áreas - florestal, conservação, social e econômica - que têm unido seus esforços em novas pesquisas vislumbrando formas mais apropriadas para reduzir os impactos ambientais negativos desta indústria, vital para a economia.

Se o conhecimento atual leva a uma clara visão de que os ecossistemas trabalham num sincronismo maior formando imensas redes, por outro lado, a sustentabilidade industrial e as próprias atividades de suporte da economia, ainda não incorporaram totalmente tais conceitos.

A lição do Alto Juruá, um ambiente já alterado pelo homem e que possui uma riqueza ambiental invejável, tem na exploração de seus recursos em baixo nível como fator decisivo em seu desenvolvimento, abrindo ao setor novos rumos e possibilidades.

A natureza é sábia, no entanto, cabe aos habitantes do planeta a percepção e também a sabedoria para utilizar os recursos disponíveis de forma a promover transformações e desenvolvimento, sem causar

2.6.

agressões comprometedoras e insustentáveis ao ambiente em que vivemos. (SZÜCS, 2003, p.56).

O manejo florestal sustentável é um caminho para o uso eficiente e otimizado dos múltiplos produtos e serviços da floresta, e busca a manutenção da produtividade ecológica e sustentabilidade dos ecossistemas.

A análise do setor florestal, a base do recurso pesquisado, possibilita a percepção de que boas práticas florestais podem permitir:

· Reduzir o impacto ecológico do aproveitamento florestal; · Conservar a capacidade das florestas de regenerar-se;

· Preservar os habitats de vida silvestre e proteger os recursos hídricos;

· Apoiar o desenvolvimento de uma economia estável para as comunidades; e, · Proporcionar às pessoas uma alternativa economicamente viável às práticas

destrutivas, tais como o corte raso em grande escala, agricultura de corte e queima, e a pecuária, proporcionando maior segurança social às comunidades e funcionários das empresas florestais.

As obtenções dos recursos florestais levam às atividades que têm estrita correlação com problemas ambientais. Como cita Hawken et. al.(1999, p.3);

Uma floresta fornece não só a madeira como também os serviços de armazenagem de água e de regulagem dos oceanos. Um meio ambiente saudável oferece automaticamente não só ar e água limpos, chuvas, produtividade oceânica, solo fértil e elasticidade das bacias fluviais como também certas funções menos valorizadas, como o processamento de resíduos (tanto naturais como industriais), a proteção contra extremos do clima e a regeneração atmosférica.

Existe uma percepção geral de que as questões ambientais necessitam avançar no sentido da sustentabilidade ambiental. A comercialização de madeiras agregando as questões ambientais e uma sintonização com melhorias que levam à sustentabilidade da atividade são conceitos que, despertarão do campo das idéias, se forem trabalhados através de instrumentos apropriados. A busca de um modelo que estabeleça metas praticáveis ao setor é o objetivo perseguido pelo presente trabalho.