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6. Integridade pessoal: sem administração com consciência ecológica, tanto os administradores como os empregados terão a sensação de falta de integridade

3.2.2. Produção Limpa

A busca conjunta de um desenvolvimento econômico que leve em conta a conservação do meio ambiente, tem levado Organizações produtivas a sofrer pressões, cada vez mais intensas, da comunidade científica. Organismos internacionais passaram a propor alterações nas atividades produtivas. Neste ambiente de questionamentos e propostas de mudanças surge, nos anos 80, o Programa de Produção Limpa (Clean

Production) da Organização Internacional Greenpeace.

Os processos produtivos centravam-se no conceito da produção em série, apresentado-se como sistemas lineares e com uma intensa utilização de recursos – geralmente finitos e sendo empregados em quantidades e ritmos acelerados. Esses sistemas industriais apoiados em produtos concebidos ‘do berço ao túmulo’, dentro de

3.2.3.

Os processos produtivos centravam-se no conceito da produção em série, apresentado-se como sistemas lineares e com uma intensa utilização de recursos – geralmente finitos e sendo empregados em quantidades e ritmos acelerados. Esses sistemas industriais apoiados em produtos concebidos ‘do berço ao túmulo’, dentro de uma economia de escala global, passaram a ser percebidos como insustentáveis, colocando em risco a capacidade de recuperação da natureza.

Ao propor uma mudança profunda no comportamento industrial, o Programa Produção Limpa do Greenpeace apregoa a disponibilização de produtos sustentáveis, isto é, que utilizem com eficiência os materiais, empreguem energias renováveis, não sejam nocivos e conservem ao mesmo tempo a biodiversidade.

Os sistemas de Produção Limpa concebidos são circulares, de maiores preocupações ambientais, portanto, menos intensivos em utilização de materiais e de recursos como água e energia. Os recursos fluem pelo ciclo produtivo e de consumo, de forma mais lenta, chegando-se a questionar, em primeiro lugar, a real necessidade de um produto, ou se as necessidades poderiam ser atendidas de outras formas ou até reduzida. A Produção Limpa implementa uma nova abordagem holística e de forma integrada (não fragmentada) para as questões ambientais. Os problemas ambientais passam a ser analisados sob o enfoque do produto.

3.2.3.1.

Critérios da Produção Limpa

Os critérios que a Produção Limpa define para processos e produtos, segundo proposto pelo Greenpeace, são:

Os Processos – são sistemas atóxicos, eficientes no uso de energia; utilizadores de materiais renováveis, que mantenham a viabilidade do ecossistema e da comunidade de onde são extraídos, ou, se empregando materiais não-renováveis, que sejam passíveis de reprocessamento não-tóxico e eficiente em termos de energia; não poluidores durante todo o ciclo de vida do produto; preservadores da diversidade da natureza e da cultura social; que tenham a visão de garantir as gerações futuras a satisfação de suas necessidades.

O Produto – devem ser duráveis e reutilizáveis; fáceis de desmontar, reparar e remontar; com embalagens mínimas e adequadas; utilizadores de materiais reutilizados, reciclados ou recicláveis. (GREENPEACE, 1998, p.4)

A Produção Limpa, segundo o Greenpeace, propõe...

[...] um exame no projeto técnico de produtos alterando o conceito de minimização de custos de produção, pelo da ‘contabilidade de um custo total’ como forma de inserir os custos ambientais, sociais e econômicos do esgotamento de recursos e dos impactos causados pela geração de resíduos. (GREENPEACE, 1997, p.10)

esgotamento de recursos e dos impactos causados pela geração de resíduos. (GREENPEACE, 1997, p.10)

3.2.3.2.

Princípios da Produção Limpa

A contínua degradação ambiental é percebida como fruto do estabelecimento de padrões com tolerâncias em poluições admissíveis para a água, o ar e a terra, e da estratégia industrial de permuta de um vetor pelo outro, de acordo com o setor fiscalizado. Assim, a deposição de substâncias tóxicas no ar, na água ou no solo, depende da tolerância ou eficiência do poder público regulador. Mesmo um Controle Integrado da Poluição, forma já adotada por alguns países, tem se mostrado ineficiente.

Propõe o Greenpeace (1997, p.3), evoluindo tal enfoque, que a Produção Limpa passe a trabalhar com os seguintes princípios:

a) Princípio Precatório

Fica a cargo do agente poluidor em potencial, assumindo todas responsabilidades pelos seus ônus, que uma substância ou atividade não causará danos ambientais, em vez de ser responsabilidade das comunidades provar esse dano. Afirma, ainda, que se deve levar em conta som custos resultantes de resultados falso-negativos (quando algo que é seguro pode-se tornar não-seguro) e dos falso-positivos (algo que for presumidamente danoso, mas que poderá não agir como tal). Os custos dos falso-negativos podem ser catastróficos, citando o Greenpeace como exemplo o vazamento da usina nuclear de Chernobyl.

b) Princípio da Prevenção

É mais barato e eficiente prevenir danos ambientais do que tentar controlá-los ou ‘remediá-los’. A prevenção requer que se parta do início do processo de produção para evitar a fonte do problema, em vez de tentar controlar os danos em seu final. A prevenção da poluição substitui seu controle. Produtos com enfoque preventivo solicitam cuidados em todas as fases de seu ciclo de vida. Sua adoção num plano global, e tendo por objetivo sociedades sustentáveis, implicará que a sociedade, em seu conjunto, assuma esse compromisso.

c) Princípio do Controle Democrático

A Produção Limpa envolve todas as pessoas afetadas pelas atividades industriais, como trabalhadores, consumidores, comunidades lindeiras e demais segmentos da sociedade. O acesso a informações e o envolvimento desses atores sociais na tomada de decisões, é o que assegura o princípio do controle democrático.

d) Abordagem Integrada e Holística

A sociedade deve adotar uma abordagem integrada para o uso e o consumo de recursos ambientais. Atualmente, a administração do ambiente é fragmentada,

permitindo a transferência de impactos. A ferramenta usada para a abordagem holística é a Análise do Ciclo de Vida Útil. A abordagem assegura que, quando materiais nocivos forem sendo progressivamente eliminados, não sejam substituídos por substâncias que representem novas ameaças ao ambiente.