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O projecto curricular de turma, enquanto microssistema curricular que tem por contexto a sala de aula com todas as suas características e complexidades, engloba os subsistemas de ensino e aprendizagem, que é somente para o ensino básico.

O projecto curricular de turma é considerado no Decreto-Lei nº6/2001, de 18 de Janeiro, artigo 2º, como as estratégias de concretização e desenvolvimento do currículo nacional e do projecto curricular de escola, visando adequá-los ao contexto de cada turma, são objecto de um projecto curricular de turma, em articulação com o conselho de docentes, ou pelo conselho de turma, consoante os ciclos.

Na planificação curricular de aula ou programação de aula é donde há materializar-se as propostas planeadas ao nível de centro educativo, as indicações para a atenção aos alunos com necessidades educativas especiais. A programação de aula deve

estar enfocada nas actividades do aluno em função dos objectivos marcados de acordo com as suas possibilidades.

Na elaboração e desenvolvimento do Projecto Curricular de Turma devem ser tidos em conta os seguintes aspectos:

• Caracterização da turma: dados biográficos e socio-económicos (processo individual, ficha socio-afectiva, informações pertinentes do ano anterior);

• Levantamento dos problemas reais da turma: identificação do ponto de partida dos alunos; identificação dos alunos com problemas especiais e especificação da individualização do seu processo de ensino aprendizagem, dado da avaliação diagnostica;

• Competências gerais a privilegiarem tendo em conta as características da turma e as metas e objectivos definidos no Projecto Educativo;

• Competências transversais a privilegiar: de acordo com as características da turma;

• Actividades/metodologias e estratégias a desenvolver: linhas orientadoras / metas / finalidades / objectivos, metodologias mais adequadas e modo de avaliar a implementação das orientações para a turma;

• Organização das salas de aula, actividades de enriquecimento curricular (clubes, visitas de estudo, etc.) em que os alunos poderão participar;

• Formas de trabalho dos docentes em conjunto;

• Projectos próprios da turma / participação em projectos da escola; • Áreas curriculares disciplinares e/ou disciplinas (conteúdos);

• Adequação das unidades didácticas interdisciplinares e sua sequencialização; • Planificação das unidades didácticas interdisciplinares por temas, problemas e projectos e escolha das estratégias e materiais a utilizar;

• Planificação das actividades de cada área/disciplina.

Na programação de aula, para Sola Martínez e outros (2006:175) deve-se ter em conta, se há alunos integrados nessa unidade escolar, que tenham adaptações

curriculares significativas ou não significativas. Para delimitar este carácter as adaptações curriculares têm de se decidir uma avaliação inicial completa e exaustiva.

As adaptações curriculares não significativas podem não ser específicas, referidas a um atraso ou a um problema pontual ou permanente, mas leve, no processo de aprendizagem do aluno, não são específicas e exigem um baixo nível de individualização; é da responsabilidade do tutor tomar medidas ordinárias na situação de normalidade para procurar a melhoria do ritmo de aprendizagem do aluno e o progresso do mesmo.

É mencionado pelos autores atrás citados (2006:176), que as adaptações curriculares significativas são de outra natureza, porque são específicas e requerem uma atenção mais individualizada, exigindo medidas excepcionais, avaliação rigorosa, seguimento pormenorizado e o concurso da participação dos pais e de outros professores para conseguir o maior grau de integração e normalização. A responsabilidade, neste caso, não é só do tutor, mas também do professor de apoio e de especialistas de que o centro disponha, assim como as Equipas de Orientação Educativa. As estratégias a desenvolver, de acordo com Sola Martínez e outros (2006: 176), num caso com no outro são basicamente diferentes. No caso das adaptações curriculares não significativas, o tutor como responsável de seu grupo, deverá organizar o ensino de maneira que se consiga a total integração e normalização desses sujeitos e garantia um processo óptimo de aprendizagem.

Já nas medidas a tomar de carácter geral serão os seguintes; no desenho da programação; nos objectivos que necessitarem de flexibilização; conteúdos susceptíveis de agrupamento em blocos mais significativos; actividades diversificadas e adaptáveis a casos concretos; os materiais auxiliares e de apoio para incentivar o processo de aprendizagem.

A estas indicações há a juntar outras de tipo metodológico e organizativo: • Inclusão do aluno em outro grupo similar ou diferente, unificação preferencial na aula, disponibilidade de materiais precisos e sobretudo flexibilização na avaliação centrada no processo, valorizando o esforço e classificando muito positivamente como elemento de motivação.

Nas adaptações curriculares significativas é imprescindível: • Identificação da mesma;

• Contemplação desta circunstância no Projecto Educativo e no Projecto Curricular;

• Determinação de aprendizagens comuns e de normalização;

• Selecção de aprendizagens concretas de acordo com a limitação do sujeito; • Planeamento de estratégias educativas específicas;

• Precisão de ajudas, tempo, forma, unificação, modalidade e finalidade; • Determinação de ajudas técnicas especializadas;

• Selecção e sequencialização de materiais a empregar.

Adaptações nos elementos pessoais Adaptações nos elementos curriculares

1. Relações professor-alunos:

- Conhecer o sistema de comunicação de alunos com NEE.

- Aproveitar situações espontâneas para esta estabelecer relações com os alunos. - Ter atitudes positivas perante os alunos com NEE.

2. Relações entre alunos.

-Fazer grupos homo e heterogéneos. - Fazer grupos com número diferente de elementos.

- Organizar estruturas de tipo cooperativo. - Fomentar a participação no grupo dos alunos com NEE através dos colegas com quem mantêm melhores relações.

- Intervir intencionalmente na formação

1.Adaptações na avaliação:

- Fazer uma avaliação antes do inicio de cada fase de E/A para determinar os conhecimentos já adquiridos.

-Normalizar na prática a avaliação do contexto de ensino.

-Utilizar instrumentos diversificados e diferentes formas de actuação.

-Construir e adaptar os instrumentos de avaliação necessários.

- Avaliar a fundo os problemas que aparecem antes de derivar para uma avaliação multidisciplinar.

- Programar actividades de E/A que permitam avaliação contínua.

dos grupos de alunos (formados consoante o tipo de tarefas, …)

3. Relação entre professor da classe e a restante equipa que o apoia:

- Estabelecer as funções, papeis e tarefas de cada um nas diferentes situações de ensino/aprendizagem.

- Estabelecer coordenações básicas entre uns e outros.

- Programar conjuntamente as sessões. - Realizar conjuntamente as avaliações. Adaptações de Materiais e sua Organização

1. Organização do espaço e aspecto físico da sala

-Utilização do espaço em função das NEE.

- Reduzir o máximo nível de ruído da sala. -Facilitar a autonomia de todos os alunos.

2. Mobiliário e recursos didácticos:

-Seleccionar o material de forma a poder ser utilizado por todos.

-Adaptar os materiais de uso comum em função das NEE.

- Utilizar materiais diversificados para cada matéria.

3. Organização do tempo.

-Organizar os horários de acordo com as

- Introduzir a auto-avaliação e a avaliação entre colegas.

2. Adaptações na metodologia:

-Normalizar na sala os sistemas de comunicação das crianças com NEE. -Adequar a linguagem ao nível de compreensão dos alunos beneficiem particularmente os alunos com NEE.

-Dar prioridade a métodos que favoreçam a experiência directa, a reflexão, expressão e comunicação.

-Potencializar estratégias de aprendizagem horizontal para todos.

-Realizar apresentações multicanal dos conteúdos.

-Empregar reforços variados e estratégias focalizando a atenção.

3.Adaptações nas actividades de E/A:

-Planificar actividades amplas com diferentes graus de dificuldade e níveis de realização.

-Planificar diferentes actividades para trabalhar um mesmo conteúdo.

-Propor actividades que permitam diferentes possibilidades de execução e expressão.

-Estabelecer momentos em que se realizem na sala actividades diferentes.

sessões de apoio.

-Equilibrar os tempos de trabalho em grupos diversos para favorecer a implementação dos apoios na dinâmica da classe.

grande e pequeno grupo e individuais. -Planificar actividades de escolha livre por parte dos alunos.

- Explicar claramente na programação actividades a realizar.

-Planificar actividades a realizar nos arredores da escola.

4. Adaptações nos objectivos e conteúdos:

-Implicam dois níveis de adaptação a proposta geral para o ano de escolaridade e a proposta de unidades didácticas.

-Adequar os objectivos do ano de escolaridade com a peculiaridade do grupo da sala.

- Introduzir objectivos e conteúdos quando necessário.

- Dar prioridade a determinados objectivos e conteúdos.

Tabela nº 18 – Adaptações curriculares na programação das classes, adaptado de González Manjón e outros (1993:64)

Nas Adaptações Curriculares significativas há um grande papel de consciencialização do grupo classe a respeito da limitação de certos sujeitos, despertando a solidariedade e canalizando de colaboração indicadores, ante tudo da aceitação dos sujeitos tal qual são e como se manifestam.

2.7-A Tomada de Decisões nas Adaptações Curriculares Individuais