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Com o movimento reformador, Regular Education Iniative, nos finais dos anos 80, que trouxe actualizações e estratégias de adaptação de forma a acolher as diferentes necessidades educativas dos alunos.

Com a definição de NEE surgiu o conceito de inclusão, que é considerado por Correia (2003:21), a inserção do aluno com NEE, em termos físicos, sociais e académicos nas escolas regulares, ultrapassando o conceito de integração, uma vez que não pretende posicionar o aluno com NEE numa “curva normal”, mas sim assumir que a heterogeneidade que existe entre os alunos é um factor muito positivo, que permite o desenvolvimento de comunidades escolares mais ricas e profícuas.

O conceito de educação inclusiva é mencionado por Costa e outros (2006:10), como inserindo-se na mudança de conceito de deficiência tradicionalmente existente, baseado num modelo médico e assente na ideia de que todos os problemas das pessoas com deficiência advêm, unicamente da sua deficiência e que a sua participação na vida social depende, só do seu esforço de adaptação, para um modelo social em que se realça como causa decisiva desses problemas a forma como a sociedade os enfrenta.

No movimento de inclusão foram questionadas as assunções sobre o papel dos educadores e professores do ensino regular e de educação especial, de outros agentes educativos, como psicólogos, terapeutas,… e dos pais, sobre a natureza das

necessidades educativas especiais e sobre a adequação do currículo às necessidades educativas dos alunos.

Esta data é marcante para a nova concepção de escolas inclusivas, a educação especial passa de um lugar a um serviço, sendo reconhecido ao aluno com NEE o direito de frequentar a classe regular, possibilitando-lhe o acesso ao currículo comum através de um conjunto de apoios apropriados às suas características e necessidades. São criadas as escolas inclusivas, embora a caminhada para que elas pudessem vir a responder às necessidades de todos os alunos tenha sido, e continue a ser, bastante árdua.

Assim o conceito de inclusão diverge do conceito de integração em alguns parâmetros, não só na disposição mas também no seu significado, que analisaremos na tabela seguinte:

Integração Inclusão

Educação apropriada Modalidades de atendimento

Serviços adequados Educação apropriada

Modalidade de atendimento Serviços adequados

Tabela nº 2 – Integração versus Inclusão: parâmetros que ambas consagram, adaptado de Correia (2003:131)

O conceito de inclusão, de acordo com Correia (2003:131) começa por considerar a modalidade de atendimento como o seu primeiro parâmetro não em termos de continuum educacional, mas dando relevância à permanência do aluno na classe regular, só com raras excepções, todos os serviços educacionais devem ser prestados dentro da sala de aula.

O princípio fundamental das escolas inclusas foi defendido na Declaração de Salamanca (1994), que consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças apresentadas. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa organização

escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades.

A UNESCO também faz referências às escolas regulares e à inclusão dos alunos com NEE. Segundo a Declaração de Salamanca (1994:IX) “As escolas regulares como discriminatórias, criando comunidades de acolhimento, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando uma educação para todos; além disso, proporcionam uma educação eficaz para a maioria das crianças e melhoram a eficácia, e, por último, a relação custo-eficácia de todo o sistema educativo.”

Após a Declaração Mundial de Educação Para Todos Das Nações (1994), que revela um elo claro entre a educação especial e inclusiva quando se referem à educação das crianças com dificuldades. O termo de inclusão torna-se mais abrangente e inclui maior número de alunos.

No Congresso Internacional sobre Educação Especial, realizado em Birmingham (Inglaterra), em 1995, observa-se como se cria um movimento para a educação inclusiva, onde o objectivo se baseia em reestruturar as escolas para responder às necessidades de todas as crianças.

A construção de uma Escola Inclusiva exige um esforço e uma colaboração estreita de todos, como é mencionado por Ainscow (1995), no Congresso atrás referido, que para ser atingido o objectivo da equidade nos resultados da educação é necessária uma mudança fundamental nas nossas definições de equidade educativa, portanto a maior tarefa que se apresenta às escolas é criar ambientes de aprendizagem, que fomentem a equidade em relação aos resultados de todos os alunos. O ponto de partida deveria consistir na identificação das práticas, que negam um acesso igual ao currículo e reconhecer as práticas que facilitam esse acesso.

No caso das escolas que optaram pela filosofia e pela implementação da inclusão, a educação especial deixou de ser um espaço a que os alunos com NEE recorriam para receber serviços. Ao invés, transformou-se num conjunto de serviços que, numa grande variedade de espaços de ensino regular, podem ser proporcionados de forma flexível a alunos com NEE.

De seguida apresentamos uma tabela com as diferenças principais entre a terminologia de integração e de inclusão:

Integração Inclusão

Centrada no aluno. Centrada na sala de aula.

Resultados diagnóstico-prescritivo. Resolução de problemas em colaboração. Programa para o aluno. Estratégias para os professores.

Colocação adequada às necessidades dos alunos.

Sala de aula favorecendo a adaptação e o apoio.

Tabela nº 3 – As diferenças principais entre integração e inclusão, adaptado de Porter (1997)

Analisando a tabela anterior podemos reparar, que existem grandes diferenças de terminologia, que se vão reflectir na prática. Como refere Bautista Jiménez (1993:11), este novo conceito não abrange apenas os alunos até agora considerados casos típicos de Educação Especial, mas também, o que é importante, todos os outros alunos com atraso escolar por causas diversas, que engrossariam dentro em pouco esta lista de fracassados escolares e que agora, graças às alterações propostas para as condições educativas, receberão o apoio adequado para superar as suas dificuldades.

Da experiência profissional e de investigações em contextos de inclusão, Sola Martínez (2010:5-6-7) propõem uma série de princípios, que se tem de ter em conta na educação inclusiva:

• Consideração da diversidade desde a concepção educativa, que tem a interacção como referente principal para construir e organizar o conhecimento em um cenário de diferentes realidades, ideias, maneiras de fazer, de ser, de aprender,..

• A educação deve estar baseada no êxito e no esforço dos alunos, fomentando uma cultura de dedicação e superação, que contribua para o aproveitamento escolar, e incentivando o aproveitamento escolar daqueles alunos, que apresentam maiores dificuldades na aprendizagem.

• A interculturalidade deve-se entender como contacto com outras culturas, supondo a relação respeitosa entre todas elas e alcance seu enriquecimento individual e social, desde uma visão dinâmica das culturas, construindo uma relação de igualdade de direitos e deveres na sociedade a que pertence.

• Respeito do carácter múltiplo da inteligência. A inteligência deve ser entendida como a capacidade para compreender, assim como função mental, que está ligada à percepção ou capacidade de receber a informação e a memória como capacidade para armazená-la. Cada um dos alunos tem diferenças individuais, que não podem ser discriminatórias.

• Currículo aberto, inovador e flexível que pode desenvolver-se harmoniosamente com as possibilidades e capacidades do aluno.

• Respeito aos estilos de aprendizagens como concepção num processo activo, em que cada aluno elabora e relaciona os dados recebidos em função das suas características pessoais.

• Avaliação em função da actuação, entendida como processo integral e indicador, que nos proporciona informação sobre os dados obtidos e dificuldades encontradas pelo aluno no processo de ensino-aprendizagem para introduzir elementos de melhoria.

• Flexibilidade grupal que nos permita desde os grupos, que seus membros se adaptem aos câmbios, tanto das circunstâncias internas como externa no contexto educativo.

• Ensino multinivel, que tem como base a individualização, a flexibilidade e a inclusão sem exclusão, por seu nível de capacidades ou habilidades.

• Aprendizagem cooperativa como enfoque de ensino em que as actividades requeiram a interacção entre os alunos de uma forma sistemática.

• Educar desde a responsabilidade e a tolerância.

• Ensino colaborativo entre os professores e alunos. Este modelo baseia-se nos princípios da escola activa, construindo o novo conhecimento desde o trabalho colaborativo dos alunos e o professor, ocupando este último o papel de mediador em todo o processo. A escola inclusiva há-de ser um lugar para aprender de maneira partilhada desde as diferenças entendidas estas, como um valor e um direito humano, que há-de desenvolver-se no cenário da escola democrática e na própria essência multicultural.

Neste modelo de uma escola para todos, o eixo, o centro da prática educativa é o professor do ensino regular, que não deve nunca descarregar as suas responsabilidades em outros profissionais, embora possa e deva, sempre que necessário, receber ajuda do professor de apoio.

A educação inclusiva coloca maiores exigências e renovados desafios à escola e aos professores, pelo que estes precisam de apoio nos seus esforços para implementarem um currículo, que responda às características e necessidades de todos os alunos. Capacitar os professores e as escolas a trabalhar com um currículo, que responda a estas exigências é um grande desafio, que se coloca à própria escola e aos serviços de apoio.

Ao pesquisarmos diversos autores registamos as definições de dois autores sobre as escolas inclusivas, primeiro de Sarmento (2003:82) que considera uma escola inclusiva, como sendo uma escola potenciadora da expressão múltipla das culturas de pertença de cada um, é uma escola intercultural, espaço de intercomunicação e desnivelamento das bases simbólicas do pensamento dos alunos e de edificação de protocolos de reconhecimento mútuo e de elaboração das bases de interpretação crítica do mundo.

E a segunda definição é de Ramirez Castillo (2006:3) “…a Educação Inclusiva é um modelo de escola irrenunciável para os profissionais, para a política educativa e para toda a comunidade. A resposta educativa à diversidade constitui um parâmetro objectivo de primeira ordem quando se fala de qualidade do ensino em geral.”

Na perspectiva atrás referida, a escola é um órgão vivo em que continuamente incorpora novos elementos, que procedem de ambientes culturais diferentes, e que apresentam diferenças significativas tanto nas aprendizagens como na possibilidade para adquiri-las.

Uma escola inclusiva será, aquela, que educa todos os alunos dentro de um único sistema, com o compromisso de lhes proporcionar programas educativos adequados às suas capacidades e apoios tanto aos professores, como aos alunos, de acordo com as suas necessidades. Nesta escola inclusiva a diversidade diz respeito aos alunos sem necessidades e aos alunos com necessidades especiais, mas ela é muito mais

acentuada neste último grupo, que inclui os alunos em risco educacional e os alunos sobredotados.

O conceito de escola inclusiva, conforme Pereira (1999:11) vem reforçar o direito de todos os alunos frequentarem o mesmo tipo de ensino, na medida em que preconiza os objectivos educacionais e o plano de estudos são os mesmos para todos, independentemente das diferenças individuais de natureza física, psicológica, cognitiva ou social que possam surgir.

A diversidade da inclusão há-de entender-se como um factor, como é referido por Sola Martínez (2010:14), que causa valores pluridimensionais, para construir desde a diferença, uma escola com maiores possibilidades em sua missão educativa. Não se pode falar em inclusão, sem se falar em diversidade e esta como fonte de valores, que são utilizados num clima de colaboração entre todos os seres humanos. A inclusão atende a todos, em sua diversidade no próprio seio da escola.

De seguida apresentaremos uma figura demonstrativa da escola e diversidade escolar:

ALUNOS SEM NECESSIDADES ESPECIAIS (NEE)

DIVERSIDADE

ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS (NEE)

EM RISCO EDUCACIONAL (10%-20%) COM NEE (10%-15%) SOBREDOTADOS (5%-12%)

Figura nº 2 – Escola inclusiva e diversidade, adaptada de Correia (2001:133)

O novo modelo de escola é mencionado por Sola Martínez (2010:14), como exigindo estratégias para desenvolver um sistema educativo mais inclusivo. Se partirmos do princípio de que a educação é um direito básico e fundamental de uma sociedade mais justa, os processos de exclusão, não tem cabimento num modelo de escola renovada donde a diversidade cultural e globalizada constitui um referente de riqueza social.

Na perspectiva atrás mencionada, o conceito de escola inclusiva enquadra-se no princípio da igualdade de oportunidades educativas e sociais a que todos os alunos, sem excepção, têm direito, pretendendo significar que todos os alunos devem (ou têm o direito de) ser incluídos no mesmo tipo de ensino. Isto é proposto no plano dos princípios, porque na realidade há que atender às diferenças individuais, no sentido de potencializar o desenvolvimento de acordo com as características de cada aluno, o que implica a flexibilização da organização escolar, das estratégias de ensino, da gestão dos recursos e dos currículos.

A escola inclusiva desenvolve uma educação, que responde às diferenças individuais de todos e cada um dos seus membros e assim beneficiando o grupo. Todos os recursos e esforços dos docentes são de evoluir, para adaptar o ensino aos alunos, havendo respeito mútuo e responsabilidade.

Com este conceito de Escola Para Todos vem alargar o âmbito da acção da escola, mobilizando e interagindo com os recursos disponíveis e a disponibilizar, exigindo uma dinâmica em que todos os professores, técnicos da comunidade escolar local e pais se envolvam, mobilizados e responsabilizados.

No conceito de necessidades educativas, como refere Sanches (1996) podemos destacar que:

• O conceito de necessidades educativas traz consigo uma mudança na perspectiva da construção da resposta adequada a cada situação específica; • O conceito de educação para todos vai alargar o âmbito de intervenção dos professores do ensino regular;

• A escola regular terá de ser uma escola inclusiva e um pólo dinamizador da resposta para cada criança ou jovem;

• A perspectiva ecológica na actuação educacional vai exigir uma escola aberta, em interacção com o contexto em que está inserida e a redefinição de papéis e funções do professor do ensino regular, numa dinamização activa de todos os intervenientes no processo educativo;

• A actuação do professor, na sala de aula, tem de ser reestruturada em função da heterogeneidade do seu grupo/classe, no que diz respeito aos saberes já

adquiridos pelos alunos, às suas vivências, necessidades e interesses, numa perspectiva de pedagogia diferenciada em relação ao mesmo grupo e no mesmo espaço.

É grande o desafio, que se coloca à escola de encontrar formas de responder efectivamente às necessidades de uma população escolar cada vez mais heterogénea, de construir uma Escola Inclusiva, uma escola que aceite todos e trate de forma diferenciada.

Sabe-se que essa mudança há muito vem sendo tentada; reconhece-se que estas grandes mudanças não se fazem de um dia para o outro. Mas uma análise sistémica permite apontar para três níveis de investimento, segundo Costa (1996):

A Nível Macro (País):

• Flexibilidade/Rigidez do sistema educativo; • Legislação e medidas alternativas previstas;

• Recursos materiais e humanos; apoios complementares; • Formação de professores;

• Critérios de transição e retenção (avaliação); • Quadros; Fixação dos professores à escola. A Nível Meso (Escola):

• Gestão e administração escolar; defesa de uma política de inclusão; • Organização social escolar;

• Recursos educativos e apoios complementares; • Relação escola/família/comunidade.

A Nível Micro (Sala de Aula):

• Atitudes e sensibilidade do professor;

• Diversificação de estratégias, actividades, materiais; • Diferenciação Pedagógica;

O autor Ainscow (1995) refere que, no que respeita ao funcionamento da escola propõe, que se adopte uma tipologia de condições como factores de mudança:

• Liderança eficaz, não só do director, mas difundida através da escola;

• Envolvimento da equipa de profissionais, alunos e comunidade nas orientações e decisões da escola;

• Estratégias de coordenação;

• Focalização da atenção nos benefícios potenciais da investigação e da reflexão; • Uma politica de valorização profissional de toda a equipa.

As escolas que respondem a este novo desafio contra a exclusão e a compensação tem de implementar novos modelos pedagógicos de cooperação e diferenciação, entendendo-se por diferenciação o processo através do qual os professores levem os alunos a progredir no currículo, através de uma selecção adequada de métodos de ensino e de estratégias de aprendizagem e de estudo.

A família também tem responsabilidades, de acordo com Lopes e Banhudo (2008:6), a nível de:

• Formação, que permita o seu desenvolvimento tende em consideração a planificação e programação educacional para o aluno;

• Participação (na escola, na comunidade), que permita estabelecer uma boa comunicação entre pais, professores e agentes comunitários;

• Apoio, que permita a inclusão da criança na escola e na comunidade.

Devemos apoiar as famílias na construção e desenvolvimento das suas próprias competências e autonomias, que é muito importante, porque reduz o stress das famílias e está ligado à melhoria da qualidade das interacções no contexto familiar e é factor essencial ao sucesso educativo.

Ainda se pode referir outros aspectos relacionados com as famílias, como são mencionados por Costa e outros (2006:22), que são os seguintes:

• A partilha de conhecimentos e experiências em relação aos filhos; • A dinamização de redes de suporte família-a-família;

• O reforço da aprendizagem em contextos naturais;

• Os processos de matrícula e frequência, nomeadamente nas situações de transição de níveis de ensino e de encaminhamento para outros serviços.

Também há responsabilidades na comunidade, como é referido por Lopes e Banhudo (2008:6) a nível de:

• Participação na interligação entre os serviços comunitários e a escola, para responder às necessidades específicas do aluno e da família, com vista a um desenvolvimento global do aluno;

• Apoio para criar um conjunto de programas e incentivos que permita ao aluno um desenvolvimento socioemocional e pessoal adequado às suas características (em conjunto com a escola, Governo Local, Governo Central);

• Formação para a sensibilização da problemática da inclusão.

A comunidade educativa surge como fundamental, não só pelo problema específico, que a criança tem nesse contexto, mas também pelos meios que ela pode disponibilizar para que a educação da criança atinja as metas desejadas. Os problemas de ordem social exigem da comunidade educativa a capacidade de se colocar numa posição de compreensão e aceitação da cultura predominante e das outras, que surjam através dos alunos. Se isto não ocorre estes alunos ficam desprovidos de lugar próprio na escola, desenvolvendo problemas académicos, comportamentais e emocionais, com tendência a adquirirem um carácter permanente.

A articulação de serviços e recursos, é mencionada por Costa e outros (2006:22) assente na preocupação de criar condições e oportunidades para que os alunos com necessidades educativas especiais tenham acesso a outros tipos de apoio para além dos que a escola proporciona, implica o reforço da articulação escola-família-comunidade e a estreita cooperação com os departamentos oficiais e privados, que actuam nas áreas da saúde, segurança social, trabalho, lazer e cultura.

A escola inclusiva deve ter serviços adequados, que dê resposta às necessidades dos alunos com NEE, para Correia (2003:132) que, em integração se referiam essencialmente à educação especial tida como um sistema paralelo e não como um conjunto de apoios especializados, que é como ela deve ser entendida quando é referida

no princípio de inclusão. Assim, para este autor, educação especial quer dizer um conjunto de serviços de apoio especializados, que pretendem maximizar o potencial do aluno.

Os serviços atrás mencionados devem compreender, os serviços internos da escola, como os serviços dos professores especializados, assim como os serviços externos, os serviços de psicologia, terapêuticos, sociais e clínicos.

Os serviços de apoio especializados, como são referidos pela UNESCO (2001) devem atender os seguintes aspectos:

• O apoio deve ser encarado de forma holística. Os vários serviços devem trabalhar em conjunto e não de forma isolada, significando que a sua gestão seja realizada através das mesmas estruturas que gerem as escolas.

• Em muitas situações será ainda necessário o apoio de professores, que possuem conhecimentos especializados, centros de recursos, profissionais de outros sectores e outras fontes de ajuda. Quando existam estes apoios é importante que contribuam para uma estratégia inclusiva, significando a necessidade de serem reorientados para um apoio dado nas escolas regulares.

A filosofia inclusiva implica, que o papel do professor deverá conciliar-se com papel de outros profissionais de educação e com os pais, para que todos eles, em colaboração possam definir estratégias que promovam sucesso escolar, ou seja que o professor por si só não conseguirá dar resposta às necessidades dos alunos com NEE.

Quando o corpo de uma escola acredita na inclusão, conforme Kronberg (2003:56) é um resultado desejável para todos os alunos, o primeiro passo já está dado