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ANÁLISE

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A seguir, avaliaremos as respostas dos entrevistados, por meio da técnica de análise cruzada, que permite, a partir da análise de cada um dos itens das entrevistas, identificar estimativas quanto à probabilidade da ocorrência de evidências observadas. Após esta primeira análise das entrevistas, chegaremos, em fim, às principais compreensões obtidas com este trabalho.

Item 1

Frequência em que assiste televisão. Motivo por gostar ou não.

A maioria dos respondentes assiste televisão frequentemente, isto é, praticamente todos os dias. Entre os que não assistem tão frequentemente, as principais justificativas estão relacionadas à falta de tempo livre, preferência pela Internet e/ou pelo rádio, prioridade por ocupar as horas livres com outras ocupações e, finalmente, ao fato de simplesmente não gostarem de assistir televisão.

Dos respondentes que afirmaram praticamente nunca assistirem televisão, nos atentamos, em um dos casos, ao fato da discussão quanto à falta de acessibilidade não ter sido colocada em pauta, visto que a entrevista estava no início, e, mesmo assim, a respondente, no caso, ao justificar “acho que pela falta de acessibilidade, eu nunca criei este hábito”, adiantou o assunto. Neste sentido, observamos, com relação à Teoria das Mediações, o aparecimento da mediação cognitiva, ao passo que uma crença da entrevistada influenciou no motivo pelo qual ela raramente assiste televisão.

Quanto aos entrevistados que justificaram a baixa frequência por preferirem a Internet e/ou o rádio, observamos ainda a mediação tecnológica, uma vez que os

recursos citados são mais atrativos aos entrevistados, ao proporcionarem uma compreensão mais preferível das mensagens.

Por fim, com relação às motivações, a maioria das afirmações está relacionada à televisão proporcionar informação e entretenimento.

Item 2

Preferência de categoria de programas que assiste (auditório, jornalístico, documentário, filme, seriado, novela).

Os programas de categoria jornalística foram os mais apontados como preferência dos entrevistados. Grande parte também afirmou assistir novelas, filmes e documentários. Uma minoria assiste seriados, programas esportivos, de música, e de auditório.

Os principais motivos alegados pelos respondentes quanto à preferência por programações de gênero jornalístico, estão atreladas à riqueza de falas e descrições deste tipo de programação, bem como ao fato de desejarem estarem atualizados sobre os acontecimentos no mundo. Por fim, com relação às motivações, a maioria das afirmações está relacionada à televisão proporcionar informação e entretenimento.

No que diz respeito às preferências por documentários, filmes e novelas, estas estão mais relacionadas às próprias preferências de assunto e de entretenimento dos entrevistados. Além disso, os documentários e os jornais também são apontados como preferíveis devido à riqueza de detalhes que estes programas proporcionam a quem não enxerga. Conforme destaca um dos respondentes, neste sentido, “gosto de assistir por serem de mais fácil compreensão, já que assumem normalmente perfis extremamente narrativos”.

Outra questão a se observar é que expressiva parte dos entrevistados têm acesso aos canais a cabo e, nesta percepção, a mediação de referência é notada, visto que a classe econômica influi, em alguns casos, no fato dos entrevistados poderem ter ou não acesso aos canais a cabo. No que diz respeito às emissoras dos canais abertos mais citadas e acompanhadas pelos entrevistados, expressiva parte dos respondentes assiste à Rede Globo e ao SBT.

Destacamos ainda a mediação tecnológica nas respostas relacionadas ao hábito dos entrevistados assistirem filmes. Houve diversos tipos de apontamentos, entre eles, a preferência por assistir filmes no site Youtube na Internet, visto que já existem vários disponibilizados com o recurso de audiodescrição, e a prioridade em assistir filmes nacionais e internacionais dublados, porém, ainda assim, muitos afirmaram já terem encontrado dificuldades de compreensão em várias cenas, principalmente quando não há fala, somente imagem. De acordo com um dos entrevistados, “alguns são impossíveis de acompanhar, como os dirigidos por Alfred Hitchcock, pois o suspense é construído para o telespectador através da imagem”. O mesmo entrevistado ainda complementa que os filmes mais “água com açúcar”, geralmente são bem narrados, o que possibilita, para ele, uma boa assimilação da história. Inclusive, grande parte dos respondentes que assistem seriados, afirmam preferirem os que mais inserem diálogos durante os episódios.

Cabe uma ressalva, neste sentido, quanto aos programas jornalísticos, que, mesmo sendo apreciados na televisão pela maioria dos respondentes, houve os que afirmaram preferir acompanhar as notícias pela Internet no computador e/ou pela Internet no celular, sendo, neste último, por meio da tecnologia que disponibiliza um sistema adaptado às pessoas que não enxergam.

Finalmente, a preferência de um entrevistado por uma programação musical também está relacionada a uma mediação, a cognitiva, visto que o fato do entrevistado ser músico influi em seus gostos na hora de assistir televisão.

Item 3

Situação em que assiste televisão (só ou acompanhado pela família e/ou amigos). Motivo pela preferência.

Entende-se que, o próprio assunto apresentado neste item já expõe os entrevistados à mediação situacional. Desta forma, quase metade dos entrevistados assiste televisão normalmente sozinho, em grande parte dos casos por não ter alternativas, como é o caso de um entrevistado que mora sozinho, ou para poder prestar mais atenção nos detalhes, ter uma menor interferência de ruídos e até para poder assistir a programação que deseja.

Outra expressiva parte dos respondentes afirma não ter uma preferência exclusiva, isto é, gosta de assistir acompanhado, muitas vezes, inclusive, para aproveitar para perguntar sobre algo que não está compreendendo, mas, por outro lado, não deixa de assistir televisão por estar sozinho. Neste sentido, a afirmação de um dos entrevistados é bastante esclarecedora, colocando que “depende do momento, se eu estou com a minha família e eu não entendo alguma coisa que está passando, não vejo problema em perguntar”. O entrevistado destaca ainda que “no caso de jornais ou algum programa de música, nem precisa, posso assistir sozinho tranquilamente”. Por fim, ele finaliza afirmando que “talvez em algum programa de auditório ou alguma coisa da novela a gente às vezes pergunta”.

Excluindo a minoria que não gosta de assistir televisão, conforme já analisamos, alguns ainda preferem muito mais assistir televisão acompanhados, tanto pela companhia em si, quanto para poderem perguntar sobre o que vierem a não entender, até mesmo quando as pessoas com quem convivem não têm muito o costume de descrever cenas para eles.

Em última observação, com relação ao momento em que os entrevistados assistem televisão acompanhados, temos também a manifestação da mediação institucional, visto que a instituição familiar é citada na grande maioria das respostas.

Item 4

Frequência em que utiliza o recurso de audiodescrição para assistir algum programa.

A parcela majoritária dos respondentes, mesmo sabendo da disponibilidade do recurso em programas de televisão, nunca assistiu a algum programa com audiodescrição. Entre as justificativas, encontramos em grande parte das respostas o desconhecimento sobre diversas informações, como a forma de acesso ao recurso na televisão, os horários, as emissoras e as programações que disponibilizam.

Houve os que apontaram ser muito escassa ainda a programação audiodescritiva e, por isso, acabam não assistindo por serem programações que, muitas vezes, não lhes interessam. Foi alegado também, por grande parte dos respondentes, dificuldade técnica para acessar ao recurso, ou seja, sabia-se o

horário, a programação e como acessar a audiodescrição, mas no momento em que tentou-se acessar, por algum motivo, que os respondentes não sabiam ao certo afirmar qual era, a audiodescrição não funcionou.

Quanto a esta última alegação, em específico, o problema está atrelado ao fato de que o recurso só pode ser acessado em televisões que já disponibilizam o sinal digital, isto é, televisões com transmissão HD (High Definition), informação esta que apenas um dos entrevistados a tinha. Todos os outros relacionaram o problema ao fato de terem canais a cabo, o que poderia estar interferindo de alguma forma na transmissão audiodescritiva. Mesmo assim, o entrevistado que possui a informação correta não consegue utilizar a técnica audiodescritiva em sua televisão, pois o pacote de canais a cabo de seu condomínio não inclui a disponibilização do sinal digital. Inclusive, ligou à empresa para tentar resolver o problema, mas não foi possível ter seu pacote alterado à parte, devido ao acordo existente já com o condomínio.

A minoria dos entrevistados já assistiu a alguma programação televisiva com o recurso de audiodescrição, sendo os programas mais citados o Chaves e outros seriados da emissora SBT, filmes da Rede Globo e o programa do Ronivon na Rede Record. Inclusive, expressiva parte dos respondentes que nunca assistiu programas de televisão com audiodescrição, ainda assim sabe sobre a disponibilidade do recurso no seriado Chaves e em filmes da Rede Globo.

Observamos que o maior problema com relação ao acesso à audiodescrição, de acordo com a análise das respostas, encontra-se na televisão, ao passo que quase a totalidade dos entrevistados já assistiu filmes na Internet, no cinema e/ou na própria fundação Dorina Nowill, a qual frequentam, e peças de teatro, todos estes com o recurso de audiodescrição.

Item 5

Representatividade da propaganda na vida das pessoas que enxergam.

Pouco mais do que a metade dos entrevistados acredita que a propaganda influencia na vida das pessoas que enxergam. As justificativas resumem-se, em significativa parcela das respostas, por acreditar que a propaganda consegue, por

meio da criatividade, inteligência e, principalmente, influenciando com imagens, fixar marcas e produtos na mente dos consumidores.

Uma minoria destacou o fato da propaganda ter também uma funcionalidade auxiliadora, isto é, de fornecer informações úteis, ao ser capaz de cessar determinada dúvida do consumidor entre as marcas de um mesmo produto que precisa comprar.

Outros poucos entrevistados relacionam a importância da propaganda às pessoas que enxergam devido ao poder que possui por meio do apelo visual, justificando, desta forma, um dos motivos pelo qual a propaganda é muito mais representativa para quem enxerga, do que para as pessoas com deficiência visual, que não podem ter acesso às imagens sem a audiodescrição. Conforme coloca uma das entrevistadas, quanto à propaganda para quem não enxerga, “ela pode fazer a diferença tanto positivamente quanto de forma negativa. Vai depender da quantidade de informação que essa propaganda traz ao entendimento da pessoa com deficiência visual”.

Assim, partindo do princípio de que os entrevistados não assistem aos comerciais da mesma maneira que assistem as pessoas que enxergam, logo, produzem diferentes percepções, conforme pôde ser observado, sendo, inclusive, percepções construídas a partir da influência da mediação cognitiva.

Item 6

Opinião com relação à propaganda ter transformado a sociedade (consumismo x consumerismo).

Ao tratarmos sobre este assunto com os entrevistados, buscamos, conforme pôde-se notar na própria construção do item, que o objetivo foi o de colher opiniões que pudessem a vir se articularem às indagações quanto a sociedade estar ou não, no ponto de vista dos respondentes, passando a se preocupar mais com um consumo digamos que mais consciente, conforme vimos no capítulo anterior, que trata sobre o conceito de consumerismo.

Nesta percepção, os resultados se distanciam notavelmente da realidade que marca o Marketing 3.0, visto que grande parte dos entrevistados relaciona a

propaganda a um dos principais mecanismo de venda, bem como ao consumo em excesso e aos comportamentos fúteis da sociedade. Alguns, inclusive, não sabiam o que responder. Outra expressiva parcela dos respondentes afirmou ainda não ser a propaganda, única e exclusivamente, responsável pelo consumo em excesso, apontando os objetivos de marketing, a preocupação com a estética e a própria sociedade capitalista em que vivemos, também como responsáveis pelo consumo excessivo. Nas próprias palavras de um dos entrevistados, “não dá para culpar a propaganda. Será se ela não surgiu como uma forma que as empresas encontraram de tentar fazer com que as pessoas comprem os produtos deles?”. Já na opinião de uma entrevistada, “basicamente a propaganda é uma das grandes responsáveis, mas a mídia como um todo, ao selecionar e julgar o que é bom ou ruim, belo ou feio, acaba sendo responsável pelo consumismo em excesso”.

Por fim, observamos ainda a mediação situacional, com relação às funcionalidades positivas que a propaganda pode oferecer, aos analisarmos a afirmação de um dos entrevistados, que diz que “comerciais de final de ano, por exemplo, do Itaú, sempre têm um apelo mais auto-astral, que pode ajudar aquelas pessoas que estão para baixo, meio deprimidas, a se sentirem melhor”.

Item 7

Recordação de comerciais de cada categoria (matinais, cervejas, varejo, cosméticos, refrigerantes, canais de vendas, higiene, turismo, eventos, programação do próprio canal).

Considerando as limitações das pessoas com deficiência visual para assistir comerciais de televisão sem o recurso de audiodescrição, a maior parte dos respondentes lembra-se de um considerável número de comerciais de televisão. Houve casos de entrevistados que não se lembram da marca, apenas do comercial, ou sabem a marca, mas não se lembram do comercial por completo. Tiveram ainda os que afirmaram já terem chegado a perguntar para outra pessoa explicar melhor determinado comercial, o qual não compreendeu alguma informação ou cena, comprometendo a compreensão completa, mas que gostariam de entender.

A categoria de comercial de televisão mais recordada pela maioria dos respondentes, independente da idade, gênero ou classe econômica, são os de cosméticos, sendo os comerciais de televisão das marcas Boticário e Natura as mais citadas como exemplo.

Entre as outras categorias citadas tivemos os de matinais, de bebidas alcoólicas, de varejo, de refrigerantes, de eletrônicos, de websites de compra e venda, de vestuário, de automóveis, de itens para casa, de banco, de seguro de vida, de canais de venda e de programação do próprio canal.

Expressiva parcela dos entrevistados também costuma prestar atenção nos comerciais de divulgação de programação dos próprios canais, mas havendo a queixa de que, eventualmente, informações importantes, como o horário de determinado programa, não são falados, pois provavelmente devem aparecer apenas de forma escrita na tela.

Parcela mínima dos entrevistados citou o rádio como principal fonte de comunicação mercadológica, por ser um meio automaticamente já adaptado às pessoas com deficiência visual, proporcionando, deste modo, entendimento completo dos comerciais.

Ressaltamos ainda o fato de grande parte dos respondentes lembrar-se de frases marcantes de comerciais antigos, o que pode evidenciar o poder de impacto que os comerciais possuem sobre as pessoas com deficiência visual, mesmo sem o recurso de audiodescrição.

Item 8

Frequência em que assiste aos comerciais no intervalo dos programas. Características dos comerciais mais e menos difíceis de compreender.

Quase a totalidade dos respondentes afirmou prestar de moderada a baixa atenção aos comerciais de televisão. Em contrapartida, a maioria não tem o costume de mudar de canal durante o intervalo do programa que está assistindo. A moderada ou baixa atenção foi atribuída, por praticamente todos os respondentes, devido à dificuldade de compreensão que encontram na maioria dos comerciais de televisão. Resumidamente, de acordo com todos os entrevistados, quanto mais houver

narração das ações, diálogo entre personagens, riqueza de detalhes falados e mensagens sonoras, mais fácil será à compreensão dos comerciais de televisão. Da mesma forma que, quanto mais trilhas e imagens houver sem a descrição do que está acontecendo na tela, menos conseguem captar a mensagem, inclusive, em muitos casos, não diagnosticam nem a marca e/ou o produto a que o comercial se refere.

Conforme coloca um dos entrevistados “comerciais de cerveja, por exemplo, até sei que estão falando sobre cerveja, mas o enredo é todo baseado em imagens”. E ainda completa, neste sentido, que “comercial de perfume já consigo acompanhar melhor quando descrevem a fragrância”. Outro entrevistado afirma que comerciais em inglês são os piores para entender, de acordo com o próprio respondente, “como alguns de bebida, tipo aquele comercial que o pão de açúcar levanta e sai em forma de pedra e alguns da Heineken, porque tem só o visual mesmo e não fala nada”. Assim, para obter as informações apontadas, o entrevistado afirma que precisou perguntar a alguém o que estava acontecendo nestes comerciais.

Já no que diz respeito à opção por não mudar de canal no intervalo comercial, está relacionada, principalmente, de acordo com as respostas, ao próprio hábito em si de não trocar ou por se tratar do momento de relaxamento da atenção até o retorno do programa. Ou seja, o fato destes respondentes normalmente optarem por não trocar de emissora nos intervalos comerciais não está necessariamente relacionado à vontade de prestar atenção nos comerciais, devido justamente à dificuldade de compreensão que encontram na maioria dos comerciais de televisão.

Algumas exceções de entrevistados afirmam trocar de canal nos intervalos às vezes, no caso de não haver naquele momento muita atenção dedicada ao programa o qual se está assistindo ou no caso de se estar assistindo mais do que um programa ao mesmo tempo.

Boa parte dos entrevistados presta de moderada a alta atenção aos comerciais, sendo, entre os principais motivos justificados, o fato de querer saber sobre as novidades no mercado, bem como devido à mediação situacional de estar, atualmente, fazendo o curso de Avaliação Olfativa na fundação Dorina Nowill, o que influencia, de acordo com os entrevistados, a prestar mais atenção nos comerciais de perfumes.

Item 9

Nível de atenção dedicado para cada categoria de comercial. Motivo pelo qual presta pouca, moderada ou muita atenção.

A maioria dos respondentes afirmou prestar baixa atenção às diferentes categorias de comerciais de televisão. Este baixo nível de atenção foi atribuído, por grande parte dos entrevistados, devido à dificuldade de compreensão que encontram na maioria dos comerciais de televisão, conforme discutido na análise do item anterior.

Alguns dos respondentes justificam sua baixa atenção por justamente quase não assistirem televisão ou por se tratar do período de relaxamento da atenção até que o programa retorne. Houve também os que apontaram tentar prestar atenção quando, no início, o comercial chama a atenção, normalmente por conta de alguma trilha ou diálogo mais atrativos. Outros, ainda, por meio das mediações situacional e institucional, aproveitam para perguntar a alguém o que está passando nos comerciais que os atraem, sendo que estas perguntas podem ser tanto feitas no momento em que estão assistindo televisão acompanhados quanto em um momento posterior em que tiverem a oportunidade de perguntar.

Um entrevistado salientou prestar muita atenção nos comerciais de rádio e nos que passam no Youtube, já que gosta muito de entreter-se na Internet e ouvindo rádio, todavia, apesar de haverem comerciais que ele julga interessante, a mediação de referência por classe econômica foi observada, uma vez que o entrevistado afirmou que muitos comerciais não o interessam, como os de celulares, por serem muito caros. Também existiu uma outra, e única, entrevistada que afirmou gostar muito dos comerciais por considerá-los, alguns deles, muito engraçados.

As lembranças de categorias de comerciais mais citadas, entre a minoria que presta moderada atenção aos comerciais, foram as de eletrônicos e cosméticos, por se tratar de produtos que os interessam, e uma resposta para canais de vendas, devido à alta descrição que há sobre os preços e sobre os produtos anunciados.

Item 10

Decisor(es) de compra da casa.

No que se refere às compras de supermercado, grande parcela das pessoas com deficiência entrevistadas afirmou, devido, principalmente, às limitações por conta de sua deficiência, preferir estar acompanhada, geralmente por algum parente ou amigo, manifestando-se, neste sentido, a instituição familiar da mediação institucional. O próprio supermercado pode manifestar-se como uma instituição da mediação institucional, pois cada pessoa com deficiência visual, dependendo, por exemplo, do perfil dos funcionários e do tamanho do supermercado que normalmente frequenta, cria sua opinião própria, de acordo com a experiência que vivencia, o que pode influenciar na recepção das escolhas de compras. No caso de ausência de acompanhante, um dos entrevistados procura solicitar o serviço de Concierge de seu condomínio para que tragam os produtos que necessita. Outros respondentes disseram solicitar o auxílio dos atendentes do supermercado para encontrarem os produtos desejados, questionando-os quanto à localização dos produtos, marcas, preços e validades. Uma minoria não decide nas compras de

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