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CONCLUSÕES DA PESQUISA APLICADA

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A partir de uma crença social pressuposta de que a comunicação mercadológica televisiva não é considerada como algo que possa realmente fazer alguma diferença na vida das pessoas com deficiência visual, no sentido de elas não se importarem, uma vez que não conseguem enxergar as imagens dos comerciais de televisão, a análise da pesquisa aplicada buscou investigar se a crença se confirma na percepção dos entrevistados. Para compreender se as pessoas com deficiência visual e a propaganda televisiva interagem de alguma forma, investigou- se, primeiramente, a existência de alguma interação, bem como se analisou o nível de interação, quando identificada.

Com este intuito, no que restringe-se a análise das entrevistas, observa-se que há interação entre as pessoas com deficiência visual e comunicação mercadológica televisiva, evidência que se constata a partir de algumas observações, as quais discutiremos a seguir.

Com exceção de um entrevistado, todos alegaram que a audiodescrição nos comerciais de televisão aproximaria as pessoas com deficiência visual e a propaganda televisiva. Houve, inclusive, quem soubesse, apesar de poucos respondentes, sobre a iniciativa da marca Natura, que disponibilizou um de seus comerciais de televisão com audiodescrição.

Grande parte dos entrevistados geralmente não costuma trocar de emissora de televisão durante os intervalos comerciais. Apesar deste costume, a maioria destes respondentes afirma não prestar muita atenção nos comerciais de televisão devido à dificuldade de compreensão que normalmente encontram como mensagens escritas, inserção de imagens sem diálogo ou narração, entre outras

queixas. Entretanto, houve respondentes que apontaram que quando alguma característica sonora do comercial desperta interesse, tenta-se compreender ou pergunta-se o que está acontecendo, neste caso estando acompanhado por alguém que enxerga.

Finalmente, todos os entrevistados recordam-se de ao menos uma categoria de comercial de televisão, sendo que considerável parte destes, recordavam-se, inclusive, a marca e o produto apresentados. Neste sentido, comerciais da categoria de cosméticos, como os do Boticário e da Natura, foram os mais citados, devido, principalmente, de acordo com as respostas, por apresentarem um perfil mais narrativo.

Com base nas observações anteriores, notamos, entretanto, que, mesmo percebendo haver interação entre as pessoas com deficiência visual e os comerciais de televisão, o nível desta interação é consideravelmente baixo, ao passo que todos os respondentes apontam se depararem constantemente com diversos obstáculos que dificultam a compreensão, o que justifica o fato de, muitas vezes, optarem por não prestar atenção nos comerciais televisivos.

Retomando a análise anterior, quanto às características dos comerciais mais ou menos difíceis de acompanhar pelas pessoas com deficiência visual, expressiva parte dos entrevistados destacaram como obstáculo para sua compreensão o fato dos comerciais de televisão focarem mais nas imagens e nas cores do que na narrativa, isto é, na percepção dos respondentes, os comerciais de televisão demonstram uma preferência por chamar a atenção dos telespectadores por meio do que se pode enxergar.

Esta percepção dos respondentes pode ser explicada por uma crença social de a imagem possui alto poder de atratividade sobre as pessoas, conforme observa- se no próprio ditado popular “uma imagem fala mais do que mil palavras”, todavia, poucas palavras já podem significar muito para quem não enxerga poder compreender uma imagem. Inclusive, a própria sociedade vidente torna-se responsável por esta crença, ao passo que são extremamente dependentes da visão, o que podemos observar em diversos episódios, de acordo com os entrevistados, como o fato de não serem todos os estados brasileiros que admitem juízes cegos em sua jurisdição, ou o motivo das pessoas com deficiência visual serem uma das menos requisitadas em contratações por cota nas empresas, entre

outras situações que expõem a importância que a visão possui na vida de quem enxerga.

Neste contexto, comprova-se todo o assunto discutido sobre a iconofagia no segundo capítulo, isto é, esta espécie de acomodação visual a qual a população vivencia hoje.

Portanto, o que é visual parece ser o principal alicerce de persuasão da comunicação mercadológica televisiva, o que além de dificultar no entendimento de quem não enxerga, pode distanciar ainda mais a percepção da população em geral sobre a necessidade que os deficientes visuais têm para entender os comerciais de televisão.

Com relação à análise da recepção da comunicação mercadológica televisiva por pessoas com deficiência visual, observou-se, com base em conceitos da Teoria das Mediações, as mediações manifestadas na recepção dos respondentes. Desta forma, destacaremos a seguir as principais conclusões neste sentido.

A mediação videotecnológica, no caso, os recursos tecnológicos de acessibilidade, como computadores e aparelhos celulares adaptados às pessoas com deficiência visual e a audiodescrição para produtos audiovisuais, interferem na compreensão de forma positiva, visto que, em todas as respostas, ao menos uma das tecnologias foi apontada como essencial em prol da inclusão e independência às pessoas com deficiência visual. Esta observação pode ser exemplificada com o depoimento de um dos entrevistados, ao afirmar não se interessar pelos comerciais de rádio, ao contrário do que muitos possam acreditar, visto que proporcionam total entendimento às pessoas com deficiência visual, justamente por não ter mais o costume de ouvir rádio, já que hoje pode contar com a facilidade de baixar músicas pela Internet.

No que se refere a classe econômica dos entrevistados poder influenciar no acesso à informação, conforme discutiremos mais a frente, quanto à mediação de referência, identificamos, nesta percepção, a mediação cognitiva, em que os valores entram em questão, como observamos pela própria resposta de um dos entrevistados, ao ressaltar que uma pessoa com deficiência visual pertencente a uma classe econômica de baixa renda familiar, além de não ter, muitas vezes, atitudes consumistas devido à condição financeira, talvez também não saiba,

possivelmente por conta da falta de divulgação, que, de acordo com as próprias palavras do respondente, “um aparelho eletrônico mais caro vai muito além do consumismo e pode possibilitar um grau de autonomia para ele muito maior do que ele não usufruindo da tecnologia”.

Outra manifestação da mediação cognitiva se dá quanto à opinião de grande parte dos entrevistados apontarem para o fato das empresas parecerem não os considerarem consumidores, ou seja, conforme também ressalta os respondentes, por serem, do ponto de vista dos empresários, uma minoria. Este é um dos exemplos que podem ser observados na análise das entrevistas, relacionado à opinião formada a partir das experiências vividas por estes entrevistados.

Quanto à manifestação da mediação situacional, destacamos que, com relação aos entrevistados que optam por assistir televisão sozinhos, a situação pode interferir na categoria de programação que vierem a escolher, ao passo que elegem programas com menor exigência de audiodescrição, como jornais, documentários e shows.

Já novelas e filmes, apesar de alguns dos respondentes afirmarem não deixar de assistir por estarem sozinhos, geralmente são programações mais preferivelmente assistidas na companhia de outra pessoa, tanto pela companhia em si, quanto pela oportunidade de poder se solicitar descrição de cenas incompreensíveis. Nesta percepção, o recebimento das informações das novelas e filmes pode ser influenciado por ambas as situações, sozinho ou acompanhado.

A falta de tempo livre, assim como, ao contrário, a intenção de ocupar o tempo livre, também são mediações situacionais observadas na análise, uma vez que, nos dois casos, nota-se considerável indiferença destes respondentes quanto à categoria de programação que preferem assistir.

Observamos a influência da mediação institucional no que se refere ao auxílio prestado aos entrevistados à melhor compreensão dos programas de televisão, assim como dos comerciais de televisão. Deste modo, a família dos respondentes é apontada como a mais solicitada no momento em que precisam da descrição sobre alguma cena, uma vez que, quando estão acompanhados, geralmente assistem televisão com seus familiares.

A instituição familiar da mediação institucional também se manifesta na maioria das respostas relacionadas às compras de supermercado, inclusive, a opinião de familiares e amigos foi destacada por praticamente todos os entrevistados como forte influenciadora em pelo menos uma escolha de compra que já fizeram.

Desta forma, notamos que os respondentes podem formar opiniões diferentes do que normalmente viriam a construir quando encontram-se sozinhos, a partir do momento em que dependem da descrição de seus familiares em eventuais situações.

Ao passo que a maioria dos respondentes justifica o motivo por gostar de assistir televisão devido à informação, entretenimento e, em alguns casos, pela diversão, pôde-se notar que a minoria afirmou não gostar muito de assistir televisão, ou não ter o hábito. Em geral foram respondentes mais jovens, entre 25 e 30 anos, devido ao fato de preferirem, de acordo com esta minoria jovem, a Internet e as Redes Sociais como forma de entretenimento, acompanhamento das notícias e para diversão. Entendemos, assim, a influência da idade como uma mediação de referência, ao passo que influencia nos interesses dos respondentes, ou seja, da mesma forma que a Internet e as Redes Sociais estão atraindo cada vez mais seguidores do público jovem vidente, as qualidades destas novidades também estão naturalmente atraindo o público jovem com deficiência visual.

Outra manifestação de mediação de referência é percebida com relação às classes econômicas, uma vez que a renda média familiar dos respondentes pode influenciar no nível de independência, primeiro por conta do maior acesso que as pessoas das classes econômicas mais altas podem ter à educação, de forma que possam conquistar uma qualidade de emprego melhor futuramente e, consequentemente, mais acesso aos benefícios e às tecnologias de inclusão que estão à sua disposição.

Passando para a análise quanto ao sentimento de pertencimento das pessoas com deficiência visual na sociedade, são muitas as críticas e poucos os elogios à inclusão. Grande parte dos entrevistados afirma deparar-se constantemente com uma série de obstáculos, entre eles, a dificuldade para se locomoverem na rua, devido à falta de investimento em acessibilidade urbana, mau atendimento em determinados estabelecimentos, além de problemas empregatícios. Conforme

destaca um entrevistado, neste contexto, “acho que neste seu trabalho você vai chegar à conclusão de que a inclusão está incluindo, mas não está incluindo muito, porque oportunismo tem”.

No que se refere ao tema recursos de acessibilidade, expressiva parcela dos respondentes observa muito descaso das empresas para com a nova lei que obriga um tempo mínimo de programação com audiodescrição nas emissoras abertas de televisão. A própria palavra “obrigação” já pode implicar em uma conotação oposta ao que se entende por inclusão, já que uma iniciativa inclusiva parte do princípio de que as pessoas realmente estejam preocupadas com a inclusão e, neste sentido, incluir não é uma obrigação, mas uma atitude natural, que parte da preocupação das próprias pessoas e empresas, e não de alguém “acima” deles, como o governo, impondo a inclusão. Sobretudo, com relação a este contexto, pouco percebe-se a atuação do Marketing 3.0, discutido no terceiro capítulo.

De qualquer maneira, até o tempo mínimo de programação audiodescritiva imposto obrigatoriamente, tem se mostrado um processo bastante lento. Conforme Paulo Romeu Filho destaca, o Ministério das Comunicações, em 2008, atendendo a solicitação das emissoras de televisão, suspendeu a obrigatoriedade da veiculação de programas televisivos com audiodescrição, restabelecendo, somente em 2010, após dois anos de muita luta por parte dos envolvidos em prol da inclusão, uma nova portaria para a obrigatoriedade da veiculação a partir de 2011 (AUDIODESCRIÇÃO, 2010).

Finalmente, o principal problema entendido a partir desta análise é a falta de divulgação do governo e das empresas quanto ao fato da tecnologia estar disponível para ajudar as pessoas com deficiência visual. Sabe-se que, muitos produtos estão fora do alcance financeiro de grande parte da população com deficiência visual, e, por conta disto, poderia haver também algum tipo de benefício para que estas pessoas desfavorecidas visualmente pudessem comprar celulares adaptados para quem não enxerga.

Enfim, se iniciarmos, por enquanto, com no mínimo mais divulgação sobre a existência dessas novas tecnologias em prol da inclusão, já poderia haver um resultado positivo, visto que, mesmo as pessoas com deficiência visual pertencentes às classes econômicas de renda média familiar mais baixa, podem optar por planejar e efetuar a compra, economizando com outros gastos, da mesma forma que

as pessoas com baixa renda que enxergam também optam por economizar para poder comprar, por exemplo, um aparelho celular que, para eles, possa ter um alto valor de compra.

Outra tecnologia de inclusão que também necessita ser mais divulgada é a audiodescrição, principalmente no que diz respeito desde os horários e programas de televisão que já disponibilizam o recurso, até a própria explicação e assistência quanto os pré-requisitos para utilização da audiodescrição. Tal observação se constata ao passo que foram poucos os entrevistados que afirmam já ter assistido a algum programa de televisão com o recurso de acessibilidade, inclusive, expressiva parte dos respondentes alegam nem saber como utilizar o recurso, apesar de alguns destes terem afirmado que tentaram utilizar e não conseguiram. Houve quem persistiu, indo atrás até de auxílio na empresa a qual adquiriu o aparelho televisivo, mas não obteve uma solução.

Ainda com relação à falta de divulgação aos entrevistados sobre o acesso à audiodescrição nos programas de televisão, somente um dos respondentes tem a informação correta quanto aos pré-requisitos de acesso ao recurso, sabendo que os programas com audiodescrição só podem ser acessados em televisões com disponibilização de sinal digital. Alguns entrevistados relacionam a inacessibilidade ao recurso à suposta crença de que a audiodescrição não pode ser utilizada em televisões que possuem canais por assinatura. O próprio Ministério das Comunicações divulgou, em outubro de 2013, que o recurso de audiodescrição está disponível nas emissoras que já trabalham com o sinal digital. Comunicou, inclusive, que para utilizar o recurso, o usuário deve apertar a tecla SAP no controle remoto do televisor (MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2013), porém, pode-se notar que a divulgação obteve pouca repercussão midiática.

Ao sabermos que diversos filmes com audiodescrição podem ser assistidos na Internet, por meio do site Youtube, observamos que tal informação também parece ser pouco divulgada na mídia, ou seja, analisando as respostas das entrevistas, quando o benefício é divulgado, ocorre apenas oralmente entre uma pessoa e outra. Inclusive, ao contrário do que se poderia imaginar, mesmo o computador estando, no geral, mais acessível à sociedade brasileira hoje em dia, poucos os entrevistados estão familiarizados com Internet, em grande parte dos

casos, de acordo com os respondentes, por conta dos sistemas de adaptação às pessoas com deficiência visual possuírem alto valor de compra.

De acordo com Paulo Romeu Filho (AUDIODESCRIÇÃO, 2010):

No Blog da Audiodescrição é possível comprovar o crescente aumento da quantidade de eventos que disponibilizam o recurso da audiodescrição por todo o país: espetáculos de ópera, peças teatrais, apresentações de dança, sessões de cinema, desfiles de moda, passeios turísticos, palestras e seminários. Também é crescente a quantidade de trabalhos acadêmicos publicados por pesquisadores brasileiros sobre a audiodescrição, inclusive abordando o uso do recurso em sala de aula.

Neste sentido, o autor do Blog da Audiodescrição aponta estranhar a declaração feita pelo assessor jurídico do Ministério das Comunicações, em julho de 2010, quanto à afirmação que a audiodescrição no Brasil ainda acontece esporadicamente, uma vez que, para Paulo Romeu Filho, a afirmação do assessor só era uma realidade em 2006, não agora (AUDIODESCRIÇÃO, 2010).

Outro dado considerável, principalmente por ser observado há quatro anos por Paulo Romeu Filho, é que em alguns países, como a Inglaterra, já estavam sendo disponibilizadas mais de trezentas salas de cinema e teatro com sessões audiodescritas regularmente e em algumas emissoras de televisão do Reino Unido a transmissão de 30% de sua programação com audiodescrição, apesar de obrigadas a veicular somente 10%. Além disso, outros países como Portugal, Espanha, Austrália, Japão, Canadá, Itália, Alemanha e Holanda, também já disponibilizam a audiodescrição regularmente (AUDIODESCRIÇÃO, 2010).

A análise das entrevistas nos leva a conclusão evidente de que, apesar de grande parte das pessoas com deficiência visual já terem ouvido falar na audiodescrição, a maioria delas ainda não teve a oportunidade de conhecê-la, justamente porque grande parte das emissoras de televisão não transmitiu praticamente nenhum programa com o recurso, enquanto que o cinema e o teatro com audiodescrição, mesmo possuindo abrangência mais restrita do que a televisão, por estarem concentrados nos grandes centros, conseguem ser mais expressivos para os entrevistados. Cabe ressaltar que alguns respondentes refletiram até mais a frente, acreditando na hipótese de que, o próprio aumento da programação televisiva com audiodescrição poderia estimular as empresas e agências de publicidade a também transmitirem seus comerciais de televisão com o recurso.

Até mesmo na Internet, basta digitarmos “audiodescrição” na plataforma de buscas Google para que encontremos diversas notícias relacionadas ao assunto, bem como vídeos e filmes disponibilizados com o recurso. Entretanto, podemos notar que a sociedade brasileira, no geral, incluindo as próprias pessoas com deficiência visual, como pudemos observar a partir da análise das entrevistas, pouco conhece sobre este recurso de acessibilidade, confirmando-se, desta forma, a necessidade quanto a uma maior preocupação de divulgação da audiodescrição.

Em suma, antes da própria preocupação com a audiodescrição na programação televisiva e nos comerciais de televisão, é necessária a preocupação com a divulgação das possibilidades tecnológicas de acessibilidade, que já são restritas, às pessoas com deficiência visual.

Compreendemos, ainda, neste contexto, a importância de podermos contar com comunicadores mais conscientes, sendo necessário para isso, um novo papel a ser exercido pelo publicitário. Ou seja, entendendo que a propaganda cumpre, essencialmente, a função de comunicar e persuadir, observa-se que ela poderia apropriar-se mais destas suas funcionalidades para divulgar às próprias pessoas que enxergam sobre os benefícios que as pessoas com deficiência visual possuem, e muitas vezes não sabem. Desta forma, quem enxerga, ao ser impactado por um maior número de veículos do que os que não enxergam, como as mídias impressas, poderia atuar como veículo de informação às pessoas que não enxergam quanto às tecnologias e benefícios que estão à disposição. Além de ser uma forma das pessoas que enxergam interarem-se mais aos assuntos relacionados às pessoas com deficiência, estimulando a aproximação da sociedade com as pessoas com deficiência, aumentando a inclusão.

Muitas foram as queixas dos entrevistados quanto ao descaso do governo e das empresas para com as pessoas com deficiência no geral, inclusive, este descaso foi apontado também, já com relação à deficiência visual, devido ao desconhecimento por parte das empresas quanto às reais necessidades que as pessoas com deficiência visual possuem. Assim, entendemos que a partir do instante em que houvesse uma maior divulgação sobre os benefícios que as pessoas com deficiência visual têm à disposição, por meio desde ações até um simples flyer informativo, este desconhecimento poderia diminuir, suavizando,

consequentemente, o aparente bloqueio existente entre as pessoas com deficiência visual e os videntes.

Portanto, no que diz respeito à inclusão social na percepção da comunicação mercadológica televisiva por pessoas com deficiência visual, o resultado das entrevistas apontam, juntamente com a necessidade de haver maior preocupação da mídia em divulgar as tecnologias de acessibilidade, conforme concluímos no tópico anterior, para importância de melhor aproveitamento dos comerciais de televisão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao percebermos que as pessoas com deficiência visual e a propaganda não interagem da mesma forma que as pessoas que enxergam interagem com a propaganda, o presente trabalho apresentou como objetivo de investigação, compreender uma espécie de “buraco negro” na área da comunicação.

Desta forma, observamos que existe um nível de interação entre as pessoas com deficiência visual e a comunicação mercadológica televisiva, ao passo que a pesquisa aplicada aponta para o interesse por parte dos respondentes em melhor compreender os comerciais de televisão.

Este interesse pode ser evidenciado, pois praticamente todos os respondentes da amostra acreditam que quanto mais comerciais com o recurso de

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