• Nenhum resultado encontrado

3 ESTUDOS DE CASO: ANÁLISE DAS GESTÕES

3.3 Processos e planos de cada gestão

3.3.2 Gestão 1996 – 2000: Prof Dr José Rubens Rebelatto – Reitor

3.3.2.6 Análise à luz da ECP

Reitor que introduziu a prática de uma adaptação do Planejamento Estratégico Situacional - PES - na UFSCar apoiou todas as iniciativas propostas pelos assessores, realizou curso sobre o método PES e reestruturou a Secretaria Geral de Planejamento. Foi em sua gestão que a UFSCar experimentou a maior quantidade de práticas de apoio à elaboração e acompanhamento de planos, como ZOPP, PAE, Mapeamento Cognitivo, Gerenciamento de processos, etc.

Os principais resultados da gestão foram relativos à criação de três cursos de graduação (um deles noturno) e 3 de doutorado. Foi implantada a rede de fibra óptica no câmpus de Araras, aumentada a taxa de transferência de seu link com São Carlos e, dando prosseguimento à política de atualização dos laboratórios de informática para a graduação, foram adquiridos 448 novos microcomputadores.

Apesar da contenção de gastos públicos paticada pelo governo federal, sua atuação junto ao MEC foi responsável pelo aporte de aproximadamente quinze milhões de reais em recursos extraorçamentários em quatro anos, que foram aplicados em projetos institucionais voltados à qualidade da graduação e à manutenção da infraestrutura. No entanto, pode ser tida como uma gestão de consolidação do crescimento obtido pela instituição nos anos anteriores, o que representou grande dificuldade, dadas as condições conjunturais, descritas no tópico de Contextualização.

No tocante à formulação do plano desempenhou o papel de coordenador político do processo e, seguindo suas características, delegou o comando técnico à Secretaria Geral de Planejamento e aos assessores externos. Deu continuidade à prática de as reuniões de planejamento serem estruturadas de modo a assegurar a participação de todos e viabilizou a realização de palestras proferidas por especialistas externos em temas de alto impacto no futuro institucional, propiciando à equipe uma compreensão mais uniforme sobre o contexto vivenciado e suas perspectivas para o período da gestão.

Aliado a estas práticas, sua participação na etapa de concepção - ou criação - do plano se deu por meio da práxis de apoio irrestrito ao processo de planejamento. Convidou pessoalmente os diretores dos quatro centros para participarem do processo, porém apenas esporadicamente dois deles compareceram às oficinas (não necessariamente às mesmas) em nada colaborando para que problemas acadêmicos viessem a compor o plano.

Uma das propostas da equipe técnica que foi prontamente aprovada e defendida por ele junto à equipe foi a estruturação global do processo de acompanhamento do plano. Nela estavam previstas a realização de oficinas trimestrais de detalhamento de ações e de acompanhamento das anteriormente definidas, propiciando reuniões que continham uma parte em que haveria a continuidade da formulação do plano, e outra de monitoramento. Previa, ainda, a necessidade de dois grandes seminários de monitoramento e revisão geral do plano, o que viabilizaria o processo de prestação de contas à comunidade.

O reitor atuou realizando ações que visavam garantir a participação o mais equanimemente possível das unidades quando da alocação de responsabilidade sobre as operações. Essa práxis se realizou por meio de propostas de novas ações, que poderiam vir em complemento ou substituição de outras de menor abrangência.

No dia a dia da gestão, sentiu a necessidade de ser assessorado na análise de proplemas existentes ou com grande potencial de ocorrerem e, buscando agilizar soluções e se antecipar aos problemas, criou o Grupo Gestor para tal fim, composto pelo Secretário Geral de Planejamento, Pró-Reitor de Administração e docentes especialistas ou interessados na área. Ademais, apoiou política e financeiramente a realização de cursos sobre planejamento estratégico, gerência de processos e métodos de análises de contexto e atores, que foram empregados nas oficinas de formulação e acompanhamento do plano.

Deve-se relatar que por sua determinação foram desenvolvidos, também de modo participativo, planos setoriais para cada pró-reitoria em complemento ao de gestão. Sua atuação influenciou positiva e definitivamente a institucionalização do planejamento estratégico na UFSCar e a aplicação da prática do PES enquanto modelo de referência.

Quadro 3.7 – Resumo da atuação do reitor no processo de estrategização da gestão 1996-2000

Tópico Atuação do reitor

Contexto

 Foi o mais adverso dos contextos dentro do período analisado, porém suas gestões junto ao MEC para o financiamento de projetos voltados à melhoria da qualidade da graduação, à atualização da rede computacional (backbone), aquisição de acervo e para a infraestrutura da universidade obtiveram sucesso.

 Há que se notar que todos estes projetos tinham estreita ligação com as operações do plano de gestão30, o que reflete sua tendência de atuar a partir do plano.

Formulação do plano

 Pela primeira vez a UFSCar utilizou a metodologia PES, apoiada pelos métodos ZOPP, PAE, Mapeamento Cognitivo e técnicas de análise de cenários e de atores. Foi por sua iniciativa que tal se deu, pois procurava uma metodologia que permitisse mais agilidade e participação.

 Assumiu a coordenação política do processo, delegando a técnica para a assessoria contratada e à Secretaria de Planejamento.

 Participou das oficinas de formulação do plano por meio dos debates, elaboração de proposta de operações e ações, bem como dos momentos de tomada de decisão.  Participou, juntamente com o secretário de planejamento e o pró-reitor de

administração, de um curso de PES proferido por seu criador, Carlos Matus, em Isla Negra, no Chile.

Acompanhamento do plano

 Sua participação no processo de acompanhamento (e avaliação) do plano se deu nos mesmos moldes da fase de formulação. Apoiou iniciativas da equipe técnica e conclamou todos os membros da equipe a participarem das reuniões.

 Aprovou a sistemática de monitoramento do plano, com reuniões trimestrais e a realização de dois seminários de avaliação do plano.

 Entusiasta da metodologia, criou o grupo gestor, que tinha como papel a análise de problemas existentes e potenciais. Determinou que as demais instâncias da reitoria também elaborassem seus planos em consonância com o de gestão.

Resultados obtidos

 Apoiou a criação dos cursos de graduação, fazendo gestões junto ao MEC para a obtenção de vagas docentes que lhes dariam suporte, obtendo sucesso parcial, dado que foram liberadas vagas em número inferior ao solicitado.

 A criação do Cursinho Pré-Vestibular para alunos com dificuldades socioeconômicas de São Carlos e região contou com o apoio do reitor, que o defendeu no Conselho Universitário, pois num momento de forte restrição orçamentária, eram previstas bolsas aos alunos que dele participassem enquanto professores.

 No concernente à prática do planejamento estratégico, proporcionou enorme salto de qualidade no produto gerado e no processo de sua elaboração e monitoramento. Fonte: elaborado pelo autor