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Caros Irmãos em Cristo!

Pela presente mensagem eu gostaria de expressar a cordial união espiritual do Conselho Pontifício da Pastoral dos Migrantes e Viajantes, bem como votos de sucesso na Conferência Polônica Internacional sob o lema “João Paulo II diante dos migrantes”, organizada pelo Instituto da Pastoral Emigratória em Poznan.

Inicialmente quero saudar Sua Eminência o Cardeal José Glemp, Bispo Emérito da Diocese de Varsóvia, Primaz da Polônia e Protetor Espiritual da Emigração Polonesa, que incansavelmente continua a trabalhar na vinha do Senhor. Com profunda alegria envio as minhas saudações igualmente ao Eminentíssimo Bispo Dom Adalberto Polak, delegado da Conferência do Episcopado da Polônia para Assuntos da Pastoral Emigratória, bem como aos pastores envolvidos no ministério entre os poloneses no exterior.

Saúdo igualmente todos os membros da Sociedade de Cristo, expressando com isso a gratidão pelo seu maravilhoso ministério apostólico em prol dos emigrantes poloneses no mundo, bem como pela proveitosa direção do Instituto da Pastoral Emigratória em Poznan. Envio saudações especiais a toda a equipe do Instituto, especialmente ao seu diretor, o pe. Wieslaw Wójcik SChr, e a todos os participantes dessa conferência.

Há mais de um século a Polônia constitui uma das maiores fontes de recursos humanos nos países da Europa Ocidental e da América do Norte. No decorrer desse tempo a Igreja católica na Polônia, com coragem, proveito e mui solidariamente, tem acompanhado os emigrantes poloneses. Dessa forma, a Missão Católica Polonesa, juntamente com a Sociedade de Cristo, transformou-se numa das colunas que apoia e sustenta esse empreendimento. Missionários, pessoas religiosas e outros pastores demonstram grande entusiasmo e compreensão diante da enorme diáspora dos migrantes poloneses que trabalham no exterior. De forma eloquente e imponente, escolas, pré-escolas, casas de assistência, centros e encontros e lugares de oração

comum testemunham o desvelo da Igreja pelos poloneses no exterior. As Missões Católicas Polonesas utilizam elementos da cultura polonesa como ferramentas essenciais na preservação e no cultivo da fé em Jesus Cristo. A Sociedade de Cristo, juntamente com muitos outros sacerdotes, não cessa de apresentar aos migrantes poloneses a fé como o mais importante e o mais significativo ponto de referência na vida. O valor da fé católica, que decorre dos dois mil anos da tradição da Igreja, deve ser proclamada nas novas condições dos nossos tempos.

Como é universalmente sabido, a Igreja sempre se tem preocupado com aqueles que deixaram a sua pátria. A constituição apostólica Exsul Familia (1952), baseada na secular experiência da Igreja na questão migratória, constitui uma espécie de magna charta, que serve de guia na pastoral dessa categoria de pessoas. O II Concílio Ecumênico Vaticano forneceu diretrizes concretas, que foram encerradas no Motu proprio do papa Paulo VI Pastoralis

Migratorum Cura (1969), bem como na sua Instrução pastoral afim De Pastorali Migratorum Cura, daquele mesmo ano. Dentro desse mesmo espírito, 35

anos depois, em 2004, o nosso Conselho Pontifício publicou a Instrução Erga

migrantes caritas Christi (EMCC), como uma resposta da Igreja aos desafios e aos

diversos tipos de riscos provocados pelo fenômeno da atual migração. Nesse contexto a EMCC confere ênfase à autêntica cultura da acolhida dos migrantes, “apoiada no amor a Cristo, com a convicção de que o bem proporcionado ao mais necessitado, por amor a Deus, é um bem proporcionado ao próprio Deus” (cf. n. 38; 49-55). A Instrução apela a todos para defender os migrantes cujos direitos são desrespeitados e promove a sua defesa (cf. n. 6 da EMCC).

Graças aos frequentes e insistentes apelos de João Paulo II por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, a atividade pastoral da Igreja é percebida como uma força propulsora em prol dos operários migrantes. “O direito à emigração, a hospitalidade, a defesa da dignidade de todo operário migrantes, a preservação da unidade da família, a luta contra a exploração das mulheres, das crianças e dos jovens” – são as palavras mais importantes da doutrina de João Paulo II relacionadas com o fenômeno da migração. O Papa desejava que a Igreja estivesse onde estão os migrantes, que partilhasse com eles as alegrias e as esperanças, bem como a tristeza e a dor da migração.

A ajuda humanitária e a solidariedade, as ações sociais e a defesa, a instrução e a formação cristã constituem uma parte do ministério da Igreja entre as pessoas a caminho.

Uma outra questão importante enfatizada por João Paulo II em sua Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado em 2005 é a integração dos migrantes: “Na Instrução Erga migrantes caritas Christi, a integração não é apresentada como assimilação, que conduz à destruição ou ao apagamento da memória da própria identidade cultural. O contato com o outro ser humano permite antes descobrir o seu ‘segredo’, abrir-se a ele, a fim de aceitar o que nele existe de valioso e dessa forma contribuir para o melhor conhecimento de cada um. Trata-se de um processo duradouro, cujo objetivo é também a moldagem das sociedades e das culturas, para que cada vez mais se tornem um reflexo dos variados dons que Deus proporcionou às pessoas. Nesse processo o migrante se empenha para se envolver na vida da sociedade – p. ex. dedicando-se ao aprendizado da língua de determinado país, adaptando-se às leis e às exigências vigentes no trabalho – o que permite que se evite o surgimento de diferenças demasiadamente profundas.”

Na Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado em 1996, o Papa aborda “o problema dos imigrantes ilegais na perspectiva de Cristo, que morreu para congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos (cf. Jo 11: 52), para reconquistar os rejeitados e chamar de volta os afastados, para reunir a todos numa comunidade baseada não na origem étnica, cultural e social, mas na vontade comum de aceitar a palavra de Deus e de buscar a justiça. ‘Deus não faz acepção de pessoas, mas [...] em qualquer nação, quem O teme e pratica a justiça, Lhe é agradável’ (At 10: 34-35).”

Na Mensagem de 2003, João Paulo II fala da superação das manifestações de racismo, xenofobia e extremado nacionalismo. Esse documento adverte contra o perigo sempre atual para os migrantes de se tornarem vítimas do triste fenômeno do tráfico de pessoas, que já não poupa nem as crianças, especialmente na atual era da globalização, quando também as mulheres e as moças tornam-se cada vez mais uma parte desse fenômeno. Os direitos das mulheres e das crianças migrantes devem ser eficazmente defendidos.

Finalmente, expresso a minha esperança de que essa conferência ajudará

Polônia

à Igreja na Polônia a enfrentar os desafios pastorais dos atuais migrantes poloneses no mundo inteiro. Confiamos igualmente que os poloneses no exterior serão percebidos e aceitos como irmãos e irmãs, de maneira que a atual migração se torne um desafio – mesmo que não inteiramente inequívoco – para a construção da Igreja de Deus e um instrumento da Divina Providência na busca pacífica da unidade da família humana.

Desejamos a Vós todos um proveitoso envolvimento pastoral em meio aos migrantes poloneses, no espírito do amoroso ministério e da oração que pelo seu exemplo nos ensinou João Paulo II. Que a Santíssima Virgem Maria de Czestochowa, tão cara aos poloneses, que também vivenciou a rejeição no momento em que devia dar ao mundo Seu Filho, e que em razão da indignidade humana teve de emigrar ao Egito, ajude à Igreja a tornar-se um sinal e um instrumento da comunidade de culturas e nações numa só família. Que ajude a nós todos a testemunhar pela nossa vida a Encarnação e a permanente presença de Cristo, que deseja através de nós continuar no mundo e na história a Sua obra de libertação de quaisquer formas de discriminação, rejeição e marginalização. Que Deus, pela intercessão do beato João Paulo II, conceda a Sua abundante bênção a todos aqueles que recebem o recém- chegado em nome de Cristo.

+ Antonio Maria Vegliò Presidente

+ Joseph Kalathiparambil Secretário

RESUMO – STRESZCZENIE

Przewodniczący Papieskiej Rady do spraw Duszpasterstwa Migrantów i Podróżujących arcybiskup Antonio Maria Veglio, przekazał na ręce ks. Wójcika TChr organizatora konferencji, przesłanie w którym pozdrawia wszystkich uczestników, życząc im Bożych łask i jak najlepszego wykorzystania tego spotkania. W dalszej części przedstawia troskę Kościoła, który poprzez różnorodne dokumenty wskazuje na konieczność zainteresowania się i zajęcia

sprawami migrantów. W wydawanych na Dzień Migranta listach, wskazuje, jak bardzo sprawa ta leżała na sercu papieżowi Janowi Pawłowi II. Kończąc swoje przesłanie, dziękuje wszystkim kapłanom, zakonnikom, Misjom Katolickim za pracę i zatroskanie polskimi migrantami.