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5 A GOVERNANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SEUS

7.1 Apresentação da área de estudo

Para avaliar a governança do desenvolvimento sob a ótica da sustentabilidade, requer que seja apresentada a atual situação cearense. Nesse intuito, nessa seção, são expostos os dados referentes ao estado do Ceará e tiveram como fonte de pesquisa o Anuário Estatístico do Estado do Ceará no ano de 2012.

No ano de 2010, a população do Estado alcançou o número de 8.452.381 habitantes com uma população urbana de 6.346.557 habitantes e a rural de 2.105.824 habitantes. Vale ressaltar que a distribuição por municípios não ocorre de maneira uniforme, existindo uma maior concentração na Região Metropolitana de Fortaleza.

Com relação aos dados ambientais, o Ceará detém, aproximadamente, 93% de seu território inserido na região do semiárido nordestino. Seu clima predominante é o tropical quente semiárido e possui três tipos preponderantes de solo: neossolos, com a maior ocorrência, 35,96%; os argissolos, com 24,67%; e os luvissolos, com 16,72% da área total do Estado. Esses solos possuem pouca profundidade, deficiências hídricas, pedregosidade e, principalmente, susceptibilidade à erosão. A caatinga é o tipo de vegetação predominante,

entretanto, outros tipos de vegetação são encontrados: matas úmidas, matas secas, mata ciliar com carnaúba, cerrado e complexo vegetacional da zona litorânea. Vale salientar que, em 2012, o Estado possuía setenta e oito unidades de preservação ou de conservação ambiental, dentre elas, destacam-se: Áreas de Preservação Ambiental, Reservas Particulares, Monumentos Naturais, Parques e Reservas Florestais, demonstrando um compromisso e uma preocupação com o meio ambiente.

Quando se faz referência ao relevo, o Estado do Ceará possui regiões de baixa, média e altas atitudes e, tratando-se da geologia, aproximadamente, 85% da área estadual é composta de rochas cristalinas.

O Estado é composto por onze bacias hidrográficas formadas pelos rios: Acaraú, Banabuiú, Coreaú, Jaguaribe, Parnaíba, Salgado, Cocó e Ceará.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2010), o território cearense possui altos níveis de pobreza, refletindo em seu Índice de Desenvolvimento Humano que, em 2010, foi igual a 0,682, ocupando a 17ª posição na classificação brasileira.

Os indicadores de saúde mostraram que, em 2011, o Ceará registrou um total de 3.532 unidades de saúde (hospitais, centros e postos de saúde) ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS); 20.813 leitos e 56.741 profissionais de saúde ligados ao SUS. Segundo o CEARÁ (2013), as políticas públicas cearenses aplicadas na área de saúde permitiram que se registrasse, em 2010, uma taxa de mortalidade infantil de 13,1 por mil nascidos vivos, consequentemente, contribuiu para o aumento na expectativa de vida da população cearense que assumiu um valor de 72,4 anos, em 2010.

Na educação do Estado do Ceará, os indicadores revelam que a taxa de analfabetismo diminuiu 18,8% durante o período de 2000 e 2010. Mas, deve ser considerado que o Estado deve melhorar seu desempenho em busca de taxas menores, pois, combater o analfabetismo é indispensável para o exercício da cidadania. O Estado registrou no ano de 2011 um total de 203 bibliotecas públicas municipais, 96 museus e 70 teatros, que se constituem em fonte de acesso ao conhecimento e consequentemente à cultura para a população cearense (CEARÁ, 2013).

Os indicadores relacionados à infraestrutura são: energia, habitação, saneamento e coleta de lixo. Com relação ao consumo e ao número de consumidores de energia elétrica, em 2007, houve um aumento, respectivamente, de 12,33% e 7,08% se comparado ao ano de 2005. Vale salientar que o número de domicílios com energia elétrica passou de 65,76%, em 1991, para um percentual de 88,32%, em 2000, representando um maior acesso ao consumo

de energia elétrica e, consequentemente, uma melhoria na qualidade de vida da população cearense (CEARÁ, 2013).

A habitação do Estado do Ceará, em 2000, tinha uma média de 4,21 pessoas por domicílio particular permanente. Nesse aspecto, a qualidade de vida tem melhorado, pois os cearenses passaram a consumir mais bens duráveis e o Estado registrou um aumento de 73,24% no consumo de televisores; 157,32% no número de telefones residenciais e de 63,62% no número de automóveis no período de 1991 e 2000.

Em 2007, o Estado do Ceará atingiu a marca de 91,12% para a taxa urbana de abastecimento de água e, como consequência, melhora-se a qualidade de vida da população e também ajuda no combate a doenças de veiculação hídrica, assim como contribui para a queda da mortalidade infantil.

Em relação à taxa de cobertura urbana do esgotamento sanitário, o crescimento relativo foi de 45,28%, onde se tinha no ano de 2005 um percentual igual a 36,90% passando para 19,05% no ano de 2007, revelando uma piora para este indicador no período analisado. Constata-se, então, que a taxa de cobertura de esgotamento sanitário é baixa, necessitando de mais políticas de expansão da rede de coleta de esgotos no Estado no intuito de aumentar o percentual de cobertura, trazendo, desta forma, benefícios para a população nas áreas de saúde, saneamento e meio ambiente.

Por último, os indicadores econômicos cearenses mostraram que o padrão da propriedade rural é a de mini e pequena propriedade e que 29,52% da área rural é ocupada por estabelecimentos rurais com mais de 500 hectares evidenciando concentração da posse de terra.

A produção agrícola, em 2009, destacou-se com as seguintes culturas permanentes: banana, coco da baía, castanha de caju, mamão, maracujá e manga e, com relação às culturas temporárias, destacaram-se: cana-de-açúcar, mandioca, milho, feijão, melão, tomate, arroz, mamona e algodão herbáceo.

No efetivo de animais, no território cearense, destacam-se, principalmente, os rebanhos de bovinos, ovinos, suínos e caprinos, além dos galináceos. Outros produtos que merecem destaque na economia cearense foram: leite de vaca, ovos de galinha e mel de abelha. Vale salientar que, analisar a produção agropecuária entre os municípios, poderá fornecer dados para subsidiar a elaboração de políticas direcionadas a esse setor.

O setor industrial do estado do Ceará é composto, principalmente, por indústrias de transformação, com 82,04%, representaram o maior percentual na economia, destacando- se os setores de vestuário, calcados, artefatos, tecidos, couros e peles. Dentre os municípios

que concentraram o maior número de indústrias, está Fortaleza, seguido de Juazeiro do Norte, Maracanaú, Caucaia e Sobral. Verifica-se, então, uma concentração industrial nas grandes cidades cearenses e, ao analisar esses dados, pode-se tentar promover programas ou políticas que incentivem a instalação de indústrias no interior do Estado e, consequentemente, permitiria a fixação do homem em sua terra natal, evitando-se, com isso, o êxodo rural.

No ano de 2005, o comércio constituiu-se a principal atividade do setor de serviços cearense, tornando-se responsável pela maior parcela do Produto Interno Bruto do Estado. No ano de 2009, tinha-se um total de 86.822 empresas ligadas ao comércio no Estado, revelando um crescimento relativo de 7,86% em relação ao ano de 2005.

Admitindo-se que esse desenvolvimento esteja presente em cada município do Estado do Ceará, a área de estudo desta pesquisa abrangeu todos os municípios cearenses, pois, o PSMV – CE é um programa de Estado. Na próxima seção, serão apresentados os critérios adotados na seleção dos indicadores na tentativa de avaliar a governança para o desenvolvimento sustentável do Estado sob a ótica do Programa Selo Município Verde.