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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA PESQUISADA

Em outubro de 2010, quando os empreendedores ainda eram sócios em uma empresa chamada Metta Comércio Atacadista, com foco em venda de máquinas e equipamentos, exclusivamente para o Governo, o empreendedor A decidiu procurar um fornecedor de sistema de gestão de fretes, o qual auxiliaria o trabalho de logística de transportes de mercadorias da empresa. Ao observarem que não existia algo disponível no mercado, ambos decidiram contratar uma empresa para desenvolver tal sistema.

Os sócios tinham um objetivo único: resolver as necessidades de gestão e contratação de fretes da Metta. A empresa tinha essa necessidade latente, vez que precisava entregar equipamentos em diversas partes do Brasil. Como não havia a solução disponível no mercado, tiveram que buscar uma alternativa.

Dessa forma, começaram a rabiscar como poderiam desenvolver um sistema prático, de fácil usabilidade e design amigável. Como ambos não possuem formação em desenvolvimento de sistemas, decidiram contratar, por meio de um contrato formal, uma empresa terceirizada. Para o empreendedor B, desse jeito seria mais fácil gerir os prazos pré-estipulados de entrega do sistema. Segundo o contrato, a ferramenta estaria pronta em quatro meses.

O objetivo desse sistema era, de forma rápida e prática, possibilitar que os profissionais da Metta pudessem consultar as transportadoras, comparando, cada uma, por preço, prazo, seguro, qualificação, etc, e, em seguida, contratar o melhor frete. Assim como ocorre com websites de empresas como Decolar e Buscapé, o sistema idealizado permitiria uma experiência prática, rápida e segura para os seus usuários. Todo esse trabalho foi cuidadosamente planejado pelos empreendedores para ser concluído no primeiro trimestre de 2011.

Contudo, o mês de março de 2011 chegou, sem que sequer metade do sistema estivesse funcionando. A cada mês que a empresa contratada atrasava a entrega do produto, os empreendedores passavam a conhecer mais sobre o negócio e, ante as descobertas, pediam para acrescentar ou editar novas funcionalidades. Em meados de

abril de 2011, os empreendedores já haviam decidido que esse projeto, depois de pronto, seria aberto para todas as empresas do mercado, e não apenas para a Metta.

Com esse novo objetivo, inicialmente, colocaram o projeto no Concurso do Grupo Buscapé “Sua Empresa Vale 1 Milhão?”, o qual premiaria projetos com R$300.000,00 por uma parte na sociedade do novo negócio. O projeto precisava ser escrito em formato de plano de negócio, fato que motivou os empreendedores a contratarem duas mestrandas para escrever todo o trabalho e uma empresa para criar um vídeo institucional. Ambos eram requisitos do concurso. Apesar de o foco do projeto não ser o que o concurso tinha interesse, um dos diretores do Grupo Buscapé, contatou os empreendedores, via correio eletrônico, a fim de conhecer mais de perto o trabalho que estava sendo desenvolvido pela equipe Axado. Em paralelo com esse momento, os empreendedores tiveram a oportunidade de apresentar o projeto a um investidor.

Uma vez que já havia o vídeo institucional, o plano de negócio que explicava o modelo e um pré-sistema estruturado, os empreendedores conseguiram expor exatamente o que viria mais tarde a se tornar o primeiro produto da empresa Axado. Interessado pelo projeto, o investidor, em junho de 2011, negociou a primeira rodada de investimento do negócio (injeção de capital). Nesse primeiro momento, o interesse dos empreendedores era compartilhar os custos financeiros e, principalmente, receber um coaching desse investidor – ex-executivo de multinacional de tecnologia –, o qual poderia trazer diversas oportunidades e estratégias para o negócio.

Com a entrada desse experiente sócio-investidor, o modelo de negócio foi revisto e quatro novos produtos foram idealizados. Em pouco mais de seis meses juntos, os dois sócios empreendedores e o sócio-investidor passaram por diversas reuniões com grandes transportadoras (futuras parceiras), três fundos de investimentos e duas diretorias de empresas de grande porte. Também iniciaram negociações com dois fundos de investimento, dando prioridade a um fundo local (Florianópolis), com o qual, posteriormente, fecharam a segunda rodada de investimento.

Em paralelo a isso, a fim de levar a tecnologia desenvolvida pela empresa terceirizada para dentro do negócio, de outubro de 2011 a março de 2012, iniciaram a formação da equipe Axado. De fevereiro a junho de 2012, todo o código do produto foi revisto para otimização do sistema, aumento de segurança e aperfeiçoamento com base em benchmark em três softwares líderes de mercado na área. Junto a isso, parcerias foram fechadas com transportadoras, a base de dados foi alimentada e o primeiro produto foi lançado.

A fim de que todos conhecessem o trabalho que a empresa Axado viria a realizar, a equipe criou um blog com informações sobre o tema, abastecido diariamente desde o início de janeiro de 2012. Para tanto, com o apoio de uma empresa de consultoria da área, todo um trabalho de marketing digital foi realizado. Além disso, com o objetivo de auxiliar a criação de conteúdo, a empresa contratou um profissional de assessoria de imprensa.

A empresa Axado possui, hoje, dois produtos pioneiros lançados no Brasil, cinco grandes clientes, repercussão nacional e investimento suficiente para sobrevivência de alguns anos. E, a previsão para o lançamento dos demais produtos está para o segundo semestre de 2012. Além desses serviços, o início de conversa com o líder de e-commerce no Brasil, B2W, despertou novos desafios e projetos de desenvolvimento de tecnologias inteligentes para grandes negócios. Apesar de a estrutura atual da empresa contar com apenas oito colaboradores, os resultados obtidos tem trazido grandes frutos para o negócio.

Os principais desafios para o segundo semestre de 2012 é provar que o modelo de negócio tem retorno; lançar os demais produtos; aperfeiçoar os produtos; criar parcerias com empresas de transportes, empresas desenvolvedoras de plataformas de e- commerce, empresas que criam plataformas de e-procurement, empresas que possuem plataformas de negociação C2C, como, por exemplo, o Mercado Livre; e formar uma equipe sólida e capacitada, com bons conhecimentos técnicos e administrativos, de marketing e vendas.