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Segundo Vergara (2007), existem vários tipos de pesquisa e conceitos que devem ser identificados no trabalho. Ao encontro desta afirmação o estudo é classificado pelo seu: tipo, coleta de dados e análise dos dados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Quanto à abordagem do problema o mesmo se encontra como pesquisa qualitativa, pois existe interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados. De acordo com Vergara (2007), o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Segundo Richardson (1999) os estudos que empregam uma metodologia qualitativa descrevem a complexidade de um problema, analisam a interação de variáveis, compreendem e classificam processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuem no processo de mudança de determinado grupo e possibilitam o entendimento das particularidades dos comportamentos dos indivíduos.

A pesquisa foi realizada através de um recorte longitudinal, em que quatro momentos diferentes foram observados. O estudo se classifica como descritivo, pois expõe características de determinada população e fenômeno – mudanças estratégicas na EBT Axado. Trata-se ainda de uma investigação explicativa, pois tem como principal objetivo tornar algo inteligível e justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, observar as ocorrências de determinados fenômenos.

3.2 TIPO DE PESQUISA

Como o pesquisador participou também como ator na pesquisa, por ser um dos empreendedores da empresa estudada, isso define o tipo de estudo como pesquisa participante, a qual segundo Brandão (1999), consiste na inserção do pesquisador no ambiente natural de ocorrência do fenômeno e de sua interação com a situação

investigada. Para Lakatos e Marconi (1991) a pesquisa participante é aquela que não possui planejamento ou projeto antes da prática, ou seja, será construído junto dos participantes, que são objetos de pesquisa.

Conforme afirmado por Gil (1999), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos. Segundo Yin (2001), o estudo de caso ocorre quando questões “como” ou “por que” são colocadas, quando o investigador tem pouco controle sobre os eventos, e quando o foco está em um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real.

O método de estudo de caso é aplicável a este trabalho porque em sua pesquisa ele visou identificar as mudanças estratégicas na empresa, através do conteúdo, processo e contexto. A pesquisa criou perguntas de “como” e “por que” para explicar cada evento, chamado pelo autor de “momento”. O foco da pesquisa ocorreu através de acontecimentos de um contexto atual e esse estudo mostrou de forma ampla e detalhada as mudanças ocorridas.

3.3 COLETA DE DADOS

Conforme cita Vergara (2007) na coleta de dados o leitor deve ser informado como o autor pretende obter dados de que precisa para responder ao problema. Portanto o autor precisa correlacionar os objetivos aos meios para alcançá-los, bem como de justificar a adequação de um a outro. O presente estudo foi realizado através de observação direta e entrevistas não-estruturadas, sendo que uma pequena parte das informações foi coletada através de documentos da empresa (plano de negócio, plano de marketing e documentos da negociação com o fundo de investimento).

Os entrevistados foram o empreendedor Leandro Meintanis Baptista, chamado de empreendedor B, o investidor-anjo, chamado no estudo simplesmente como investidor-anjo, os empreendedores da empresa gestora do fundo de investimento, chamados no estudo como Fundo de Investimento e o gestor de projetos da empresa terceirizada, chamado simplesmente de empresa terceirizada. O autor do trabalho é

chamado no estudo de empreendedor A, por ser um dos atores ativos na empresa Axado, ao lado do empreendedor B.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

A análise de conteúdo foi realizada após as entrevistas e captação de documentos. Foram identificadas as categorias de análise de estudo. Foi adotado o procedimento de análise contextualista de Pettigrew (1987), que utiliza o modelo com base no conteúdo, processo e contexto para analisar mudança organizacional, conforme pode ser visto na figura 4 a seguir:

Interno Contexto

Externo

Conteúdo Processo

Figura 4 – Modelo de análise de Pettigrew. Fonte: Pettigrew (1987)

Para o conteúdo foram utilizados os autores Mintzberg (1988), Day (1990), Porter (1998) e Henderson (1998). Em processo os autores Miles e Snow (1978), Quinn e Voyer (1980), Oliveira (1991), Hardy e Fachin (1996), Wright et al. (2000), Mintzberg (1998) e Mintzberg (2006). Para contexto externo os autores Megginson (1998), Child e Smith (1987), Pfeffer (1978) e Duncan (1972) e para o contexto interno Wenerfelt (1984), Barney (1997) e Eisenhardt (2000). Para análise da maturidade da empresa foram utilizados os autores Churchill e Lewis (1983), Roberts (1991) e Pavani (2003). A seguir a tabelas elaboradas pelo autor para classificar e organizar a análise do trabalho.

Quadro 13 – Estágios de maturidade de EBT’s Autores Estágios de maturidade da EBT Churchill e Lewis (1983) 1) existência 2) sobrevivência 3) sucesso 4) decolagem 5) maturidade Roberts (1991) 1) início (start-up)

2) crescimento inicial 3) crescimento-sustentado Pavani (2003) 1) Concepção e criação

2) Startup

3) Estágio inicial

4) Crescimento e expansão 5) Maturidade

Fonte: Elaborado pelo autor

Quadro 14 – Tipologias de estratégias genéricas Autores Tipologias

Mintzberg (1988)

Diferenciação Preço; Imagem; Suporte; Qualidade; Design; não-diferenciação Escopo Não-segmentação; Segmentação; Nichos; Personalizadas Day (1990) Dimensões de posicionamento competitivo

Ênfase no valor para o cliente Ênfase nos custos

Ênfase no escopo de cobertura do mercado Porter (1998) Liderança no custo total

Liderança na diferenciação Enfoque

Fonte: Elaborado pelo Autor

Quadro 15 – Tipologias de formulação de estratégias

Autores Tipologias

Miles e Snow (1978) Prospectora; Analista; Reativa; Defensiva Quinn e Voyer (1980) Evolutivo; Intuitivo

Oliveira (1991)

Reativa: motivadas por situações ou problemas Proativa: motivadas pela busca do próprio gestor

Contigencial: criada para resolver o acaso, algo não previsto Mintzberg (2006) Empreendedor; Adaptativo; Planejado

Quadro 16 – Tipos de Ambientes

Autores Tipos de Ambientes

Duncan (1972) Simples-complexo Estático-dinâmico Child e Smith (1987) Ambiente Real

Ambiente Percebido Megginson (1998)

Ambiente interno Ambiente operacional Ambiente externo Fonte: Elaborado pelo Autor

Quadro 17 – Tipos de Recursos de Capacidades Autores Tipos de Recursos e Capacidades

Wenerfelt (1984) Recursos Tangíveis: estrutura física da empresa, produto, posição

geográfica;

Recursos Intangíveis: marca, tecnologia, recursos humanos

diferenciados.

Barney (1997) Recursos físicos: tecnologia em fábricas e equipamentos, localização

geográfica e acesso a matérias-primas;

Recursos humanos: treinamento, competências da equipe,

inteligência, networking dos gerentes e trabalhadores.

Recursos organizacionais: estrutura organizacional, planejamento, sistemas de controle.

Collis e

Montgomery (1995)

O foco está no potencial dos recursos. O empreendedor deve analisar o valor deles em cinco critérios: (1) imitabilidade, (2) durabilidade, (3) apropriação, (4) substituição e (5) superioridade competitiva.

Eisenhardt (2000) Capacidade dinâmica: O importante é a capacidade de acumular e

combinar os recursos em diferentes contextos, ou seja, a vantagem competitiva vem da capacidade da empresa em se modificar dinamicamente, de modo que todos os potenciais desses recursos sejam alcançados.