• Nenhum resultado encontrado

Para conceituar inovação, cinco autores e dois manuais foram revisados. Schumpeter (1982) cita que a inovação caracteriza-se pela abertura de um novo mercado. Para Drucker (1986), é a ação de atribuir novas capacidades aos recursos (pessoas e processos) existentes na empresa para gerar riqueza. Segundo o Manual de Oslo (1997), o conceito traduz a ideia de mudança nas organizações, de alguma forma, seja no seu estoque de ativos tangíveis ou intangíveis. De certa forma, os ativos intangíveis podem ser vistos como capacidades e competências que são agregadas por meio de processos de aprendizado. Como a inovação é multifacetada, um elemento- chave para ela é a organização.

Gundling (1999) descreve que inovação é uma nova idéia comercializada com sucesso, a qual produz resultados econômicos. Hamel (2000), por seu turno, entende que se trata de um processo estratégico de reinvenção contínua da própria organização e da criação de novos conceitos de empresas. Pelo Manual Frascati (2002), inovação é uma atividade ou produto que contém alguma novidade e uma resolução de incerteza científica e/ou tecnológica. Para Bateman e Snell (2009), é uma mudança na tecnologia, ou seja, uma modificação das formas anteriores de fazermos as coisas, podendo ser classificada em dois tipos: produtos ou processos. Estas são adaptações que modificam os métodos e produzem novos resultados, ao passo que aquelas são modificações nos resultados reais dos produtos e serviços.

Quadro 6 – Conceitos de inovação

Autores Tipologia

Schumpeter (1982) Inovação caracteriza-se pela abertura de um novo mercado Drucker (1986) Inovação é o ato de atribuir novas capacidades aos recursos

(pessoas e processos) existentes na empresa para gerar riqueza

Manual de Oslo (1997) A inovação é a mudança nas organizações, de alguma forma, seja no seu estoque de ativos tangíveis ou intangíveis.

Gundling (1999) Inovação é uma nova idéia comercializada com sucesso que produz resultados econômicos.

Hamel (2000) Inovação é um processo estratégico de reinvenção contínua da própria organização e da criação de novos conceitos de empresas.

Manual Frascati (2002) Inovação é uma atividade ou produto que contém alguma novidade e uma resolução de incerteza científica e / ou tecnológica.

Bateman e Snell (2009) Inovação é uma mudança na tecnologia, ou seja, uma modificação das formas anteriores de fazermos as coisas

Fonte: Elaborado pelo Autor

Ainda, para compreender inovação, Tidd, Bessant e Pavitt (1997) colocam que se faz necessário entender como funciona o seu processo. De acordo com os autores, o processo de inovação é algo de primeira importância na organização e está relacionado com a renovação e a evolução do negócio. Com ele, melhora-se o que a organização tem para oferecer e a forma como ela cria e entrega o que oferece. Dessa forma, infere- se que a inovação é uma atividade imprescindível e interligada com a sobrevivência e o crescimento das empresas.

Segundo o Manual de Oslo (1997), inovações Tecnológicas em Produtos e Processos (TPP) compreendem as implementações de produtos e processos tecnologicamente novos e substanciais melhorias tecnológicas em produtos e processos. Uma inovação TPP é considerada implantada se tiver sido colocada no mercado (inovação de produto) ou utilizada no processo de produção (inovação de processo). Além disso, envolve diversas atividades científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais.

Cada autor traz diferentes tipologias desse processo. Para Tidd, Bessant e Pavitt (1997), o processo de inovação é constituído de quatro importantes etapas:

1) Prospecte o ambiente (interno e externo) para identificar e criar estratégias relevantes para as ameaças e oportunidades relacionadas à mudança;

2) Decida com base em uma visão estratégica de como as organizações podem melhor se desenvolver;

3) Obtenha os recursos que possibilitem a resposta, criando algo novo por meio de pesquisa e desenvolvimento ou adquirindo algo externo por transferência de tecnologia;

4) Implemente o projeto desenvolvendo a tecnologia e o mercado interno ou externo para responder efetivamente.

Pelo Manual de Oslo (1997), o processo de inovação de uma empresa pode ser de três tipos:

1) bem-sucedidas em levar à implantação de um produto, serviço ou processo tecnologicamente novo ou devidamente aprimorado;

2) abortadas antes da implantação de um produto, serviço ou processo tecnologicamente novo ou aprimorado, pelo motivo de a idéia e o conhecimento serem vendidos ou trocados com outra empresa, ou por conta de o mercado ter se modificado;

3) correntes de trabalhos em andamento, que ainda não chegaram a ser implementados na organização.

Coombs e Tomlinson (1998) estudaram como ocorrem os esforços de inovação em organizações na Inglaterra. O trabalho mostrou a perspectiva das próprias organizações, sobre a maneira com que a inovação ocorreu e como elas estavam envolvidas. O objetivo foi conseguir identificar padrões de atividades inovadoras, com o ponto de partida na alocação de recursos e esforços em ações relacionadas à inovação de cada organização. Foram identificados três tipos, que os autores preferiram chamar de “estilos de inovação”. São eles:

1) Mudança Incremental de Processo: considerado como uma tendência em investir em redução de custos de processos, inovação de processos para melhorias da qualidade de produtos, melhorias no controle de processos, aumento na flexibilidade do processo, realização de reestruturação organizacional para encorajar a inovação, dentre outros.

2) Inovação Forte em Produto e Processo: colocado como uma tendência em investir em pesquisa e desenvolvimento de produtos, pesquisa e desenvolvimento de

processos, capital para inovação, pesquisas de mercado, treinamentos em geral, aquisição de licenciamentos, novos produtos baseados em nova tecnologia, dentre outros.

3) Inovação Incremental em Produto: destacado como uma tendência de investir em pequenas melhorias em produtos já existentes, novas variantes e / ou adaptações de produtos e processos existentes, novos produtos e serviços baseados em tecnologias existentes, dentre outros.

Segundo o Manual Frascati (2002), esse processo inovador possui três tipos de origem:

1) Pesquisa e desenvolvimento experimental: conhecido pela sigla P&D, compreende trabalho criativo, executado de forma sistemática para aumentar o estoque de conhecimento, inclusive o conhecimento sobre o homem, a cultura e a sociedade e o uso desse estoque de conhecimento para imaginar novas aplicações. De acordo com o manual, a construção e os ensaios de um protótipo é geralmente a fase mais importante do desenvolvimento experimental. Um protótipo é um modelo original (ou situação de ensaio), que inclui todas as características técnicas e desempenhos do novo produto ou processo. A aceitação de um protótipo, frequentemente, significa que a fase de desenvolvimento experimental está concluída e as demais fases do processo de inovação terão início.

2) Aquisição de tecnologia e conhecimento não incorporados: aquisição externa de tecnologia na forma de patentes, invenções não patenteadas, licenças, comunicações de conhecimento, marcas registradas, desenhos, padrões e serviços de computador ou outros serviços científicos e técnicos, relacionados com a implantação das inovações TPP, mais a aquisição de software em pacotes, que não estejam classificados em outra parte.

3) Aquisição de tecnologia incorporada: aquisição de maquinaria e equipamentos com desempenho tecnológico aprimorado (incluindo software integrado), ligada às inovações tecnológicas de produtos ou processos implantadas pela empresa.

Ainda conforme o Manual Frascati (2002), o critério base que permite diferenciar um produto ou serviço inovador de outras atividades afins é a existência de um “ID”, que o coloca como um produto que contém alguma novidade e uma resolução

de incerteza científica e/ou tecnológica. Esse ID deve aparecer toda vez que a resolução de um problema não é evidente para profissionais que tenham o conjunto básico de conhecimentos da área e conheçam as técnicas habitualmente utilizadas nesse setor.