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2.5 AMBIENTE ORGANIZACIONAL (CONTEXTO)

2.5.2 Recursos e Capacidades

Para Wenerfelt (1984), o ponto de partida da teoria dos recursos e competências é que toda a vantagem competitiva está, primeiramente, nos recursos e competências que a organização possui e, em segundo lugar, no posicionamento e ambiente externo em que elas se encontram. O autor destaca que as organizações são consideradas “feixes de recursos”, ou seja, são como conjuntos de capacidades e competências a serem desenvolvidas.

Barney (1997) enxerga esses recursos e capacidades como elementos de difícil imitação e substituição. Isso porque, segundo o autor, o conceito de recursos e capacidades não se restringe unicamente a bens tangíveis, mas também aos intangíveis. Muitas vezes, é possível copiar um produto, mas não se consegue aplicar a cultura organizacional nos serviços, como o concorrente faz.

Segundo Wenerfelt (1984), algumas ferramentas econômicas devem ser desenvolvidas a fim de analisar como ocorre a posição dos recursos e tentar compreender a relação das posições estratégicas com os diferenciais de cada empresa. O autor destaca a importância de conseguir mensurar o resultado da relação entre lucratividade e recursos empresariais.

Ainda, para Wenerfelt (1984), analisar a organização em termos de recursos pode gerar uma nova perspectiva sobre sua posição estratégica, diferente de uma análise por produto. Além disso, pode ajudar a identificar quais os tipos de recursos que geram maior rentabilidade. Segundo o autor, isso se faz necessário para auxiliar na escolha entre explorar ainda mais os recursos atuais da empresa ou adquirir novos recursos, sendo que essas aquisições podem ser vistas como compra de um “feixe” de recursos.

Para Barney (1991), pela abordagem RBV, os recursos são colocados de forma dispersa entre as organizações de determinado setor, como resposta aos diferentes percursos experimentados pelas empresas. Considerando que esses recursos sejam difíceis de adquirir ou substituir, nasce então o potencial para a criação de vantagens competitivas que poderão originar um desempenho organizacional superior e sustentável, até que as empresas concorrentes consigam um conjunto de recursos equivalentes ou superiores.

De acordo com Wenerfelt (1984), os recursos disponibilizados em uma organização podem ser classificados como recursos tangíveis ou intangíveis. Como exemplo de recursos intangíveis, tem-se marca, tecnologia, recursos humanos diferenciados. Segundo o autor, para que a empresa consiga se diferenciar das demais por meio de seus recursos, desenvolver situações em que os seus próprios recursos não consigam ser imitados pelos seus concorrentes. Algumas formas de fazer isso são: pelo processo produtivo existente na organização, fidelidade dos consumidores no produto ou serviço, experiência no processo produtivo, liderança tecnológica, dentre outros.

Segundo Barney (1991), na RBV os recursos e competências podem ser considerados os ativos, ou seja, todos os atributos, capacidades, conhecimentos e processos organizacionais são muito importantes para formular e implementar estratégias visando diferenciais competitivos. Segundo o autor, para que um recurso tenha um potencial suficiente para viabilizar vantagem competitiva sustentável, ele deve possuir os atributos a seguir: 1) ser valioso; 2) ser raro no mercado; 3) ser não- perfeitamente imitável; 4) sem substitutos equivalentes que sejam valiosos, mas não raros ou imitáveis, como pode ser visto na figura seguir:

Figura 3 – Relacionamentos que levam a Vantagem Competitiva Fonte: Barney (1991)

De acordo com Barney (1991), os recursos podem ser classificados como: recursos físicos; recursos humanos e recursos organizacionais. 1) Recursos físicos: tecnologia em fábricas e equipamentos, localização geográfica e acesso a matérias- primas. 2) Recursos humanos: treinamento, competências da equipe, inteligência, networking dos gerentes e trabalhadores. 3) Recursos organizacionais: estrutura organizacional, planejamentos (formal e informal), sistemas de controle, entre outros.

Para Collis e Montgomery (1995), a teoria dos recursos determina como esses recursos controlam, por meio de diversas análises internas e externas do contexto, a performance da organização. Aquela que melhor utiliza esses recursos, mais potencializa suas chances de sucesso. Para identificar o potencial dos recursos, o empreendedor deve analisar o valor deles em cinco critérios: (1) imitabilidade, (2) durabilidade, (3) apropriação, (4) substituição e (5) superioridade competitiva. Para cada um destes, os autores colocam como deve ser realizada a verificação. Constata-se a imitabilidade por: (a) unicidade física, (b) dependência de padrões, (c) ambiguidade causal e (d) limitação potencial de mercado.

Segundo Collis e Montgomery (1995), o teste de durabilidade verifica a performance ao longo do tempo. Já o da apropriação faz a medição de como esse recurso captura rentabilidade no mercado. Para substitutibilidade, observa-se se existe outro produto com a mesma finalidade. E, para o teste da superioridade competitiva, verifica-se qual é melhor para a organização. Os gestores da organização precisam formular as estratégias sempre com o foco em cada uma desses critérios.

Colocando o conceito de capacidades dinâmicas na própria visão de estratégia, direcionada pela RBV, Eisenhardt (2000) destaca que os recursos não são suficientes para gerar a vantagem competitiva sustentável para a organização. O mais importante,

segundo o autor, é a capacidade de acumular e combinar outros novos recursos em diferentes contextos com o objetivo de criar fontes extras de rendas. Em outras palavras, além de simplesmente possuir recursos raros, valiosos, insubstituíveis e inimitáveis, as organizações que almejam vantagem competitiva precisam se mostrar competentes para modificarem-se, dinamicamente, de forma que todos os potenciais desses recursos sejam alcançados.

Quadro 12 – Tipos de Recursos de Capacidades Autores Tipos de Recursos e Capacidades

Wenerfelt (1984) Recursos Tangíveis: estrutura física da empresa, produto, posição geográfica;

Recursos Intangíveis: marca, tecnologia, recursos humanos diferenciados.

Barney (1997) Recursos físicos: tecnologia em fábricas e equipamentos, localização geográfica e acesso a matérias-primas;

Recursos humanos: treinamento, competências da equipe, inteligência, networking dos gerentes e trabalhadores.

Recursos organizacionais: estrutura organizacional, planejamento, sistemas de controle.

Collis e

Montgomery (1995)

O foco está no potencial dos recursos. O empreendedor deve analisar o valor deles em cinco critérios: (1) imitabilidade, (2) durabilidade, (3) apropriação, (4) substituição e (5) superioridade competitiva.

Eisenhardt (2000) Capacidade dinâmica: O importante é a capacidade de acumular e combinar os recursos em diferentes contextos, ou seja, a vantagem competitiva vem da capacidade da empresa em se modificar dinamicamente, de modo que todos os potenciais desses recursos sejam alcançados.