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O termo “aquecimento global”, antes considerado um termo “técnico”, é tão usual na mídia que já foi naturalmente incorporado em nosso dia-a-dia, que nem se percebe mais como sendo de uso “exclusivo” de especialistas. Diversas são as definições encontradas. Vejamos algumas:

• Aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre (não só em uma área específica, mas em todo o planeta), e tem causado preocupações constantes na comunidade científica internacional em virtude dos danos catastróficos que pode vir a causar.

(Disponível em: <htpp://www.virtualastronomy.com>. Acesso em:

18 jul. 2007).

• O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão que apresenta como principal conseqüência o aumento da temperatura média superficial global que vem acontecendo nos últimos 150 anos. (Disponível em:

<http://www.terraazul.m214.net>. Acesso em: 18 jul. 2007).

O efeito estufa é o fenômeno natural pelo qual a energia emitida pelo sol (em forma de luz e radiação), é acumulada na superfície e na atmosfera terrestres, aumentando a temperatura do planeta (PEARCE, 2006). “De suma importância para a existência de diversas espécies biológicas, o efeito estufa acontece principalmente pela ação do dióxido de carbono (CO2), metano, óxido nitroso e vapor de água, que formam uma barreira contra a dissipação da energia solar” (FRANGETTO; GAZANI, 2002). O efeito estufa ocorre desde que surgiu a vida na terra. Por muito tempo, a quantidade de energia transmitida do Sol para a superfície da Terra era aproximadamente igual ao montante de energia irradiada de volta ao espaço na forma de radiação infravermelha. Entretanto, a temperatura da Terra é influenciada pela existência, densidade e composição da atmosfera. Aqui, alguns gases e vapor d’água absorvem radiação infravermelha e irradiam para a superfície da Terra, aprisionando o calor na baixa atmosfera. Quanto maior a concentração desses gases, maior será a quantidade de calor retida, aumentando o efeito estufa (FLAVIN, 1998).

Aparentemente estes gases (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso), deveriam ser altamente nocivos e prejudiciais em termos de aquecimento global, mas, na realidade, estes gases colaboram com o equilíbrio climático da terra, pois sem eles a temperatura média cairia para – 17 graus Celsius, tornando completamente inviável a sobrevivência de várias espécies animais e vegetais existentes no planeta. Este fenômeno é denominado “efeito estufa” (FRANGETTO;

GAZANI, 2002).

O efeito estufa, desde que mantido dentro de faixas delimitadas, é vital para a sobrevivência do planeta, porém, o grande problema é a ocorrência de um agravamento na emissão de gases, que desestabilize o equilíbrio energético do planeta, dando origem a um fenômeno denominado aquecimento global.

De acordo com diversos especialistas, houve um aumento de 0,6 graus Celsius na temperatura da superfície global no século 20. Caso não sejam tomadas rápidas medidas a previsão é de que, a Terra fique entre 1,4 e 5,8 graus mais quente até o fim do século XXI.

(Disponível em: <http://www.carbonobrasil.com.br>. Acesso em: 5 jan. 2007).

Estas alterações climáticas podem causar mudanças drásticas no regime de chuva mundial, aumentando de forma significativa o risco de aumento das áreas mundiais de deserto, ou, por outro lado, causar enchentes, vendavais e outros acidentes climáticos que o homem ainda não tem conhecimentos para combater. Os modelos de simulação em computador indicam que o aumento da concentração de gases CO2 na atmosfera terrestre produz um aumento na temperatura média da Terra. Esse aumento de temperatura (5,8 graus, em cem anos) produz mudanças no clima e no nível dos oceanos, que por sua vez, podem alterar os atuais padrões de uso da Terra e assentamentos humanos (DIAS, 2002). Prevê-se que, em 25 anos, 5,4 bilhões de pessoas, aproximadamente 90% da população da Terra, enfrentarão escassez de água. No Brasil, os estados nordestinos serão atingidos com rigor ainda mais acentuado e as áreas litorâneas estarão sujeitas a constante alagamentos. Na África, o Kilimanjaro, conhecido mundialmente como o monte das neves eternas, já perdeu 82% da sua cobertura de gelo desde 1912. Para se ter uma idéia da gravidade do problema, no início dos anos 1990, o mundo emitia cerca de 6 bilhões de toneladas de gás carbônico por ano. Atualmente, só os Estados Unidos emitem 1 bilhão de toneladas (DIAS, 2002). Toda esta problemática tem incentivado uma discussão mais intensa sobre os problemas ocorridos em função do efeito estufa e quais medidas podem ser tomadas para minimizar esses impactos.

Legget (1992) afirma que os principais requisitos para sobreviver à ameaça do efeito estufa estão ligados à eficiência energética, às formas renováveis de produção de energia, à suspensão imediata e total da produção de gases com substâncias nocivas, a uma agricultura com menos emprego intensivo de agrotóxicos, à sustação do desmatamento e ao reflorestamento.

Para Cooper (1998), a amenização do problema do aquecimento global por meio de uma ação coletiva formal não será tarefa fácil pelas seguintes questões:

primeiro, as mudanças climáticas decorrentes de um aumento na concentração de

gases poluentes é questão global, pois seja qual for o local em que tenham sido produzidos, esses gases acabam por se dispersar nas camadas superiores da atmosfera. Segundo, os benefícios resultantes da contenção das emissões de gases poluentes somente serão percebidos num futuro político muito distante, ao passo que os custos recairão no presente. A grande dispersão dos esperados benefícios futuros de uma ação coletiva no presente proporciona um incentivo para cada país apoiar verbalmente a ação coletiva. Por outro lado, não promove uma unidade em torno do problema a ser enfrentado.

Outro aspecto interessante diz respeito à ampla variedade de fontes emissoras de gases poluentes, tendo em destaque o consumo de combustíveis fósseis, as formas atuais de cultivo e a própria pecuária. Mudanças nestes segmentos resultariam alterações no comportamento de centenas de milhares de pessoas e não apenas na vontade política dos governantes.

Toda esta discussão demonstrou que apenas esforços individuais não conduziriam à questão do aquecimento global a efeitos práticos, que realmente pudessem estar alinhados com a questão do Desenvolvimento Sustentável e qualidade de vida para as gerações futuras. Em virtude de todas estas futuras ameaças à geração presente e também aos futuros habitantes do planeta, diversas mobilizações e reuniões começaram a surgir no cenário mundial, com o intuito de discutir alternativas para minimizar ou mesmo bloquear estes efeitos. Essas reuniões originaram o chamado Protocolo de Kyoto.

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