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CAPÍTULO I ENQUADRAMENTO GERAL

CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL, HISTÓRICA E CULTURAL – EMBU DAS ARTES

2.2 Inserção Regional

2.2.2 Aspectos geográficos do município de Embu das Artes

Dentre as várias formas de uso existem a agricultura, áreas urbanizadas, áreas com vegetação, parques, aterros sanitários, etc. Informações sobre a localização e distribuição destas funções no território são de grande importância para o planejamento do conjunto de serviços de infraestrutura.

No Embu, as formas de ocupação refletem o processo histórico de formação do município, apresentando variados padrões e formas. Refletem contextos sociais e econômicos, demonstram virtudes e defeitos, vislumbram cenários dinâmicos ou estagnados. Assim, pelo perfil do município, uma cidade integrante da região metropolitana, o uso das terras se faz predominantemente urbano. As habitações apresentam-se em variados padrões de construção, muitas vezes vizinhas de áreas que agregam plantas industriais, áreas de serviços e minérios, além de coexistência de fragmentos de formações vegetais, equipamentos urbanos (escolas, hospitais, cemitérios, parques, praças.), entre outras formas de utilização e ocupação das terras.

A realidade urbana e habitacional do município de Embu é marcada pela inserção de pouco mais da metade do seu território em área de proteção e recuperação dos mananciais da bacia hidrográfica da represa Guarapiranga, pelo processo de produção de espaços urbanos segundo padrões periféricos baseados em assentamentos precários e informais e pela sua inserção na Região Metropolitana de São Paulo.

A construção da rodovia Régis Bittencourt trouxe uma grande modificação no uso e ocupação de solo no município. Ela criou condições de acesso que favoreceram o desenvolvimento de atividades industriais nas suas áreas marginais. Mas ela também gerou problemas sérios às condições naturais de drenagem na sua área de influência. A rodovia corta longitudinalmente parte de área de várzea do Rio Embu-Mirim, passando a funcionar como se fosse uma barragem longitudinal ao rio. Com isto, o sistema natural de drenagem da margem direita do Ribeirão Ponte Alta (um dos formadores do Embu- Mirim) foi seccionado e foi construída uma série de intervenções para suprir às condições

naturais de drenagem. Estas passagens têm causado sérios problemas de inundação no entorno da Régis Bittencourt.

Outro fator que modificou a estrutura de ocupação do solo no município foi a construção do Rodoanel. As condições de acesso criadas por este vão incentivar a implantação de instalações vinculadas à área de logística no município. Ao lado do aspecto positivo de fomentar o crescimento da atividade econômica no município, por outro lado exigirá um planejamento do sistema viário local para suportar o aumento do fluxo de tráfego. Outro aspecto negativo, que de forma semelhante ao que ocorreu com a BR 116, o Rodoanel também seccionou a várzea do Rio Embu-Mirim em outro trecho o que provocará aumento nos índices de inundação.

A geomorfologia do Embu é caracterizada por morros, morrotes, planície e várzeas associada a uma rede hidrográfica composta de córregos e rios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Cotia-Guarapiranga, que pertence da Bacia do Alto Tietê10.

As colinas de São Paulo caracterizam-se basicamente por colinas e morrotes baixos que gradualmente evoluem para os morrotes alongados paralelos de grande abrangência na morraria do Embu que apresenta morrotes baixos e morrotes paralelos.

Importante pontuar que a cidade apresenta seu relevo em forma de montes, pois

uma das definições originaria do nome da cidade era M’Boy que quer dizer coisa um

agrupamento de montes.

Clima étipo “C” (koppen) subtropical ou mesotérmico de latitudes médias com chuvas abundantes no verão. Os ventos dominantes são de Sul e Sudeste. A altitude média, juntamente com ilhas de vegetação de Mata Atlântica são fatores que amenizam a temperatura, dando ao clima uma característica subtropical de altitude. A temperatura média anual é de 17,5°C.

Quanto à vegetação encontramos uma cobertura florestal composta por pequenos fragmentos isolados de Mata Atlântica, reflorestamentos de eucaliptos e pinus. Não há dados atuais disponíveis sobre a extensão destas áreas, sabe-se apenas que os proprietários particulares de 7,2% da extensão do município requerem isenção de IPTU por conservar a vegetação existente.

O crescimento urbano, a ocupação dos espaços não respeita os limites físicos impostos pelas bacias hidrográficas. Áreas de encostas, as várzeas, os leitos de cursos d’água e demais componentes do sistema hidrográfico são comumente alteradas em suas características físicas e biológicas pela ação humana com a implantação de construções, retirada de vegetações, impermeabilização de áreas entre outros.

O processo de ocupação humana do município se deu sem um modelo de planejamento e ordenamento territorial, e como resultado, tem-se hoje um quadro preocupante quanto às formas e às consequências decorrentes da ocupação ocorrida. A ocupação provocou uma série de modificações aos ecossistemas. Tais transformações expressas quase sempre em impactos negativos podem ser percebidas por meio da redução da cobertura vegetal, do aumento das áreas impermeabilizadas, pela presença de processos erosivos, pelo assoreamento e contaminação dos cursos d’água11.

O conhecimento das características de topografia, geologia, hidrologia e clima são fundamental para que se estabeleça o planejamento do uso e ocupação do solo de forma segura e racional, buscando um melhor aproveitamento dos recursos naturais e respeitando as fragilidades do meio. Um solo sem árvores é facilmente carregado junto ao lixo depositado nas margens dos córregos, gerando um processo contínuo de assoreamento e redução da capacidade de vazão dos cursos d’água.