• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO I ENQUADRAMENTO GERAL

QUADRO METODOLÓGICO

4.4 O contexto da pesquisa

4.4.7. Cultura Popular Tradicional

Folia de Reis é um festejo de origem portuguesa ligada às comemorações do culto católico do Natal, trazido para o Brasil ainda nos primórdios da formação da identidade cultural brasileira, e que ainda na atualidade se mantém vivo nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país. Em Embu das Artes é tradição os moradores vizinhos saírem nas sacadas de suas casas para assistir ao cortejo da Folia e a cantoria pedindo licença para entrar na casa. Os foliões abençoam uma mesa de comidas e frutas, saudando a chegada do menino Deus e pedem um ano de abundância para todos. A Folia de Reis do Jardim Santa Clara foi fundada em 1982, pelo falecido Sílvio Albano da Silva. Nos dias atuais, ela é comandada por sua filha, Débora, juntamente a outros membros da família e amigos do bairro de Embu das Artes.

Festa de Santa Cruz - é um evento tradicional do folclore paulista relacionado aos festejos iniciados pelos padres jesuítas, cuja simplicidade e riqueza artística remontam à sua origem a partir do século XVII, tornando-se assim, uma das mais importantes festas do Estado de São Paulo. Embu das Artes cresceu sob a égide de Santa Cruz, anos após 1554, data provável da fundação da aldeia de M'Boy. Em 1624, Fernão Dias e Catarina Camacha, sua esposa exigiu, como condição para doar parte de suas terras aos jesuítas da Companhia de Jesus, que fosse instituída a devoção a Nossa Senhora do Rosário e a adoração à Santa Cruz. Desde então a tradição se mantém viva através das famílias que transmitem este conhecimento e fé de geração em geração.

Danças Tradicionais Paulistas e Brasileiras - No Embu das Artes algumas famílias mantêm núcleos que trabalham danças folclóricas paulistas e brasileiras, como o jongo, a dança de lenço paulista, a dança do mineiro-pau, a dança do cafezal e o trança fitas. Os trabalhos destes grupos apontam a necessidade de desenvolvimento e preservação destas danças enquanto manifestações transmitidas para a comunidade através da oralidade.

Violeiros - A tradição caipira paulista tem nos violeiros uma das suas maiores expressões. Em Embu das Artes, que cultiva e mantêm diversas manifestações locais características e históricas, os violeiros se organizam agregados a grupos que desenvolvem a Folia de Reis, a Adoração à Santa Cruz, ou através da Sociedade Amigos Violeiros de Embu, uma entidade fundada em 1998 que desenvolve intenso trabalho de preservação da música caipira de raiz.

utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças, adaptando a um tipo de luta. Esta prática além de aliviar o estresse do trabalho e exercitar o corpo, mantinha viva a cultura original africana e escondia sob o manto de uma dança inocente, uma forma de arte marcial usada na defesa pessoal. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta. Hoje, a capoeira é considerada um esporte brasileiro, porém com um grande conteúdo cultural e humano. Na cidade de Embu das Artes, a prática da capoeira já é uma tradição, muitas academias e instituições realizam cursos junto à comunidade. Nos anos 1970 e 1980 Embu sediou grandes eventos internacionais dedicados à prática da Capoeira.

Cultura Negra - O Teatro Popular Solano Trindade desenvolve estudos e práticas de manifestações artísticas como o Maracatu, o Mulungu, a Dança do Bumbo, Capoeira de Angola, Coco de Alagoas e Pernambuco, Lundu Colonial, Samba de Roda, Samba Lenço Rural Paulista e Cafezal Paulista.

Cultura Nordestina - A tradição do nordeste e sua rica cultura manifestam-se de forma intensa dentro da comunidade. A música, as danças, a literatura, a culinária, as festas e costumes do nordeste, mais do que práticas culturais, representam o elo desta população com suas origens. A população nordestina espalha-se por vários bairros de todas as regiões do município, o que evidencia a necessidade de desenvolvimento da cultura nordestina em todas as suas manifestações.

Cultura Indígena - Na região central da cidade de Embu das Artes está instalado o C.I.C.I. - Centro de Informação da Cultura Indígena, uma Associação sem fins lucrativos que, em abril de 2005, inaugura o Museu do Índio com um patrimônio de mais de 600 peças da arte indígena, de uso ritualístico e cotidiano. O Museu conta com aproximadamente 350m² de área total e se constitui em um dos maiores e mais diversos acervos deste tipo existentes no Estado de São Paulo. O CICI, em função da Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que rege a política nacional de educação, atribuindo incumbências nos âmbitos municipais e estaduais, no sentido de tornar obrigatório o ensino da História do Brasil e das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro criaram em parceria com o Governo Municipal e UNIFESP, o Programa Educacional da Cultura Indígena –PECI, um curso de capacitação para educadores com um rico conteúdo teórico e vivencial.

1920. Logo, centenas de imigrantes foram trazidas pela Companhia de Imigração Japonesa (Kaiko). Hoje em dia, vivem na Cidade de Embu das Artes e região mais de 300 famílias japonesas que tiveram papel fundamental na formação econômica, política e cultural do município.

Blocos Carnavalescos - No município existem 08 (oito) blocos carnavalescos de comunidades distintas, que tradicionalmente desfilam no carnaval da cidade em eventos no centro da cidade e no Bairro Jardim Santa Tereza. Todo ano esses grupos se esmeram para participar do carnaval da cidade e invariavelmente padecem com a falta de recursos para o desenvolvimento de suas fantasias, alegorias e nas baterias que carecem de instrumentos.