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Associação e Cooperativa de Produtores

No documento Download/Open (páginas 98-101)

As associações e cooperativas são novas formas de organizações que oferece subsídios ao desenvolvimento da cadeia por meio de fortalecimento dos agentes a montante, principalmente aqueles ligados diretamente com a produção agrícola. São formas de organização fortemente incentivado nas últimas décadas para reduzir gargalos nas diferentes etapas da cadeia e, principalmente no campo e na indústria

Nas duas últimas décadas, tem-se verificado notável crescimento da criação e implementação de associações e cooperativas de produtores agrícolas, como estratégia competitiva de mercado, considerando suas limitações individuais face às exigências e oportunidades que se fazem presentes nos mercados (LANDINI, 2015). O associativismo no meio rural advém de uma iniciativa que envolve dois ou mais indivíduos por incentivo do governo, setor privado, ONGs ou sociedade civil, como forma de criar mecanismos de inclusão (dar oportunidades), para que pequenos produtores familiares pudessem participar e criar valor aos seus produtos e acessar mercados mais competitivos, porém, lucrativos. Por meio de associação, tanto a produção quanto a comercialização tornam-se mais eficientes e rentáveis, uma vez que, o que se busca é o bem comum (MAPA, 2016).

O cooperativismo é a junção de pessoas, entidades ou propriedades em busca de traçar planos, estratégias e metas que visam satisfazer os interesses em comum. A cooperativa vem assumindo papel de uma entidade forte e capaz de fazer frente às grandes propriedades produtivas, os intermediários ou corretores, no campo e na indústria (PESSOA; LEITE, 2015; ZILBERSZTAJN, 2017).

O termo cooperativo emergiu durante o período de transição do séc. XVIII para o séc. XIX. Essa época era marcada pela expansão da revolução industrial (crescente uso das máquinas) no mundo e exploração massiva da mão de obra escrava e consequente enriquecimento de uma minoria empreendedora sobre a classe operária (SCHMIDT, 2010).

Contudo, vale ressaltar que a cooperativa segundo Ferreira (2001), é um estágio além da associação, apesar de ambos procurarem alcançar melhores resultados globais para seus membros individuais. Diferentemente da associação, a

cooperativa é uma organização mais estruturada e com no mínimo de vinte (20) membros. É uma entidade que por meio de esforços coletivos, é dotado de condições capazes de proporcionar melhores resultados produtivos (qualidade e quantidade de produção), comerciais e maior aporte financeiro para melhorias necessárias dentro da cadeia. De acordo com seus estatutos e estrutura administrativa, diferentemente das associações, as cooperativas atuam como uma instituição indutora de governança coorporativa junto a área geográfica em que se encontram, como para a cadeia em geral (BATALHA, 2015).

As cooperativas de agricultores, têm como objetivo, ajudar na melhoria da qualidade e produtividade no campo (produção de matéria prima ou produtos primários) e na indústria, como também de aumentar os ganhos dos produtores e consequentemente seus poderes negociais (LIMA; WILKINSON, 2002).

Também, elas funcionam como canal de disseminação de novos conhecimentos tecnológicos para o setor que representam. Por apresentarem uma estrutura administrativa organizada, também, conseguem por meio de seus projetos desenvolvidos de acordo com as necessidades, interesses e prioridades dos membros e da comunidade local, captar financiamento ou obter créditos de médio e longo prazo para execução de suas atividades (BATALHA, 2015; PESSOA; LEITE, 2015; ZYLBERSTAJN, 2017).

Munidas da autonomia financeira, as cooperativas atuam em diferentes frentes da cadeia produtiva de caju, isto é, na produção e exportação in natura, no beneficiamento local de castanha e seus derivados. Em contrapartida, o governo pode isentá-las parcial ou totalmente, de muitos tributos a recolher (BATALHA, 2015).

Assim, o associativismo e cooperativismo, são ações coletivas que contribuem com a promoção do desenvolvimento ou crescimento de cada indivíduo (agente) que nele participa, seja ela de forma empresarial, regional e nacional. Eles atuam na viabilização dos investimentos, planos e estratégias de políticas destinadas para a comunidade ou setor agropecuário (FERREIRA, 2001).

Cooperar, constitui um dos escassos pontos de convergência entre os interesses do Estado, organizações tradicionais de fomento/apoio e os próprios agricultores (BLUM, 1999).

De acordo com Blum (1999), com vistas a resolver os problemas do âmbito técnico e econômico relativos a terra, agregação de valor ao produto,

comercialização, produtividade, crédito entre outros, o fomento de associações ou cooperativismo é imprescindível. As duas organizações, e principalmente cooperativas, consegue fortalecer os agentes membros, superando desafios e suas limitações técnicas e econômicas através da cooperação, unindo competências centrais, know how e outros conhecimentos e recursos específicos de cada um dos membros.

As associações e cooperativas podem imprimir melhorias no processo produtivo, nas vendas, nos preços, na qualidade do produto e serviços, na tecnologia, no melhoramento genético, capacitação dos produtores e os demais agentes entre outros, com vistas a superar desafios internos e externos com o qual as cadeias produtivas agropecuárias deparam (BRITO, 2001; CODATO; JUNIOR; LOBO, 2015; EMBRAPA, 2003; PARREIRAS, 2007; SCHMIDT, 2010).

Também, nesta mesma ótica, Codato; Junior; Lobo, (2015), afirmam que a formalização ou a legalização da associação ou cooperativa, oferece condições de fácil aquisição de insumos (máquinas, equipamentos, defensivos, fertilizantes entre outros), concessão de linhas crédito de médio e longo prazo etc.

Por outro lado, Landini, (2015), advoga que o individualismo caracterizado pela falta de cooperação e associativismo, pode acarretar as mais diversas perdas para os agricultores e os demais elos da cadeia, entre eles, a impossibilidade de acessar mercados mais rentáveis por possuírem produtos de baixa qualidade, volumes menores individualmente, garantir matéria prima de qualidade, incapacidade de negociação, etc.

Atualmente, embora que se possa constatar a evidente expansão de cooperativas e associações em todo o mundo, atuando no âmbito público e privado, em defesa dos trabalhadores operários no meio urbano como também dos produtores no meio rural, existe ainda muita resistência de sua criação e implementação. Isso se deve aos mais diversos motivos como: falta de estruturas de governança (contratos) eficiente, que estabelece o papel de cada um dentro do sistema produtivo como forma de lidar com custos de transação, oportunismo e racionalidade limitada dos agentes, que pode afetar o desempenho da cadeia como um todo (CODATO; JUNIOR; LOBO, 2015; FERREIRA, 2001; ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000).

Ou seja, por outro lado a falta de confiança se faz sentir durante a relação de transação. Dessa forma, de acordo com Landini, (2015), cooperar se traduz em

depender de outrem em busca de seus objetivos e que isso sempre envolve riscos e incertezas. Porém, quando se trata de agricultores o risco não é de investimentos financeiros e sim do comprometimento da satisfação das necessidades básicas, superado esses problemas, pode ocorrer o rápido crescimento do empreendimento coletivo e sobrevivência da sociedade agrícola e urbana (BLUM, 1999).

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