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Formação

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5.7 Fatores Internos do modelo

5.7.1 Formação

No entanto, a esse respeito, de acordo com os documentos analisados foi constatado baixo índice de formação da população guineense e principalmente a residente nas áreas rurais, constituindo assim, um fator negativo para o desenvolvimento e sustentabilidade dos negócios e das cadeias produtivas agrícolas como a de cajucultura. Por outro lado, as escolas do ensino básico, médio e fundamental, como também centros, faculdades de formação técnica e superior, não oferecem cursos e/ou disciplinas voltadas para agronomia, negócios agrícolas em suas grades curriculares.

Conforme os levantamentos realizados por meio das entrevistas com os dirigentes e agricultores/proprietários das propriedades de caju, foi possível verificar e validar a realidade de formação da mão de obra no campo e na indústria. Foram entrevistados onze (11) dirigentes e 119 agricultores. Todos os onze (11) dirigentes tinham formação no nível de mestrado. Por outro lado, dos 119

agricultores/proprietários entrevistados, 110 são analfabetos, cinco (5) possuem formação básica e 4 com formação superior. Assim, os quadros 16 e 17 que se seguem, mostram o perfil dos dirigentes e agricultores em relação a educação/formação e faixa etária.

Quadro 16: Perfil dos responsáveis público e privado do setor de caju da Guiné-Bissau em relação a idade e nível de escolaridade.

Nível de Escolaridade

Frequência %

Básica (primário, secundário e médio) 0 0%

Formação Técnica/Especialização 0 0%

Formação Superior/Mestrado 11 100%

Formação Superior/Doutorado 0 0%

Ambos 0 0%

Idade

Menor que 25 anos 0 0%

Entre 25 e 35 anos 0 0%

Entre 35 e 45 anos 1 9%

Entre 45 e 55 anos 7 64%

Maior que 55 anos 3 27%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Quadro 17: Perfil dos agricultores da castanha de caju da Guiné-Bissau, em relação a idade e nível de escolaridade.

Educação/Nível de Escolaridade

Frequência %

Analfabeto 110 92%

Básica (primário, secundário e médio) 5 4%

Formação Técnica/Especialização 0 0%

Formação Superior/Mestrado 4 3%

Formação Superior/Doutorado 0 0%

Idade

Menor que 25 anos 0 0%

Entre 25 e 35 anos 0 0%

Entre 35 e 45 anos 0 0%

Entre 45 e 55 anos 4 3%

Maior que 55 anos 115 97%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Os quadros 16 e 17 mostram perfil dos dois grupos entrevistados em relação a idade e escolaridade. Foi possível perceber o alto grau de escolaridade dos dirigentes, enquanto que os agricultores são em sua maioria (92%), analfabetos. Em relação a idade também os dirigentes se mostram relativamente mais jovens com a maioria (47%) estando entre 45 a 55 anos, enquanto que 97% dos produtores entrevistados figuram entre maiores que 55.

Dos entrevistados, a maioria (91%) dos dirigentes acham educação/formação uma variável importante no desempenho de todos os elos da cadeia. O quadro 18, que se segue irá mostrar o grau de importância dada a educação/formação no desempenho de atividades produtivas da castanha de caju, na opinião dos dirigentes públicos e privados do setor de caju em geral.

Quadro 18: Grau de importância atribuída a educação pelos dirigentes no desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva de castanha de caju no campo e na indústria.

Grau de importância atribuída ao nível de escolaridade dos produtores no aumento da produtividade no campo, qualidade da castanha e na profissionalização da atividade rural

de caju

Frequência %

Muito 10 91%

Razoável 1 9%

Nenhum 0 0%

Grau de Importância atribuída ao nível de escolaridade dos agentes no desempenho do segmento industrial do setor de caju

Frequência %

Muito 10 91%

Razoável 1 9%

Nenhum 0 0%

Grau de Importância atribuída à nível de escolaridade dos produtores para tomada de decisões Comercial

Frequência %

Muito 11 100%

Razoável 0 0%

Nenhum 0 0%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

O quadro 18 mostra que na opinião dos dirigentes do setor de caju da Guiné- Bissau, a educação/formação pode fazer muita diferença tanto na produção no campo em relação a produtividade e qualidade da matéria prima, na negociação de CCC, como também, no beneficiamento e comercialização de ACC. Conforme um dos dirigentes (DRG5):

Existe uma relação positiva entre nível de formação dos produtores de caju com seus desempenhos produtivos e rentabilidade econômico. Eles têm dificuldade de assimilar qualquer conhecimento, formação e informação devido a seus baixos níveis de educação básica (alfabetização), porque a maioria deles (produtores) é analfabeta. Ganham pouco por não terem conhecimentos de gestão financeira e de negociação com os compradores intermediários. Hoje, tudo tem que ser feito na base da ciência, ter conhecimento de domínio do ―como fazer‖. Vale lembrar que a educação influencia o desempenho e dinâmica de qualquer setor social e econômico. A própria sustentabilidade das cooperativas requer a educação em primeiro lugar. Há portando, uma hierarquia ali, pois antes de criar cooperativa deve haver pessoas qualificadas/preparadas em termos de educação de base,

conhecimentos técnicos e de gestão em cada região, vila ou sector. Existe uma relação positiva entre o nível de formação de população de uma determinada região com o desempenho sustentável ou não de sua atividade econômica. Quanto melhor educação e nível de formação, maior será o desempenho produtivo e valor agregado ao produto. No caso da Guiné- Bissau, o nível de educação básica e de formação profissional no campo, afeta fortemente os resultados alcançados tanto na produção, como nos ganhos econômicos com a comercialização in natura. Mas, é preciso forjar uma educação ligada ao desenvolvimento. Se quisermos finalmente olhar e aderir definitivamente o estágio de processamento, precisamos garantir estrutura adequada para isso, para que ela possa ser uma atividade sustentável.19

Conforme as constatações do DRG5, se pode perceber que o nível de formação dos agentes pode impactar no desempenho dos mesmos por diferentes formas, como capacidade de organização e gestão da propriedade, na produtividade, qualidade, retornos monetários e consequentemente na credibilidade e competitividade da cadeia como um todo.

O grau de instrução tem sido considerado um fator chave que influencia outros elementos importantes para o desenvolvimento da cadeia, inclusive a pesquisa e inovação e sua efetividade. Na opinião do vice-presidente da câmara de comercio indústria, agricultura e serviços (CCIAS) (DRG6):

A educação básica é a chave para interface do agricultor com novas tecnologias e conhecimentos de negócios agrários. Não temos estruturas de desenvolvimento de novos conhecimentos nas áreas de pesquisa e inovação, pois em primeiro lugar temos educação básica precária, onde 50% da população da zona urbana é analfabeta e no campo esse indicador sobe para mais de 95%. Antes de ter centros de pesquisa e novação, é preciso primeiro garantir estruturas de base capazes de receber as tecnologias novas. A chave para isso, é apostando na educação de base no campo, treinamento, capacitação e formação.20

Assim, pode-se concluir que o nível de instrução básica é uma condição ―sin equa non” para a operação sustentável das entidades de fomento principalmente as que têm como propósito, desenvolver novas tecnologias a serem disseminados no campo para melhoria dos processos de produção e comercialização. Portanto, é possível perceber a visão comum dos dirigentes entrevistados sobre a importância da educação para desenvolvimento da produção, de qualidade e comercialização no campo e na indústria.

19

Entrevista concedida pelo presidente da ANIN-GB (DRG5). Entrevista IX [09 de Janeiro de 2017]. Entrevistador: Alfa I. S. Samate. Bissau, 2017. Arquivo IX mp3. 1:17.39 minutos 22,6 MB.

20

Entrevista concedida pelo presidente da CCIAS (DRG6). Entrevista VII [09 de Janeiro de 2017]. Entrevistador: Alfa I. S. Samate. Bissau, 2017. Arquivo VII mp3. 32:43 minutos 74,5 MB.

Contudo, essa visão se contrasta com o ponto de vista da maioria dos agricultores, pois eles deram pouca importância (valor) a educação no desempenho de suas atividades produtivas (resultados no cultivo). O quadro 19, que se segue, traz o grau de importância atribuída a grau de formação na atividade produtiva e comercial de CCC, pelos produtores.

Quadro 19: Importância atribuída a educação/formação no desempenho produtivo e comercial no campo, pelos agricultores de CCC.

Grau de importância atribuída ao nível de escolaridade no aumento da produtividade no campo, qualidade da castanha e na profissionalização da atividade rural de caju

Frequência %

Muito 4 3%

Razoável 10 8%

Nenhum 105 89%

Grau de Importância atribuída ao nível de escolaridade dos produtores para tomada de decisões Comerciais

Frequência %

Muito 119 100%

Razoável 0 0%

Nenhum 0 0%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

O quadro 19 reflete a pouca importância dada pelos agricultores para atividades produtivas como produtividade e qualidade da castanha de caju, fato que pode também estar relacionado com o baixo grau de instrução dos mesmos. Conforme o AGTR4, grau de formação não impacta o desempenho no campo. Na opinião dele:

O grau de formação dos agricultores não constitui nenhum problema no desempenho e desenvolvimento da cadeia produtiva da castanha de caju, pois ele (produtor) não precisa de especialização. Ele apenas precisa de orientação e acompanhamento em suas atividades. Assistência técnica e de gestão são fatores determinantes para o desempenho da cadeia. São elas que devem ser reforçadas. Nunca se pode tirar o produtor de um nível básico para o grau avançado de escolaridade. Não se busca fazer isso, e acredito que esse não é o propósito de nenhuma entidade de fomento. Eles (agricultores) só precisam de capacitação/atualização e treinamentos, diante de novos conhecimentos e pacotes tecnológicos. Tais pacotes tecnológicos, no entanto, devem ser acessíveis e assimiláveis dentro do contexto socioeconômico do público alvo. Em toda parte do mundo, os agricultores não têm escola ou nível avançado de formação além do básico. Mas, eles reforçam suas capacidades através de associações, cooperativas e outras formas de organização.21

21

Entrevista concedida pelo cajucultor (AGTR4). Entrevista X [14 de Janeiro de 2017]. Entrevistador: Alfa I. S. Bolama/Bijagós. Bissau, 2017. Arquivo X mp3, 11:15 minutos - 10,1 MB.

O discurso acima deu pouca relevância ao nível de formação dos agricultores, dando assim ênfase ao papel importante e responsabilidade que as entidades de fomento que atuam na assistência técnica e gerencial, P&D, e na disseminação de novos pacotes tecnológicos, exercem num cenário como esse em que o grau de instrução dos agricultores é baixo. Embora essa visão tenta justificar e reportar a voz da maioria dos agricultores, ela contrasta com o ponto de vista dos dirigentes que acreditam que o trabalho deve acontecer de baixo para cima e não o contrário, isto é, de os agricultores terem ao menos a formação básica. Mas, considerando que esse não é o foco dessa seção, não nos vamos alongar nessa discussão. Contudo, vale referir que ele é um dos quatro (4) agricultores entrevistados que possuem o nível superior.

Ainda de acordo com o quadro 30, embora a maioria dos agricultores não darem muita importância a educação/formação para suas atividades produtivas no campo, eles acham que o grau de formação seria mais útil na atividade comercial, pois todos os 119 (100%) respondentes consideraram essa opção muito importante. Isso pode ter muito a ver com a falta de poder negocial que os agricultores alegaram enfrentarem de forma permanente ao longo dos anos e uma consequente perda de ganhos durante as transações com os intermediários.

Por outro lado, os quatro agricultores que consideraram grau de educação ou formação de ―muito importante‖ acham que ela é um instrumento capaz de influenciar o desempenho de toda a cadeia produtiva de caju. Segundo eles, a formação afeta a produtividade no campo, a qualidade, os ganhos dos agricultores e demais agentes, a interface com novos pacotes tecnológicos e consequente sustentabilidade dos negócios no campo, na indústria, como também das atividades de entidades de fomento. De acordo com agricultor (AGTR8) e também topógrafo e técnico do ministério da agricultura:

Se o produtor tivesse a noção básica do nível de instrução de A a Z, saberia de quase tudo que envolve sua atividade, as vantagens e desvantagens de suas práticas no processo produtivo, armazenagem e comercialização. Mas, por conta de falta de formação, eles acreditam em tudo que os compradores os dizem. Os compradores chegam muitas vezes com a intenção de enganá-los e tirar vantagem. Às vezes, levam ao campo sacos de arroz estragado ou podre para fazer a troca (escambo) com a castanha junto aos produtores. São produtos que ao consumi-los podem provocar doenças e

para agricultor que já pratica muitas atividades braçais no campo, isso acaba diminuindo a sua longevidade.22

Assim como alguns dirigentes/gestores entrevistados, o grau de formação dos agentes produtores, é igualmente associado a produtividade no capo e à renda por alguns agricultores. Na opinião de um deles, o nível de formação do agricultor e de gestão das propriedades rurais de caju, impactam fortemente na produção e capacidade de auferir renda/ganho maior. Segundo o agricultor de caju da região sul do país (AGTR1):

Nossa população no campo é mais de 95% analfabeto e cerca de 100% semianalfabeto. Se olharmos o nosso processo produtivo, o espaçamento dos nossos pomares de caju comparado ao mundo fora como o Brasil, o rendimento é inferior nesse aspecto, isso tem muito a ver com o baixo grau de formação dos agricultores. Por outro lado, o grau de educação tem uma forte relação com a renda. O agricultor é o mais penalizado na cadeia e isso tem fortemente a ver com sua baixa formação, falta de assistência técnica e de gestão. O produtor é penalizado principalmente em relação ao preço, pois cultiva seu campo, às vezes o mantém sem ter noção de seus gastos. Ao produzir e colher, na hora de vender não sabe se pode estar perdendo ou ganhando quando o preço é X, pois ele está apenas olhando para seu produto final, mas não consegue visualizar os custos de todo o processo de geração do referido produto. Ele não considera, seus esforços e de outros familiares e amigos que ajudam nas operações produtivas no campo, como custos de mão de obra. Isso talvez é porque tudo é na base de relação familiar e informalidade principalmente.23

Desta forma pode-se perceber que a rentabilidade no campo em termos de produtividade, qualidade e renda, pode ser afetado tanto pelo nível de formação dos agentes, como pela ausência de práticas de assistência técnica e gerencial no campo do ponto de vista do senhor Costa. O desempenho de cada agricultor pode também, estar relacionado diretamente à sua renda, pois esta é capaz de lhe proporcionar maior poder negocial e consequentemente melhores retornos. No entanto, vale destacar que além de agricultor de caju, o entrevistado é também diretor de um projeto do banco mundial para fortalecimento do setor privado e em especial o de castanha de caju e derivados. Diante disso, na opinião do AGTR5:

A formação básica é alicerce para tudo. Ela assume na minha opinião o grau importantíssimo no desempenho do setor de caju, pois o ser humano

22

Entrevista concedida pelo agricultor (AGTR8). Entrevista XI [15 de Janeiro de 2017]. Entrevistador: Alfa I. S. Samat. Safim, 2017. Arquivo XI mp3. 34:48 minutos - 33,4 MB.

23

Entrevista concedida pelo agricultor (AGTR1). Entrevista XII [12 de Janeiro de 2017]. Entrevistador: Alfa I. S. Samate. Bissau, 2017. Arquivo XII mp3. 1:18:18 minutos - 75,2 MB.

sem educação e algum nível de formação, é igual ao animal. Sem a educação é difícil fazer corretamente nenhuma das atividades científicas de cultivo, armazenagem e comercialização. Tinha aqui no país um projeto chamado TIPS, durante o trabalho de capacitação, formação e treinamento técnico, era necessário descer muito o nível para com a comunidade local de produtores de castanha de caju. Era necessário fazer desenhos ilustrativos no papel para que eles possam entender que o espaço/chão deve permanecer limpa, e que é preciso fazer a poda para que as copas possam produzir mais, armazenar corretamente para evitar que a castanha estrague ou apodrece. A educação, no entanto, é indispensável para o nosso avanço e de qualquer negócio.24

Conforme a fala dele, podemos constatar que a formação influi na interface do beneficiário com os pacotes tecnológicos que lhe é ofertado. Isto é, torna-se mais custoso em relação ao tempo e dinheiro formar e treinar uma pessoa com baixo ou sem nenhum grau de instrução.

Finalmente, em relação os dois quadros, dos onze (11) dirigentes entrevistados, 10 (91%), consideram a educação e/ou formação, muito importante para o desenvolvimento da cadeia de caju (no campo, na indústria e comercialização), enquanto que para 105 (88%) agricultores, o grau de formação não possui nenhuma importância para melhoria de suas atividades produtivas e comerciais, 10 (8%) deram importância razoável a essa variável e 4 (3%) consideram importante a educação/formação no desenvolvimento da cadeia de caju tanto na produção primária no campo, no comércio, como também em todos os estágios da industrialização (beneficiamento) da castanha de caju.

Ainda no que tange a educação/formação, na indústria de beneficiamento de castanha de caju e derivados, segundo os dirigentes/gestores públicos e privados entrevistados, toda mão de obra especializada necessário na operação de atividades complexas nas fábricas, em nível de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e gerencial, é importada. Apenas os funcionários que operam no nível tático/intermediário e no chão da fábrica, são contratados internamente. Segundo o DRG8 (diretor geral do centro de promoção de caju CPC, e especialista indústria):

A falta da mão de obra qualificada especializada e técnica não é um problema para nossas indústrias/fábricas de beneficiamento de castanha de caju e derivados, pois elas têm sido devidamente alocadas nas atividades complexas que exigem tais profissionais especialistas, contudo são caras de contratar e manter, pois são todas importadas a um custo elevado (são contratados para serem pagos em dólar), uma vez que não existem no país.

24

Entrevista concedida pelo agricultor (AGTR5). Entrevista I [14 de Janeiro de 2017]. Entrevistador: Alfa I. S. Samate. Fulacunda/Kubussek, 2017. Arquivo XIII mp3. 14:18 minutos 13,2 MB.

Apenas para atividades mais simples é que são contratados aqui no país os empregados alfabetizados, semianalfabetos e analfabetos.25

Desta forma estrutura da mão de obra empregada na indústria pose ser compreendida conforme o quadro 20 a seguir.

Quadro 20: Mão de obra empregada na indústria em relação às atividades e sua origem, conforme o presidente do CPC.

Mão de Obra Atividades Origem da mão de

Obra Técnico e Especializado Complexas (gestão, pesquisa cientifica,

vendas)

Importada do exterior Alfabetizada ou

formação básica

Simples do chão da fábrica Recrutada internamente Semianalfabeta Simples do chão da fábrica Recrutada

internamente Analfabeta Simples do chão da fábrica Recrutada

internamente

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Assim, pode-se concluir que para o contexto da produção no campo, o baixo grau de formação dos agricultores na concepção de Ilha; Lima (1989) Ney; Hoffman (2009); Batalha (2015), é capaz de impactar negativamente no desempenho não somente no campo, como também do setor industrial. Pois, com os camponeses instruídos e motivados eles tendem a adotar boas práticas no cultivo, capaz de aumentar a produtividade e qualidade da CCC e tornar acessível a matéria-prima para indústria e os exportadores in natura em quantidade suficiente e preço competitivo. O baixo nível de instrução, também, pode levar os agricultores a auferirem retornos menores com a venda de castanha, podendo assim desmotiva- los na busca de melhorar os processos produtivos.

Assim, é imperativo reforçar a capacitação dos agricultores por meio de educação básica de alfabetização, de forma a fortalecer o segmento de uma possível perda acentuada na oferta de castanha de caju e derivados.

Na mesma ótica, por outro lado, a atual estrutura da mão de obra na indústria, pode acarretar elevados custos e riscos de sustentabilidade ao mesmo, uma vez que para funções chaves e estratégicas, os profissionais técnicos e especializados

25

Entrevista concedida pelo diretor geral do CPC (DRG8). Entrevista VIII [10 de Janeiro de 2017]. Entrevistador: Alfa I. S. Samate. Bissau, 2017. Arquivo VIII mp3. 21:56 minutos - 21,1 MB.

são importados e pagos em dólares, além da incerteza de algum momento decidirem abandonar o país.

No documento Download/Open (páginas 165-174)