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O goleiro só conseguirá manter sua auto-motivação se avaliar que há conseqüência positiva de um exercício e/ ou treinamento. Se, por exemplo, uma determinada tarefa tem como objetivo melhorar a defesa do goleiro em bolas arremessadas no alto de seu gol, é preciso que, aos poucos (ou de imediato!), o goleiro perceba que a tarefa está fazendo com que ele melhore sua capacidade de defesa.

Isso faz com que o goleiro se mantenha auto-motivado e disposto a continuar em seu esforço. Caso contrário, a atividade perde seu valor e a motivação e se tornará cada vez menor. C) ESPONTANEIDADE

Procure criar um ambiente nos treinamentos que favoreça a espontaneidade. Com espontaneidade é mais fácil fazer com que as pessoas tenham possibilidades de se auto expressar, perceber tarefas como atividades positivas e adquirir um senso construtivo de participação no treino. Uma conduta auxiliar para favorecer a espontaneidade é estimular a criatividade e a sensibilidade geral do goleiro.

D) FUNCIONALIDADE

Todas as atividades previstas nos treinos que são eficazes e atingem os objetivos pessoais favorecem a auto-motivação, permitindo aos goleiros a valorização imediata de seus esforços para o desenvolvimento pessoal. Neste particular, a organização do treino e o desempenho didático do treinador exerce um papel fundamental.

E) SATISFAÇÃO

Fazer as coisas com satisfação nos permite aumentar as possibilidades de vivenciar o prazer. Nos árduos treinos de goleiro de handebol, o prazer é condição para o sucesso de todo o trabalho. A satisfação é caminho para o bem-estar do atleta e juntamente com a funcionalidade e a espontaneidade são pré-requisitos do conceito daquilo que chamamos de lúdico.

Desse modo, considerando que as atividades desenvolvidas pelos goleiros sejam realizadas a partir da auto-motivação e que para tanto a característica lúdica tem de estar pre- sente, procure pensar, durante a organização e na execução do treinamento, se a espontaneidade, a funcionalidade e a satisfação estão presentes. Neste ambiente as tomadas de decisões pelo goleiro passam a ser mais criteriosas e oportunas, pois o medo de errar estará ausente e a motivação produzirá confiança.

A motivação tem uma repercussão fundamental para a melhoria da concentração. A seguir, propõem-se alguns exercícios que poderão servir de base na organização do treina- mento para a motivação e concentração.

1º) Orientação inicial: a partir de um movimento que o goleiro saiba fazer (exemplo:

defesa na posição baixa em afundo), acrescente um desafio e faça um escalonamento de rendimento individual (por exemplo: até três acertos: ruim, de 4 a 6 acertos: razoável, de 7 a 8 acertos: bom, 9 acertos: ótimo, 10: excelente). O escalonamento é livre, o importante é criar uma relação de performance.

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Execução: O goleiro receberá um passe (como se fosse um arremesso) de seu

treinador feito na altura dos 6m. Defenderá em afundo lateral (defesa baixa), controlará a bola e fará um passe longo em contra ataque direto da seguinte maneira:

2 Jogadores correrão simultaneamente partindo das posições de pontas (esquerda e direita - posição 1 da defesa!). O goleiro fará o passe (perfeito) àquele jogador que o treinador definirá segundos antes do passe. Tal definição poderá ser feita através de números. Por exemplo, ao escutar número ímpar, passar a bola ao ponta direita e vice versa. Estipule um número de passes para o fim da tarefa

Variação: Procure variar os passes (simulando arremessos) ao goleiro, aumentando ou

diminuindo o grau de dificuldade conforme a performance deste;

Acrescente uma tarefa antes de o goleiro "defender' a bola (deitar-se e levantar-se rapidamente, por exemplo);

Troque o estímulo ao goleiro. Se antes, o treinador falava um número (estímulo auditivo), troque-o por sinais visuais; conforme o tipo de sinal, o goleiro deve passar a bola para determinado jogador;

Faça todos os exercícios anteriores, utilizando bola de tênis.

Atenção: É fundamental que o treinador controle o grau de dificuldade da tarefa com

as reais possibilidades (como dita anteriormente) do goleiro. Lembre-se: exercício muito fácil gera tédio, muito difícil gera ansiedade;

Controle com rigor a performance do goleiro e crie um "clima" positivo permanente de desafio. Cumprimente o goleiro na medida em que a melhoria de sua performance for evidente. Faça com que os jogadores de linha auxiliem no "clima" competitivo e de vibração pela performance do goleiro.

2º) Orientação Inicial: Conjugar várias tarefas em um mesmo exercício. Utilizar

jogadores para contra ataque e arremessos de curta distância.

Execução:

Primeiro fase: O goleiro irá se deslocar de uma trave à outra, retornará até o meio do

gol e receberá um passe do treinador. Em seguida, fará um passe a um jogador em deslo- camento de contra ataque na altura do meio da quadra.

Segunda fase: Retornará ao centro do gol e defenderá arremessos consecutivos da

linha de 6m; ponta direita, pivô no centro e ponta esquerda. Retornará ao gol e rapidamente descreverá ao técnico cada gesto que os jogadores realizaram nos momentos cruciais do exercício (finalização) e os tipos de defesa que escolheu para defender as bolas.

Variação: Realizar o mesmo exercício, porém acrescentar uma terceira fase que se

resume da seguinte forma: após a segunda fase, o goleiro retornará à sua posição inicial, e reproduzirá todo o exercício na mesma velocidade e intensidade, de olhos vendados e com arremessos simulados;

Atenção: Oriente os jogadores de linha de modo a realizarem arremessos tal como

deseja o técnico e que seja produtivo ao treino do goleiro. Para tanto é necessário um ótimo nível de concentração e envolvimento de todos os participantes;

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Deve ser feito um revezamento ente os jogadores, conforme o andamento do exercício; A variação descrita acima só é aconselhável quando o goleiro já dominou todo o processo de execução.

3º) Orientação inicial: Arremessos de curta distância com bolas variadas. Grupos de

jogadores ficarão dispostos em três regiões da intermediária da quadra de defesa do goleiro. Cada grupo ocupará o setor direto, central e esquerdo da meia quadra ofensiva. Será distribuído aleatoriamente, aos jogadores diversos tipos possíveis de bola (de handebol; tamanhos masculino e feminino, ginástica rítmica, tênis, vôlei e outras).

Execução:

1ª fase: os jogadores irão driblar com velocidade em direção ao gol e, na altura de 8

a 9m, arremessarão próximo a área de ação do goleiro;

2ª fase: o goleiro terá que defender as bolas (sempre próximas ao seu corpo), tentan-

do controlá-las ao máximo. Além disso o goleiro deve defender sempre em deslocamento para frente.

Variação: Realizar o mesmo exercício, porém dando liberdade de ação aos jogadores

de linha;

Acrescentar uma tarefa ao goleiro enquanto os jogadores estão driblando em direção gol (ex.: deitar-se, levantar-se. Virar-se de costas e retornar à posição de defesa);

No arremesso com a bola de vôlei, orientar para que o arremesso seja na altura da cabeça do goleiro;

Atenção: É sempre bom considerar a possibilidade de um arremesso no rosto do

goleiro. Para tanto, a técnica de flexão do pescoço, para que a bola vá em direção a testa do goleiro (como em um cabeceio de futebol), deve ser dominada por ele;

Tal como nos outros exercícios, estipule um escalonamento de performance para o goleiro;

Mantenha o goleiro sempre atento; orientando gestos, corrigindo eventuais falhas, criando novos desafios;

Respeite e defenda a integridade física do goleiro. Todo arremesso que suscita algum perigo só deve ser dado, quando o goleiro já dominar amplamente as técnicas de defesa e controle do exercício;

A expressão altura da cabeça, não significa arremessar no rosto do goleiro. Portanto, os jogadores de linha com essa missão têm de tentar fazer o gol arremessando próximo à esta região.

TREINAMENTO

DE VELOCIDADE:

UM BOM

GOLEIRO REAGE