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Evite pensar: “Tenho de defender...” “Não posso falhar.”

Pense: “Vou utilizar minha melhor técnica.”

“Sei executar minha tática.” Diante de um contra ataque:

Evite pensar: “Tenho que defender...” “Não tenho chances.”

Pense: “Sei como enfrentá-lo.” “Farei minha melhor técnica de defesa.”

Para que tais medidas proporcionem impactos desejáveis frente às desarmonizações, (alta ansiedade, apatia, tristeza, nervosismo excessivo, falta de desejo de competir, proble- mas para auto motivar-se, dificuldades psíquicas de concentração antes, durante e depois das competições) recomendam-se algumas diretrizes aos treinadores, que poderão auxiliar o goleiro na administração do medo. Assim, baseado em BARA FILHO e MIRANDA (1998), temos a seguir:

Dê boas condições de trabalho aos goleiros. Ele perceberá o valor que tem como membro da equipe;

Nos exercícios intensos, esteja perto do goleiro, orientando-o e incentivando-o; Evite xingar o goleiro em qualquer situação; Trate-o como um nobre;

O grau de confiança da equipe em seu goleiro está intimamente ligado à qualidade de seu treinamento. Portanto, um goleiro corajoso é um goleiro que tem treinos de alta qualidade;

Evite menosprezar o goleiro. O menosprezo gera insegurança e por conseguinte medo gradual;

Ensine ao goleiro como ele poderá identificar o melhor modelo de seu estado físico, psíquico e pessoal;

Crie novos desafios e aprendizagens para que o goleiro tenha ao seu dispor elementos para enfrentar cada vez mais situações diferentes;

Após a competição (quando possível, no outro dia ou dias seguintes), com calma, procure diagnosticar a causa ou as causas do medo;

Dê instruções precisas na tentativa de resolver uma situação qualquer, aponte alternativas, ajude-o a pensar e, sobretudo, evite a palavra NÃO.

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O goleiro deve ser preparado a acreditar no técnico, em si próprio e na sua preparação. Para tanto, o treinador deve exercitar continuamente sua auto- disciplina, rigor e sua força mais poderosa: A BONDADE.

Na busca do melhor desempenho, considerando todas as possibilidades de inter- venção, reside o empreendimento que devemos fazer para que o medo não domine o goleiro, e que, de fato, seja o medo um estado natural que permite ao goleiro exercitar sua coragem de agir.

A seguir alguns exercícios de demanda psicofisiológica para o controle do medo nas situações clássicas: arremesso de ponta, pivô e contra ataque:

1º) ORIENTAÇÃO INICIAL:

Goleiro, no meio do gol, em posição de defesa média, à sua frente (2m) um colchão, na linha de 6m, o treinador posiciona-se para o arremesso, com várias bolas disponíveis.

Execução: O goleiro fará um rolamento grupado de frente. Logo após, se posicionará

para defender uma bola arremessada na altura do tronco.

Variação: Arremessar a bola na altura da cabeça, abdômem e região pélvica;

Fazer rolamento grupado para trás;

Atenção: Os arremessos feitos pelo treinador são feitos de modo que o goleiro consiga

controlar a bola ou retê-la;

O treinador deve fazer o feedback técnico de cada gesto, para eventuais correções de postura e execução.

É aconselhável, baseado nesta estrutura de exercício, projetar novas variações.

2º) ORIENTAÇÃO INICIAL:

Goleiro em posição de defesa qualquer (baixa, média ou alta), no meio do gol. Jogadores prontos para o arremesso de ponta ( direita e esquerda) e pivô. Três bancos suecos. Em cada trave do gol, colocar um banco sueco, formando ângulo de 90º com ela. Na altura da linha dos 4m, colocar o terceiro banco paralelo ao gol.

Execução: O goleiro deverá dar um pequeno salto, com os dois pés paralelos, em cima

do primeiro banco (direito ou esquerdo). Em seguida, dar um salto para cima e para frente, indo de encontro ao arremesso do atacante. Voltar ao gol e repetir os movimentos nos demais bancos.

Variação: Após o controle pleno do exercício, experimentar fazendo um único salto

sobre o banco;

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Faça os mesmos exercícios, porém utilizando bolas de tamanhos pequenos e diferen- ciados (bolas de ginástica rítmica e tênis).

Faça os mesmos exercícios retirando os bancos.

Atenção: Os arremessos devem ser feitos com controle de direção e força, em locais

pré determinados. Após a absorção e controle total da atividade, os arremessos devem ser feitos em situação de jogo;

O treinador deve estar perto do goleiro, incentivando-o, realizando avaliações e correções técnicas na execução dos movimentos.

MOTIVAÇÃO

Tem-se como intenção nesta parte dinamizar a idéia básica da motivação para o treina- mento de goleiro de handebol. Nos vários estudos sobre motivação no esporte (COX,1994; CRATTY, 1984; CSIKSZENTMIHALYI,1988; FEIJÓ,1998; MIRANDA,2000; MIRANDA e RIBEIRO,1997; SAMULSKI,1992), podem-se encontrar conceitos e elementos que se adaptam no decorrer das proposições em estudo.

Para que o treinador identifique qual a melhor estratégia para preparação de goleiro, ao mesmo tempo eficaz e motivadora, é fundamental, antes de mais nada, que ele identi- fique quais as necessidades do goleiro, a fim de mobilizar as estratégias de ação. Como orientação para tal identificação é aconselhável que o treinador encontre respostas para as seguintes perguntas:

1ª) O que motivou tal atleta a ser goleiro?

2ª) Por que motivo tal atleta realiza ações com diferentes graus de intensidade?

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Com esse procedimento que requer observação apurada e paciência, é possível iniciar condutas extrínsecas (ambientais) que favoreçam um ótimo nível de motivação nos treina- mentos de goleiro, bem como relacioná-los com fatores intrínsecos (pessoais). Para tanto, ao goleiro, é oportuno promover os seguintes passos pedagógicos iniciais: estabelecer metas pessoais, encontrar um modelo preliminar de comportamento favorável nas diversas situações e auxiliar na escolha da melhor intensidade do trabalho a ser executado no treina- mento.

Para uma boa performance do goleiro e melhoria da mesma, a motivação para o treinamento é essencial. Recomenda-se que toda atividade a ser desenvolvida considere 3 pressupostos básicos:

Se a atividade (exercícios específicos, movimentos, jogos etc) proposta está geran- do prazer ao goleiro, independente do grau ou tipo de esforço do goleiro e/ ou duração da ação;

Se a atividade proporciona condição para que o goleiro avalie sua própria melhoria de rendimento. Ou seja, o goleiro tem de perceber que, na realização de determi- nada tarefa, há uma melhora, mesmo que não seja uma melhora flagrante. O impor- tante é que ele tenha percepção de desenvolvimento constante;

Se a atividade está compatível com os níveis de conquistas individuais, de modo que, em cada tarefa, esteja contido elemento(s) que assegure(m) aquilo que o goleiro já sabe executar e/ ou apresente um elemento novo possível de ser assimi- lado. Em resumo: assegurar o que já se sabe realizar e ter condições gerais de aprender aquilo que é novo.

Uma boa estratégia para dar cabo à consideração anterior é procurar estabelecer constantes desafios, através da variação de atividades, mesmo quando os objetivos do treinamento permanecem os mesmos. Para se atingir um objetivo qualquer em curso, evite aplicar sempre os mesmos procedimentos e/ ou exercícios, pois, se assim for, poderá acarretar tédio ou ansiedade, que, por sua vez, são improdutivos para a motivação adequada.

Neste particular é conveniente estabelecer compatibilidade entre a dificuldade da tare- fa e a capacidade individual (possibilidades psicofisiológicas de intervenção específica) interveniente. Deste modo, procure levar em conta a seguinte orientação:

– DESEMPENHO FÁCIL: GERA TÉDIO / ABORRECIMENTO. – DESEMPENHO DIFÍCIL: GERA ANSIEDADE / TENSÃO.

A preocupação básica do treinador é organizar estruturas de treinamento que permi- tam equacionar: TAREFA - DESEMPENHO ATLÉTICO - MOTIVAÇÃO.

Alguns critérios são prioritários para que o equacionamento TAREFA -DESEMPENHO ATLÉTICO - MOTIVAÇÀO tenha o resultado positivo tanto na formação como no treinamento do goleiro de handebol. Esses critérios estão assim dispostos:

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