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Atividades didáticas desenvolvidas na disciplina de Espanhol

Capítulo 1. – Enquadramento teórico

2.3. Descrição do plano de intervenção pedagógico-didático

2.3.2. Atividades didáticas desenvolvidas na disciplina de Espanhol

Também nas aulas de Espanhol procurei implementar o meu projeto de investigação-ação, utilizando, para isso, os vídeos disponíveis no YouTube. Neste subcapítulo, deter-me-ei na descrição das atividades que realizei tendo em conta este recurso didático.

Durante o ano letivo de 2018/2019, no âmbito do estágio pedagógico, lecionei aulas às turmas 10.º Z e 11.º W. Nas primeiras aulas que dei a estas duas turmas, tive o cuidado de explicar sucintamente em que consistia o meu relatório de estágio, referindo, obviamente, o tema do mesmo.

Assim, expliquei aos alunos que acredito que os vídeos do YouTube podem constituir-se como uma ferramenta extremamente vantajosa no contexto de aprendizagem e que iria tentar demonstrá-lo durante as aulas que viria a lecionar futuramente. No entanto, comentei também que estes vídeos podem ser, não só utilizados na sala de aula, mas também em casa.

Neste sentido, recomendei aos alunos alguns canais do YouTube que poderiam ser interessantes para aprendizagem da língua espanhola. Alguns dos canais referidos foram, a título de exemplo: Tu escuela de español, Tio Spanish: aprender español online, Instituto Cervantes, Aprende Español online e RAEInforma. Alguns dos vídeos publicados nestes canais foram utilizados por mim nas aulas que lecionei.

Nas aulas que dei à turma 10.º Z, em novembro, o tema da unidade didática foi a escola. Assim sendo, optei por apresentar, ao longo dessas aulas, alguns vídeos relacionados com o vocabulário associado a este tema.

Numa das aulas da orientadora, pude verificar que a docente utilizou um vídeo de um canal do YouTube denominado “Tio Spanish: aprender español online”. A dinâmica que a docente promoveu recorrendo a esse vídeo funcionou muito bem, já que os alunos demonstraram uma adesão e participação que se destacou positivamente, comparando com outro tipo de atividades.

Tendo em conta esta questão, achei que poderia também utilizar este recurso nas minhas aulas. Para tal, averiguei se nesse canal existiam vídeos relacionados com o tema da escola e selecionei três, os que me pareceram adequados (tanto ao tema da aula,

como ao nível dos meus alunos).

Reparei, ainda, que os vídeos deste canal seguem uma matriz. Todos eles são “protagonizados” por determinadas figuras animadas. Neste caso, o Tio Spanish e o seu sobrinho. Através destas personagens, são-nos ensinados os mais diversos conteúdos linguísticos. No que se refere às minhas aulas, os vídeos que escolhi relacionam-se com a apresentação de vocabulário. Decidi manter uma coerência e apresentar vídeos do mesmo tipo (neste caso, do mesmo canal) para que não resultasse demasiado confuso para o aluno. Isto porque, nestas aulas, iríamos explorar um leque alargado de palavras e expressões relacionadas com o contexto escolar (tema da unidade didática).

Numa primeira fase, dediquei-me ao léxico associado ao material escolar e, para tal, distribuí uma ficha de trabalho (Anexo 11) e projetei o vídeo referente a este tema8. Dinamizei, portanto, uma atividade de compreensão audiovisual, seguida de comprovação da compreensão através da realização de exercícios da ficha de trabalho por parte dos alunos.

Num segundo momento, voltei a repetir o processo de visualização de um vídeo, desta vez, sobre as disciplinas. Antes da projeção, foi realizado um comentário em grande grupo sobre as disciplinas favoritas dos alunos, como forma de introdução a este assunto. De seguida, apresentei o vídeo, solicitando aos alunos a resolução do exercício 4 da ficha de trabalho.

Na aula seguinte, segui a mesma estrutura de apresentação de conteúdos da aula anterior. Assim sendo, elegi um vídeo sobre os espaços escolares9 que encontrei no mesmo canal dos dois vídeos referidos anteriormente.

Enquanto visualizavam o vídeo, os alunos deveriam realizar um exercício de associação de imagens a conceitos, disponível na ficha de trabalho (Anexo 12) fornecida pela docente. Este exercício serviu de preparação para uma atividade posterior, na qual os estudantes necessitariam de ser capazes de identificar cada um dos espaços escolares indicados no vídeo a que tinham assistido previamente.

No que se refere à turma 11.º W, as aulas que dei em fevereiro incidiram sobre o tema das viagens. Um dos tópicos a explorar foi o das viagens de avião.

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Neste âmbito, achei que seria interessante apresentar um vídeo informativo10, neste caso, sobre o aeroporto Jorge Chávez que se localiza em Lima (Perú). Todavia, antes de proceder à projeção do vídeo, entreguei aos alunos uma ficha de trabalho (Anexo 13). Enquanto assistiam ao vídeo, os discentes tinham que completar um texto com a informação em falta no primeiro exercício da ficha de trabalho. Os restantes exercícios tinham que ver com a compreensão do vídeo.

Além dos exercícios propostos pela docente, realizou-se um breve debate sobre as experiências pessoais dos alunos relativamente ao tema das viagens. Alguns alunos confessaram nunca ter viajado de avião nem visitado um aeroporto. Comentaram, ainda, que este vídeo foi bastante elucidativo sobre o processo de embarque e que, através da sua visualização, se “sentiram” presentes no próprio aeroporto. Isto porque, no vídeo, é realizada quase que uma visita guiada pelo aeroporto em questão, referindo-se o propósito de cada espaço em específico. Claro está que neste vídeo se referem palavras e expressões relacionadas com o vocabulário das viagens, léxico que os estudantes deveriam ser capazes de dominar para a concretização das restantes atividades da aula.

No entanto, na aula em questão, foi explorado, ainda, um conteúdo gramatical. Mais concretamente, o contraste entre o pretérito perfeito composto e o pretérito indefinido. Este não é um conteúdo desconhecido dos estudantes, uma vez que já foi estudado anteriormente. Trata-se, portanto, de uma revisão. Neste sentido, optei por apresentar um vídeo sobre este aspeto gramatical11, com algumas informações sobre estes tempos verbais.

Desta forma, pretendi transmitir aos alunos a ideia de que podem utilizar o

YouTube como uma ferramenta de estudo, servindo, neste caso, para uma revisão

gramatical. O que se pretende é que os discentes tomem consciência de que é possível recorrer a esta plataforma com o objetivo de aprender algo, nomeadamente, no contexto escolar. Além disso, este vídeo funcionou como ponto de partida para a realização dos exercícios gramaticais presentes na ficha de trabalho (Anexo 14) fornecida pela professora.

Durante a visualização do vídeo, os alunos preencheram uma tabela com os

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marcadores temporais que se costumam utilizar com cada tempo verbal, informação que constava no vídeo a que assistiam. Após a visualização, procedeu-se à correção desse exercício, acrescentaram-se mais algumas informações (por exemplo, referência a outros exemplos de marcadores temporais e às irregularidades) e realizou-se uma síntese oral relativamente aos usos destes tempos verbais.

Terminada esta fase mais explicativa, segue-se a fase de prática deste aspeto gramatical. Os estudantes realizaram os restantes exercícios da ficha de trabalho, seguindo-se a respetiva correção.

Numa outra aula ainda sobre este tema – as viagens de avião -, decidi realizar uma atividade mais lúdica, no seguimento de um exercício que consistiu em registar, por escrito, os locais mais marcantes que cada um visitou e os que ainda desejaria visitar.

Comecei, então, por perguntar aos discentes se sabiam do que se tratava um “recuerdo”. Isto é, um objeto que funciona como uma lembrança/recordação de um local que visitamos. Esta questão costuma, portanto, estar associada ao tema das viagens. Neste contexto, a docente aproveitou para perguntar aos alunos se tinham algum “recuerdo” favorito e a que viagem o associavam. Desta forma, estavam criadas as condições para a introdução da atividade que se seguiu.

Informei os alunos de que iriam utilizar a folha na qual registaram os países visitados e os que ainda desejavam visitar para fazer um avião de papel. Este avião de papel funcionaria como uma recordação daquela aula. Além disso, os estudantes poderão interpretar esse avião como uma metáfora da “viagem” que é a nossa vida, na qual estão incluídas memórias (dos lugares que visitaram) e desejos (dos locais que ainda pretendem visitar).

Para a elaboração do avião de papel, projetei um vídeo tutorial12 com todas as instruções necessárias. Os estudantes tiveram, então, de compreender as instruções para conseguirem seguir o passo a passo e, assim, obterem o produto final desejado: um avião de papel.

Uma vez mais, transmiti aos alunos que podem servir-se do YouTube para aprender a fazer algo, neste caso, um avião de papel, no entanto, este foi apenas um

exemplo, já que este site pode ser-lhes muito útil em variadas vertentes.

No mês de maio, lecionei aulas à turma 10.º Z, no âmbito de uma unidade didática relacionada com as compras.

Sobre este tema, achei importante sensibilizar os meus alunos para a questão do consumo responsável. Após algumas atividades relacionadas com este tópico, entreguei aos estudantes uma ficha de trabalho (Anexo 15). Informei os alunos de que iríamos assistir a um vídeo de uma notícia de um telejornal espanhol sobre lojas de segunda mão13. Aconselhei os discentes a lerem as perguntas presentes na ficha antes de assistirem ao vídeo e, depois disso, procedi à projeção do mesmo. Seguiu-se a realização e correção dos exercícios de compreensão audiovisual.

Após esse momento, procurei conhecer as experiências pessoais dos meus alunos quanto a este tema. Numa breve discussão oral, alguns alunos referiram que fazem compras em segunda mão habitualmente (maioritariamente, no que se refere a videojogos e aparelhos eletrónicos). Ainda assim, alguns afirmaram nunca ter feito compras em segunda mão nem nunca ter entrado neste tipo de loja. Todavia, todos os alunos mencionaram conhecer algumas plataformas online que servem este propósito de reutilização (por exemplo, OLX e Ebay).

A esta turma, 10.º Z, solicitei uma tarefa de trabalho de casa que consistiu na visualização de um vídeo à escolha dos alunos. O vídeo poderia incidir sobre qualquer temática de acordo com os gostos e interesses de cada um. O único requisito a ter em conta na hora da escolha foi o de a língua do vídeo ser o espanhol.

Para a concretização deste trabalho de casa, entreguei aos discentes uma ficha de trabalho (Anexo 16). Nessa ficha de trabalho, pedi que indicassem o título do vídeo e que redigissem um pequeno resumo sobre o conteúdo do mesmo. Finalmente, solicitei que tomassem nota de palavras que não conhecessem ou de cujo significado não tivessem a certeza. Neste sentido, deveriam procurar a palavra e o significado nos dicionários sugeridos por mim.

Esta atividade foi pensada para cumprir dois grandes objetivos. Por um lado, promover o contacto com a língua estrangeira através da visualização dos vídeos e, por

outro, ampliar o vocabulário conhecido pelos alunos. Também tive em conta que, pelo facto de serem os alunos a escolher o vídeo, esta talvez pudesse ser uma tarefa mais motivadora e interessante, uma vez que não existe qualquer imposição quanto a este aspeto por parte da docente.

Quanto aos estudantes da turma 11.º W, no final do ano letivo, iriam realizar o exame nacional da disciplina de Espanhol. Tendo este aspeto em consideração, pensei de que forma poderiam os alunos servir-se dos vídeos do YouTube como uma ferramenta auxiliar no estudo para esta prova em específico.

Neste âmbito, perguntei aos discentes quais eram as maiores dúvidas ou os conteúdos programáticos que tinham menos claros para o exame nacional. Registei os aspetos mais recorrentes e criei uma lista de reprodução14 (playlist) no YouTube com vídeos que poderiam ser úteis para o estudo dos meus alunos. Concluí que as dúvidas mais referidas pelos estudantes diziam respeito a conteúdos gramaticais. Assim, os nove vídeos presentes nesta lista são, portanto, sobre esses mesmos conteúdos.

Esta compilação permite que os alunos assistam a todos os vídeos ou apenas aos que considerem necessários. Penso, ainda, que esta é uma forma de implementar alguma variedade no estudo que, habitualmente, se baseia num suporte físico (manual escolar, caderno, fichas de trabalho, etc.).

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