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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.7 NORMAS E REGULAMENTOS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

3.7.5 Austrália e Nova Zelândia

O SWAP (Solid Waste Analysis Protocol – Protocolo de Análise de Resíduos Sólidos) é um componente do Ministério do Meio Ambiente do programa de gerenciamento de resíduo e adota a definição de resíduo sólido como:

“Qualquer material, sólido, líquido ou gasoso, que seja rejeitado e/ou não tem valor, e descartado ou abandonado pelo gerador”.

O SWAP, para facilitar a compreensão da própria definição de resíduos sólidos, considera as técnicas de análises para resíduo no estado sólido, com certas quantidades de líquido ou gás associadas.

Para o propósito de classificação, a definição acima tem sido interpretada, incluindo os seguintes resíduos (SWAP, 2002):

• resíduo sólido de origem doméstica;

• resíduo sólido de origem comercial e indústrial;

• escombro de construção e demolição;

• material separado destinado à reciclagem;

• descarte de operações de reciclagem;

• resíduo de minério inerte e não-inerte;

• resíduo gasoso associado com resíduo sólido;

A classificação de resíduos sólidos é caracterizada em 12 itens, uma classificação primária e, em seguida, uma secundária. Uma classificação terciária pode ser desenvolvida a depender dos objetivos da investigação.

FIGURA 11: CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS CONFORME REGULAMENTAÇÃO DE NOVA ZELÂNDIA E AUSTRÁLIA FONTE: Solid Waste Analysis Protocol (2002)

Em relação aos resíduos perigosos, em 1994, o Conselho de Conservação Ambiental da Austrália e da Nova Zelândia (ANZECC) publicou um sistema de classificação sob o guia nacional para gerenciamento de resíduos (CTC, 2001; ANZECC, 1994). Este guia utiliza um sistema para padronizar a movimentação de resíduos no país, semelhante as da Convenção de Basiléia, como parte de um programa de gerenciamento.

- vidro (garrafa marrom) - vidro (garrafa clara) - vidro (garrafa verde) - vidro (jarros)

- vidro (excluindo jarros e garrafas) - Papel (excluindo jornais e revistas)

- Papel (jornal)

- Papel (revistas e materiais impressos) - Papel cartão (corrugado)

- Papel cartão (caixa de cereais e sapatos) - Papel cartão (multi-material)

1. Papel

9. Entulho, concreto 8. Sanitário

7. Material têxtil ou tecido 6. Vidro 5. Metais Não-Ferrosos 4. Metais Ferrosos 3. Biodegradável 2. Plástico 12. Potencialmente Perigoso 11. Borracha 10. Madeira -PET - HDPE - PVC - LDPE - PP - PS - Multi-material - Alimentos, material morto

- plantas, podas

- excluíndo latas - latas

- excluíndo latas de alumínio

- couro - excluindo couro

- escombros e pedras - concreto - gesso

- produtos de fibra de cimento - fibra de vidro - solos/argila - outros - peças compridas - caixas - prefabricados - móveis - outros - pneus - produtos de borracha

- resíduo deoméstico perigoso - resíduo tratado e especial - resíduo hospitalar - resíduo hospitalar não tratado - escombro e outros. nenhuma

CLASSIFICAÇÃO

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente de Nova Zelândia e Austrália, resíduo perigoso é qualquer resíduo que:

• contém substâncias perigosas numa concentração suficiente que exceda o mínimo grau de perigo especificado, através da Regulamentação de 2000, sobre resíduos perigosos debaixo do Hazardous Substances and New Organism Act de 1996 (HSNO Act), ou

• encontra-se dentro da definição de substâncias infecciosas, incluídas no programa de Risco de Transporte Terrestre (Land Transport Rule: Dangerous Goods 1999 and NZ Standard 5433 – Transport of Dangerous Goods on Land), ou

• encontra-se na definição de material radioativo incluído no programa Radiation Protection Act, de 1965 e no Regulamento de 1982.

O sistema de classificação do ANZECC consiste de seis listas, como apresentado no Quadro 17 (CTC, 2001):

QUADRO 17: ESQUEMA DE LISTAS DE RESÍDUOS DA AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIA

Lista Especificação

Lista 1 Código de Resíduos Genéricos. Constitui numa extensa lista tipo de resíduos e constituintes que inclui a Y-Lista de resíduos da IWIC e a Convenção de Basiléia.

Lista 2 Código de Poluentes. Esta lista contém 54 tipos de poluentes, baseados na tabela 4 da IWIC. Lista 3 Código de Origem do Resíduo. Esta lista contém código de Classificação Indústrial Padrão da

Austrália e Nova Zelândia.

Lista 4 Código de Disposição/Recuperação. Esta tabela refere-se a D- e R-Lista da IWIC/Convenção de Basiléia.

Lista 5

Número das Nações Unidas e classificação de perigo. Para o transporte de resíduos perigosos, necessita ser codificado/etiquetado de acordo com as recomendações das Nações Unidas para transporte de substâncias perigosas.

Lista 6

Características de Perigo. Equivalente a H-Lista da IWIC/Convenção de Basiléia. Se nenhuma Classe UN puder ser assinada para os resíduos perigosos, então uma característica de perigo é selecionada desta lista.

Além das listas, conta-se com provas normalizadas segundo o User Guide do HSNO Thresholds and Classification (Guia HSNO de Classificação e Critérios). Os resíduos perigosos são classificados em nove classes, sendo ainda subclassificados e divididos em diversas categorias, segundo o grau de perigo do material. Informações detalhadas, características e métodos de testes praticados para as respectivas classes podem ser encontrados no Anexo 4 do presente trabalho.

As características de periculosidade que formam a base dos critérios são (HSNO, 1996):

Classe 1 Explosividade.

Subclasse 1.1 Explosão em massa; Subclasse 1.2 Projeção;

Subclasse 1.3 Fogo e menor projeção; Subclasse 1.4 Menor fogo e projeção; Subclasse 1.5 Muito insensível;

Subclasse 1.6 Extremamente insensível. Classe 2 Inflamabilidade, gases.

Subclasse 2.1.1 Gases; Subclasse 2.1.2 Aerossóis. Classe 3 Inflamabilidade, líquido.

Subclasse 3.1 Líquidos;

Subclasse 3.2 Líquidos explosivos insensibilizados. Classe 4 Inflamabilidade, sólidos.

Subclasse 4.1.1 Sólidos inflamáveis; Subclasse 4.1.2 Substâncias auto-reativas;

Subclasse 4.1.3 Sólidos explosivos insensibilizados; Subclasse 4.2 Sólidos com combustão espontânea;

Subclasse 4.3 Sólidos que, quando molhados, emitem gases inflamáveis. Classe 5 Capacidade de oxidação ou Oxidantes.

Subclasse 5.1.1 Líquidos e sólidos oxidantes; Subclasse 5.1.2 Gases oxidantes;

Subclasse 5.2 Peróxido orgânico; Classe 6 Toxicidade.

Subclasse 6.1 – Substâncias agudamente tóxicas; Subclasse 6.3 – Substâncias irritantes à pele; Subclasse 6.4 – Substâncias irritantes aos olhos;

Subclasse 6.5 – Substâncias sensibilizadoras (alérgicas); Subclasse 6.6 – Substâncias mutagênicas;

Subclasse 6.7 – Substâncias carcinogênicas;

Subclasse 6.8 – Substância tóxicas à reprodução ou desenvolvimento embrionário; Subclasse 6.9 – Substância que atingem os órgãos

Classe 8 Corrosividade.

Subclasse 8.1 Corrosivos a Metais;

Subclasse 8.3 Corrosivo ao tecido ocular. Classe 9 Ecotoxicidade.

Subclasse 9.1 Efeitos Aquáticos; Subclasse 9.2 Efeitos no Solo;

Subclasse 9.3 Efeitos em Vertebrados Terrestres; Subclasse 9.4 Efeitos em Invertebrados Terrestres.

A Classe 7 se refere aos resíduos radioativos e não faz parte do escopo do guia HSNO Act. O Guia para identificar resíduos radioativos pode ser encontrado no documento publicado pela National Radiation Laboratory, especificamente Disposição de Resíduos Radioativos – Política e práticas na Nova Zelândia (1996).

Os resíduos infecciosos encontram-se na definição de “substâncias infecciosas” do Land Transport Rule: Dangerous Goods 1999 e na norma da Nova Zelândia 5433: 1999 – Transport of Dangerous Goods and Land.

A classificação de resíduos perigosos, bem como os procedimentos adotados, segue as recomendações das Nações Unidas, UN Manual of Test and Criteria (Manual de teste e critérios) e Transport of Dangerous Goods on Land (Transporte de substâncias perigosas), como descrito no HSNO. Este guia recomenda também métodos de outros organismos como OECD, U.S. EPA, U.S. EPA OPPTS, U.S. EPA OTS, U.S. EPA OPP e a Comunidade Européia, para identificação das propriedades características de periculosidade11.

A distinção entre resíduo perigoso e não perigoso é feita conforme apresentado na Figura 12.

11

FIGURA 12: PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A PERICULOSIDADE DOS RESÍDUOS SEGUNDO NOVA ZELÂNDIA E AUSTRÁLIA

FONTE: Ministery for the Environment New Zealand (2001)