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Entender e avaliar os conhecimentos, habilidades e percepções dos colaboradores da SEDIS é relevante para identificar como lidam com os problemas de direitos autorais na sua prática profissional.

Gráfico 7 – Conhecimento sobre tipos de direitos incluídos no direito autoral

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Nesse contexto, o Gráfico 7 apresenta o resultado referente aos tipos de direitos que se incluem no direito autoral. Assim, 56% dos participantes afirmam que são somente os direitos patrimoniais, já 2% dizem que são somente os direitos morais, 3% descrevem que são os direitos patrimoniais e morais, e 39% informam não saber a resposta ao questionamento. Com esse resultado, verifica-se que os colaborados não têm conhecimento a respeito dos direitos de autor, considerando que 97% do total não sabe ou não forneceu a resposta mais adequada ao questionamento. Somente 3% respondeu de maneira apropriada ao questionamento dos tipos de direitos incluídos no direito autoral.

Por sua vez, Prevedello, Rossi e Costa (2015) explicam que direitos morais do autor são aqueles que estão ligados a questões que envolvem a autoria intelectual da obra, sendo esses inalienáveis, irrenunciáveis, impedindo qualquer negociação e transferência. Já os direitos patrimoniais, segundo Duarte e Pereira (2009), são aqueles responsáveis por regular a utilização econômica da obra. Nesse caso, ele pode ser negociado e ter seu todo ou parte transferida, assim como qualquer outra propriedade.

A pergunta seguinte para os participantes, que foi uma questão aberta, buscou distinguir o que seria direito moral e direito patrimonial. A esse respeito, destacam-se algumas das respostas: “direito patrimonial está relacionado às obras produzidas pelo autor e os direitos morais referem-se à imagem do autor”. Outro participante destacou que “direitos patrimoniais se referem à forma como as obras são

56% 2% 3% 39% Direitos patrimoniais Direitos morais Direitos patrimoniais e morais Não sabe

exploradas financeiramente, já os morais dizem respeito aos autores e sua propriedade intelectual”. Além disso, outro afirmou que “os direitos patrimoniais tratam da comercialização da publicação. Os direitos morais são aqueles que se referem aos direitos intelectuais/confecção do conteúdo. A primeira é transferível e a segunda não”.

Gráfico 8 – Nível de conhecimento sobre direito autoral

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

O Gráfico 8 mostra que 55% dos participantes se autoavaliaram com um nível de conhecimento baixo a respeito do direito autoral, seguido de 37% que disseram que o nível de conhecimento é médio, e 8% dizem que não souberam medir o seu nível de conhecimento. Esse gráfico completa o exposto no gráfico anterior e, também, a questão dissertativa sobre a distinção entre direito patrimonial e direito moral, uma vez que nenhum entrevistado destacou como alto o seu nível de conhecimento.

Nessa direção, Arraya e Vidotti (2010) explicam que entender o direito autoral é importante, considerando a sua abrangência e a proteção que todo criador de uma obra intelectual tem sobre a sua criação. Isso se constitui de um direito moral (criação) e um direito patrimonial (pecuniário).

0% 37% 55% 8% Alto Médio Baixo Não sabe

Gráfico 9 – Nível de conhecimento sobre diferentes aspetos relacionados com direito de autor

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Analisando os dados do Gráfico 9, percebe-se que 60% dos participantes conhecem, mas não utilizam o copyright; já 69% não conhecem o copyleft, enquanto 63% disseram que conhecem e utilizam o domínio público e, 37% conhecem e utilizam o creative commons. Ainda no Gráfico 9, verificou-se que 55% não conhecem a Lei n. 9.610/98; como também 88% não conhecem a Resolução n. 157/2013, que trata dos direitos autorais na UFRN; e a mesma porcentagem, 88%, afirmou que não conhece a Resolução n. 149/2008, que trata dos direitos patrimoniais da UFRN.

Considerando o exposto nesse gráfico, é relevante expor que os colaboradores da SEDIS não conhecem os instrumentos básicos (como os referidos documentos legais), impossibilitando atender adequadamente os anseios quanto aos

25% 2% 37% 63% 18% 0% 0% 60% 29% 31% 23% 27% 12% 12% 15% 69% 32% 14% 55% 88% 88% Copyright Copyleft Creative commons Domínio público Lei 9.610/98 Resolução 157/2013 Resolução 149/2008

problemas com direitos autorais encontrados na prática profissional, nos setores da Coordenaria de Produção do Material Didático.

Gráfico 10 – Conhecimento sobre significado do termo copyright

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Reafirmando o descrito no gráfico anterior, questionou-se aos colaboradores o significado do copyright. Como se observa no Gráfico 10, para 39% deles o copyright significa impedir a cópia ou exploração da obra sem que haja permissão do autor; 27% explicaram que indica que é uma obra protegida por lei. Somente 22% responderam ao questionamento afirmando que todas as alternativas correspondem ao significado do termo.

Nesse contexto, o Gráfico 10 apresenta a falta de compreensão do termo por parte dos colaboradores; necessitando aprimoramento, seja por leituras, seja por meio cursos, seja por palestras para capacitar os funcionários.

2%

39% 27%

22% 10%

É um direito autoral, especificamente, a propriedade literária

Impede a cópia ou exploração da obra sem que haja permissão do autor Indica que é uma obra protegida por lei

Todas as alternativas Nenhuma das alternativas e/ou não sabe

Gráfico 11 – Conhecimentos sobre o significado do termo copyleft

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

O Gráfico 11 complementa o exposto no Gráfico 9, ao explicar o significado do copyleft na percepção dos colaboradores. Assim, 69% afirmaram que não é nenhuma das alternativas oferecidas ou que não sabem o que significa. Já 21% dizem que o copyleft permite a cópia ou a exploração da obra sem que haja permissão do autor. Com isso, percebe-se a necessidade de esclarecer os colaboradores sobre o que significa o copyleft, uma vez que a maioria deles não sabe ou até mesmo nunca ouviu falar nesse termo.

Nesse sentido, Lima e Santini (2008, p. 124) explicam que o copyleft é a licença que:

(1) autoriza a derivação de trabalhos subseqüentes de um trabalho original, sem a permissão do proprietário protegido por direitos autorais;

(2) concede a autorização para trabalhos derivados, requerendo que estes também sejam autorizados pela licença de copyleft do original.

21% 2%

4% 4%

69%

Permite a cópia ou exploração da obra sem que haja permissão do autor É um conjunto de licenças usadas principalmente na indústria da informática

Possibilita que várias pessoas possam contribuir na criação do original

Todas as alternativas Nenhuma das alternativas e/ou não sabe

Gráfico 12 – Conhecimentos sobre o significado do termo creative commons

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Os dados do Gráfico 12 também complementam a informação do Gráfico 9, ao expor o significado do creative commons na percepção dos participantes. Dessa maneira, 34% afirmaram que não sabem ou indicaram que nenhuma das alternativas de respostas estava correta. Enquanto 33% dizem que o autor decide que direitos preservar e quais quer renunciar.

Apesar de alguns participantes afirmarem conhecer o significado, a maioria ainda não sabe ao certo, considerando que somente 3% deles marcaram a assertiva correta ao questionamento. Nesse aspecto, pode-se dizer que as licenças creative commons surgem como alternativas para facilitar o compartilhamento livre de informações e se destinam a deixar claras as possibilidades de compartilhamento dos conteúdos. A esse respeito, Prevedello, Rossi e Costa (2015, p. 36) explicam que “são licenças gratuitas e fáceis de usar e que fornecem para o autor uma forma simples e padronizada de conceder autorização para que a obra possa ser utilizada”. Além disso, Lima e Santini (2008, p. 125) complementam afirmando que:

[...] as licenças são instrumentos legais que permitem aos autores estabelecer os termos sob os quais querem compartilhar suas obras, deixando que outros as usem, copiem, distribuam e modifiquem, mantendo seu direito moral ao reconhecimento como criadores e proibindo, por exemplo, o uso comercial.

7%

23%

33% 3%

34%

O autor renuncia a todos os seus direitos O autor renuncia a todos os direitos

patrimoniais e não os morais O autor decide a que direitos e quais quer

renunciar

Todas as alternativas Nenhuma das alternativas e/ou não sabe

Gráfico 13 – Significado do domínio público

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora

O Gráfico 13, ainda complementando o Gráfico 9, mostra os dados referentes ao significado do domínio público. Como resultado, para 51% dos participantes da pesquisa, ele diz respeito somente aos direitos morais excluindo os patrimoniais. Já 7% dizem que domínio público não inclui os direitos morais, somente os patrimoniais. Já para 25%, ele não envolve qualquer direito patrimonial ou moral. Nesse sentido, Souza (2011, p. 670) esclarece que:

O domínio público representa um regime de amplas liberdades na utilização da obra autoral, uma vez que o mesmo implica, na legislação brasileira, na eliminação do exercício dos direitos patrimoniais, devendo o terceiro que deseje se valer de uma obra autoral respeitar apenas os direitos morais.

Complementando o apresentado, Campelo (2013) destaca que utilizar o domínio público para aumentar cada vez mais o acesso e o compartilhamento de informações de maneira clara e legal pode ser o caminho para a disponibilização aberta de conteúdo. Portanto, é um dos principais elementos que integram a função social do direito autoral e por meio dele demandas por acesso ao conhecimento e à informação são desenvolvidas.

7%

51% 25%

2%

15%

Não tem direitos morais somente patrimoniais

Não tem direitos patrimoniais somente morais

Não tem nenhum direito, patrimonial e moral Todas as alternativas Nenhuma das alternativas e/ou não sabe

Gráfico 14 – Instrumentos para adquirir conhecimentos sobre direito de autor

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

O Gráfico 14 apresenta dados referentes aos instrumentos para adquirir conhecimentos sobre direito de autor, 36% deles dizem que buscam na internet, fundamentalmente, em sites de busca como o Google, o significado do que não conhecem; 24% afirmaram que se informam com os colegas; já 13% buscam conhecimento nas palestras; 11% dizem que é nos livros; 10% afirmaram ser nos cursos; e 6% marcaram a opção outros, afirmando ser nas redes sociais e nas disciplinas de cursos na UFRN, como, por exemplo, Design e Biblioteconomia. Considerando a quantidade de instrumentos que existem para adquirir conhecimento, nota-se que a internet ainda se sobressai frente aos demais.

11% 10% 13% 24% 36% 0% 6% Livros Cursos Palestras Colegas Internet Não tem interesse

Gráfico 15 – Uso da aba de restrições e licenças do Google

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Na sequência da pesquisa, apresenta-se o Gráfico 15, que descreve a respeito da aba de restrições e licenças do Google, especificamente, para a utilização de imagens. Verificou-se que 57% não conhecem e não utilizam a ferramenta, enquanto que 43% afirmaram utilizá-la. Isso reflete a importância da capacitação para os funcionários, pois, mesmo descrevendo a internet como instrumento para adquirir conhecimentos, os respondentes não têm a rotina de utilizá-la de maneira adequada, particularmente os que utilizam imagens, mesmo que isso envolva facilitar o seu trabalho quanto aos direitos autorais para uso das imagens.

Souza (2011) ressalta a relevância do treinamento e/ou da capacitação, ao considerar que se trata de um processo educacional que deve ser aplicado de maneira sistemática e organizada, por meio do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidade em função de objetivos definidos. Por seu turno, Arraya e Vidotti (2010) explicam que o treinamento e/ou a capacitação precisa buscar incentivar o funcionário a se autodesenvolver, a procurar o seu próprio meio de reciclagem.

43%

57%

Sim Não

Gráfico 16 – Frequência de uso da aba de restrições e licenças para imagens em Google

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Complementando o exposto no gráfico anterior, buscou-se verificar, em relação aos que afirmaram que utilizam a aba de restrições, a frequência com que isso acontece. Nessa direção, o Gráfico 16 mostra que 45% deles afirmaram que às vezes utilizam; já 36% explicaram que sempre utilizam; 18% dizem que raramente utilizam; e somente 1% disse que nunca utiliza. Como resultado, identifica-se que, mesmo respondendo que utilizam, a frequência com que isso acontece demonstrou- se baixa, considerando que 63% deles utilizam às vezes ou raramente a ferramenta. Nesse contexto, Prevedello (2013, p. 73) ressalta que o uso frequente das licenças possibilita que o conteúdo “possa ser copiado, distribuído, editado, adaptado e utilizado como base para uma nova criação, tudo dentro das determinações dos direitos autorais e das escolhas dos próprios autores”. Essa utilização deve ser permanente pelos colaboradores da Coordenadoria de Produção do Material Didático, fazendo com que o compartilhamento de conteúdo não infrinja qualquer determinação da lei. 36% 45% 18% 1% Sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 17 – Conhecimento sobre a existência na UFRN ou na SEDIS das regulamentações sobre direito de autor

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Na sequência da pesquisa, ao serem questionados a respeito da existência de regulamentação própria, seja para a UFRN, seja para a SEDIS (Gráfico 17), constatou-se que 90% dos pesquisados não conhecem e somente 10% disseram conhecer. É importante destacar que, mesmo entre os 10% que afirmaram conhecer, estes não sabiam explicar de que se tratava, deixando a questão duvidosa a respeito do real conhecimento sobre a regulamentação institucional. Esse aspecto é relevante, tendo em vista a necessidade de divulgação das regulamentações institucionais. Por isso, capacitações voltadas para esse tema devem ser colocadas em prática.

Documentos e/ou regulamentações para assegurar e reafirmar como utilizar os conteúdos sem infringir as leis de direito autoral são importantes, fundamentalmente, quando criados pela própria instituição. Sob esse viés, Pinheiro (2012) expõe a questão da autorização para uso e reprodução da obra, ressaltando que deve observar que a legislação atual protege sua integridade. Assim, para a possibilidade de qualquer alteração na obra, faz-se necessário, além da autorização do autor, que a referida alteração não modifique seu pensamento e posicionamento em relação ao tema abordado.

10%

90%

Sim Não

Gráfico 18 – Tipos de problemas encontrados relacionados ao direito de autor

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

Examinando os tipos de problemas encontrados nos setores da Coordenação, constata-se, no Gráfico 18 que, para 24% deles, o principal problema é a falta de referências, seguido do uso de imagens sem autorização (21%). Ademais, 19% afirmaram que o principal problema é o material sem permissão para uso; enquanto que 15% disseram que o problema é a utilização de documentos copiados (plagiados) parcial ou totalmente; e 13% informaram que é a citação sem autoria.

Diante da esfera digital, da facilidade para copiar, como também da falta de fiscalização e punição, os problemas relacionados com os direitos autorais são muitos, uma vez que não é porque está disponível na internet que pode ser utilizado sem a permissão do autor. Além disso, os problemas, muitas vezes, são ocasionados pela falta de conhecimento, não por má fé, mas por não saber o que pode utilizar que causa o problema.

Sob essa ótica, Negroponte (2002, p. 62) explica que:

No mundo digital a questão não é apenas a facilidade, mas também o fato de que a cópia digital é tão perfeita quanto o original, e, com o auxílio do computador e de alguma imaginação, até melhor. Da mesma forma que séries de bits podem ter seus erros corrigidos, pode-se também limpar, melhorar e libertar uma cópia de quaisquer ruídos. A cópia é perfeita. A indústria da música sabe disso muito bem.

Por seu turno, Gandelman (2001, p. 86) complementa ao dizer que: 13% 15% 19% 24% 21% 8%

Citação sem autoria Documentos copiado (plágio) parcial ou total Material sem permissão para uso Falta de referências (autor ou site) Uso de imagens sem autorização Outro

Chama-se vulgarmente de pirataria à atividade de copiar ou reproduzir, bem como utilizar indevidamente – isto é, sem a expressa autorização dos respectivos titulares – livros ou outros impressos em geral, gravações de sons e/ou imagens, softwares de computadores, ou ainda, qualquer outro suporte físico que contenha obras intelectuais legalmente protegidas.

A pesquisa ainda buscou verificar a frequência com que acontecem algumas atividades relacionadas com a comunicação e a resolução de conflitos de direito de autor, conforme será exposto na Tabela 1.

Tabela 1 – Frequência com que ocorre a comunicação e a resolução de conflitos de direito de autor

Questão Sempre Às vezes Raramente Nunca Não se aplica

Diálogo sobre os problemas com direitos autorais

30% 40% 25% 5% 0%

Encorajados a expressarem suas ideias/pensamentos nas reuniões/discussões

54% 19% 20% 5% 2%

Pauta das reuniões e discutem soluções

25% 30% 38% 2% 5%

Uso de exemplos de outras instituições

11% 9% 53% 25% 2%

Conseguem auxiliar seus colegas

9% 65% 20% 4% 2%

Não conseguem resolver um problema, tem outra pessoa

64% 30% 2% 2% 2%

Os problemas afetam o trabalho do setor

15% 59% 15% 9% 2%

Utilização da lei de direito autoral brasileira

25% 40% 15% 18% 2%

Utilização algum tipo de licença aberta

19% 30% 25% 27% 4%

Consulta algum manual de boas práticas

0% 15% 30% 55% 0

Participação em cursos e capacitações

2% 4% 30% 60% 4%

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora.

A primeira delas é a existência de diálogo entre os colegas a respeito dos problemas com direitos autorais. Nesse caso, verificou-se que 40% dos participantes afirmaram que às vezes ocorre o diálogo, já 30% disseram que sempre; 25% afirmaram que raramente; e somente 5% afirmaram que nunca. Esses dados refletem a necessidade de aprimorar o diálogo nos setores, considerando que, para a grande maioria, esse diálogo é insuficiente.

Nessa perspectiva, cabe expor o que preconiza Stewart (1998), quando diz que, para ter sentido, o compartilhamento do conhecimento pessoal em conhecimento organizacional precisa ser transmitido por meio de discussões, diálogos e debates em

grupo. Para ele, “o que os líderes precisam fazer é conter e reter o conhecimento de forma que ele se torne propriedade da organização” (STEWART, 1998, p. 90). Com isso, verifica-se quão importante é o diálogo no ambiente organizacional.

Na sequência, verificou-se o encorajamento dos participantes para expressar suas ideias nas reuniões e/ou discussões a respeito da temática de direitos autorais. Nesse contexto, percebe-se que o dado contradiz os achados no questionamento anterior, pois 54% disseram que sempre são encorajados a expressar suas ideias; entretanto, somente 30% afirmaram que existe diálogo. Na questão seguinte, fica ainda mais explícita a dúvida a respeito da atividade, pois somente 25% afirmaram que, nas reuniões, sempre está presente a temática e são discutidas soluções para evitar os problemas.

A respeito do uso de exemplos de outras instituições, com a finalidade de evitar ou mesmo de se espelhar nos questionamentos discutidos para, quando da ocorrência de algum problema, saber como lidar com ele, somente 11% afirmaram que sempre utilizam os exemplos de outras instituições; ao passo que 53% disseram que raramente isso acontece; e para 25% nunca ocorre esse fato.

Nessa direção, pode-se mencionar o pensamento de Alvarenga Neto, Barbosa e Pereira (2007), ao mencionar que a criação do conhecimento é um processo por meio do qual as organizações e, posteriormente, os indivíduos que nela trabalham adquirem, organizam e processam informação com a finalidade de gerar novos conhecimentos. Assim, utilizar exemplos de outras instituições é relevante para esse processo de criação do conhecimento.

Ao se questionar a respeito do auxílio aos colegas, 65% deles afirmaram que às vezes conseguem auxiliar. Quando questionados sobre a resolução de problemas, 64% afirmaram que sempre conseguem resolver, e que quando não conseguem, existe no setor alguma pessoa para isso. É relevante expor que 59% disseram que às vezes, quando da existência de problemas, o trabalho do setor é afetado de alguma maneira.

Com isso, destaca-se a importância do trabalho em equipe e das equipes interdisciplinares, uma vez que cada indivíduo, de diferentes áreas, pode contribuir para a solução de problemas com suas diferentes experiências de problemas anteriores e das resoluções encontradas para eles. Ademais, esse conhecimento de experiências anteriores precisa ser formalizado e armazenado na organização, de

forma que todos os trabalhadores tenham acesso fácil a elas, independentemente de espaço e tempo (RUS; LINDVALL, 2002).

Em se tratando da utilização da lei de direitos autorais, 40% disseram que a utilizam às vezes; e 25% afirmaram que sempre utilizam. Esse fato é bem representativo, visto que os participantes sabem da importância da lei para o seu fazer laboral. Já a respeito da licença aberta, somente 19% disseram que sempre utilizam; 55% marcaram às vezes e raramente; e 27% afirmaram que nunca a utilizam. Portanto, mesmo conhecendo a lei de direitos autorais, a utilização de licença aberta não é uma prática vivenciada nos setores da Coordenadoria.

A esse respeito, Dias (2008) explica que as licenças não buscam preterir a legislação vigente, mas sim adaptá-la a cada caso. Elas se constituem em uma alternativa às diretrizes negativas da lei, quando permitem a livre manipulação, a distribuição, o compartilhamento e a replicação dos conteúdos das obras. Nesse processo, a utilização de tais licenças em muito beneficia os autores, já que suas obras poderão atingir as mais diversas camadas da sociedade e não apenas os que podem pagar pelo acesso a elas.

Verificou-se, ainda, a consulta a algum manual de boas práticas elaborado pela SEDIS para viabilizar o desenvolvimento laboral do funcionário. A esse respeito, 55% afirmaram que nunca utilizam esse tipo de ferramenta para o seu trabalho; enquanto 45% disseram que às vezes ou raramente fazem uso de algum manual, entretanto, são materiais não produzidos na SEDIS, mais sim, de cursos externos ao ambiente de trabalho, visto que não existem manuais para a capacitação dos novos servidores. Esse dado reflete ou o desconhecimento dos colegas a respeito da existência de um manual ou a necessidade de criar um manual para nortear o trabalho, principalmente dos novos funcionários.

Por fim, 60% dos participantes afirmaram que nunca participaram de cursos e/ou capacitações a respeito da temática de direitos autorais, e somente 2% disseram que sempre participam. Dessa maneira, constata-se a necessidade de investir em