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A proteção aos direitos autorais vigente no ordenamento jurídico brasileiro tem como alicerce o Direito Romano. De acordo com Paranaguá e Branco (2009, p. 17), o “[...] Brasil filia-se ao Sistema de Proteção Continental, o qual prevê, além das questões patrimoniais, a proteção do criador, referente à criatividade e aos direitos morais do autor”.

Diante disso, a Constituição Federal (BRASIL, 1988), no Capítulo sobre Direitos e Garantias Fundamentais, prevê taxativamente:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVII – são assegurados nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução de imagens e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes, e às respectivas representações sindicais e associativas; [...]

Diante da necessidade de normativa disciplinadora dos direitos dos autores previstos na Constituição Federal, temos a Lei n. 9.610, de 1998, a qual consolida a legislação sobre os direitos autorais.

De acordo com Fragoso (2009), o direito autoral tem como finalidade regulamentar as relações jurídicas, que podem incidir entre o autor de uma obra intelectual e outras pessoas interessadas em tirar proveito dela. Nesse caso, busca proteção nas criações intelectuais, que se individualizam em dois aspectos legais: o direito moral e o direito patrimonial. O primeiro atribui ao autor a paternidade da obra, ligando seu nome à produção, que expressa definitivamente o caráter do criador. Já o segundo, isto é, o direito patrimonial, confere ao autor o direito de usufruir economicamente de sua criação por meio da divulgação e da circulação da obra no mercado (FRAGOSO, 2009).

O direito moral possui determinadas características, pois é personalíssimo do autor de obras intelectuais, e somente ele poderá exercê-lo, sendo: irrenunciável, significando que o autor não pode desprezar os seus direitos morais; imprescritível, por ser reclamado por via judicial a qualquer tempo; perpétuo; inalienável, pois, mesmo cedendo seus direitos patrimoniais, o autor conserva seu direito moral; impenhorável ou inexpropriável pela própria característica de ser inalienável; absoluto, por ser oponível contra todos (erga omnes); extrapatrimonial, pois não comporta quantificação pecuniária.

No Brasil, o direito autoral é regulado pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais (BRASIL, 1998). A referida Lei constitui-se por 115 artigos e se encontra estruturada da seguinte maneira:

Disposições preliminares, do art. 1º ao 6º;

Das obras intelectuais, (Cap. I – das obras protegidas; Cap. II – Da autoria das obras intelectuais; Cap. III – Do registro das obras intelectuais) do 7º ao 10º art., do 11º ao 17º, e do 18º ao 21º, respectivamente;

Dos direitos do autor (Cap. I – Disposições preliminares; Cap. II – Dos direitos morais do autor; Cap. III – Dos direitos patrimoniais do autor e da sua duração; Cap. IV – Das limitações dos direitos autorais; Cap. V – Da transferência dos direitos de autor) do 22º e 23º art., do 24º ao 27º, do art. 28º ao 45º, do 46º ao 48º, do art. 49º ao 52º, concomitantemente;

Da utilização de obras intelectuais e dos fonogramas (Cap. I – Da edição; Cap. II – Da comunicação do público; Cap. III – Da utilização da obra de arte plástica; Cap. IV – Da utilização da obra fotográfica; Cap. V – Da utilização de fonograma; Cap. VI – Da utilização de obra audiovisual; Cap. VII – Da Utilização de Bases de Dados; Cap. VIII – Da utilização de obra coletiva) do art. 53º ao 67º, do art. 68º ao 76º, do art. 77º ao 78º, somente art. 79º, apenas o art. 80º, do art. 81º ao 86º, somente o art. 87º, e art. 88º, simultaneamente;

Dos direitos conexos (Cap. I – Disposições preliminares; Cap. II – Dos Direitos dos Artistas Intérpretes ou Executantes; Cap. III - Dos Direitos dos Produtores Fonográficos; Cap. IV – Dos Direitos das Empresas de Radiodifusão; Cap. V – Da Duração dos Direitos Conexos) somente o art. 89º, art. 90º ao 92º, art. 93º e 94º, somente o art. 95º, apenas o art. 96º, respectivamente;

Das associações de titulares de direitos de autor e do que lhe são conexos, do art. 97º ao 100º;

Das sanções às violações dos direitos autorais (Cap. I – Disposições preliminares; Cap. II – Das sanções civis; Cap. III – Da prescrição da ação) somente o art. 101º, do art. 102º ao 110º, apenas o art. 111º, simultaneamente;

Disposições finais e transitórias, do art. 112º ao 115º.

Após apresentar os tópicos da lei, pode-se conceituar como direito autoral os direitos de autor e os direitos que lhes são conexos. Os direitos de autor protegem os autores (escritores, artistas, compositores musicais etc.) em relação às obras por eles criadas. Já no domínio das ciências, a proteção recai sobre a forma literária ou artística, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico (BRASIL, 1998). Nesse sentido, ao considerar a Lei de Direito Autoral, observa-se que a ênfase recai sobre a limitação ao direito exclusivo do autor, por verificar os mais significativos conflitos de interesse que envolvem autor e a comunidade.

A Lei 9.610/98, conforme destaca Gandelman (2007), sintetiza os direitos autorais sob dois aspectos, moral e patrimonial, direitos estes previstos nos art. 7º, 8º, 24 e 41, que deveriam ser conhecidos e aplicados pelos autores na Educação a Distância. No tocante aos diretos morais, o art. 24 dispõe que o autor poderá: reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; conservá-la inédita; modificá-la antes ou depois de utilizada; retirá-la de circulação ou suspender qualquer forma de utilização já autorizada quando a circulação ou a utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem. Assim, como documento legal, destaca-se ainda:

Art. 24. São direitos morais do autor:

I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;

II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra;

III - o de conservar a obra inédita;

IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá- la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra;

V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;

VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem;

VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado.

§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV.

§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em domínio público.

§ 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a terceiros, quando couberem.

Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o exercício dos direitos morais sobre a obra audiovisual.

Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de projeto arquitetônico alterado sem o seu consentimento durante a execução ou após a conclusão da construção.

Parágrafo único. O proprietário da construção responde pelos danos que causar ao autor sempre que, após o repúdio, der como sendo daquele a autoria do projeto repudiado.

Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis.

Em relação ao direito patrimonial, a lei delimita:

Art. 37. A aquisição do original de uma obra, ou de exemplar, não confere ao adquirente qualquer dos direitos patrimoniais do autor, salvo convenção em contrário entre as partes e os casos previstos nesta Lei.

Art. 38. O autor tem o direito, irrenunciável e inalienável, de perceber, no mínimo, cinco por cento sobre o aumento do preço eventualmente verificável em cada revenda de obra de arte ou manuscrito, sendo originais, que houver alienado.

Parágrafo único. Caso o autor não perceba o seu direito de seqüência no ato da revenda, o vendedor é considerado depositário da quantia a ele devida, salvo se a operação for realizada por leiloeiro, quando será este o depositário. Art. 39. Os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, não se comunicam, salvo pacto antenupcial em contrário.

Art. 40. Tratando-se de obra anônima ou pseudônima, caberá a quem publicá-la o exercício dos direitos patrimoniais do autor.

Parágrafo único. O autor que se der a conhecer assumirá o exercício dos direitos patrimoniais, ressalvados os direitos adquiridos por terceiros.

Além disso, quanto ao prazo de proteção dos direitos autorais, os artigos de 41 a 45 determinam:

Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1° de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil.

Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude o caput deste artigo.

Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica realizada em co-autoria for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do último dos co-autores sobreviventes.

Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos sobreviventes os direitos do co- autor que falecer sem sucessores.

Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre as obras anônimas ou pseudônimas, contado de 1° de janeiro do ano imediatamente posterior ao da primeira publicação.

Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no art. 41 e seu parágrafo único, sempre que o autor se der a conhecer antes do termo do prazo previsto no

caput deste artigo.

Art. 44. O prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre obras audiovisuais e fotográficas será de setenta anos, a contar de 1° de janeiro do ano subseqüente ao de sua divulgação.

Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos direitos patrimoniais, pertencem ao domínio público:

I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;

II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos étnicos e tradicionais.

Nos últimos anos, a partir de evidente evolução tecnológica, observam-se diversas necessidades de revisões na legislação. Entretanto, deve-se enfatizar que qualquer alteração e atualização da legislação vigente abordará temas extremamente delicados, uma vez que dois princípios constitucionais devem ser respeitados: o direito à propriedade e o dever da função social.

Nessa perspectiva, Branco (2007, p. 130) entende que:

[...] o meio-termo deve ser buscado. Em princípio, e em linhas gerais, os direitos autorais têm a nobre função de remunerar os autores pela sua produção intelectual. De contrário, os autores teriam que viver, em sua maioria, subsidiados pelo Estado, o que tornaria a produção cultural infinitamente mais difícil e injusta. Todavia, os direitos autorais não podem ser impeditivos ao desenvolvimento cultural e social. Conjugar os dois aspectos, numa economia capitalista, globalizada e, não bastasse, digital, é função árdua a que devemos, entretanto, dedicar-nos.

Branco (2007, p. 130) ainda destaca que “[...] o fundamento das limitações aos direitos autorais encontra-se exatamente no art. 5º, XXIII, da Constituição Federal brasileira, que prevê a função social da propriedade”. Isso porque a delimitação da proteção conferida às obras intelectuais estará fixada em razão do exercício de sua função social. Delimitação esta concebida pelas autorizações legais para o uso de obras de terceiros, protegidas por direitos autorais, independentemente de autorização dos detentores de tais direitos.

É relevante expor também os artigos a seguir, pois destacam as limitações dos direitos autorais:

Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais: I - a reprodução:

a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos;

b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer natureza;

c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda, quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros; d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários;

II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro;

III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;

IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;

V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela, desde que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou equipamentos que permitam a sua utilização;

VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro;

VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária ou administrativa;

VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores. Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito.

Art. 48. As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem ser representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos audiovisuais.

Nesse cenário, considerando a tecnologia existente, as limitações previstas na Lei de Direitos Autorais ainda são insuficientes para abranger, na internet, o impedimento de uso indevido de obras intelectuais por terceiros. Ademais, não é possível garantir o uso legal de conteúdos intelectuais com a finalidade de exercício do direito à educação.

Nessa perspectiva, destaca-se, no âmbito da EaD, os Recursos Educacionais Abertos (REA), os quais, como explicam Miao, Mishra e McGreal (2016), podem colaborar no aumento do acesso de mais pessoas ao mundo do conhecimento, pois podem ser usados na educação formal, em todos os níveis e modalidades, na educação informal e na aprendizagem ao longo da vida. Conceitualmente, os REA ou open educational resources (OER):

[...] são materiais de ensino, aprendizagem e investigação, em qualquer suporte ou mídia, digital ou não, que estão sob domínio público ou são disponibilizados com licença aberta que permite o acesso, uso, adaptação e redistribuição gratuita por terceiros, sem restrição ou com poucas restrições (UNESCO, 2012, p. 1).

Podem ser destacados como exemplos de REA: cursos completos, materiais de cursos, módulos, livros didáticos, livros, capítulos de livros, artigos de pesquisa, testes, vídeos, recursos multimídia, animações, simulações, infográficos, mapas, recursos hipermidiáticos, imagens, músicas, áudios, jogos, softwares e quaisquer outros materiais para apoiar o acesso ao conhecimento (MAZZARDO; NOBRE; MALLMANN, 2017).

Nesse contexto, pode-se ressaltar que o aumento de reuso, adaptação, remix, produção e compartilhamento de REA dependem de políticas públicas de apoio e incentivo governamentais, institucionais e do envolvimento dos professores. As Diretrizes para REA no Ensino Superior (UNESCO, 2015, p. 10) traçam algumas orientações, quais sejam:

1. Desenvolver habilidades para avaliar REA – conhecer os repositórios, avaliar e selecionar REA para integrar nos materiais e práticas didáticas; 2. Considerar a possibilidade de compartilhar REA – disponibilizar em repositórios planejamentos e atividades didáticas e, com o tempo, criar recursos mais elaborados, individualmente e em colaboração com colegas; 3. Adaptar REA – usar efetivamente REA envolve o desenvolvimento de habilidades para adaptar e contextualizar REA existentes, adequando para diferentes necessidades de aprendizagem dos alunos, para estratégias metodológicas e objetivos específicos;

4. Trabalhar em colaboração com outros professores, formando equipes, buscando apoio institucional e participando de redes e comunidades online sobre REA;

5. Buscar apoio institucional para formação e produção de REA;

6. Estimular a participação dos alunos na avaliação dos REA sugeridos e em pesquisas de novos REA sobre temas de interesse;

7. Publicar as atividades desenvolvidas com REA, principalmente as relacionadas ao sucesso em atingir objetivos de aprendizagem. Publicações abertas contribuem para aumentar o conhecimento sobre os REA e fomentam a integração nas práticas pedagógicas;

8. Comentar e fornecer dados acerca do uso dos REA existentes. Os comentários e os dados fornecidos pelos professores sobre os REA reutilizados, adaptados e criados contribuem para a efetivação do reúso; 9. Atualizar o conhecimento de direitos de propriedade intelectual (DPI), direitos autorais e políticas de privacidade. É importante estabelecer claramente os direitos e as condições relativas aos trabalhos criados, ou seja, como eles podem ser compartilhados e utilizados por outros. Os professores precisam entender como essas políticas podem afetar os seus direitos.

A falta de conhecimento a respeito dos REA, do licenciamento aberto e dos direitos autorais limita o aumento da produção e disponibilização, sendo necessária também mais divulgação sobre o potencial dos REA para transformar a educação. A aquisição dos conhecimentos acontece com oportunidades de formação e pesquisa sobre REA (MIAO; MISHRA; MCGREAL, 2016). Nesse processo e diante da especificidade das normas referentes aos direitos autorais, é evidente a necessidade de que entre as atribuições dos autores e mediadores pedagógicos da EaD se verifique o pleno conhecimento das normativas e licenças de uso, para que façam uso de conteúdos preexistentes de forma regulatória.

Para dar sequência ao exposto, apresenta-se, na próxima seção, a metodologia aplicada para a realização da pesquisa, destacando-se a caracterização da pesquisa, a população e a amostra, o método de coleta de dados e a forma de análise, com ênfase nas temáticas envolvidas, quais sejam: Educação a Distância, Direito Autoral e Teoria do Conhecimento Organizacional.

5 METODOLOGIA

Visando atingir os objetivos propostos, com rigor científico, esta seção apresenta a sistemática metodológica de realização da investigação. Para tanto, estão descritos: a caracterização da pesquisa, a população e amostra, o método de coleta de dados e a forma de análise.

Considerando a problemática da pesquisa, que busca verificar quais ações contribuem para melhorar o conhecimento organizacional sobre os direitos de autor, com vista a evitar violações e conflitos na produção do material para EaD na SEDIS- UFRN. Nessa direção, elegemos os seguintes objetivos: geral – analisar que tipo de ações podem contribuir para melhorar o conhecimento organizacional sobre os direitos de autor, visando evitar violações e conflitos na produção do material para EaD na SEDIS-UFRN; específicos: descrever as etapas e os atores envolvidos na produção do material didático da SEDIS; como também avaliar conhecimentos, habilidades e percepções dos colaboradores relacionados aos direitos autorais, na produção do material didático da SEDIS; e ainda, propor sugestões com vista a capacitar os colaboradores e regulamentar os direitos autorais dos materiais produzidos, com foco na GC, especificamente, na Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional.

Nesse processo, a pesquisa bibliográfica deu início a este trabalho e buscou a teoria na área da Gestão da Conhecimento, como no campo da Educação e do Direito Autoral, com o tema EaD, sobretudo na Produção do Material Didático. Os livros clássicos referentes a esses temas sustentam a pesquisa, complementados por livros, artigos, dissertações, teses, como também, legislação pertinente à temática. O escrito pelos autores permitiu a construção da fundamentação teórica que embasa este estudo para avanço nas próximas etapas da investigação. A representação gráfica da fundamentação teórica pode ser apreciada na figura 7 a seguir.

Sociedade do conhecimento

Organizações

Figura 7 – Representação Gráfica da Fundamentação Teórica