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Como métodos para coleta dos dados foram utilizados a entrevista semiestruturada (apêndice A), o questionário estruturado com perguntas abertas e fechadas (apêndice B) e a observação participante.

Para a elaboração dos instrumentos de coleta de dados foram definidas variáveis em três dimensões principais: conhecimento sobre direito autoral, aplicação dos conhecimentos nas práticas profissionais e gestão laboral de direitos autorais. A dimensão “conhecimento sobre direito autoral” diz respeito à familiaridade com termos, noções, conteúdos, legislação e novas tendências do direito autoral. Já a partir da dimensão “aplicação dos conhecimentos nas práticas profissionais”, busca- se identificar o conhecimento acerca dos termos, noções e conteúdo do direito autoral nas práticas e atividades profissionais. No que diz respeito à dimensão “gestão laboral de direitos autorais”, definem-se aspectos referentes a posicionamentos da direção quando da ocorrência de problemas com direitos autorais.

Exclusivamente no questionário, verificou-se, ainda, o perfil do participante, o qual destacou gênero, faixa etária, cargo e função, vínculo, tempo de serviço, escolaridade. No que se refere aos conhecimentos, habilidades e percepções e gestão laboral sobre direito autoral, determinou-se como variáveis de análise:

 o nível de conhecimento, como também as vias de aquisição do conhecimento;

 o nível de conhecimento da Lei n. 9.610, conhecimento sobre direito moral, direito patrimonial, copyright, domínio público;

 o nível de conhecimento sobre a existência de regulamentação institucional;

 o nível de conhecimento sobre copyleft e creative commons;  tipos de problemas encontrados relacionados ao direito de autor;  instrumentos para adquirir conhecimentos sobre direito de autor;  uso da aba de restrições e licenças do Google;

 conhecimento sobre a existência na UFRN ou na SEDIS das regulamentações sobre direito de autor;

 frequência com que acontecem algumas atividades relacionadas com a comunicação e resolução de conflitos de direito de autor.

Ao descrever a respeito da entrevista, Sampieri, Collado e Lucio (2013) esclarecem que pode ser dividida em: estruturada, semiestruturada ou aberta. A entrevista foi do tipo semiestruturada, realizada com a gestora da SEDIS, sendo, ao mesmo tempo, gravada com sua autorização, o que facilitou a transcrição, para a posterior análise de conteúdo. A entrevista semiestruturada foi realizada no dia 14 de novembro, fundamentada em um roteiro de perguntas, considerando que a entrevistadora tinha a liberdade de fazer e improvisar outras perguntas no momento que julgasse adequado, para que assim pudesse obter mais informações sobre o tema desejado. Nessa etapa de coleta, buscou-se responder ao objetivo de identificar e analisar os problemas de direitos autorais na SEDIS, como também identificar conhecimentos, habilidades e percepções dos colaboradores.

Conforme mencionado anteriormente, foi utilizado o questionário, que, para Vergara (2004, p. 54):

[...] caracteriza-se por uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. Às vezes, é chamado de teste, como é comum em pesquisas psicológicas; outro é designado por escala, quando quantifica a resposta. O questionário pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou fechado, estruturado.

Antes da aplicação do questionário, o instrumento foi submetido a um pré- teste. Para Hair Jr. et al. (2005), nenhum questionário deve ser ministrado sem que primeiramente o pesquisador aprecie e ateste a possível exatidão e coerência das respostas, devendo a amostra de um pré-teste abranger de quatro a cinco indivíduos, no mínimo, implicando na sua validação.

De acordo com Marconi e Lakatos (2010), o pré-teste consiste em averiguar os instrumentos de pesquisa partindo-se de uma quantidade reduzida da população do universo ou da amostra, antecedendo sua aplicação definitiva, com o intuito de impedir que o pesquisador obtenha um resultado não exato. As autoras elucidam que o pré-teste deve ser realizado, preliminarmente, com uma amostra aleatória representativa ou intencional, visando evidenciar possíveis falhas existentes, a fim de assegurar que o instrumento de pesquisa se encontra em condições de permitir resultados sem erros.

O pré-teste foi realizado no dia 9 de novembro de 2018, com um representante de cada setor. Eles responderam cada questão fazendo os apontamentos quando necessário. As intercorrências foram anotadas pela pesquisadora, que acatou todas, fazendo as alterações necessárias para aplicação do questionário definitivo. Cabe destacar que as lacunas encontradas foram questionamentos quanto a alguma palavra que não haviam entendido no enunciado da pergunta, bem como sugestões de respostas para acrescentar nas perguntas fechadas.

Portanto, foi utilizado um questionário estruturado impresso, com perguntas abertas e fechadas, totalizando 22 questões, aplicado no período de 12 e 13 de novembro de 2018, com a pesquisadora presente durante toda a coleta. Optou-se por essa modalidade de aplicação tendo em vista agilizar o processo de resposta e devolução dos questionários assim como atingir o maior número possível de respondentes.

Com relação à observação participante, Richardson et al. (2015, p. 184) ressaltam que “não podemos negar que a observação participante é a única técnica que possibilita a interação entre o pesquisador e os sujeitos permitindo uma abordagem pessoal”. Os autores destacam que a observação participante também pode conjugar-se a outras técnicas de coleta de dados, além de pode ser utilizada de maneira independente e ou exclusiva.

De acordo com Sampieri, Collado e Lucio (2013), essa técnica é vislumbrada como sendo o tipo mais desejável de observação participante, ou seja, quando o pesquisador é um participante do grupo. Portanto, a condição de colaboradora é considerada como uma técnica importante, visto que a pesquisadora atua na equipe da SEDIS, com o objeto de estudo, participando da rotina, com todas as nuances que envolvem o fazer laboral.

De acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 79), a observação participante incide na participação real do pesquisador com a comunidade ou com o grupo de trabalho. Com isso, o pesquisador se insere no grupo e fica tão próximo quanto um membro do grupo que está sendo observado. Nessa fase da pesquisa, foi possível identificar e apresentar as etapas de produção de material didático e, descrever os atores envolvidos na produção de material didático da SEDIS.