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4. Enquadramento Operacional: do sonho à realidade

4.1. Área 1: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

4.1.4. Avaliação

4.1.4.3. Avaliação Formativa

“A avaliação ao serviço do processo ensino-aprendizagem é mais contínua que final, é menos formal, assume formas diversas em função dos conteúdos da própria aprendizagem e adapta-se a grupos de alunos ou à turma.”

(Karpicke et al., 2012, p.76).

- Através da avaliação formativa irei avaliar toda a vossa evolução ao longo do ano letivo, embora não haja nenhum momento formal de avaliação. O que eu quero dizer com isto é que a avaliação é contínua e que vocês se devem

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preocupar mais com essa avaliação do que com a avaliação sumativa. – expliquei eu, numa aula aos meus alunos do 10º ano .

Assim que terminou a aula, o PC veio ao meu encontro e comentou: - Gostei do facto de teres mencionado que é mais importante o processo do que o produto final, no entanto, não podes descurar a avaliação sumativa.

- Eu não vou descurar a avaliação sumativa, eu só quero que eles aproveitem todas as aulas com seu melhor rendimento e não apenas demonstrá- lo na avaliação sumativa. – esclareci eu o PC.

- E tens toda a razão. – continuou o professor. – Até porque a avaliação formativa é aquela que se encontra mais patente com o ensino-aprendizagem.

- Também é importante referenciar que esta avaliação tem mais caracter qualitativo do que quantitativo e que irei avaliar os alunos através da observação, do ciclo de feedback e através do questionamento, visto que é algo que, por norma já executo em todas as aulas. – completei eu o PC.

- E sabes qual é o objetivo desta avaliação? – questionou o docente. - Sei. Tem como objetivo fornecer ao professor informações acerca do planeamento. Se está, ou não, a ser executado com qualidade. Se não estiver, o docente deve rapidamente alterá-lo e ajustá-lo de acordo a circunstância, levando-o a cumprir os objetivos. Por isso, é que esta avaliação ocorre de forma constante e contínua, para que o docente possa atuar, assim que verificar a necessidade de alterar o planeamento ou as estratégias utilizadas nas aulas, de modo a que a concretização das metas não se torne numa missão impossível. – respondi-lhe eu.

- Exatamente. – concordou o PC. – Segundo Rodrigues (2003), a avaliação formativa é uma avaliação que vai dando informações ao longo do tempo e, consoante as mesmas, o docente pode ou não adotar por novas estratégias, alterações e reajustamentos no planeamento, levando a que ele exerça um ensino com mais qualidade. Contudo, é importante salientar que estas informações não devem ser utilizadas no momento de classificação. Se assim for, estaremos a promover situações de ansiedade e nervosismo aos nossos alunos, o que é desnecessário. O docente tem de reconhecer que faz parte do ser humano e do aluno errar, sentir dificuldades e serem livres.

A conversa acabou por ficar por ali e, na última reunião de NE, o PC voltou a tocar no assunto:

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- O que têm a dizer sobre a avaliação formativa?

- Na minha opinião, foi a avaliação que teve mais peso no meu crescimento, enquanto profissional. Embora não tenha havido nenhum momento formal para esta avaliação, posso salientar que foi através dela que avaliei todo o processo de ensino-aprendizagem. Desde as minhas dificuldades às estratégias mais bem conseguidas, assim como nos alunos. Consegui perceber quais os melhores exercícios para promover o desenvolvimento motor nos discentes, quais aqueles que tinham de ser alterados e em que momento isso era oportuno, assim como aqueles que tinham de ser excluídos, ou por serem demasiado simples ou por serem demasiado complexos. Posso arriscar em dizer que o diário de bordo, foi o meu instrumento de avaliação formativa. Foi neste documento que registei e refleti toda a minha evolução, assim como a dos meus alunos, e que recorri diversas vezes quando me deparei com a atribuição da classificação final. Também posso salientar a avaliação formativa, quando algum aluno se encontrava lesado ou doente no momento de avaliação sumativa. Se a avaliação formativa não acontecesse de forma contínua e sistemática, seria-me impossível atribuir uma classificação justa ao aluno em questão. Com isto, afirmo que, através desta avaliação, possuía uma conceção geral de como era cada aluno das minhas turmas em cada conteúdo lecionado. – respondi eu.

- Concordo com a Rita, professor. – continuou o Flávio. – Se a avaliação formativa não ocorresse, caíamos no erro de atribuir uma nota ao aluno que, por algum motivo forte, não realizou a avaliação sumativa, de forma descabida, incorreta e injusta. Rodrigues (2003, p.8) diz que “O fato de dispormos de testes,

medidas e observações, entre outros, sem reflexão e análises contextualizadas, tende a atitudes seletivas, classificatórias e discriminativas, geralmente inoperantes.”.

- Exato, assim conseguimos precaver qualquer imprevisto, tendo sempre bases que suportem a nossa avaliação sumativa e, por sua vez, a classificação final. – concordei eu com o meu colega. – Já para não referir que o facto de eu alertar os meus alunos que será sempre mais importante para mim um aluno que se esforça em melhorar, do que um aluno que, desde início demonstra boas aptidões físicas para a prática, não demonstre o mesmo empenho que as suas capacidades, elevava os níveis de motivação e empenho da turma.

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- Sim e a verdade também é uma. Se não avaliássemos os alunos de forma constante e sistemática, independentemente de não ser num ato formal, as notas finais iriam ser inferiores àquelas que atribuímos. – prosseguiu o Flávio. – Acho que o professor deve ter consciência que os alunos nem sempre estão nos seus melhores dias e, de facto, já nos aconteceu um bom aluno ter uma prestação menos positiva na avaliação sumativa. De modo a não prejudicá-lo, tivemos de recorrer à avaliação formativa.

- A avaliação formativa fez-vos perceber que não basta preocuparem-se apenas com o produto final. É importante motivar e reforçar os aspetos positivos alcançados, quer por vocês quer pelos alunos. E, nesse sentido, vocês estiveram fantásticos. – disse o professor, orgulhoso.