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4. Enquadramento Operacional: do sonho à realidade

4.1. Área 1: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

4.1.4. Avaliação

4.1.4.4. Avaliação Sumativa

- “(…) a avaliação formativa recorre a instrumentos e procedimentos que

permitem compreender o estado da situação e do conhecimento ao longo do processo de formação do aluno. Já na avaliação sumativa, recorre-se a instrumentos e procedimentos de avaliação final, realizados segundo uma estrutura de síntese” (Gonçalves et al., 2010, p. 50-51). – Li eu, enquanto me

preparava para me debruçar sobre o tema da avaliação sumativa.

Em pleno verão, encontrava-me num local, para onde costumo ir quando preciso de me concentrar nos estudos e, a uma determinada altura, uma amiga minha chega:

- Boa tarde Rita!

- Que susto, Katá! Não podes aparecer assim do nada. – adverti eu. - Estava assim tão concentrada? Até me admira. – comentou ela, surpreendida, pousando as suas coisas em cima da mesa.

- Claro que estava. – afirmei eu, orgulhosa.

- Em parte vais no teu relatório de EP? – questionou a Katá, curiosa. - Estou na parte da avaliação sumativa. – esclareci-lhe eu.

- Avaliação sumativa? Isso não é a última avaliação que fazes aos teus alunos? – voltou ela a questionar-me.

- É a última avaliação que efetuas no final de cada UD lecionada, é uma avaliação pontual, com o objetivo de chegar à classificação. Aqui não ocorre

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controlo sobre o ensino-aprendizagem, ao contrário da avaliação formativa. Tem como visão avaliar os alunos e perceber se, naquele momento exato, demonstram ou não as habilidades motoras que foram lecionadas ao longo da UD em questão. – informei-lhe eu.

- Ah… então a avaliação sumativa vem completar a avaliação formativa, isto é, fornece-te mais informações, de modo concreto, para além daquelas que possuías anteriormente. – comentou a Katá.

- Sim. Pelo menos eu encaro a avaliação sumativa dessa forma. – afirmei eu. – É uma espécie de confirmação de todo o processo de ensino- aprendizagem realizado. Embora já conheça a performance de todos os meus alunos através da avaliação formativa, a avaliação sumativa vem assegurar ou trazer mais dados que não foram observados na avaliação formativa.

- Com a avaliação sumativa, consegues, então, averiguar todo o processo da UD, através do produto final. – opinou ela.

- Exatamente. – concordei eu com a Katá. – Vou-te ler aqui um pequeno excerto: a avaliação sumativa deve “(…) ter lugar no final de uma ou várias

unidades de ensino que interessa avaliar globalmente. A avaliação sumativa fornece um resumo da informação disponível, precede a um balanço de resultados no final de um segmento extenso de ensino.” (Rosado e Colaço, 2002,

p. 66).

- E os alunos? Como é que lidaram com esta avaliação? – interrogou ela. - De forma muito séria e rigorosa, principalmente os meus imprevisíveis do 10º ano. – respondi-lhe eu. – O facto de ser uma docente rigorosa com eles, automaticamente fez com os meus alunos se tornassem exigentes com eles próprios. Quando a performance não tinha sido a melhor, eles próprios me pediam para repetir, assim como quando achava que os alunos conseguiam alcançar melhores resultados, eu própria pedia para eles repetirem.

- Confesso que com a personalidade que tens, o facto de ser demasiado bem-disposta e divertida, não te imagino a dar aulas. Eles respeitam-te? – perguntou-me a Katá.

- Claro que me respeitam, que remédio têm eles. Posso-te dizer que houve uma UD, a UD de ginástica acrobática, foi muito curta, com cerca de 5 sessões e logo, no início, transmiti como iria decorrer a avaliação sumativa. Confesso que não foi fácil. Primeiro, porque o ambiente da turma não era o mais

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favorável e, segundo, por se tratar de uma modalidade que exige tempo e dedicação. Porém, no dia da avaliação sumativa, vieram todos da mesma cor, trouxeram a música, assim como apresentaram a coreografia de forma impecável. Recordo-me que um aluno se lesionou nesse dia e, apesar dos conflitos existentes, a turma uniu-se para, rapidamente, solucionarem a ausência do colega, com o objetivo de não haver lacunas durante a atuação. Houve alguns erros cometidos, mas não poderia exigir mais aos meus alunos, devido ao pouco tempo que trabalhamos naquela modalidade. Por estes motivos, esta UD não teve tanto peso na classificação final como as restantes. – transmiti-lhe eu, orgulhosa.

- Uau, nunca te vi tão emocionada a falar. – confessou ela.

- Não me provoques. – comentei eu. – Mas não fugindo ao assunto, é importante salientar, que todos os alunos que, por algum motivo, não realizavam aula, foram sempre ativos nas tarefas que lhe eram pedidas como, por exemplo, na montagem e arrumação do material, na transmissão de feedbacks aos colegas, no papel de treinador/capitão durante a aplicação do MED, no preenchimento de relatório de aula, na arbitragem, assim como na realização das ajudas nas UD de ginástica de solo e de ginástica acrobática. Por este motivo, não tive a necessidade de realizar uma avaliação complementar aos alunos que não efetuavam a prática, porque o tempo de dispensa era curto. Exceto em dois casos particulares. O primeiro caso, foi com uma aluna, portadora de escoliose, que, por impedimento médico, não poderia praticar ginástica de solo, e, o segundo caso, foi um aluno que se lesionou durante uma aula e não pode efetuar nenhuma aula de andebol, no 3º período. A estes dois alunos, pedi-lhes a elaboração de um trabalho teórico sobre os conteúdos lecionados nas UD que estiveram ausentes da prática.

- Ao usares essa avaliação complementar, não achaste que estavas a ser injusta com os restantes alunos? – questionou-me a Katá.

- Claro que não, tive o cuidado de lhes explicar que estes dois alunos iam ser sujeitos a outra avaliação. Eles compreenderam o facto de os colegas não terem culpa de estarem limitados e que não poderiam ser prejudicados por causa das suas limitações. – clarifiquei eu a sua questão. – Para finalizar este assunto, quero destacar-te que a avaliação em EF é tão importante como nas outras

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disciplinas e que todos os critérios de avaliação, foram todos alvo de trabalho e de avaliação, de modo a atribuir coerência à classificação final.

- Gostei de te ouvir, Rita, mas agora vou-te deixar sossegada, porque tens muito para escrever. Eu vou é dar início ao meu estudo, porque também quero ser licenciada em setembro. – concluiu ela.