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AVALIAÇÃO FUNCIONAL PÓS-1NTERVENÇQES

Apartirdos dados coletados, foi possível verificar, de forma concreta e mais precisa, as alterações no comportamento da criança e de seus familiares, compa­ rando com os comportamentos emitidos durante o período de avaliação inicial. Para essa análise comparativa, os dados foram agrupados em diversos grá­ ficos, permitindo uma visualização rápida das alterações não só na quantidade de. verbalizações emitidas por todos, como no tipo dessas verbalizações (ver exemplos no Anexo III).

Foi possível observar mudanças nos comportamentos dos pais (interven­ ção) que produziram alterações nos comportamentos da criança. Como exem­ plo, podemos citar o aumento na conseqüenciação de mandos vocais (pedidos) emitidos pela criança. A Tabela 3 mostra um episódio em que o pai está em interação com a criança.

TABELA 3 - Interação entre pai e criança, retirada do registro de observação do dia 10.6.2005. A primeira linha indica o local e as pessoas presentes, a segunda linha indica as verbalizações da criança em interação com as verbalizações da mãe na terceira linha.

Contexto Pai e irmão sentados no sofá e criança em pé em trente à TV

C. 0 quê? Não. Nào,

papai, quero colo. É, papai. M. E aí, fílho, como é que é? Senta Senta aqui, ó, aqui, ó. senta com o papai. Você quer colo? (Pega criança no colo)

É importante ressaltar que, além das intervenções terem produzido mudan­ ças em comportamentos específicos da criança, tais como aumento de pedidos, descrição de eventos e nomeação, houve a instalação de novos repertórios, tais como a emissão de elogios por parte da criança supostamente em decorrência da emissão de elogios pelos familiares (como pode ser observado nas Tabelas 4 e 5).

TABELA 4 intesação entre a m ãe e a criança, retirada do legistro de observação do dia 3.6.2005.

Contexto Mãe e criança na cozinha, criança vai para a lavanderia e mãe vai em seguida

C. Mãe, fez cocô Olha.

[referindo-se ao cachorro ter feito cocõ no lugar certo].

M. Deixa eu ver. Ah, fez mesmo. Fez no lugar

certo. Parabéns, Butch. Fez cocô no lugar certo, muito bem! Tá de parabéns.

TABELA 5 -Interação entre a mãe e a criança, retirada do registro de observação do dia 3.6.2005. Contexto M ãe e criança na lavanderia

c. Butch, tá de parabéns! M uito bem !

M. É, está de parabéns!

CONCLUSÃO

Como pode-se perceber, a observação enquanto estratégia para a obten­ ção de dados permitiu uma intervenção baseada em informações bastante pre­ cisas sobre as relações familiares que produziam e mantinham o comportamen­ to problema em questão.

A intervenção em ambiente natural pôde ser feita de maneira segura e eficaz a partir da observação durante todo o proccsso, permitindo dessa forma a avaliação de cada etapa desenvolvida ao longo do processo terapêutico. O en­ volvimento de pessoas significativas no arranjo das contingências responsáveis pela manutenção do problema pareceu ser de fundamental importância para o sucesso terapêutico, deixando demonstrada a eficácia da utilização dc pessoas especialmente treinadas para a obtenção das mudanças desejadas.

ANEXO I

Lopez (2006), com o objetivo de caracterizar as práticas educativas de professores da 5a série do Ensino Fundamental, além de aplicar questionários e . fazer entrevistas com os professores, realizou observações em situações infor- '•rnais (não-estruturadas) e formais (estruturadas). Segundo a autora, as obser­

vações foram realizadas cm diferentes circunstâncias dentro da escola, e foram identificados comportamentos e interações entre os membros da comunidade escolar. Foram realizadas sessões de observações formais em quatro reuniões pedagógicas, uma reunião de pais e 56 observações formais (estruturadas) nas salas de aula, com o objetivo de identificar aspectos inerentes à prática educati­ va de professores de 5* série. Todas as observações foram registradas de forma cursiva e, em seguida, categorizadas para análise.

A seguir, um trecho do registro cursivo ocorrido em sala de aula.

Contexto: aula da professora de Ciências na 5a série B, logo após o intervalo (das 13h25 às 14h50). Estavam presentes 23 alunos, sendo 12 meninas e 11 meninos. As carteiras, em sua maioria, estavam dispostas em duplas.

Descrição: P entra na sala6, coloca material (livros, diários, cadernos etc.) sobre a mesa e cumprimenta As: Bom-dia! / Asl mexem em material e dizem; Bom-dia! As2 mexem em material e con versam em voz baixa. As3 falam em voz alta sobre alteração de lugares determinada por P na aula an­ terior. / P fecha a porta, apaga a lousa e escreve a data. / Asl c As2 mexem em material e conversam em voz baixa. As3 falam alto sobre mudança de lugares. / P para As3; Nós vamos ficar duas aulas resolvendo problemas dos outros? / Asl conversam em voz baixa. As2 ficam em silêncio. / P diz: Psiu! O problema dos outros não nos diz respeito, vainos para a aula. / As permanecem em silêncio. / P em pé, próxima à lousa, diz: Na aula passada (...) ainda nem começamos a corrigir os exercícios, então vamos começar. / Al, sentado próximo à mesa deP, pergunta: Quer queeupegue os livros, professora? / P faz sinal afirmativo com a cabeça. / A l sai da sala e volta após alguns minutos com caixa de papelão cheia de livros didáticos referentes à disciplina. / P pega um dos livros, abre na página X, divide a lousa em 10 partes, sendo 5 espaços na parte superior e 5 na parte inferior, enumera-os e começa a corrigir as questões sobre conteúdo trabalhado em aula anterior (...) (Lopez, 2006, p. 49)

6 N o registro cursivo, a letra "P” indica professor e "A(s)” indica aluno(s). As barras separam as ações do docente e dos alunos.

FO LH A DE O B S E R V A Ç Ã O

ANEXO 111 - Exem plos de gráficos desenvolvidos para a visualização das mudanças da cliente

£

4001 13.12.2004 14.12.2004 14.2.2005 3.6.2005 10.6.2005 ■ M ãe ■ Pai

FIGURA 3 - Quantidade de frases emitidas em difeção à criança por cada membro da família, nos dias 13.12.2004,14.12.2004,14.2.2005, 3.6.2005 e 10.6.2005. Nos dias 14.12.2004 e 3.6.2005, apenas a mãe e a criança estavam presentes. A seta contínua indica a orientação para os pais aumentarem a quantidade de verbalizações emitidas. A seta tracejada indica a orientação para que a mãe deixasse o pai e a criança mais tempo sozinhos. A seta pontilhada indica a orientação para que o pai emitisse elogios à criança.

FIGURA 4 - Quantidade de frases emitidas pela criança, nos dias 13.12.2004,14.12.2004,14.2.2005, 3.6.2005 e 10.6.2005. Nos dias 14.12.2004 e 3.6.2005, apenas a mãe e a aiança estavam presentes. A seta tracejada indica o aumento das verbalizações da mãe e a seta contínua indica o aumento das verbalizações do pai.

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