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Vale atentar que o termo complexo utilizado por Pérez-Álvarez (1996) para caracterizar os tipos de problemas que o paciente externo apresenta possivelmente opõe-se a respostas discre­

ESTÍMULO DISCRIMINATIVO RESPOSTA CONSEQUÊNCIA

7 Vale atentar que o termo complexo utilizado por Pérez-Álvarez (1996) para caracterizar os tipos de problemas que o paciente externo apresenta possivelmente opõe-se a respostas discre­

tas, foco da intervenção do modificador do com portamento nos ambientes instiiudonais.

prática clínica com portam ental caracteriza-se por um a prática verbal, que só é possível devido ao conhecim ento produzido pela análise do com portam ento so­ bre aprendizagem, principalmente aquela relativa ao com portam ento verbal.

O cliente, quando procura o serviço de um terapeuta, geralm ente tem um problem a, seja porque ele sofre, seja porque seus com portam entos geram sofnm ento para aqueles com os quais convive (Guedes, 1997), D esde a prim eira interação cliente-terapeuta, se estabelece um a interação verbal. Ambos falam sobre os problem as trazidos pelo cliente com o objetivo últim o de minimizar- lhe o sofrimento. Portanto, nesse setting, d ié n te e terapeuta estabelecem um a relação verbal na qual assum em os papéis de falante e de ouvinte. É essa intera­ ção verbal que constitui, a u m só tem po, o objeto prim eiro da intervenção e a base para a transform ação das contingências vividas pelo cliente.

Considerando que o objetivo da terapia analítico-com portam ental seria alterar relações do cliente com seu am biente de m odo a dim inuir seu sofrimen- to (Banaco, 1997) e que a terapia, quando ocorre no setting tradicional de con­ sultório, define-se com o um a prática em inentem ente verbal; a questão que se coloca é: com o interações verbais cliente-terapeuta perm itiriam alterações nas relações vividas pelo d ien te em sua vida cotidiana, fora do consultório?

Para responder essa questão, é necessário retom ar por que ocorre a descrição verbal de contingências e como se dá o processo que leva ao estabeledm ento des­ se relato com o estímulo que controla as respostas descritas, seja a descrição feita pelo próprio cliente ou pelo terapeuta. Isso equivale a retom ar os três m om entos do processo envolvido no controle de um a resposta por um a (auto)descrição.

O prim eiro m om ento diz respeito a viver as interações com o am biente e, obviam ente, é experienciado por to d o e qualquer cliente.

O segundo é aquele em que tais interações são descritas. D evem os conside­ rar que o trabalho n o consultório perm ite acesso, apenas, ao segundo m om ento - com exceção das relações vividas pelo cliente com o terapeuta, dentro da ses­ são, que seriam semelhantes àquelas vividas fora e que, conseqüentem ente, per­ mitiriam observação e manipulação diretas de algumas variáveis relevantes.

Ainda sobre o segundo m om ento, podem os afirmar que o d ien te chega ao consultório tendo a habilidade de descrever, em algum grau, aspectos de sua vida que, a seu ver, estão relacionados com seu sofrimento. A descrição das

experiências vividas já é um com portam ento produzido na história individual do cliente, e um a primeira perspectiva de intervenção do terapeuta se daria so­ bre a qualidade dessa descrição. Com a intervenção verbal, o terapeuta é capaz v de m odelar e /o u instruir um a resposta de auto-observação e autodescrição, de

m odo a tomá-la mais consistente e precisa.

Poderíamos dizer que a descrição do cliente foi controlada por um a regra do ^ terapeuta quando este instrui a resposta de descrever do cliente. Isto é diferente do que ocorre quando o terapeuta modela, com suas respostas verbais, a descrição de ^contingências. Nesse sentido, não podemos afirmar que toda resposta verbal do te- i ^apeuta funciona como uma regra - estímulo antecedente - que controla a respos­

ta do cliente. É possível que uma resposta verbal do terapeuta funcione como um estímulo conseqüente à resposta veibal de descrição do cliente, modelando-a.

Dados experimentais indicam que a resposta verbal, quando modelada, p roduz u m controle mais consistente sobre a resposta relatada do que quando o m esm o relato verbal é instruído (Catania, Matthews & Shimoff, 1982).*

Antes da produção desses resultados experimentais, Skinner (1994), em escrito de 1953 sobre psicoterapia, afirma que o terapeuta produz m udança no d ien te de maneira mais eficaz quando, ao invés de descrever “qual a solução para o problem a” (idem, p. 360) favorece a percepção do próprio d ien te sobre o que está errado para que ele descubra sua própria solução. Ao que tudo indica,

o autor defende a modelagem da resposta de autodescrição como mais efetiva

do que a emissão de regras pelo terapeuta - para produzir mudanças no com ­ portam ento não-verbal do cliente. Sobre isso, afirma:

Q uando o próprio paciente vê que está errado, não é o fato de que a soluçãopartiu de dentro dele que é importante, mas o que importa é que, para descobrir sua própria solução, seu com portam ento com relação ao problem a deve te r se alterado enorm em ente (...) deve ser consum ada um a m udança substancial se o indivíduo tem que identificar as variáveis

8 Pesquisas sobre a relação entre relato verbal e o responder não verbal investigam diferentes parâmetros das contingências em vigor que podem estar relacionados a um maior ou menor controle da resposta verbal sobre a não-verbal (Arnorim, 2001; Ceruttí, 1991; Rosenfarb, N ew - land, Brannon & H ow ey, 1992; Torgrud 8c H olbom , 1990).

im portantes. Um a solução que parte do sujeito representa, assim, um considerável grau de progresso. N enhum progresso sem elhante está im ­ plícito quando o terapeuta enuncia a solução. A terapia consiste, não em levar o paciente a descobrir a solução para o seu problema, mas em mudá- lo de tal m odo que seja capaz de descobri-la. (Skinner, 1984, p. 361)

Mesmo que o cliente descreva as contingências, não se garante que essa descrição funcione com o estím ulo antecedente para um a outra resposta. Esse seria o terceiro m o m ento do processo descrito po r Sério et al. (2004). Para que qualquer estím ulo antecedente (verbal ou não) afete um a resposta, é necessária u tn a história de reforçam ento diferencial em que o critério para o reforçam en- to da resposta seja a sua emissão na presença tam bém desse estímulo.

Se o objetivo final da terapia analítico-comportamental não é a autocons­ ciência por si só e sim a mudança no padrão com poitam ental responsável pelo sofrimento do indivíduo, toma-se relevante investigar se as descrições continua­ m ente aprendidas e refinadas no processo terapêutico funcionarão como uma va­ riável relevante para a mudança na relação do sujeito com o mundo. Isso depende­ rá de um a história pregressa de reforçamento da resposta de seguir regras, além da relação estabelecida entre terapeuta-diente, de m odo que análises elaboradas na relação com o terapeuta controlem o responder do cliente fora do consultório.

A resposta em itida pelo cliente fora do consultório, prim eiram ente de­ vido a análises produzidas na terapia, irá se m an ter se os reforçadores forem diretam ente p roduzidos pela resposta do cliente (regra do tipo conselho) e se não estiverem sob poder exdusivo do terapeuta (regra do tipo mando). Se o terapeuta n ão planejar sua intervenção de m o d o que o cliente fique sensível predom inantem ente às conseqüêndas intrínsecas do seu responder, corre-se o risco de o responder do cliente ficar sob controle som ente da "conseqüen- ciação” provida pelo terapeuta à resposta de agir de acordo com as descrições elaboradas. Nesse caso, as contingências extraconsultório que a regra descre­ ve podem m udar e o sofrim ento advindo da relação com o am biente não, já que tanto a descrição com o o responder permanecem sob controle do reforço social, extrínseco, liberado pelo terapeuta - fenômeno denom inado insensibi­ lidade às contingências.

QUANDO A TERAPIA VERBAL É INSUFICIENTE PARA PRODUZIR MUDANÇAS 1 COMPORTAMENTAIS

Pérez-Álvarez (1996) discute se a característica verbal da terapia no con­ sultório pode limitar seu alcance, principalmente nos casos de pacientes graves ? - íòra do am biente institucional talvez porque eles apresentem problemas v Oiais complexos, que não aparecem durante a sessão terapêutica e, portanto,

não podem ser diretam ente observados ou reforçados.

O a u to r caracteriza o limite da terapia verbal de consultório baseado nos critérios de gravidade do caso e na complexidade do problema; e, ainda, no não-aparecim ento dos com portam entos alvo na sessão terapêutica - o que im- y pediria a observação e reforçamento deles.

Z am ignani (1997) parece concordar com a proposta de Pérez-Álvarez I (1996), ao defender que o relato verbal perm ite ao terapeuta com portam ental ,1

T trabalhar de m aneira eficiente no consultório, a partir da análise funcional, i principalm ente em casos menos graves e que, no atendim ento de casos psiquiá-

tricos mais graves, a impossibilidade da atuação direta no ambiente do cliente pode ser u m problema.

Apesar de concordar com Pérez-Álvarez (1996) no critério de gravidade .1 do caso, com o um limite do alcance da terapia verbal, Zamignani (1997) não considera a complexidade do problema trazido pelo cliente como um definidor da gravidade do caso. Provavelmente, a inexistência dessa discussão deva se à consideração de que toda e qualquer relação entre hom em e ambiente é com ­ plexa p o r definição, em acordo com Banaco (1997), que retom a a multídeter- m inação do com portam ento. Assim, quando Pérez-Álvarez (1996) refere-se aos com portam entos que foram alvo de intervenção, pelos modificadores do com portam ento, como não-complexos, parece referir-se à restrição da com ­ preensão das muitas e intricadas variáveis relacionadas à origem e manutenção de um a resposta e não à natureza do com portam ento.

De qualquer maneira, ambos consideram a terapia verbal insuficiente, a depender da gravidade do caso. Mas não apresentam um a definição com porta­ m ental acerca do que seria um caso mais ou menos grave, ou seja, quais carac­ terísticas desses casos limitariam o alcance de um a terapia verbal.

Baumgarth, Guerrelhas, Kovac, Mazer & Zamignani (1999) aproximam-se

de um a caracterização de “repertório básico de com portam ento” (p. 167) cuja existência viabilizaria a terapia verbal, a saber-, com portam ento de interação com o u tro s hom ens, habilidades de linguagem que possibilitem a co m u n i­ cação e habilidades físicas e m otoras que perm itam contato e exploração do m undo. Supõe-se, portanto, que a ausência desses padrões com porta mentais estaria relacionada com um a m aior gravidade do caso em questão e justificaria a intervenção em contingências extraconsultório.

Os autores destacam que as contingências presentes na vida cotidiana pos­ suem maior variabilidade de estimulação do que aquelas do ambiente da terapia tradicional. Essa m aior gama de estímulos aum enta a probabilidade de que n o ­ vas respostas sejam evocadas e possam ser reforçadas diferencial m ente, seja pela conseqüência diretamente produzida pela resposta do cliente, seja pela ação do terapeuta. Nesse sentido, a atuação fora do consultório pode favorecer tanto a am ­ pliação na classe de estímulos antecedentes e conseqüentes que passam a afetar as respostas como a diversidade das respostas que compõem o repertório do cliente.

Q ualquer lacuna no repertório com portam ental básico do cliente iden­ tificada pelo terapeuta via análise de contingências, e indentificada com o res­ ponsável pelo sofrim ento, deve ser suprida p or meio do planejam ento de con- dições que favoreçam a aprendizagem de novas respostas ou novos controles ambientais. Vale atentar que é fundam ental o terapeuta destrinchar essa lacuna com portam ental e avaliar quais com portam entos serão prim eiram ente desen­ volvidos, de m odo a facilitar a aquisição de outros. A cada etapa desse processo contínuo, cabe ao terapeuta analisar quais as m elhores condições de aprendi­ zagem e com o elas deveriam ocorrer.

O atendim ento no consultório tem algumas desvantagens, provenientes de déficits no repertório verbal necessário para exercer a função de ouvinte e falante na relação terapêutica de consultório, o que pode ser m inim izado se a atuação ocorrer diretam ente no am biente do cliente.

No consultório, toda inform ação acerca da vida do cliente é obtida via relato verbal. Caso a lacuna com portam ental seja exatam ente no repertório de auto-observação e descrição das experiências vividas fora do consultório, a atuação relevante deve ocorrer com o objetivo de propiciar a aquisição de uma resposta verbal sob controle do próprio com portam ento.

Valeria notar que o déficit em questão refere-se ao segundo m om ento da história a partir da qual respostas podem ser afetadas pela descrição de contin­ gências, descrito por Sério et al. (2004). A ausência de repertório autodescriti- vo impossibilita a análise de contingências p o r parte do terapeuta e tam bém a capacidade de ser afetado pela descrição de contingências como estímulos ambientais.

Tal intervenção poderia ser realizada dentro d o consultório; no entanto, a aprendizagem da resposta autodescritiva seria potencializada se ocorresse no am ­ biente d o cliente, pois o terapeuta teria acesso direto às variáveis ambientais que afetam o com portam ento do sujeito e poderia favorecer, via m odelagem ou m o ­ delação, a em issão da resposta de descrição dessa relação. Portanto, em casos de déficit nesse repertório, o atendim ento fora do consultório parece apropriado.

Baumgarth et al. (1999) apresentam um outro aspecto relevante para que a terapia verbal de consultório seja efetiva:

Para que haja u m a aprendizagem satisfatória, é necessário que o cliente dem onstre capacidade de generalizar conteúdos aprendidos no consultório, para outros ambientes e relacionamentos (. ..) testando por si próprio as hipóteses levantadas no consultório. Quando o cliente testa estas hipóteses, pode estar gerando alterações nas contingências que tragam conseqüências que poderão contribuir para aprendizagem e m a­ nutenção do repertório alternativo sugerido. (Idem, pp. 167-168)

Provavelmente, os autores aqui se referem ao terceiro m om ento da his­ tória a partir da qual alguém pode ser afetado pela descrição de contingências, descrito p o r Sério et al. (2004), a saber, quando essa descrição adquire função de estím ulo antecedente capaz de controlar um a resposta.

Se o terapeuta nota que o cliente apresenta dificuldades de ser controlado por um a descrição verbal, seja dele m esm o ou do terapeuta, então deveria analisar quais as possíveis variáveis responsáveis por isso e atuar diretam ente sobre elas. Propomos um a primeira aproximação a essa questão com base no olhar para a tríplice contingência descrita po r Todorov(1985) nos seguintes termos:

U m a contingência tríplice especifica (1) um a situação presente ou antecedente, considerada discriminativa pela função controladora que exerce sobre o com portam ento; (2) algum com portam ento do indiví­ duo, que se em itido na presença de tais estím ulos discriminativos, tem com o conseqüência (3) algum a alteração n o am biente, que não o c o r­ reria (a) se tal com portam ento fosse em itido na ausência dos referidos estím ulos discrim inativos ou (b) se o co m p o rtam en to não ocorresse. (Idem ,p. 75)

A questão, então, seria: o que leva u m cliente a não agir de acordo com as análises feitas pelo terapeuta? O u seja, quais seriam as variáveis relacionadas à não-emissão da resposta de seguir as descrições verbais elaboradas n o contexto do consultório?

Um a prim eira possibilidade refere-se ao segundo term o da contingência, à não-existênda da resposta descrita no repertório do sujeito. Isto é, o cliente não segue a regra porque não é capaz de em itir a resposta. Por exemplo: o terapeuta discute com o cliente a respeito da possibilidade d e ele conhecer novas pessoas e ele não sabe em itir respostas de aproxim ação social, com o fazer perguntas a respeito dc algum assunto ou m anter contato visual. Nesse caso, o déficit não estaria no repertório de seguir regras, m as naquele relacionado à interação social. Se assim fosse, a intervenção terapêutica deveria se dar sobre o desen­ volvim ento do repertório, o que seria facilitado pela m odelagem o u modelação no am biente natural do cliente.

O utra possibilidade relaciona-se ao prim eiro term o, ou seja, a um a falha no controle pelo estím ulo antecedente, sobre a resposta de seguir a descrição e /o u sobre a resposta descrita. No prim eiro caso, o terapeuta deveria avaliar a capacidade operante de seguir um a regra, buscando investigar a história de seguir regras do cliente e intervindo nas variáveis cruciais para o controle desta resposta. Por exemplo, pensem os em um adolescente que é altam ente refor­ çado p o r burlar e /o u contrariar sugestões feitas p o r adultos. A intervenção, nesse caso, deveria focar a relação terapêutica, de m odo que a generalização de estím ulos “adu lto /terap eu ta" se altere. Esse processo só seria possível se o terapeuta "conseqüendasse" as respostas do cliente de m aneira diferente dos

m em bros da dasse de estímulos "adultos”. Essa é um a questão cuja superação independe do locus no qual a terapia ocorre.

No segundo caso, o cliente teria um histórico de seguir descrições, mas o estím ulo não-verbal controlaria mais fortem ente a resposta (oposta ao curso de ação sugerido) do que o estím ulo verbal. Por exemplo, um dependente quí­ m ico d edde evitar o consumo de drogas, mas em contato direto com esse es­ tím ulo o utiliza, apesar de "dizer querer” o contrário. Nesse caso, o terapeuta poderia propor um a intervenção direta no am biente no qual há a possibilidade j de em issão da resposta de consum o (mais provável), com vistas a propiciar auxílio na m anipulação dos estímulos antecedentes (autocontrole) e evocar respostas alternativas e /o u de enfrentam ento. Em casos como esse, a saída seria a intervenção fora do consultório, em virtude do fraco controle verbal sobre a resposta não-verbai.

Um a últim a possibilidade refere-se ao terceiro term o da contingência, isto é, aos estímulos conseqüentes que m antêm o responder. Nesse caso, o cliente teria a resposta descrita em seu repertório, seria sensível à condição na qual, se emitida, a resposta seria reforçada, mas não seguiria as descrições: por não ser afetado pelas conseqüêndas da resposta descrita ou por haver sinalização de pu­ nição se a resposta descrita for emitida. Em relação ao primeiro caso, podemos a ta r, p o r exemplo, um a pessoa deprimida, com baixa freqüênda de respostas mantidas por reforçam ento positivo (como respostas de interação social) e alta freqüência de respostas de fuga/esquiva, geralmente passivas. Esse cliente po­ deria dizer que ‘‘sabe que precisa” sair com os amigos para se sentir melhor, que se divertia, n o passado, ao sair de casa, mas que, entre sair e continuar em casa, em ite a segunda resposta. Diante dessa situação, o terapeuta poderia pri­ vilegiar a atuação no ambiente natural, de m odo a aum entar a probabilidade das respostas em baixa freqüênda, garantindo m enor custo de resposta e maior probabilidade de reforçamento, inclusive no inído, servindo como reforçador condicionado. Devereria-se, então, planejar a passagem do controle pelo tera­ peuta para o controle pelos reforçadores intrínsecos.

Esse exemplo nos indica que não é porque o terapeuta sai do setting clínico que as variáveis a serem manipuladas são aquelas naturalmente relacionadas ao seu responder, na ausência do terapeuta. Mesmo no ambiente extraconsultório,

o terapeuta deveria garantir a passagem do controle arbitrário para o controle intrínseco, além de garantir o desenvolvimento de um repertório de autonomia do diente em relação às ações do terapeuta.

P o r fim, um d ie n te pode não agir de acordo com as descrições verbais p ro ­ duzidas no contexto terapêutico porque, se assim o fizesse, entraria em contato com estimulações aversivas. Nesse caso é possível a existênda de diferentes gra­ dações na aversividade da situação bem com o da combinação ou não com con- seqüêndas reforçadoras, o que estabeleceria u m conflito entre conseqüências. Esgotar, nesse m om ento, todas as possibilidades de conflito com portam ental escapa dos objetivos deste capítulo. De qualquer m odo, caberia ao terapeuta analisàr m om ento a m o m ento se sua atuação no am biente natural seria funda­ m ental para a prom oção de m udança. P or exem plo, o terapeuta poderia consi­ derar pertinente acom panhar seu cliente na realização de um exame doloroso e urgente, mas necessário ao cuidado de sua saúde, o que teria probabilidade bem reduzida de se realizar sem essa ajuda; porém , pode considerar im pertinente sua presença na casa do d ien te quando ele tem u m conflito familiar a resolver. Nesse caso, o terapeuta poderia intervir convidando os envolvidos no conflito a participar de um a sessão conjunta n o intuito de discutir os padrões com por- tam entais dos que geram sofrimento.

Vale ressaltar que n em sempre o que se interpõe ao trabalho do terapeuta é de natureza da in su fid ên d a do verbal e / ou do setting de consultório. Ainda que

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