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45 Figura 25 – Clínica Bicentenário

3.1.2. BENEFÍCIOS

Os benefícios diretos da pesquisa são de cunho normativo para orientar a elaboração de projetos de ambientes receptivos hospitalares que respeitem os índices de temperatura, iluminação, umidade, isolamento acústico e dimensionamento. Propiciando conforto, segurança e bem estar aos usuários na execução de suas atividades. Como benefício indireto os Hospitais pesquisados receberão

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uma avaliação ergonômica do ambiente construído das recepções e a reflexão dos funcionários pesquisados e de suas reais necessidades.

3.2. ASPECTOS ÉTICOS

Em observância a Resolução N° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, a pesquisa foi submetida, através do Plataforma Brasil - sistema eletrônico de recebimento de Projetos de Pesquisas que envolvem seres humanos, ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências de Saúde da Universidade Federal de Pernambuco - CEP/CCS/UFPE, que solicitou avaliação correlata das Gerências de Ensino e Pesquisa do Hospitais Universitários que compõem este estudo, visando garantir proteção e segurança aos participantes. Foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para garantir a disponibilidade dos participantes.

Em 20 de novembro de 2015 recebemos o Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética, emitido pela Dra. Gisele Cristina Sena da Silva Pinho, autorizando a realização da pesquisa acadêmica nos termos apresentados e avaliados pelas 03 (três) instituições de ensino e prática hospitalar. As respectivas cartas de anuência e parecer consubstanciado constam no Apêndice deste volume.

Diante da aprovação do Comitê, foi encaminhada toda a documentação para as respectivas

Diretorias de Pesquisa e Extensão dos hospitais, para permitir o agendamento e acesso aos ambientes para abordagem à comunidade, salientando que a participação foi voluntária, garantido o direito de anonimato e privacidade dos entrevistados.

Como forma de facilitar o acesso aos usuários e propiciar mais conforto aos entrevistados, visando maiores proposições e demandas, planejou-se convidar um profissional de saúde para acompanhar o desenvolvimento desta etapa da pesquisa com o propósito de minimizar os fatores sociais.

3.3. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Primeiramente foi realizada uma extensa pesquisa bibliográfica sobre hospitais, hospitais universitários, arquitetura hospitalar, recepções hospitalares e respectivas legislações municipais e nacionais, incluindo resoluções, RDC´s e NBR´s com o objetivo de embasar e delimitar os critérios relevantes a serem investigados. Etapa fundamental que lastreia a execução da pesquisa.

Em seguida, ocorreram visitas ao Hospital das Clínicas da UFPE em ago/2014 e ago/2015 com o propósito de conhecimento do objeto de estudo e aplicação do plano piloto, momento em que constatamos as facilidades e dificuldades, propositadamente ajustados nos instrumentos oficiais. Oportunizamos ainda visita ao Complexo Hospitalar de Harvard, em Boston-MA com base na pesquisa TOP 10 do Setor Saúde que qualifica o Brigham and Women´s Hospital como o quarto melhor hospital do mundo em modelo de gestão e vanguarda na medicina. Além do Hospital Clínico de Prevenção de Riscos e Clínica Bicentenário, em Santiago – CHILE, que detém o selo de Acreditação Hospitalar e é qualificado entre os 50 melhores hospitais da América Latina. Durante o primeiro trimestre do ano de 2016, já de posse de toda a documentação que alicerça a pesquisa, efetuamos visitas para coleta de dados nas instituições: HC-UFPE, HU-UFPI e HUOL-UFRN

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Foram solicitados elementos gráficos (projeto arquitetônico, planilhas, gráficos e fotografias) às unidades de saúde, que subsidiaram a pesquisa durante a avaliação física do ambiente; em fase inicial. A etapa de identificação da percepção do usuário em relação ao espaço por ele vivenciado foi delineado para início de 2016, momento em que implementamos as entrevistas estruturadas e aplicação de questionários de percepção ambiental. Destaca-se ainda a utilização do walkthrough, observação, relatório fotográfico dos espaços, desenhos e anotações do pesquisador.

A multiplicidade de técnicas utilizadas para coleta e tratamento dos dados se mostra favorável para estudos multi-caso, garantindo profundidade ao estudo e conferindo credibilidade aos resultados, relata GIL (2010). Todas as técnicas e ferramentas adotadas foram inseridas nas etapas da MEAC, conforme suas necessidades.

3.4. MEAC – Metodologia Ergonômica para o Ambiente Construído

Sob a enfoque da ergonomia do ambiente construído, os olhares se voltam para o ambiente físico e seu espectro analisa os diversos fatores que envolvem esse ambiente e sua influência no desempenho das atividades exercidas pelos seus usuários. Esta análise ultrapassa os limites da observação pura sobre a edificação em si, mas envolve fatores como dimensionamento, organização,

lay-out, acessibilidade, iluminação, conforto térmico, acústica, cores, sensações percebidas, e outros

condicionantes físicos que tenham influência sobre o trabalhador e usuário do ambiente. Nesse contexto, avalia-se especialmente as sensações do homem no desenvolvimento de suas tarefas e a sua inter-relação com o seu meio, compondo assim os aspectos cognitivos e sensoriais deste usuário, VILLAROUCO (2011).

Por tratar-se de uma pesquisa multi-caso, exploratória e qualitativa, de cunho descritivo e do tipo corte transversal, o projeto faz uso da Metodologia Ergonômica para o Ambiente Construído – MEAC, proposta por Villarouco (2007), cuja finalidade é entender, avaliar e modificar o ambiente e sua interação mantendo foco no usuário, através de uma abordagem ergonômica. A Metodologia ainda integra elementos da antropometria, da percepção ambiental e da ergonomia cognitiva. Embasa os seus parâmetros em RDC´s, NR´s e NBR´s.

Definido o homem como centro, a MEAC, busca as experiências vividas, a percepção espacial e as reivindicações deste usuário colocando-o em destaque. Ofertando ao investigador respaldo para implantação das mudanças necessárias.

A busca da adaptabilidade e conformidade dos espaços para o homem, permite um melhor desempenho das tarefas. Com este propósito, a MEAC fragmenta a pesquisa em 06 etapas que consideram, além dos aspectos físicos do ambiente construído (03 etapas), a percepção do usuário em relação ao espaço (03 etapas), quais sejam: Análise Global do Ambiente, Identificação da Configuração Ambiental, Avaliação do Ambiente em Uso no Desempenho das Atividades, Percepção Ambiental pelo Usuário e Diagnóstico Ergonômico do Ambiente e Recomendações.