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77 Figura 57 – Planta Baixa PONTOS DE MEDIÇÃO – DIAG Imagem do HC – UFPE

Fonte: Arquivo do Autor

As medições foram realizadas no início e no final de cada expediente de trabalho, totalizando 04 momentos. Pela manhã realizamos medições às 8h00 e às 12h00, já no turno da tarde as aferições se deram às 14h00 e por fim, no final do expediente, às 17h00. Os pontos de medição estão demonstrados na Figura 57. Destaca-se que a condição de coleta foi com o ambiente em pleno uso, com luminárias, ventiladores e equipamentos (computadores e impressoras) em funcionamento.

Tabela 05: Detalhamento dos pontos de medição – DIAG Imagem

Fonte: Arquivo do autor

A fim de pluralizar a coleta e atender às especificidades do ambiente foram mapeados oito pontos de medição que mesclam os tipos de atividades, funções e usos. Desta feita escolhemos 04 pontos de uso interno (funcionários) e 04 pontos de uso externo (público), contemplando assim as áreas de recepção, atendimento, circulação e espera. A altura estabelecida para cada ponto de medição foi embasada na atividade detectada pelo pesquisador.

No quesito Iluminância foi aplicada a NBR 5413 / 1992 que preconiza o intervalo de 100 a 300 lux para ambientes de recepções hospitalares. Para mensuração do Conforto Acústico adotamos a NBR 10.152 / 1987 que recomenda o intermédio de 40 a 50 dB nos ambientes estudados. A avaliação dos níveis de conforto térmico, onde coletamos os índices de Temperatura (°C) e de Ventilação (m/s) é fundamentada na NR 17 / 1990 – Ministério do Trabalho que estabelece o interstício de 20 a 23 °C para o clima e o limite de 0,75m/s para a ventilação.

NÚMERO LOCAL DA MEDIÇÃO ALTURA (m) USUÁRIO

1 Circulação Interna da Recepção 1,30 Interno

2 Bancada de Atendimento - Interno 0,75 Interno

3 Posto de Atendimento - Externo 1,30 Externo

4 Espera para Atendimento 0,75 Externo

5 Espera para Atendimento 0,75 Externo

6 Posto de Atendimento - Externo 1,30 Externo

7 Bancada de Atendimento - Interno 0,75 Interno

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Em análise preliminar exaltamos a caracterização de 02 grupos distintos. Os pontos mapeados como internos, de uso dos funcionários apresenta iluminação adequada, ainda que próximo ao limite da NBR 5413 / 1992 na circulação interna da recepção sul (Ponto 1). Sob outra perspectiva nos deparamos com os pontos externos; de uso dos pacientes e acompanhantes; que apresentam valores inferiores a 20% do mínimo recomendado pela norma. Acredita-se que a manutenção corretiva seja pontual, restrita aos chamados específicos dos funcionários, deixando a revelia as condições lumínicas do ambiente de espera. Observa-se que no ponto de coleta N° 05 (Espera para Atendimento) não é possível realizar sequer as atividades comuns como a leitura de um livro durante o demasiado tempo de espera para atendimento. Adiciona-se ainda a inexistência de iluminação natural, tornando o ambiente escravo da alimentação elétrica.

Percebe-se que o ambiente estudado não apresenta qualquer tratamento para mitigar os índices de ruído aferidos. Exalta-se o fato de que todos os pontos de medição apresentaram valores acima de 50dB, recomendados pela NBR 10.152 / 1987, independentemente do horário pesquisado. Ao aprofundarmos a análise verificamos que nas primeiras horas de funcionamento, momento de grande fluxo de usuários, os valores excedem em média 40%, chegando a um pico de 73,1dB no ponto de medição N° 07. Contrapondo assim, a medição realizada ao final da tarde que aferiu um excedente médio de 20% dos decibéis limítrofes propostos para uma recepção hospitalar. Portanto, mesmo em horários com baixíssimo uso, o ambiente se mostra ruidoso face os seus equipamentos e materiais de revestimento. Acredita-se que o uso contínuo de ventiladores mecanizados, o paralelismo de vidros e os revestimentos não absorventes podem propagar o ruído ao ponto de prejudicar o desempenho dos funcionários do setor, bem como exaltar o comportamento de usuários.

1 2 3 4 5 6 7 8 08h00 121 274 98 80 13 89 264 229 12h00 139 279 101 87 15 93 276 231 14H00 136 282 102 86 15 90 281 220 17h00 141 261 99 79 19 94 294 235 LUMINOSIDADE (Lux) PONTO DE MEDIÇÃO C O LE TA NBR 5413 / 1992 - Iluminância de 100 a 300 Lux ACÚSTICA (Decibéls) 1 2 3 4 5 6 7 8 08h00 64,3 68,4 71,7 63,4 70,7 67,9 73,1 70,2 12h00 64,5 69,3 70,5 61,9 63,8 69,8 69,4 69,7 14H00 62,3 67,3 69,5 61,2 62,5 61,4 72,7 70,1 17h00 54,7 65,9 57,8 53,2 57,3 55,8 66,2 63,5 PONTO DE MEDIÇÃO C O LE TA NBR 10.152 / 1987 - Ruído entre 40 e 50 dB TEMPERATURA (ºc) 1 2 3 4 5 6 7 8 08h00 29,1 29,2 29,4 29,3 29,3 29,3 29,2 29,2 12h00 29,3 29,3 29,6 29,6 29,7 29,4 29,4 29,4 14H00 29,4 29,3 29,3 29,4 29,4 29,4 29,3 29,3 17h00 29,3 29,1 29,2 29,4 29,4 29,4 29,2 29,2 PONTO DE MEDIÇÃO C O LE TA NR 17 / 1990 - Temperatura entre 20 e 23°C

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Assim como na análise acústica, os índices obtidos na mensuração da temperatura na DIAG Imagem estão completamente fora dos parâmetros indicados na NR 17 / 1990. A recepção deveria apresentar uma temperatura máxima de 23°C, mas funciona diariamente com 25% a maior. Observa-se o pico de 29,7°C no ponto de medição N° 05, contudo sem grandes variações ao longo do dia ou entre pontos coletados. É fato que o ambiente é abrasador, sem ventilação e desprovido de chad´s, claraboias ou janelas que possibilitem a exaustão do ar quente. Durante o período de coleta dos dados verificamos, por diversas vezes, os usuários improvisando “abanadores” que minimizem o desconforto térmico.

A avaliação da ventilação ambiental é fundamentada na NR 17 / 1990 que preceitua a condição de torelabilidade de 0,75m/s. Observa-se que em apenas 06 momentos os índices excederam o parâmetro, sendo por 02 vezes na área externa (atendimento ao público) e em outras 04 oportunidades na área interna da recepção norte. As medições realizadas nos pontos 4, 5 e 6 (setor de espera) representam valores ínfimos, que juntado às condições de temperatura propiciam uma condição térmica inaceitável. A análise conjunta da ventilação e temperatura nos faz acreditar que ainda que os pontos 3, 7 e 8 apresentem ventilação acima do recomendado não proporcionam um conforto térmico nesta recepção. Todos os valores coletados acima do permitido são fruto de ação mecanizada dos ventiladores, em que pese o deslocamento de ar não reduza a temperatura, haja visto que o vento é quente e carente de oxigenação. Assim confrontamos uma situação em que 80% das medições atendem a norma, mas o ambiente não proporciona conforto e bem-estar aos usuários.

Com foco na acessibilidade física do ambiente, julga-se compatível com a NBR 9050 apesar da necessidade de intervenções pontuais. A área de uso do público apresenta circulações internas acima de 1,20m e circulação principal com vão livre de 2,00m. Para acesso às áreas restritas dos funcionários encontramos portas com vão livre de 0,80m e barreiras arquitetônicas que impedem o ir e vir para usuários de cadeira de rodas. Enaltece-se que os obstáculos podem ser facilmente remanejados através de um estudo crítico de layout. O mobiliário se mostra bem dimensionado e normatizado, também não encontramos desníveis que comprometam o acesso as funções da DIAG Imagem.

Sob a ótica da RDC N° 50/2002 – ANVISA encontramos não conformidade: na ausência de corrimão de dupla altura em escadas e rampas de acesso ao ambiente, na carência de bate-macas que protegem as paredes de imperfeições e acúmulo de impurezas, e nos wc´s existentes que não estão adaptados ao uso universal. O uso igualitário demanda outras ações de flexibilização do uso e demarcação de assentos prioritários. Durante o período de coleta de dados não encontramos qualquer funcionário com necessidades específicas.

VENTILAÇÃO (m/s) 1 2 3 4 5 6 7 8 08h00 0,21 0,31 0,94 0,11 0 0,08 0,62 1,1 12h00 0,25 0,3 0,81 0,11 0,08 0 0,62 0,99 14H00 0,23 0,25 0,31 0 0,11 0,11 0,51 0,84 17h00 0,18 0,23 0,3 0,08 0 0,08 0,76 0,81 C O LE TA

NR 17 / 1990 - Velocidade do ar não superior a 0,75m/s PONTO DE MEDIÇÃO

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