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3. POLÉMICA PÓS-DARWIANA EM TORNO DAS CAPACIDADES DOS

4.2. Biocentrismo centrado nos direitos dos animais

O biocentrismo centrado na defesa dos direitos dos animaistem em Regan (1983) um

dos seus mais completos conceptualizadores. A evocação de possíveis direitos associados a seres que não são agentes morais colhe de imediato um tipo de incompreensão idêntica à que

discutimos acerca da sua posse pelas futuras gerações (Cap. I, § 3.1.3.).145 Todavia, quando

falamos em direitos importa esclarecer se se trata de direitos legais ou de direitos associados à considerabilidade moral dos seres vivos.

Os direitos legais constituem pretensões enquadradas por um sistema de lei estabelecido e partilhado por todos os membros de uma comunidade legal. Como tal, os direitos estipulados variam de sociedade para sociedade e têm também sido modificados ao longo do tempo. Em caso da sua violação torna-se possível reclamar por sanções legais ou até por formas de reparação ou compensação. Num sistema legal estão incluídas pessoas que não

indicadores até ao momento estudados para aí apontam). Varner dá como exemplo os insectos, cujo sistema nervoso consiste em vários gânglios organizados de forma solta, que permanecem activos após sofrerem danos internos, uma vez que continuam a alimentar-se normalmente enquanto estão a ser consumidos pelos seus predadores. Mas Rolston III (1988) não deixa de afirmar que, por exemplo, as minhocas são certamente capazes de sentir, uma vez que possuem um sistema nervoso bastante diferenciado e produzem mesmo endorfinas (substâncias que atenuam a dor). Mas esta capacidade deve ser traduzida de um modo totalmente estranho para nós. Por isso levanta-se a questão pertinente de se é importante qualquer forma de senciência ou apenas a que se aproxima da sentida pelos seres humanos.

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A contestação à posse de direitos pelos animais surge, por exemplo, em Passmore (1974), a partir da sempre evocada necessidade de reciprocidade que uma qualquer teoria de direitos impõe, traduzida, nomeadamente, pela introspecção reflexiva que conduza ao saber desfrutar desses direitos, à possibilidade de queixa quando os mesmos não se encontram assegurados e à existência de deveres correspondentes. Goodpaster (1978), apesar de duvidar que a referida posse tenha de ficar circunscrita aos seres humanos, prefere a noção mais ampla de considerabilidade moral. Também Taylor (1989) assinala que "ter uma necessidade não é condição suficiente para se ter um direito. Para que tal aconteça é necessário referência a um princípio moral válido" (p. 228). Por seu lado, Rolston III (1988, 1994a) refere que tratando-se de um conceito político (logo cultural), não há qualquer possibilidade de transferência para a natureza. A sua utilização serve para proteger a dignidade humana mas funciona mal no mundo biológico. Os direitos não se encontram objectivamente nos animais e apenas são gerados pelo encontro dos agentes morais com a vida senciente. Fora do contexto humano o discurso dos direitos perde assim sentido. E exemplifica: “o leão da montanha não está a violar os direitos do veado que mata” (Rolston III, 1988, p. 48). No entanto, reconhece que se trata de um termo conveniente em termos retóricos, por utilizar uma linguagem familiar às pessoas, em que muitos passam a entender o que está em jogo. (Já tínhamos salientado esta vantagem a quando da discussão acerca da preocupação para com as futuras gerações). Ainda assim, Rolston III (1988) admite que "os direitos são como interesses sentidos, como o espectro do prazer e da dor, ou seja, ligam-se às formas superiores mas desaparecem nas inferiores" (p. 51). Daí que, como Regan os evoca associados aos animais superiores, nesta perspectiva as suas ideias acabem por revelar alguma consistência argumentativa.

têm a percepção de que são em si mesmas possuidoras de direitos, como as crianças muito pequenas ou as pessoas com grandes deficiências, e que, não os podendo reclamar, são representadas por outras que os evocam. De forma idêntica, podem ser atribuídos direitos legais aos seres vivos e esperar que agentes morais os representem em caso de violação dos seus interesses. Para Taylor (1989) o facto de se admitir a sua inclusão num sistema legal é prova do reconhecimento por uma sociedade do seu valor inerente. Mas, como questiona Regan (1979), mesmo garantindo que os animais são protegidos por várias leis, qual constitui

a base de uma tal legitimação: os interesses humanos ou os interesses dos animais?146

Por isso, o caminho seguido por Regan é o da fundamentação da defesa dos direitos morais dos animais, na alegação de que pelo menos alguns deles são sujeitos de uma vida.

Ser sujeito de uma vida é ter crenças e desejos; percepção, memória e um sentido de futuro, incluindo do seu próprio futuro; uma vida emocional associada com sentimentos de prazer e dor; interesses preferenciais e de bem-estar; a capacidade para iniciar uma acção que conduza à satisfação dos seus desejos ou metas; uma identidade psicofísica ao longo do tempo; e um bem-estar individual, no sentido em que as experiências de vida para ele concorrem e dele se afastam, de forma logicamente independente da sua utilidade para outros e de forma logicamente independente de

serem o objecto do interesse de outros. (Regan, 1983, p. 243)147

Para Regan (1983), seres com estas características possuem um valor inerente

(independente)148 que é distinto e não redutível ao valor das suas próprias experiências ou das

experiências dos outros seres vivos, e dificilmente o seu comportamento pode ser analisado em termos meramente behavioristas. A todos os seres que possuem valor inerente Regan pretende que seja concedido um tratamento justo ou, dito de outra maneira, tenham direito a

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Os direitos legais de entidades holísticas têm sido também objecto de discussão. Na sociedade humana, entidades holísticas como as empresas e até as nações enquadram-se dentro dos possuidores de direitos legais. E constata-se que os direitos legais têm vindo a ser continuamente expandidos, pelo menos em algumas sociedades. Em conformidade, Stone (1974) defende a sua extensão às espécies e ecossistemas. Perante a afectação da sua identidade ou integridade, uma parte do dinheiro deveria ser aplicado na reparação dos danos a eles causados, e não apenas na indemnização dos seres humanos prejudicados.

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Para Regan o facto de os animais não serem agentes morais não pode implicar qualquer discriminação. E, por isso, segue o primeiro caminho que assinalámos associado à fundamentação das posições biocêntricas e alerta que nem todos os seres humanos possuem uma tal capacidade (por exemplo, crianças pequenas e deficientes cognitivos de grau profundo). Assim, “não há qualquer base que fundamente que a morte de um animal adulto normal não seja uma maior perda, e consequentemente um maior dano, do que a de um adulto atrasado, que possui menos desejos, menor competência para agir de forma intencional e que é menos responsável perante os outros e o ambiente em geral” (Regan, 1983, p. 314).

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esse tratamento. Assim, a perspectiva dos direitos reconhece aos animais três princípios fundamentais: o do respeito, o do não causar dano e o da liberdade. Mas o princípio do respeito, como princípio de justiça, é o mais exigente. Como seres humanos não basta não participarmos na violação desses direitos, mas impõe-nos o dever de assistência aos seres vítimas de injustiça.

Os animais que claramente se enquadram no perfil definido são os mamíferos adultos com mais de um ano de idade, e a posse das características referidas não obriga a que todos os que as possuem sejam igualmente dotados. Para justificar a inclusão dos seres pertencentes a esta classe taxonómica no grupo dos animais sujeitos de uma vida, apoia-se nos dados científicos associados à teoria da evolução, que permitem defender a presença nestes seres de uma vida mental activa. Só assim para Regan se justifica igualmente o modo como interpretamos o seu comportamento e nos expressamos linguisticamente acerca deles. Mas admite não serem os únicos seres sujeitos de uma vida e considera provável que o grupo das aves neles se inclua igualmente.

Aparentemente, Regan parece ir ao encontro da fronteira da autoconsciência estabelecida por Singer, embora seguindo por outro caminho. Mas perante a incerteza desta fronteira, acaba por se revelar mais inclusivo do que Singer. Se é certo que os animais unicelulares não têm consciência, o mesmo não se pode dizer dos que possuem um sistema nervoso central, mesmo que primitivo. “Simplesmente não sabemos o suficiente para rejeitar a ideia de que uma rã não possa ser um sujeito de uma vida, repleto de desejos, metas,

crenças, intenções, etc.” (Regan 1983, p. 367).149

Regan (1983), na defesa da sua perspectiva dos direitos, contrasta-a preferencialmente com as que apenas se apoiam em deveres indirectos para com os animais, com destaque para a filosofia de Kant, e com as perspectivas dos deveres directos, de teor utilitarista, tanto de foco hedonista como centradas nas preferências. Em relação a estas é mais exaustivo na

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As tentativas de Regan para delimitar a fronteira dos seres sujeitos de uma vida não se revelam muito precisas. Considera que normalmente em relação a um caracol ninguém afirma que ele fica zangado quando o removemos de um lugar. Com este argumento pretende demonstrar que um caracol não é certamente um sujeito de uma vida. Mas entre um gastrópode e um mamífero ou uma ave as possibilidades de delimitação são de facto imensas.

análise contrastiva, talvez por considerar as ideias de Singer, de alguma forma, suas concorrentes mais directas.

Embora a filosofia de Kant não seja de teor consequencialista à semelhança da sua proposta, Regan afasta-se dos princípios defendidos por este filósofo em relação aos animais. Para Kant só a existência do ser humano é, em si mesma, um fim, porque de outro modo não se encontraria nada em parte alguma que tivesse valor absoluto. E se todo o valor fosse condicional não se poderia encontrar um princípio prático supremo para a razão. Em conformidade com esta ideia, Kant ([1785] 1995) defende o seguinte:

Os seres cuja existência depende, não em verdade da nossa vontade, mas da natureza, têm contudo, se são seres irracionais, apenas um valor relativo como meios e por isso se chamam coisas, ao passo que os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua natureza os distingue já como fins em si mesmos, quer dizer como algo que não pode ser empregado como simples meio e que, por conseguinte, limita nessa medida todo o arbítrio (e é um objecto de respeito). (p. 68)

Todavia, para Kant (1997), o facto de os animais não poderem ser considerados fins em si mesmos não justifica actos de crueldade gratuita para com eles. Não nega que a vivissecção de animais seja um acto cruel mas defende-a perante a finalidade científica desta técnica, atendendo a que os animais devem ser olhados como instrumentos do homem. Mas rejeita esta justificação quando a crueldade é exercida como um mero desporto. Por isso Kant considera que a partir do modo como um homem lida com os animais muito se conclui acerca do seu carácter, dado que a indiferença ao seu sofrimento pode transformar-se num alheamento perante o sofrimento humano. Não é assim por acaso que muitas crianças que manifestam actos cruéis para com os animais se transformam em adultos violentos, mesmo em assassinos. Daí que as acções benéficas para com os animais constituam uma forma de nos auxiliar no cumprimento dos nossos deveres humanitários para com os seres humanos, a quem nos ligam deveres morais directos.

Regan (1983), embora partilhe a ideia do efeito degenerativo no Homem que decorre da violência para com os animais, considera-a insuficiente por não reconhecer nos animais vidas com valor próprio e salienta vários exemplos na nossa sociedade em que estes são

encarados como meras mercadorias e que incluem os processos produtivos associados às cadeias de fast-food, a pesca da baleia, a caça desportiva, os rodeos e as lutas de galos.

As teses utilitaristas, como a de Singer, oferecem os problemas decorrentes do princípio da procura de maximização do prazer ou das preferências. Com tal princípio, os indivíduos tornam-se meros receptáculos do que efectivamente tem valor (o prazer ou as preferências em si mesmas) e, para Regan (1983), o valor inerente dos indivíduos não é redutível ao valor intrínseco das experiências. Também destaca, como já assinalámos, que quando Singer defende que a morte provocada a um ser autoconsciente constitui um acto contrário à sua preferência, tal ideia é inconsistente com a ideia-chave do utilitarismo de maximização da utilidade.

Contudo, as críticas que tece a Singer são mais vastas e afirma mesmo que a sua teorização pode conduzir ao especismo, o que não deixa de constituir uma acusação grave se atendermos às tentativas desenvolvidas por aquele autor para o contrariar. Mas Regan considera que Singer não consegue provar que a criação de animais de modo intensivo não possa trazer as melhores consequências. Argumentos como o do sabor da carne, o do consumo de animais fazer parte dos nossos hábitos culturais, a carne fazer bem à saúde, ou a evocação de todos os interesses económicos envolvidos à roda da produção animal, e que passam pelos produtores de animais, rações e medicamentos, serviços veterinários, de transporte, distribuição e venda numa contabilização impressionante de pessoas ligadas directa e indirectamente com o sector, podem ser argumentos susceptíveis de evocação numa base utilitarista mas nunca numa perspectiva centrada nos direitos dos animais. E para Regan também parece indiscutível que há um maior número de seres humanos interessados na

continuação destas actividades do que aquele que se lhes opõe.150

Todavia, as suas críticas não o impedem de manifestar concordância com as ideias de Singer acerca da produção animal e de reconhecer o seu importante papel no modo como nos alertou para as actividades económicas que negam as necessidades mais elementares de cada ser vivo. E contesta ainda a ideia de que o fim da produção animal conduziria à extinção

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Tal como refere o relatório Brundtland (1987), à medida que o poder económico aumenta nas sociedades, a procura de leite e carne sobe também, numa clara preferência pelas proteínas de origem animal. Entra-se depois num ciclo em que o desenvolvimento da agricultura e pecuária passa a ir ao encontro destas novas exigências.

destes animais; os seres humanos não se movem exclusivamente por interesses económicos, embora esteja consciente de que o seu número diminuiria. Mas salienta que a sua teorização não associa a qualidade de vida ao número de indivíduos.

A posição de Regan acaba por se revelar mais intransigente do que a de Singer em relação à utilização de animais em toxicologia e na educação médica e biológica em cursos universitários ou do ensino não superior. Em relação à testagem em toxicologia, não só a validade de muitos resultados é discutível como considera que o bem-estar humano não sairia afectado se este tipo de testes acabasse. A competição do mercado passaria a efectuar-se entre os produtos já existentes e os novos não testados em animais. Em relação à vivissecção de animais para estudo, Regan salienta que neste momento há um leque de alternativas com valor didáctico que a tornam inútil.

Mas é na oposição à utilização de animais no combate a doenças que as suas ideias se tornam mais polémicas. Opõe-se a esta prática com base no princípio de que qualquer tipo de pesquisa se torna moralmente indefensável se transferir os riscos que lhe são inerentes para aqueles que os não escolhem voluntariamente. Não defende sequer a substituição dos animais por voluntários humanos, pois tem consciência que isso abriria caminho a formas de discriminação social, em que passariam os pobres, os iletrados e os pacientes humanos pelos quais as famílias não se interessassem a constituir as principais vítimas. Além disso Regan considera que se têm sobrestimado os benefícios (dado que em termos de saúde humana os desenvolvimentos se devem essencialmente a melhorias das condições de vida em termos sanitários, higiene e estilo de vida), subavaliado as consequências danosas para os seres humanos decorrentes da adopção do "modelo animal" com extrapolações inconsistentes e evitado explicar a que equivale o alívio da dor humana em termos da dor causada aos

animais.151 Decorrente de tantos problemas considera que “aqueles que aceitam a perspectiva

dos direitos e que defendem os animais não ficarão satisfeitos com nada menos do que a total abolição do uso danoso de animais em ciência, em educação, em testes de toxicidade e

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pesquisa fundamental” (Regan, 1983, p. 393). Ainda assim, não rejeita a possibilidade de

experiências científicas com animais desde que estas não lhes causem qualquer dano.152

A perspectiva de Regan, como qualquer tese biocêntrica atomista, oferece problemas de aplicabilidade. Consciente disso mesmo, este autor salienta um conjunto de situações em que o causar dano (ou seja, violar os direitos de algum ser) é justificado: punição do culpado, autodefesa do inocente, situações em que os indivíduos são utilizados como escudos, e ameaças provocadas por inocentes. Aos animais só se aplicam as três últimas situações: um animal pode atacar-nos; podem ser usados como escudo principalmente quando são espécies raras ou animais de estimação; podem constituir uma ameaça. Mas não podem ser

culpabilizados de nada, uma vez que não são sujeitos morais.153 Regan (1983) propõe, a partir

da noção de dano comparável, dois princípios denominados princípio da minimização da violação dos direitos (the miniride principle) e princípio da prevenção do pior (the worse-off

principle) para responder a situações-problema. O primeiro defende que entre violar o direito

de muitos ou de poucos seres é preferível violar sempre o do menor número possível; o segundo considera que, em situações de danos não comparáveis, justifica-se violar os direitos de um maior número de seres quando dessa violação não ocorre um grande mal, o qual é

facilmente tolerável pelos atingidos.154

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Para darmos conta da polémica associada à posição de Regan, fazemos referência aos campos de investigação citados pelo The American Medical Association Council on Scientific Affairs, em que os avanços científicos se relacionaram directamente com a utilização experimental de animais (Monamy, 2000). Entre eles encontram-se estudos sobre SIDA, doenças de auto-imunidade, comportamento, malária, nutrição, oftalmologia, transplantação de órgãos, doença de Parkinson, prevenção da raiva, sistema ósseo e tratamento da espinal- medula, febre amarela e virologia. Contudo, Monomy destaca que nos últimos 25 anos a comunidade científica tem revelado uma preocupação crescente pelo bem-estar dos animais e a sua utilização regulada segundo critérios rigorosos. Foi instituído o princípio dos 3 Rs (sem total correspondência em língua portuguesa), onde as linhas de conduta são as seguintes:

-substituição (r-replacement) - procura de alternativas, como a utilização de seres não sencientes, voluntários humanos, técnicas in-vitro, modelação matemática ou simulação em computador;

-redução (r-reduction) - diminuição do número de animais utilizado por pesquisa através da partilha de informação entre os cientistas para evitar a duplicação de experiências ou a junção de recursos disponíveis por equipas que visam estudos diferentes;

-refinamento (r-refinement) - melhoria no modo de lidar com os animais, o que passa pelos cuidados na forma do seu encarceramento e sua manutenção em laboratório e ainda pelas técnicas empregues nas experiências, como a utilização de anestesias e analgésicos.

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Regan (1979) lembra que ao longo da história foi comum o julgamento de animais em que vários foram mesmo levados a tribunal e sujeitos a penas variadas, incluindo a execução.

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Este é o princípio que também é mobilizado para responder à situação problemática, irreal e extrema, de cinco seres vivos num barco, quatro seres humanos normais e um cão, e em que um deles tem de ser eliminado para que o barco não se afunde. Regan (1983) defende que, embora todos possuam igual valor inerente, a morte de qualquer dos seres humanos seria uma maior perda pelas oportunidades de satisfação que a vida humana encerra. Considera que a decisão não é especista mas baseada na avaliação das perdas que cada indivíduo enfrenta. Ao defender tal posição afasta, em parte, as críticas dos que procuram ver na sua conceptualização uma

Para além das críticas já apresentadas, a posição dos direitos dos animais tem sido apontada como inconciliável com uma verdadeira ética ambiental, principalmente tendo em conta as críticas sintetizadas por Varner (1998):

a) a caça seria proibida mesmo quando fosse requerida para manter a saúde e a integridade de um ecossistema;

b) os seres humanos teriam a obrigação de impedir a predação; c) a remoção ou a interdição de espécies exóticas estaria interdita;

d) o cruzamento de animais de espécies em perigo em cativeiro estaria igualmente