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Breve Resenha Histórica do processo de Integração Europeia

No documento Alargamento da União Europeia: (páginas 73-75)

Anexo 1: Breve Resenha Histórica do processo de Integração Europeia

A ideia da integração europeia não foi fruto do pós-guerra, na medida em que era uma ideia antiga que ganhou dinamismo nesta época, devido à conjugação de uma série de circunstâncias tais como: o desejo de evitar a repetição de excessos ligados ao nacionalismo e ao sistema Estado-Nação através da criação de um novo sistema de relacionamento internacional europeu; o surgimento de duas superpotências com distintas ideologias politicas e económicas; a divisão da Europa e o desejo da parte Ocidental de garantir a segurança contra a ameaça Soviética; a necessidade de que a segurança e defesa ocidentais se baseassem na recuperação económica e bem-estar; e a necessidade de uma reconciliação Franco-Alemã como factor fundamental para a paz na Europa Ocidental

Desde que foi criada, em 1950, a União Europeia tem sido objecto de sucessivos alargamentos. Os membros fundadores apelaram aos povos da Europa “que partilham dos seus ideais a unirem esforços”. Desde então, cresceu dos seis países membros iniciais para nove, dez, doze, quinze até aos vinte e cinco actuais (desde 1 de Maio de 2004), através de vários processos de alargamento. O primeiro passo no enriquecedor processo de crescimento orgânico da União Europeia ocorreu em 1951, com o Tratado de Paris que constituiu a Comunidade Europeia de Carvão e do Aço (CECA). Já antes, em 9 de Maio de 1950, a chamada “Declaração Shuman” definiu os princípios da integração europeia democrática, os quais ainda hoje estão na base da UE. Em 1957, o Tratado de Roma, que foi assinado pela Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM). Em 1965, o Tratado de Fusão levou a que a CECA, CEE e EURATOM tivessem uma designação comum: Comunidade Europeia (CE), com efeitos a partir de 1967. Em 1973, deu-se o primeiro alargamento, com o Reino Unido, Irlanda e Dinamarca. Em 1981, aderiu a Grécia e cinco anos mais tarde, aderiu Portugal e Espanha. Em 1992, assina-se o Tratado de Maastricht e em 1995 dá-se o quarto alargamento com a adesão da Áustria, Suécia e Finlândia. Em 1997 o Tratado de Amesterdão vem imprimir uma modernização e actualização dos Tratados e em 2000

assinatura dos Tratados de Adesão em Abril de 2003, em Atenas, permitiu concluir um longo processo de preparação e negociação para o alargamento que, no passado dia 1 de Maio de 2004, se tornou uma realidade. A União Europeia acolheu dez novos países no seu seio (Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e República Checa), sendo este o maior e mais ambicioso processo de alargamento da sua história.

O êxito da União Europeia e os valores em que se baseia possibilitaram estas sucessivas vagas de novos membros, países com antecedentes económicos e políticos muito diversificados. A integração destes países na UE melhorou a sua qualidade, tanto para os estados-membros como para os novos membros. Cada um destes sucessivos alargamentos proporcionou novos benefícios aos cidadãos da Europa, novas oportunidades às empresas europeias e uma maior aceitação das normas europeias em domínios tão variados como a protecção do consumidor ou do ambiente, os direitos políticos ou a protecção social.

Está prevista para 2007 a adesão da Bulgária e da Roménia, desde que estes países atinjam atempadamente os níveis de preparação exigidos. No que concerne à Turquia, ainda não foi fixada uma data definitiva para as negociações de adesão. Em finais deste ano a UE reexaminará a questão de saber se este pais satisfaz os critérios políticos de adesão, em termos de respeito dos direitos humanos, do Estado de direito e da protecção das minorias.

Anexo 2: As condições de adesão

Conselho Europeu de Copenhaga

Em Junho de 1993, o Conselho Europeu de Copenhaga definiu as bases para o actual processo de alargamento, ao declarar que os “os países associados da Europa Central e Oriental que assim o desejem podem tornar-se membros da União Europeia”, bem como ao estabelecer as condições para a adesão, conhecidas por critérios de Copenhaga. Segundo os critérios de Copenhaga, a adesão à União exige do país candidato:

que “disponha de instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de direito, os direitos humanos e o respeito pelas minorias e sua protecção”: os critérios políticos;

“a existência de uma economia de mercado viável e da capacidade para fazer face à pressão da concorrência e às forças de mercado dentro da União”: critérios económicos;

“capacidade para assumirem as obrigações decorrentes da adesão, incluindo a adesão aos objectivos da união política, económica e monetária”53. Este critério refere-se à aplicação do acervo comunitário.

Conselho Europeu de Madrid

Em 1995 este Conselho sublinhou a necessidade de os países candidatos adaptarem as suas estruturas administrativas, não só para que a legislação comunitária pudesse ser transposta adequadamente a nível nacional, mas também para que pudesse ser efectivamente aplicada por estruturas administrativas e judiciais adequadas.

Conselho Europeu de Helsínquia

Em 1999, acrescentou que os países candidatos “têm de comungar dos valores e objectivos da UE estabelecidos nos tratados”, instou os estados candidatos a envidarem todos os esforços para resolverem os litígios fronteiriços subsistentes e recordou a importância de se atingirem elevados padrões de segurança nuclear.

Conselho Europeu de Nice

Em 2000, os candidatos foram “convidados a prosseguir e acelerar as reformas necessárias para se prepararem para a adesão”.

No documento Alargamento da União Europeia: (páginas 73-75)