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CAPÍTULO 2: CARACTERIZAÇÃO GENÉRICA DOS 10 NOVOS MEMBROS

3.4. Turismo

3.4.1. O Turismo em Portugal

O turismo é um sector importante na economia portuguesa, devido à mão-de- obra que absorve, às receitas que gera e ao seu considerável contributo para o PIB. Consciente da importância de apostar nesta actividade dinâmica, o governo português criou o Plano de Desenvolvimento do Turismo. Este é um documento estratégico que define a política de turismo, seus objectivos e orientações, e que inclui medidas concretas em 4 vertentes: a oferta e procura turística, a organização institucional e a informação e conhecimento sobre o sector.

Fazendo uma análise de índole quantitativa, segundo dados do ICEP, Portugal posicionou-se, em 2002, em 17º lugar no “ranking” dos principais destinos turísticos, com uma quota de 1,7% no que se refere ao número de turistas. Em 2002 o número de dormidas de estrangeiros em Portugal registou uma quebra face ao ano anterior de 2,7%, na medida em que passamos de 23,6% em 2001 para 20,9% em 2002, conforme pode ser visualizado no gráfico constante do anexo 9 (Gráfico 4). De notar que esta tendência foi consentânea com o que se verificou em muitos países europeus. As dormidas dos PECO em Portugal, que são em média 146,9 mil no período de 1996 a 2001, têm significado menos de 1% das dormidas do total de estrangeiros em Portugal, representando a Polónia, República Checa, Hungria e Eslovénia 89,6% do total dos PECO27, razão pela qual estudaremos com mais pormenor os três primeiros países.

As receitas de turismo têm registado acréscimos nos últimos anos, tendo chegado a 2002 com 3,9 mil milhões de euros. Houve um incremento médio mensal de 3% no período de 1996 a 2002. Apenas no último ano se registou uma quebra, relacionada com a situação global que se viveu no turismo no ano transacto, conforme poderá ser visualizado gráfico que figura no anexo 9 (gráfico 5). No domínio das receitas, o peso dos PECO não tem ido além dos 0,4% do total no período de 1996 a 2000, segundo dados do ICEP.

Dada a escassez de dados ao nível das relações bilaterais, a análise que será feita de seguida incidirá somente na análise dos fluxos de turismo, em termos de dormidas,

que têm origem na Hungria, República Checa e Polónia com destino a Portugal, no período de 1998 a 2002.

3.4.2. Fluxos de Turismo da Hungria, República Checa e Polónia com destino a Portugal

Apesar dos fluxos de turismo com destino ao nosso país oriundos dos PECO representarem uma ínfima parte do total de fluxos totais recebidos, é importante ver a importância relativa destes três países no nosso turismo. Analisemos os dados:

Quadro 14:Número de dormidas (inclui apenas número de dormidas na hotelaria

global), em Portugal 1998 1999 2000 2001 2002 Hungria 28881 30484 34960 34425 31767 República Checa 30781 41448 44575 39159 43495 Polónia 54176 75473 83735 79684 80870 Total 113838 147405 163270 153268 156132

Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística

Para os três países em análise, observa-se um incremento do número de dormidas no nosso país de 1998 a 2002, sendo esse aumento mais significativo na Polónia (49,3%), seguido da República Checa (41,3%) e pouco relevante para o caso da Hungria, com um aumento de aproximadamente 10%. Este aumento não foi, contudo, progressivo e continuado ao longo destes cinco anos, visto ter sido objecto de um decréscimo generalizado em 2001. Apesar desse decréscimo ter sido mais acentuado na República Checa e Polónia, estes dois países recuperaram no ano subsequente, contrariamente ao que aconteceu no caso da Hungria, cujo decréscimo mais significativo ocorreu de 2001 para 2002. Para todo o período em análise, o país responsável pelo maior número de dormidas em Portugal é a Polónia, seguido da República Checa e por fim da Hungria. Para ter uma percepção do peso das dormidas dos três PECO no total de dormidas no nosso país, vamos atentar na seguinte tabela: Quadro 15: Número total de dormidas em Portugal

1998 1999 2000 2001 2002

Dormidas

(em milhões) 23,2 23,3 24,1 23,6 20,9

Com efeito, a contribuição relativa da Polónia, Hungria e República Checa para o total de dormidas no nosso país28 variou desde 0,5% em 1998 até 0,75% em 2002. Assim sendo, apesar de pouco significativa (nunca superior a 1%), tem aumentado, à excepção do decréscimo observado de 2000 para 2001. O decréscimo do número de dormidas dos três países de Leste Europeu em Portugal de 2000 para 2001 acompanhou a tendência generalizada de decréscimo do número total de dormidas no nosso país neste período. Entre 2001 e 2002 a tendência de diminuição do número global de dormidas em Portugal continuou a verificar-se mas, neste caso, o número de dormidas da República Checa, Polónia e Hungria já apresentam um ligeiro acréscimo (1,89%) face a 2001. Dados do INE para 2002, posicionam a Hungria29 no 29º lugar em número de dormidas na hotelaria global. No cômputo dos mercados da Europa Central e Oriental, segundo a mesma fonte, a Hungria ocupa tradicionalmente a 4º posição, em termos de dormidas em Portugal, após a República Checa, a Polónia e a Federação Russa. Enquanto local de origem de fluxos para Portugal, a República Checa tem uma importância relativa intermédia face à Hungria e à Polónia. De 2000 para 2001, observa-se um decréscimo de 12, 15%, o qual é depois recuperado de 2001 para 2002 para níveis semelhantes aos de 2000. Dos três países em análise, a Polónia30 é o que apresenta maior número de dormidas em Portugal, variando a sua contribuição, no conjunto dos três países de 47,6% em 1998 a 51,8% em 2002.

Apesar das relações económicas de Portugal com os PECO, não serem particularmente significativas nos últimos anos, em termos de peso do respectivo fluxo no total nacional, espera-se que futuramente assumam uma importância crescente, mercê do Alargamento e da imagem positiva que o nosso país reúne em muitos países do Leste Europeu, devido sobretudo a factores climáticos, serviços de qualidade, diversificada oferta de produtos turísticos, excelente gastronomia e simpatia dos portugueses.

28

Dado pelo rácio entre o valor do total que consta do quadro 14 e o valor das dormidas constante do quadro 15

29

Em Portugal, os destinos mais procurados são Lisboa e Vale do Tejo (47,5%), Madeira (23,2%), Algarve (13,4%) e Porto e Norte de Portugal (10,6%), segundo dados do ICEP

Capítulo 4. ALGUNS PONTOS DE ATRACÇÃO DA HUNGRIA, REPÚBLICA

No documento Alargamento da União Europeia: (páginas 43-46)