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Investimento Directo e os PECO

No documento Alargamento da União Europeia: (páginas 39-43)

CAPÍTULO 2: CARACTERIZAÇÃO GENÉRICA DOS 10 NOVOS MEMBROS

3.3. Investimento

3.3.3. Investimento Directo e os PECO

O IDE é geralmente visto pelos países como um importante factor dinamizador da economia que importa incentivar e atrair pois corresponde à transferência para o país de “um conjunto de activos e produtos intermediário, dos quais capital financeiro, tecnologia, know-how, técnicas de gestão, liderança e acesso a mercados externos, controlando o investidor o uso dos recursos que transfere23” (Fontoura , 1997).

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Forma de remuneração expressa em função das vendas líquidas ou do volume de produção, utilizada por exemplo, nos contratos de franchising ou de licença.

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O investimento directo diferencia-se do investimento indirecto ou de carteira justamente porque este último é uma mera "transferência internacional de capital financeiro organizada pelo mercado"(Fontoura, 1997), que não envolve o controlo de gestão.

Os fluxos de ID entre Portugal e os PECO24 não têm sido significativos, apesar do crescente interesse dos investidores portugueses nestes mercados. De 1996 a 2000, representaram apenas 0.04% das entradas de ID (bruto) no país. Nos dez primeiros meses de 2001 verificou-se mesmo um aumento do peso dos PECO no total do ID português no Exterior para 2.8%, em virtude do ID das empresas portuguesas na Polónia, onde Portugal é actualmente o 16º investidor (ICEP – Informação de negócios, 2002, p.27).

Em 200125, os fluxos de ID (bruto) português nos PECO foram dirigidos principalmente para as Actividades Financeiras (213869), Construção (4095) e Actividades Imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas (1096). Relativamente ao ID (bruto) dos PECO em Portugal, no mesmo período, visaram sobretudo o Alojamento e Restauração (47000) e a Indústria Transformação (5875) 26.

3.3.3.1. Investimento Directo de Portugal na República Checa, Hungria e Polónia Investimento de Portugal 1998 1999 2000 2001 2002 Soma República Checa Investimento 762 245 148 108 2964 4227 Desinvestimento 144 149 0 0 224 517 Invest. líquido 618 96 148 108 2740 3710 Hungria Investimento 1849 6562 1027 1131 307 10876 Desinvestimento 1370 9959 944 3015 1878 17166 Invest. líquido 479 -3397 83 -1884 -1571 -6290 Polónia Investimento 34683 78072 66346 488237 44738 712076 Desinvestimento 0 628 2142 171363 159764 333897 Invest. líquido 34683 77444 64204 316874 -115026 378179

Fonte: Banco de Portugal (valores em milhares de euros).

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No anexo 7 encontram-se os principais investidores nestes três países, assim como os principais sectores receptores.

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Valores de Fevereiro a Outubro. 26

Dados do Banco de Portugal, em milhares de euros, citados em ICEP – Informação de negócios (2002), Portugal – Relações económicas com…, Lisboa, p. 74

De acordo com dados do Banco de Portugal, de 1998 a 2002, a Polónia foi o país com fluxos de investimento líquido português mais significativos: o valor mais baixo de investimento líquido positivo na Polónia (34683 milhares de euros em 1998) é cerca de 13 vezes superior ao mais elevado valor positivo nos restantes países (2740 milhares de euros em 2002 na República Checa). Em 2002, o desinvestimento foi superior ao investimento em 115026 milhares de euros, o maior valor das tabelas.

Segundo a mesma fonte, o investimento líquido português na República Checa oscilou entre os 618 e os 2740 milhares de euros entre 1998 e 2002 (os valores mais altos registados no país). O investimento foi sempre superior ao desinvestimento, tendo o ano de 1999 apresentado o menor valor líquido (96 milhares de euros). O valor do investimento líquido foi reduzido de 1999 a 2001, apesar do desinvestimento ter sido nulo em 2000 e 2001, o que significa que não houve uma reorientação para outros mercados, mas que os fluxos de entrada foram muito poucos.

No período em análise, o investimento líquido português na Hungria apresentava valores entre os 83 e os –3397 milhares de euros, respectivamente em 2000 e 1999. Em termos líquidos, o desinvestimento foi superior ao investimento em três anos. Em termos globais, Portugal desinvestiu mais no mercado húngaro do que o que investiu (-6290 milhares de euros), ao contrário do verificado nos restantes países.

Os principais sectores receptores de ID português na Hungria são os têxteis, a produção de cortiça e vinho, as telecomunicações, construção, auto-leasing e a impressão. Quanto à Polónia, o ID português dirige-se essencialmente para os sectores das confecções, vinhos, banca, comércio e distribuição, moldes, cortiça e têxteis. Relativamente ao capital português em empresas checas, os sectores da cortiça, cartografia, imobiliária, construção civil e madeira são os que atraem maiores fluxos. No anexo 8, encontra-se uma lista das principais empresas portuguesas que iniciaram já a sua actividade nestes países, nos referidos sectores.

3.3.3.2. Investimento Directo da Hungria, Polónia e República Checa em Portugal 1998 1999 2000 2001 2002 Soma República Checa

Investimento 0 134 138 0 0 272

Hungria Investimento 63 266 7 167 91 594 Desinvestimento 67 5 4 101 132 309 Invest. líquido -4 261 3 66 -41 285 Polónia Investimento 1254 59 17 5475 362 7167 Desinvestimento 8 5120 10 21 122 5281 Invest. líquido 1246 -5061 7 5454 240 1886

Fonte: Banco de Portugal (milhares de euros).

No período em análise, as entradas a título de Investimento Directo da República Checa em Portugal foram muito modestas, apenas 134 e 138 milhares de euros, respectivamente em 1999 e 2000, não tendo havido desinvestimento. O valor acumulado líquido de ID checo foi o mais baixo (272 milhares de euros). Em geral, o ID português na República Checa é superior ao ID checo em Portugal, com excepção de 1999. Mais nenhum outro país apresentou ID nulo em Portugal.

De 1998 a 2002, os valores de ID líquido em Portugal da Hungria foram pouco significativos, variando entre -41 e 261 milhares de euros. No entanto, em termos de stock o valor é positivo (285 milhares de euros), enquanto o valor acumulado português em direcção à Hungria é negativo e de maior magnitude (-6270 milhares de euros), o que se deve ao facto de Portugal investir em termos brutos, mas também desinvestir, significativa e relativamente mais que os húngaros conforme observado nos quadros.

A Polónia foi o país com o maior valor acumulado líquido em termos de ID em Portugal (1886 milhares de euros), o que representa cerca de ((1886 / 378179)*100) 0.5% do valor homólogo português na Polónia. Em termos bilaterais, 2002 foi o único ano em que o ID líquido polaco foi superior ao ID português (-115026 milhares de euros), porque Portugal desinvestiu muito na Polónia (159764 milhares de euros). O ID líquido polaco atingiu um valor negativo em 1999, em termos absolutos o segundo maior valor da tabela. Em 2000, o investimento líquido polaco foi insignificante, somente 7 milhares de euros, o segundo menor valor positivo de ID líquido de qualquer país em Portugal.

No documento Alargamento da União Europeia: (páginas 39-43)