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otimizar, pela racionalização, os custos gerados pelo transporte.

IMPOSSÍVEL MENSURAÇÃO.

4 PARCERIAS ESTRATÉGICAS NO SETOR EMPRESARIAL: EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS

4.2 UMA BREVE VISÃO HISTÓRICA DAS ALIANÇAS

Algumas indústrias estão se deslocando com extrema rapidez na direção das alianças. Segundo uma pesquisa realizada em 199195, das mais de 700 novas empresas que cresceram rapidamente, quase 90% começaram formando alianças, sendo que, em 1990 foram 81% e 73% em 1989. Os arranjos de parceria estão se tornando rapidamente uma parte integrante da estratégia das corporações.96

No final dos anos de 1980, apesar de tais tendências, afora as indústrias de eletrônica, os administradores americanos mostravam uma incrível relutância em mudar. Uma pesquisa da Booz-Allen & Hamilton, em 1988, mostrou que somente 17% dos executivos americanos viam as alianças como algo eficaz, comparados com 74% dos executivos japoneses. Enquanto, 30% dos CEO's dos EUA achavam que as alianças eram "perigosas", apenas 4% dos CEO's japoneses assim as consideravam.97

Enquanto a tendência americana é claramente crescente, os japoneses antecipam-se rapidamente na direção de alianças globais. Segundo Peter Schavoir, Diretor de Estratégia da IBM, quase 25% dos lucros e fluxos de dinheiro das corporações japonesas são investidos em alianças, sendo que o restante é investido em novas fábricas, novos equipamentos e em P&D. Afirmou que esse processo de investimento é crítico para capturar parte do mercado, e que as alianças estratégicas são vitais para a eficiência total e para a cobertura do mercado das empresas.98

Quando as grandes corporações americanas apostaram na aquisição, uma poderosa forma de aliança - a aliança de franquia - conquistou os corações e almas das pequenas empresas numa escala volumosa, tanto no plano doméstico, quanto no internacional. Somente no setor varejista, em 1980, as franquias contabilizaram US$ 325 bilhões no comércio dos Estados Unidos. No final da década, esse valor saltou para US$ 720 bilhões e crescia a uma taxa de quase 8,5% ao ano. Sendo essencialmente um dispositivo americano para utilizar muito menos capital num negócio, a aliança de franquia também proliferou ao redor do mundo com uma taxa de sucesso fenomenal, especialmente quando comparada aos desastres de aquisição ocorridos na mesma época.99

4.2 UMA BREVE VISÃO HISTÓRICA DAS ALIANÇAS

A tendência de formar alianças não é uma inovação, uma busca para atender necessidades atuais, ou um modelo que espreita o futuro das organizações. Na realidade, essa tendência está profundamente enraizada no passado e pode ser reconhecida nos

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Realizada pela Dataquest and Arthur Young, in LYNCH, R.P.. Business alliances guide: the hidden

competitive weapon. p. 7. 96

LYNCH, R.P.. Business alliances guide: the hidden competitive weapon. p. 7. 97

Idem citação anterior. 98

Idem citação anterior, p. 8. 99

grandes empreendimentos globais dos séculos XVIII e XIX.

Na verdade, nem a "globalização dos mercados", observada no século XX, é um fenômeno novo: tem ocorrido em ondas contínuas através da história, interrompida somente pelos Anos de Obscurantismo. Ela começou há 2.500 anos atrás com os fenícios, continuou com Alexandre "O Grande" e se expandiu no Império Romano. Após um hiato de 1.000 anos, ela começou novamente, com as viagens de Colombo, as conquistas espanholas nas Américas, a ascensão dos holandeses e ingleses como grandes comerciantes mundiais, e o grande império colonial montado ao longo do século XIX. Há que se olhar o que está acontecendo nos negócios de hoje a partir da perspectiva do passado, para compreender as principais tendências e como eles se relacionam com as estratégias presentes e futuras.

A expansão do mercado, como a globalização, enquanto fenômeno, está intimamente ligada aos empreendimentos de cooperação ocorridos há muitos séculos. Já no antigo Egito e na Fenícia, foram formadas as primeiras joint ventures (empreendimentos conjuntos), quando mercadores se associavam para desenvolver suas atividades comerciais. Após a descoberta européia das Américas, uma nova era na globalização do mercado resultou em significativas colaborações, freqüentemente com a sanção, apoio ou participação governamental nos riscos e nos lucros. Diferentemente dos espanhóis, os ingleses povoaram as colônias americanas não para conquistar terras, mas para realizar empreendimentos (ventures) comerciais, em parceria com banqueiros, empresas comerciais e com a coroa real, como forma de projetar seus interesses empresaria is. Após a Revolução Americana, os empreendedores americanos continuaram essa tradição inglesa, a qual não arrefeceu ao longo dos tempos.

Portanto, o princípio dos empreendimentos de cooperação não pode ser considerado como uma novidade, porém, foi isso que ocorreu. Apesar da história de cada uma das nações do mundo permitir a identificação, em algum instante, da ocorrência de algum importante empreendimento comercial de cooperação, nas últimas décadas do século XX, muitas vezes, o tema foi tratado pelas organizações com o alvoroço e a desconfiança que só costumam acompanhar a implementação das verdadeiras inovações. E, certamente, tal postura não se alojou apenas nas economias menos desenvolvidas.

Segundo Jay Featherstone, professor de Harvard, é lamentável que a empresa americana tenha uma memória tão curta e que, sob este prisma, um nome mais adequado aos EEUU seria "Estados Unidos da Amnésia"100. Pois, conforme as observações de outro norte-americano, Robert Porter Lynch, sobre o seu país: "Nossa memória empresarial coletiva guarda apenas os últimos 60 anos - o prazo mais longo das carreiras dos nossos mentores empresariais mais antigos. Na década de 1990, poucos líderes estudiosos lembram as lições que geraram a Grande Depressão; nenhum de nós lembra de estratégias de crescimento em períodos duros e prolongados de queda da economia. Não há, virtualmente, nenhum historiador empresarial profissional no mundo acadêmico, para transferir conhecimento sobre administração, modelos e processos através da progressão dos tempos. Poucos entendem quão intenso foi o papel que as alianças empresariais representaram neste país durante a sua formação industrial, e

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quão profundamente essa tradição ficou enraizada em nossas estruturas empresariais de várias formas".101

No seu livro "Business Alliances Guide – The Hidden Competitive Weapon", Lynch, apresenta um relato da história das alianças pelo mundo, ancorando seu foco na experiência norte-ameriacana, a qual, dados os propósitos deste trabalho, referenciará os próximos sub-itens. Chama atenção na narrativa, o detalhamento e o destaque dados ao gerenciamento dos riscos por parte das empresas envolvidas na parceria, cujos princípios, em vários aspectos e exemplos, apresentam uma serena e quase perfeita sintonia com os dias atuais.

4.2.1 Joint Venture na Navegação: Origem das Alianças Norte-Americanas102

A formação das atuais alianças nos Estados Unidos