• Nenhum resultado encontrado

BRICS: Sinónimo de Transição na Classificação da Ordem Atual?

4. Capítulo IV – A Ordem Internacional Atual: entre a Multipolaridade e o

4.4 BRICS: Sinónimo de Transição na Classificação da Ordem Atual?

Os dados do capítulo III demonstram que a distribuição de poder na ordem internacional – sobretudo na vertente do hard power – pende cada vez mais para potências como os BRICS. Em termos classificativos, é portanto bastante redutor classificar a ordem atual como exclusivamente unipolar. Todavia, é igualmente redutor classificá-la como multipolar, pois tanto os dados recolhidos, como a realidade na prática (sobretudo em questões de segurança e de mediação ou intervenção em conflitos regionais e mundiais) demonstram que apenas os EUA se destacam como maiores protagonistas. Por outro lado, tornou-se igualmente evidente que a distribuição de poder já não é idêntica à que se verificava em 1990, pelo que se, de facto, estivermos perante uma transição na classificação da ordem atual, então os BRICS constituem a maior razão que subjaz a esta alteração. A classificação do momento presente é, portanto, bastante complexa.

A realidade atual aproxima-se, efetivamente, muito mais de um mundo interdependente, globalizado e com vários atores para além dos Estados, do que de um mundo cujo rumo internacional é definido exclusivamente por um Estado hegemónico. Se, por um lado, é inequívoco que os EUA ainda são considerados como a superpotência, por outro lado, a última década provou igualmente à superpotência que a

necessidade de cooperação é cada vez maior, por duas razões fundamentais: a primeira reside no aumento do poder dos BRICS, na sua contestação ao poder centralizado e de decisão dos EUA e da Europa; e a segunda reside na estratégia de cooperação internacional que os EUA estão a aprofundar, justamente para contrariarem o aumento de poder das potências emergentes de modo a prolongarem o seu estatuto exclusivo de superpotência.

É evidente que as razões subjacentes a esta alteração de estratégia não residem apenas nos BRICS, mas também em outras razões relativas à segurança internacional, como o combate ao terrorismo e a necessidade de apaziguamento do mundo árabe após a guerra no Iraque. Ainda assim, a quota-parte dos BRICS é de assinalar, sobretudo devido às reações e declarações que já motivaram no governo dos EUA.

Por outro lado, a análise até aqui realizada também demonstra que o poder dos BRICS está extremamente orientado para uma área específica: a produção, a exportação e o investimento em massa. Por conseguinte, o setor onde os BRICS mais se destacam, e aquele onde constituem a maior ameaça à hegemonia norte-americana, é o setor da economia – e a geoeconomia em particular – e não tanto o poder ou a afronta militares. Os próprios BRICS são, aliás, o produto de uma agência financeira de investimento. Ou seja, o próprio mundo económico e financeiro influenciou o rumo da geopolítica, criou coligações, acelerou e intensificou a realidade de países como os BRICS. Isto não significa que as potências emergentes jamais teriam maior influência se não fosse a estratégia e até a criatividade do mundo financeiro. Mas é evidente que foi a própria geoeconomia dos mercados que criou a geoeconomia das potências emergentes e, consequentemente, a exigência de se alterarem regras na OMC, no FMI e na ONU.

Posto isto, a geoeconomia de cada um dos BRICS tem-se revelado extremamente desafiadora para as economias ocidentais. A competição atual entre os Estados joga-se, portanto, muito mais na influência económica e no sucesso de empresas nacionais do que na competição por um melhor desenvolvimento militar. Tal como já foi referido em capítulos anteriores, as guerras atuais fazem-se entre mercados, moedas e empresas, e entre impérios económicos, em vez de impérios políticos e territoriais. Esta situação já era uma realidade entre os EUA, o Japão e a Europa. Os BRICS apenas vieram juntar-se à luta por uma maior influência económica, e a verdade é que têm sido bem sucedidos. Em termos de IDE, por exemplo, as estimativas para o período entre 2011 e 2013 colocam a China no primeiro lugar dos países que serão mais atrativos ao investimento, logo seguida dos EUA, Índia, Brasil e Rússia.

Figura IV

Economias mais Atrativas ao Investimento Direto Estrangeiro

Fonte: UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento)

Paralelamente, as estimativas relativamente à dimensão das economias dos BRICS para 2015 revelam um crescimento brutal, em particular nos casos da China e da Índia, cujas estimativas apontam para que a China continue a ser a segunda maior economia do mundo e para que a Índia se torne na terceira, seguida da Rússia em sexto lugar e do Brasil em sétimo.

Figura V

Evolução dos BRICS no Ranking das Maiores Economias Mundiais

Fonte: FMI

Na última década, a influência económica dos EUA tornou-se, portanto, cada vez mais desafiada, pelo que as implicações destas mudanças refletem-se, evidentemente, na classificação da ordem internacional. Ora, embora a aferição do poder total de um Estado não possa ser dividida, no setor específico da economia a realidade já confirma mais a multipolaridade ou, pelo menos, a interdependência económica, do que uma hegemonia dos EUA que tudo controlam. No setor militar, pelo contrário, a concentração de poder ainda permanece bastante do lado da superpotência, e é precisamente a força e o poderio militar que mais contribuem para o estatuto dos EUA.

Por outro lado, e sendo já seguro que a influência dos BRICS é clara enquanto sinónimo de transição, importa salientar que essa mesma influência é eminentemente dispersa, pouco concertada e regional. Nas três cimeiras realizadas30, os únicos pontos comuns centram-se na reestruturação das organizações internacionais e na defesa de um mundo crescentemente multipolar. A realidade, porém, é que cada um dos BRICS

30

desenvolve a sua própria estratégia comercial, defende a sua própria posição internacional e apenas se une com os restantes de forma esporádica e em posições mais genéricas.

Deste modo, é evidente que a influência dos BRICS é eminentemente individual e com uma forte componente regional. Por outro lado, e se os últimos capítulos demonstraram que o crescimento dos BRICS é, de facto, gigantesco, os desenvolvimentos mais recentes – em organizações como o FMI – provam que o poder da Europa e dos EUA ainda permanece com uma grande influência sobre o resto do mundo. Mais concretamente, a eleição, em 2011, de Christine Lagarde, ex-ministra das finanças de França, para o cargo de diretora do FMI confirma a tradicional liderança europeia desta organização, mesmo após fortes pressões dos BRICS para que a presidência fosse ocupada, pela primeira vez, por um país emergente. Ora, este é apenas um sinal da falta de solidez e de concertação dos BRICS.

Em suma, a última década confirma, por um lado, que o eixo central do poder está em processo de deslocação do atlântico norte para zonas como a Ásia. Por outro lado, confirma igualmente que este processo é moroso no que concerne a alteração do status

quo no seio das organizações internacionais. Não deixa, porém, de ser um facto que as

potencialidades dos BRICS permitem antever o contínuo processo de mudança na ordem internacional atual.

Considerações Finais

Na sequência de um processo de investigação sobre os BRICS que conduziu ao levantamento, análise e interrogação de várias vertentes, é possível chegar a quatro conclusões fundamentais:

¾ A primeira é a de que os BRICS resultam, sobretudo, da geoeconomia e da geofinança dos mercados e das agências de investimento. Só posteriormente se transformaram num conceito de iniciativa política, dando mais força ao acrónimo já criado pela Goldman Sachs. São, portanto, a prova mais concreta de que a geoeconomia está, de facto, a substituir e a controlar cada vez mais a geopolítica dos Estados.

Por outro lado, e num sentido inverso, são igualmente o exemplo de como os Estados utilizam cada vez mais a geoeconomia para exercer a sua influência. O exemplo mais marcante é, seguramente, o caso da China e de toda a sua estratégia em África. Os BRICS vieram confirmar que as guerras atuais se fazem cada vez mais através da força da geoeconomia ao serviço dos Estados, do que através das guerras militares convencionais.

A índole dos BRICS caracteriza-se ainda por dois pontos fundamentais: o protagonismo resultante sobretudo de um crescimento económico colossal e de uma massa demográfica gigantesca; e o regionalismo como base crescente da sua afirmação global, o que explica a entrada da África do Sul.

¾ A segunda conclusão é a de que, embora a estrutura da ordem internacional atual permaneça de base unipolar, os BRICS tiveram efetivamente impacto no poder da superpotência durante a última década. Este impacto traduziu-se fundamentalmente na mudança da estratégia seguida pelos EUA na sequência da ascensão das potências emergentes, e do descontentamento geral da maioria dos Estados em relação à estratégia seguida pela superpotência no Iraque e na luta contra o terrorismo. O apoio à reforma do Conselho de Segurança da ONU (e, em particular, o apoio à entrada da Índia) constitui o exemplo mais representativo desta mudança de estratégia.

Por outro lado, além de uma base unipolar, a ordem internacional atual caracteriza-se igualmente por uma interdependência crescente e por um número crescente de atores internacionais. Se, por um lado, os EUA detêm a supremacia ao nível militar, os restantes parâmetros do poder já não são exclusivamente unipolares, sobretudo no campo económico. Em termos de hard power, aliás, os BRICS ultrapassam já a força das potências europeias e das potências de média dimensão. Acresce ainda que o regionalismo representa cada vez mais a estrutura da ordem internacional atual.

Com efeito, os conceitos de unimultipolaridade, de Samuel Huntignton, de interpolaridade, de Giovanni Grevi, e de ausência de polaridade, de Richard Haass, adequam-se mais à ordem atual do que o conceito de uma unipolaridade inequívoca ou, segundo William Wohlforth, sólida, durável e mais desejável do que a multipolaridade. Numa outra perspectiva relevante, o momento atual pode ainda ser visto, segundo Mendo Castro Henriques e António Paradelo1, de uma forma tridimensional: unipolar do ponto de vista militar, multipolar do ponto de vista económico, e com uma distribuição caótica do poder do ponto de vista das ameaças transnacionais do terrorismo e do crime organizado.

¾ A terceira conclusão assenta na ação pouco concertada dos BRICS e das potências emergentes em geral. Isto deve-se fundamentalmente ao caráter regional das suas reivindicações e aos objetivos e estratégias distintas. As únicas razões que mantêm as potências emergentes unidas baseiam-se na reestruturação das organizações internacionais e na defesa de um mundo multipolar.

Ao nível económico, por exemplo, a China e o Brasil estão em blocos opostos e competem pelo escoamento dos seus produtos agrícolas e industriais. O mesmo acontece com a China e a África do Sul na competição pelo investimento em África. Ao nível político sucede o mesmo cenário: a China e a Rússia são potências instaladas e satisfeitas no seio do Conselho de Segurança da ONU, e a Índia, o Brasil e a África do Sul batem-se por alterar o peso neste organismo estruturante da ONU. Daí a sua aliança no grupo IBSA, excluindo a China e a Rússia. O mesmo tipo de incongruência surgiu igualmente na cimeira das alterações climáticas de Copenhaga, onde a formação do grupo BASIC excluiu a Rússia, cujo estatuto

1

Mendo Castro Henriques e António Paradelo, “Uma Fórmula de Soft Power”, in Nação e Defesa, nº113, 3ª série, Lisboa, 2006, p. 113

político foi mais associado ao conceito de grande potência tradicional do que de potência emergente.

¾ A quarta e última conclusão reside na natureza do estatuto dos EUA enquanto superpotência.

As razões que sustentam este estatuto são fundamentalmente três: (1) Os EUA continuam a ser encarados como a superpotência pelos restantes Estados do sistema. O facto de a sua intervenção ser requisitada em conflitos muito distantes do seu território evidencia bem a imagem de potência hegemónica que detém. Este reconhecimento é a base da sua supremacia. (2) Os EUA possuem, de facto, capacidades de hard power e de soft power que lhes conferem um estatuto que ainda permanece superior ao de potências como a China. (3) Os constrangimentos regionais que muitos dos BRICS enfrentam não existem nos EUA, que têm ainda a vantagem de estarem localizados numa zona geográfica mais isolada do resto do mundo e, portanto, mais difícil de sofrer um ataque perpetrado por outra potência (sobretudo pelo meio terrestre). É certo que poder-se-ia interpretar o Irão, a Arábia Saudita, a Palestina, a Síria, ou o grupo terrorista Al-Qaeda como constrangimentos (embora de cariz internacional, e não regional), mas o facto é que estes atores também não estão a alinhar com a Rússia, China, Índia ou Brasil. Na realidade, tanto a Rússia como a China, a Índia ou o Brasil alinham com os EUA na luta contra o terrorismo e contra a proliferação nuclear. Significa, portanto, que os constrangimentos que os EUA enfrentam não são apoiados por nenhuma outra grande potência. Na prática, isto significa que o seu estatuto de superpotência é novamente confirmado pela grande maioria das grandes potências do sistema internacional.

Em suma, a ordem internacional atual confirma o papel dos EUA como potência hegemónica, mas espelha cada vez mais o caminho para um mundo interdependente, interpolar ou multipolar, onde os BRICS assumem um peso cada vez maior.

Perante um mundo em constante mudança, ficam inevitavelmente por abordar alguns aspetos do tema em estudo. Não obstante, foram apontadas pistas conclusivas sobre a índole dos BRICS. Espera-se, com esta investigação, contribuir para um melhor conhecimento do seu papel na evolução da ordem internacional atual.

Bibliografia

AMBROSIO, Thomas, “Russia's quest for multipolarity: A response to US foreign policy in the post cold war era”, European Security, vol. 10, nº 1, Routledge, Londres, 2001, pp. 45 – 67

AXELROD, Alan, Eisenhower on Leadership: Ike’s Enduring Lessons in Total Victory

Management, Jossey-Bass, São Francisco, 2006

BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz, "Brazil as a Regional Power and its Relations with the United States", Latin American Perspectives, vol. 33, nº3, Sage Publications, 2006, pp. 12 – 27

BRAINARD, Lael e MARTINEZ-DIAZ, Leonardo, Brazil as an Economic

Superpower?, Brookings Institution, Washington, 2009

BUDNY, Daniel, “The Global Dynamics of Biofuels: Potential Supply and Demand for Ethanol and Biodiesel in the Coming Decade”, Brazil Institute Special Report, nº 3,

Woodrow Wilson International Center for Scholars, Washington, 2007, pp. 1 – 7

BULL, Hedley, The Anarchical Society: A Study of Order in World Politics, Palgrave, 3ª Edição, Nova York, 2002

BUZAN, Barry, Regions and Powers: The Structure of International Security, Cambridge University Press, Cambridge, 2003

BUZAN, Barry, The United States and the Great Powers: World Politics in the Twenty-

First Century, Polity Press, Cambridge, 2004

BUZAN, Barry, e FOOT, Rosemary (edit.), Does China Matter? A Reassessment, Routledge, Londres, 2004

CHOW, Edward e ELKIND, Jonathan, “Where East Meets West: European Gas and Ukrainian Reality”, The Washington Quarterly, vol. 32, nº 1, Washington, 2009, pp. 77 – 92

CLINE, Ray S., World Power Assessment: A calculus of strategic drift, Westview Press, Boulder, Colorado, 1975

COHEN, Stephen Philip, India: Emerging Power, Brookings Institution Press, Washington, 2001

DEFARGES, Philippe Moreau, Introduction à la géopolitique, Éditions du Seuil, Paris, 2009

ELOBEID, Amani e TOKGOZ, Simla, “Removing Distortions in the U.S. Ethanol Market: what does it imply for the United States and Brazil?”, American Journal of

Agricultural Economics, vol. 90, nº 4, 2008, pp. 3 – 36

FERNANDES, José Pedro Teixeira, Teorias das Relações Internacionais: da

Abordagem Clássica ao Debate Pós-positivista, Almedina, Coimbra, 2004

FLEMES, Daniel, “Brazilian foreign policy in the changing world order”, South African

Journal of International Affairs, Routledge, Londres, 2009, pp. 161 – 182

FRIEDBERG, Aaron L., "The Future of US – China Relations: Is Conflict Inevitable?",

International Security, vol. 30, nº2, The MIT Press, 2005, pp. 7 – 45

FUKUYAMA, Francis, The End of History and The Last Man, Macmillan, Nova York, 1992

GOLDSTEIN, Avery, Rising to the Challenge: China’s Grand Strategy and

International Security, Stanford University Press, Stanford, 2005

GREVI, Giovanni, “The Interpolar World: A New Scenario”, Occasional Paper, Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, nº79, 2009, pp. 5 – 39

HAASS, Richard, “The Age of Nonpolarity: What Will Follow U.S. Dominance”,

Foreign Affairs, vol. 87, nº3, 2008, pp. 44 – 56

HENRIQUES, Mendo Castro e PARADELO, António, “Uma Fórmula de Soft Power”, in Nação e Defesa, nº113, 3ª série, Lisboa, 2006, pp. 107-127

HUNTINGTON, Samuel P., The Clash of Civilizations and the Remaking of World

Order, Simon & Schuster, Londres, 2002

HUNTINGTON, Samuel P., “America in the World”, The Hedgehog Review, vol. 5, nº1, Institute for Advanced Studies in Culture, University of Virginia, 2003, pp. 7 – 18

JAFFRELOT, Christophe (dir.), L’enjeu mondial: les pays émergents, Presses de Sciences Po-L’Express, Paris, 2008

JOHNSTON, Alastair, “Is China a Status Quo Power?”, International Security, vol. 27, nº 4, The MIT Press, 2003, pp. 5 – 56

KAGAN, Robert, “End of Dreams, Return of History”, Policy Review, nº144, Hoover Institution – Stanford University, 2007, pp. 36 – 49

KAGAN, Robert, The Return of History and the End of Dreams, Alfred A. Knopf, Nova York, 2008

KENNEDY, Paul, The Rise and Fall of the Great Powers, Unwin Hyman, Londres, 1988

KUPCHAN, Charles, “After Pax Americana: Benign Power, Regional Integration, and the Sources of a Stable Multipolarity”, International Security, vol. 23, nº2, The MIT Press, 1998, pp. 40 – 79

KUPCHAN, Charles, Power in Transition: The Peaceful Change of International Order, United Nations University Press, Nova York, 2001

KUPCHAN, Charles, The End of the American Era, Alfred A. Knopf Inc., Nova York, 2002

LAPIDUS, Gail W., “Contested Sovereignty: The Tragedy of Chechnya”, International

Security, vol. 23, nº1, The MIT Press, 1998, pp. 5 – 49

LAYNE, Christopher, “The Unipolar Illusion”, International Security, vol. 17, nº 4, MIT Press, 1993, pp. 5 – 51

LEAL, Catarina Mendes, “Gás Natural no Século XXI: Uma Visão Geoeconómica”, Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais, Da Sphera, Lisboa, 2007, pp. 1 – 76

LOUREIRO DOS SANTOS, José Alberto, O Império Debaixo de Fogo: Ofensiva

Contra a Ordem Internacional Unipolar, Europa-América, Mem Martins, 2006

LUTTWAK, Edward, Turbocapitalismo, Temas e Debates, Lisboa, 2000

MACFARLANE, S. Neil, “The `R' in BRICs: is Russia an Emerging Power?”, vol. 82, nº 1, International Affairs, Wiley-Blackwell, New Jersey, 2006, pp. 41 – 57

MASTANDUNO, Michael e KAPSTEIN, Ethan, Unipolar Politics, Columbia University Press, Nova York, 1999

MATSUOKA, Sizuo, FERRO, Jesus e ARRUDA, Paulo, “The Brazilian Experience of Sugarcane Ethanol Industry”, In Vitro Cellular & Developmental Biology – Plant, vol. 45, nº3, Springer, 2009, pp. 372 – 381

MEARSHMEIER, John, “Back to the Future”, International Security, vol. 15, nº1, MIT Press, 1990, pp. 5 – 56

MILLWARD, James A., “Introduction: Does the 2009 Urumchi violence mark a turning point?”, Central Asian Survey, vol. 28, nº 4, Routledge, Londres, 2009, pp. 347 – 360

MONSONIS, Guillem, “India's Strategic Autonomy and Rapprochement with the US”,

Strategic Analysis, vol. 34, nº4, Routledge, Londres, 2010, pp. 611 – 624

NYE, Joseph, Soft Power: The Means to Success in World Politics, PublicAffairs, Nova York, 2004

NYE, Joseph, The Powers to Lead, Oxford University Press, Nova York, 2008

ORGANSKI, Abramo, World Politics, Alfred A. Knopf Inc., Nova York, 1958

RENARD, Thomas, A BRIC in the World: Emerging Powers, Europe, and the Coming

Order, Egmont Paper 31, Royal Institute for International Relations, Academia Press,

Gent, 2009

ROETT, Riordan, The New Brazil, The Brooking Institution, Washington, 2010

SCHWELLER, Randall, “Entropy and the Trajectory of World Politics: why polarity has become less meaningful”, Cambridge Review of International Affairs vol. 23, nº1, Routledge, Cambridge, 2010, pp. 145 – 163

VAN AGTMAEL, Antoine, The Emerging Markets Century, Simon & Schuster, Londres, 2008

VENDIL PALLIN, Carolina e WESTERLUND, Fredrik, “Russia's war in Georgia: lessons and consequences”, Small Wars & Insurgencies, vol. 20, nº2, Routledge, Londres, 2009, pp. 400 – 424

VERCUEIL, Julien, Les pays émergents: Brésil, Russie, Inde, Chine, Bréal, Paris, 2010

WALTZ, Kenneth, Theory of International Politics, Addison-Wesley Publishing Company, Boston, 1979

WALTZ, Kenneth, “The Emerging Structure of International Politics”, International

WALTZ, Kenneth, “Evaluating Theories”, American Political Science Review, vol. 91, nº4, University of California, Berkeley, 1997, pp. 913 – 917

WALTZ, Kenneth, “Structural Realism after the Cold War”, International Security, vol. 25, nº 1, MIT Press, 2000, pp. 5 – 41

WOHLFORTH, William C., “The Stability of a Unipolar World”, International

Security, vol. 24, nº1, The MIT Press, 1999, pp. 5 – 41

WOHLFORTH, William C., World out of Balance, Princeton University Press, New Jersey, 2008

WOMACK, Brantly, “Asymmetry Theory and China's Concept of Multipolarity”,

Journal of Contemporary China, vol. 13, nº39, Routledge, Londres, 2004 pp. 351 – 366

ZAKARIA, Fareed, The Post-American World: And the Rise of the Rest, Penguin Books, Londres, 2009

Referências Relevantes

1. Discursos Políticos

Yang Jiechi, Ministro dos Negócios Estrangeiros da China – Discurso intitulado “Broaden China-US Cooperation in the 21st Century”, 12 de Março de 2009, Washington D.C., disponível em: http://www.fmprc.gov.cn/eng/zxxx/t542505.htm

Barack Obama, Presidente dos EUA – Discurso na Universidade do Cairo, 4 de Junho de 2009, disponível em: http://www.whitehouse.gov/the-press-office/remarks-president- cairo-university-6-04-09

Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil – Discurso no Debate Geral da 64ª Sessão da Assembleia-geral das Nações Unidas, Nova York, 23 de Setembro de 2009, disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-e-