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A presente dissertação desenvolveu-se em torno do fenómeno das frentes de água, depositando-se especial atenção sobre as frentes ribeirinhas, por se considerar que o rio proporciona uma relação água

ù cidade e água ù Homem mais intimista e próxima dentro do contexto urbano. Esta consideração

apoia-se no facto de rio, na cidade, funcionar como elemento central da mesma, na medida em que geralmente atravessa a cidade ou representa a fronteira com outra cidade, enquanto que na presença de mar, este funciona como limite da mesma.

Assim, acreditando que valorizar os rios das cidades e as cidades de rios é uma forma capaz de fomentar uma qualidade de vida superior aos residentes destas tão privilegiadas cidades, bem como aumentar o potencial da mesma na atração de turistas e visitantes, o principal objetivo deste estudo foi

definir um conjunto de diretrizes que garantam uma frente ribeirinha de excelência enquanto espaço público urbano para usufruto de todos e que permitam perceber:

O que leva as pessoas a deslocarem-se a uma frente ribeirinha? O que faz com que as pessoas lá queiram permanecer? O que motiva as pessoas a quererem regressar? O que leva as pessoas a recomendar um espaço?

O alcance deste objetivo implicou, numa primeira fase, o esclarecimento de todo o contexto relacionado com a temática das frentes de água. Pelo que se procurou respostas para a sua origem enquanto fenómeno físico e conceito e para o seu percurso evolutivo desde a fixação das primeiras civilizações até à atualidade, interpretando as diferentes fases que experimentaram e se relacionam intimamente com a evolução do Homem. De notar, que as diferentes fases refletem diferentes importâncias atribuídas pelo Homem a estes espaços, podendo dizer-se que a história das frentes de água se divide entre sucessivos momentos de afastamento e aproximação. Neste momento, as margens do rio, bem como qualquer outro tipo de frente de água, são encaradas como uma oportunidade para a requalificação urbana, nomeadamente para o despertar de uma imagem renovada da cidade. Neste contexto, as frentes de água ganham destaque como locais privilegiados para a consumação de espaços públicos de encontro e socialização entre pessoas de diferentes interesses e culturas.

Adquirido o conhecimento sobre a temática, e com vista a alcançar critérios que definam a qualidade de frentes de água enquanto espaços públicos, mostrou-se necessário debruçar a atenção sobre o

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conceito de espaço público e as várias dimensões de qualidade associadas ao mesmo. Realizou-se, assim, a análise de sete obras específicas sobre espaço público e a qualidade do mesmo, sendo que cada uma delas apresenta a visão dos respetivos autores sobre as diferentes formas de o interpretar e avaliar. Com base no cruzamento das diferentes opiniões aferidas nesta análise, definiu-se um conjunto de sete dimensões, que ressaltaram como essenciais para a consumação de espaços públicos de excelência.

Paralelamente, procurou-se perceber como eram encaradas as frentes de água enquanto espaço público, conseguindo-se estabelecer um conjunto de requisitos que se destacaram como fundamentais para a concretização das mesmas na senda por espaços de qualidade.

O ganho de consciência relativamente a estas duas questões ù espaço público e frentes de água ù permitiu, então, dar o primeiro passo na consumação do objetivo final que motivou o desenvolvimento desta dissertação. Assim, a lista das sete dimensões e respetivos indicadores, apontados como essenciais na garantia de qualidade do espaço público em geral, foi adaptada e reestruturada tendo em conta a lista de requisitos definidos para as frentes de água e, com foco nas frentes ribeirinhas, resultou uma nova lista. Esta apresenta quatro ùnovasù dimensões e os respetivos indicadores que se manifestaram de acordo com a revisão bibliográfica como adequados para definir a qualidade das frentes ribeirinhas enquanto espaço público.

A concretização do objetivo pressupunha a averiguação da opinião pública, por forma a avaliar de que forma esta lista de requisitos, resultante da revisão bibliográfica e baseada apenas na opinião de especialistas e técnicos na área, era encarada pelos reais utilizadores da frente ribeirinha. Estabeleceu- se, então, um inquérito que tem pode ser aplicado em qualquer frente ribeirinha, mediante ajustes pontuais nas questões que são especificamente relativas ao espaço em apreciação. No âmbito desta dissertação, a aplicação prática do mesmo teve lugar na cidade de Tavira, contemplado as margens do rio Gilão.

O inquérito apresenta como objetivo principal aferir qual a importância que os reais utilizadores do espaço público atribuem às dimensões e indicadores que compõe a solução definida com base na revisão bibliográfica. Como objetivo secundários, mas não menos importantes, o inquérito também pretende definir a relação que os inquiridos têm com a frente ribeirinha de Tavira e qual a sua opinião sobre a mesma.

Os resultados aferidos relativamente à relação que os inquiridos têm com a frente ribeirinha de Tavira, mostram que os seus espaços públicos são frequentemente usados e apreciados pelos utilizadores, tendo-se alcançando uma classificação, em termos de opinião global sobre toda a extensão de frente ribeirinha, de 4, o que corresponde na classificação proposta a agradável.

Considerando a frente ribeirinhas dividida por zonas, importa salientar que as zonas apontadas como menos apreciadas e que urgem por melhorias, não estão esquecidas pelo município, verificando-se que estão a ser desenvolvidos projetos com vista a garantir condições de excelência em toda a extensão de frente ribeirinha. Alguns desses projetos encontram-se numa fase de desenvolvimento mais avançada, nomeadamente, em termos de execução que, ou já se iniciou recentemente ou está prevista para breve. No que toca à apreciação das diferentes zonas, despertou curiosidade o facto de a zona 10 (Zona do Terminal Rodoviário/Estacionamento) estar entre as três que se destacam como as menos apreciadas pelos inquiridos. Esta zona foi alvo de reabilitação há relativamente pouco tempo, apresentando uma área bem organizada que segue a maioria dos requisitos técnicos considerados como mais importantes para o alcance de boas frentes ribeirinhas, especialmente no que respeita aos diversos requisitos associados às dimensões Acessibilidade e Conforto e Segurança.

153 Atendendo aos resultados obtidos no inquérito, mostrou-se importante compará-la com a zona 2 que, por oposição, está na terceira posição relativamente às zonas que os inquiridos mais gostam e, geograficamente se encontra numa posição semelhante ù na franja desta cidade, embora na margem oposta. A zona 2 é constituída por um skate parque que está envolto de zonas naturais quase selvagens, sem qualquer tipo de tratamento ou arranjo urbanístico que dificultam e condicionam o acesso ao espaço, não assegurando ainda o mesmo grau de conforto e segurança proporcionado pela recente intervenção na zona 10. No entanto, apresenta um forte motivo para que as pessoas lá se desloquem, nomeadamente, a prática de uma atividade desportiva.

Presume-se, por isso, que o facto de as pessoas referirem a zona 10 como uma das menos apreciadas poderá está relacionado com a ausência de uma variedade de usos e atividades de interesse que sejam capazes de despertar a vontade de ir ao espaço e lá permanecer durante algum tempo para usufruto do mesmo, uma vez que, mesmo neste caso, existe uma motivação particular para a deslocação ù a existência de um terminal rodoviário.

Debruçando, ainda, a atenção na questão da apreciação das diferentes zonas, a percentagem de inquiridos que se refere à zona 12 (Anfiteatro de Tavira ù Zona Wi-fi) como a preferida foi reduzida, algo que não era esperado. Esta zona apresenta um aspeto bastante atrativo dando lugar a um anfiteatro ao ar livre que recebe inúmeros espetáculos, especialmente na época de verão. No entanto, quando se compara esta área às zonas que alcançaram maior percentagem de inquiridos a destacá-las como as que mais preferiam, verifica-se que a maior diferença reside na dimensão de áreas verdes e zonas de sombreamento, que se evidenciam praticamente nulas na zona 12. Conclui-se, assim, que é de extrema importância garantir a existência de zonas verdes e de sombreamento, naturais ou artificiais, como uma das estratégias de proporcionar conforto aos utilizadores do espaço público. Centrando a atenção apenas no objetivo principal do inquérito, comum com o objetivo principal desta dissertação e considerando que os objetivos secundários do inquérito já se encontram cumpridos e explícitos no capítulo referente à análise e interpretação dos resultados, é de salientar que se verifica uma concordância agradável entre a opinião dos especialistas e a opinião dos reais utilizadores. Como forma de fazer uma ponte entre os resultados obtidos e a lista final de dimensões e indicadores que representará o desfecho deste estudo, apresenta-se o Quadro 8, que se deve ler da esquerda para a direita. Na primeira coluna encontram-se as dimensões e, na segunda coluna, os indicadores associados às mesmas, tendo em conta primeira seleção de critérios para a qualidade dos espaços públicos em frentes ribeirinhas.

Seguidamente, é apresentada a inclusão desses indicadores no inquérito e, consequentemente nos resultados obtidos. Assim, apresenta uma coluna que pretende mostrar os indicadores que foram questionados diretamente no próprio inquérito e os que não foram mencionados em nenhum dos seus pontos. Para os que foram questionados, é apresentado o grau de importância que se aferiu, tendo em conta os resultados globais e as análises que se consideraram importantes fazer e que se apresentam explicadas no capítulo anterior.

Relativamente aos indicadores que não foram mencionados no inquérito, especialmente por se ter considerado serem menos percetíveis para o utilizador comum, alguns deles foram referidos diretamente e outros são inferidos nas questões de resposta aberta, cuja análise pormenorizada é parte integrante do capítulo anterior. É bastante positivo que, mesmo sem terem sido referenciados, os inquiridos apresentem consciência dessas questões.

Como já se referiu, conclui-se que as questões apontadas como essenciais para os especialistas e técnicos de espaço público vão de encontro às expectativas dos utilizadores reais do mesmo, pelo que

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não se verificam discrepâncias significativas que alterem com relevância o conteúdo da lista inicial de dimensões e indicadores.

Porém, importa evidenciar que foram registadas algumas referências que os inquiridos, mesmo que em pequeno número, fizeram relativamente a determinadas questões que não foram contempladas na lista de dimensões e indicadores definida inicialmente, pelo que estas serão incluídas na nova lista, nomeadamente, a questão dos animais de estimação.

Quadro 8 - Quadro que faz a ponte entre a opinião pública, relativamente à revisão bibliográfica, e a lista final de dimensões e indicadores [Fonte: Pacheco, L.]

D im e n s ã o

Indicadores presentes na lista inicial de dimensões e indicadores referentes às frentes ribeirinhas

Q u e s ti o n a d o ? Im p o rt â n c ia Inferido/Referido nas questões de resposta aberta A c e s s ib il id a d e

Canais adequados a diferentes meios de transporte; 94

Permitir a fruição por completo e por todos 95

Fácil perceção do espaço ù garantir legibilidade 8 -

Alcance visual e físico a partir de vários pontos da cidade 93

Vários percursos que permitam o alcance da frente ribeirinha 93

Espaços destinados a circulação pedestre e ciclovias: 8



Referido

- Boas superfícies, tendo em conta o estado de conservação 94

- Larguras suficientes para permitir a circulação de várias pessoas 94

- Inexistência de obstáculos 95

Eliminação de barreiras físicas ou sociais 95

Percursos que se liguem e cruzem e que cubram pontos de

interesse 8 -

Sistemas de comunicação (informativos, direcionais, comerciaisù )

simples, diretos e visíveis 8 -

Hierarquia dos espaços, diferenciando-se com clareza o tráfego

motorizado e o não motorizado 95

A chegada junto ao rio deve ser garantida por transportes públicos * 93

Existência de estacionamento automóvel nas imediações da frente

ribeirinha * 93 C o n fo rto e Se g u ra n ç a

Espaços limpos e em bom estado de conservação 95

Mobiliário e equipamento urbano certificado, ergonómico, resistente

e com durabilidade 95

Uso adequado de iluminação 95

Locais apropriados para estar ou sentar 94

Oportunidade para contemplar a paisagem 94

Existência de zonas verdes 95

Permitir a interação direta com água, quer seja com o próprio rio, quer seja pela presença de fontes, piscinas ou zonas de jogos de

água 8

-

Controlo acústico 93

Espaços adequados às condições climatéricas 94

Redução, tanto quanto possível, da presença do automóvel, valorizando os ùmodos mais amigos do ambienteù (a pé, bicicleta,

transporte público) 95

155 D iv e rs id a d e e A d a p ta b il id a d e

Diversidade de usos e atividades 94

Definir os usos e as atividades a implementar considerando: 8

 Verifica-se preocupação com a escolha dos usos, especialmente no que diz

respeito a estabelecimentos

comerciais

- A procura da comunidade 8



- A capacidade de suporte do terreno 8



- As atividades mais relevantes e as que são complementares

entre si 8



- A Interação positiva entre os diferentes usos e atividades 8



- A viabilidade física, política, económica e funcional das atividades

a implementar 8



Evitar criar espaços restritos a um espectro de utilizadores ou de

funções 8



Diversidade de motivos e de pessoas que usam o E.P.

Capacidade de receber novas finalidades 8

 Referência a eventos

Identificar ou criar destinos de interesse ao longo da frente

ribeirinha 8 -

Garantir, quando possível, a existência de calçadões ou

passarelas, zonas de recreio e lazer e zonas de piquenique 94

Garantir horários diversificados e complementares, por forma a ter

atração constante ao longo do dia e noite 8

 Referido Si g n ifi c a d o

Características arquitetónicas coerentes com o contexto, no espaço

e no tempo; 8

Alusão à preservação da traça arquitetónica Uso de formas, cores e materiais locais que transmitam

cumplicidade aos utilizadores; 8



Preservação de espécies de fauna e flora características da zona; 8

 Referido

Presença de elementos de diferenciação, que atribuam identidade

ao espaço público de frente ribeirinha 94

Presença de marcos históricos e arquitetónicos que evidenciem a

cultura e desenvolvimento do local. 94

Existência de comércio de artigos locais (turístico) * 94

9- Questionado diretamente; 8 - Não foi questionado; [1; 2; 3; 4; 5] - Grau de importância atribuído pelos inquiridos; * - Características questionadas, mas não que não resultaram diretamente da lista inicial de dimensões e indicadores

Esta questão em nenhum momento da revisão bibliográfica foi mencionada, por ser uma característica que não assumiu destaque entre as diferentes obras e estudos realizados, tendo passado despercebida. No entanto, foi referida pelos inquiridos e concordando que se trata de um ponto muito importante, merecedor de destaque, será incluída na nova lista de indicadores. Como espaço público de qualidade que se pretende que as frentes ribeirinhas sejam, capaz de receber todos os indivíduos sem restrições, não é coerente que se impeça que estes se façam acompanhar do seu animal de estimação.

A opinião do público é de facto pertinente, sendo importante incluir o real utilizador do espaço público nos processos de avaliação ou conceção do mesmo, pois como se confirmou neste estudo há sempre pormenores que escapam ao técnico. A participação pública permite assim pôr vários olhos a observar o espaço público, o que permite a comunhão de objetivos e experiências diferentes no espaço público, conseguindo-se uma melhor perceção do que realmente é exigido e/ou procurado.

D im e n s ã o

Indicadores presentes na lista inicial de dimensões e indicadores referentes às frentes ribeirinhas

Q u e s ti o n a d o ? Im p o rt â n c ia Inferido/Referido nas questões de resposta aberta

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E, assim, em seguida apresenta-se a tal lista de dimensões e indicadores de qualidade do espaço público de frentes ribeirinhas que reúne a opinião consensual dos técnicos e dos reais utilizadores. De referir que, as alterações que se fizeram relativamente à primeira lista prendem-se com:

x A reorganização da ordem em que são apresentadas as dimensões e os respetivos indicadores, pelo que se colocam em primeiro lugar os que obtiveram maior destaque por parte dos inquiridos, considerando especialmente os indicadores que foram alvo de avaliação da importância;

x A introdução de indicadores suplementares que foram referenciados pelos inquiridos mas não eram contemplados na lista inicial.

Com consciência de que a solução apontada não é única, muito menos rígida, acredita-se que possa ser um contributo, mais um, no longo caminho que é a avaliação da qualidade do espaço público, neste caso considerando o caso específico das frentes de água ribeirinhas.

Apresenta-se, assim, no Quadro 9 a lista final de dimensões e indicadores de qualidade de frentes ribeirinhas.

Quadro 9 - Lista final de dimensões e indicadores de qualidade de frentes ribeirinhas [Fonte: Pacheco, L.]

Fr

en

te

R

ib

ei

ri

n

h

a

Acessibilidade

Permitir a fruição por completo e por todos; Eliminação de barreiras físicas ou sociais;

Hierarquia dos espaços, diferenciando-se com clareza o tráfego motorizado e o não motorizado. Espaços destinados a circulação pedestre e ciclovias:

- Inexistência de obstáculos;

- Boas superfícies, tendo em conta o estado de conservação; - Larguras suficientes para permitir a circulação de várias pessoas. Canais adequados a diferentes meios de transporte

Vários percursos que permitam o alcance da frente ribeirinha Alcance visual e físico a partir de vários pontos da cidade

A chegada junto ao rio deve ser garantida por transportes públicos

Existência de estacionamento automóvel nas imediações da frente ribeirinha Fácil perceção do espaço ù garantir legibilidade

Percursos que se liguem e cruzem e que cubram pontos de interesse

Sistemas de comunicação (informativos, direcionais, comerciaisù ) simples, diretos e visíveis

Conforto e Segurança

Espaços limpos e em bom estado de conservação Existência de zonas verdes

Uso adequado de iluminação

Espaços adequados às condições climatéricas: - Zonas de sombreamento natural ou artificial - Existência de abrigos para a chuva

157 Locais apropriados para estar ou sentar

Mobiliário e equipamento urbano certificado, ergonómico, resistente e com durabilidade Oportunidade para contemplar a paisagem

Redução, tanto quanto possível, da presença do automóvel, valorizando os ùmodos mais amigos do ambienteù (a pé, bicicleta, transporte público)

Permitir animais de estimação, reunindo condições no espaço público para tal - dispositivos de recolha de dejetos

Controlo acústico

Permitir a interação direta com água, quer seja com o próprio rio, quer seja pela presença de fontes, piscinas ou zonas de jogos de água

Diversidade e adaptabilidade

Diversidade de usos e atividades

Garantir, quando possível, a existência de calçadões ou passarelas, zonas de recreio (inclusive recreio náutico) e lazer e zonas de piquenique

Capacidade de receber novas finalidades -eventos

Garantir horários diversificados e complementares, por forma a ter atração constante ao longo do dia e noite.

Evitar criar espaços restritos a um espectro de utilizadores ou de funções Definir os usos e as atividades a implementar considerando:

- A procura da comunidade

- A capacidade de suporte do terreno

- As atividades mais relevantes e as que são complementares entre si - A Interação positiva entre os diferentes usos e atividades

- A viabilidade física, política, económica e funcional das atividades a implementar Identificar ou criar destinos de interesse ao longo da frente ribeirinha

Significado

Presença de marcos históricos e arquitetónicos que evidenciem a cultura e desenvolvimento do local Presença de elementos de diferenciação, que atribuam identidade ao espaço público de frente ribeirinha

Existência de comércio de artigos locais (turístico)

Preservação de espécies de fauna e flora características da zona

Características arquitetónicas coerentes com o contexto, no espaço e no tempo Uso de formas, cores e materiais locais que transmitam cumplicidade aos utilizadores

Esta ùlista finalùù pelo menos âmbito desta dissertação, possibilitou uma tentativa de resposta às questões inicialmente formuladas sobre a qualidade das frentes ribeirinhas e sobre a motivação para o seu usufruto pelos seus utilizadores:

O que leva as pessoas a deslocarem-se a uma frente ribeirinha? A frente ribeirinha tem de reunir boas condições de acessibilidade, bem como apresentar uma diversidade de usos e atividades que a tornem atrativo. A promoção de eventos sazonais ou esporádicos também é valorizada, pelo que o espaço deve possuir adaptabilidade a diferentes contextos. O que faz com que as pessoas lá queiram permanecer?

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A frente ribeirinha tem de ir de encontro às expectativas do indivíduo, sendo de extrema importância que reúna condições que o façam sentir-se em conforto e segurança. No entanto, para que a permanência no espaço se verifique este não deve ser monótono, sendo importante garantir que haja diversidade de usos e atividades. O que motiva as pessoas para quererem regressar? As pessoas querem regressar a uma frente ribeirinha que tenha despertado os seus sentidos, ficando na sua na memória pelas suas características únicas, ou seja, pelo seu significado. O que leva as pessoas a recomendar um espaço? Uma frente ribeirinha que apresente condições de acessibilidade permitindo o alcance de todos, e cujo espaço se destaque pelo conforto e segurança que proporciona, bem como por uma diversidade considerável de usos e atividades, ficará na memória dos seus visitantes, pelo carácter e significado que transmite ao

No documento Frentes de água. Ao encontro do rio (páginas 171-178)