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6. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

6.1. Análise Descritiva/Inferencial

6.1.4. Caracterização da Gestão Multifatorial dos Fatores de Treino

6.1.4.1. Consideração pelos vários fatores de treino

Gráfico 13 - Representação gráfica relativa à consideração dos vários fatores de treino por parte do treinador.

Como verificamos pela análise do gráfico 13, no que concerne aos vários fatores de treino, todos os treinadores da amostra, têm em conta os fatores de treino físico, técnico, tático e psicológico na sua planificação (N=40; 100%). No entanto, apenas pouco mais de metade da amostra (N=21) tem em consideração os cinco fatores de treino. Dez têm quatro fatores, seis, três fatores, e três inquiridos apenas têm em consideração dois fatores de treino.

Mas que fatores têm eles em consideração?

Tabela 18 - Estatísticas relativas à planificação dos vários fatores de treino por parte do treinador.

Frequência (N) Percentagem (%)

Fator Físico Sim 33 82,5

Não 7 17,5

Fator Técnico Sim 39 97,5

Não 1 2,5

Fator Tático Sim 37 92,5

Não 3 7,5

Fator Psicológico Sim 35 87,5

Não 5 12,5

Fator Social/Teórico Sim 25 62,5

Não 15 37,5

Outros Sim 0 0

Não 40 100

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Indo ao pormenor (cf. tabela 18) verificamos que o fator de treino que a nossa amostra mais tem em conta nas suas planificações é o fator técnico (N=39, 97,5%), tendo apenas um treinador ter respondido “Não”, nesta questão.

De seguida verificamos que, de forma descendente, os fatores que a amostra mais tem em conta são o fator tático (N=37, 92,5%),o fator psicológico (N=35, N=87,5%), o fator físico (N=33, 82,5%) e por fim o fator social/teórico (N=25, 62,5%) Ainda relativamente a este fator, e perante estes dados podemos inferir que ainda existe alguma reticência relativamente ao fator social/teórico, o que nos leva a inferir que a nossa amostra preocupa-se mais com os fatores que dão mais visibilidade, desvalorizando de certa forma o fator social/teórico.

De salientar que, a totalidade da nossa amostra não apontou qualquer outro fator na sua planificação.

6.1.4.2. Grau de importância aos diferentes fatores no seu modelo de treino de futebol (valor 1 – sem importância; valor 5 – maior importância)?

Tabela 19 – Representação das estatísticas relativas à importância atribuída no seu modelo de treino de futebol aos fatores de treino por parte do treinador.

Ao observarmos a tabela 20 verificamos que a média do grau de importância no fator físico é de importância 3 e nos fatores técnico, tático e social/teórico é de 4.

Relativamente à moda, os dados são similares à média, mas com 2 diferenças, uma no fator tático em que a moda é 5, tal como acontece da mesma forma com o fator social/teórico e psicológico.

Relativamente ao desvio padrão, este divide-se pelos seguintes resultados 1.067 (fator físico), 0.781 (fator técnico), 0.920 (fator tático), 0,811 (fator psicológico) e 0. 809 (fator social/teórico). O que nos indica claramente uma maior dispersão de resultados no fator físico.

Fator Físico Fator Técnico Fator Tático Fator Psicológico Fator Social/Teórico Média 3,38 4,18 4,23 4,36 4,25 Mediana 3,00 4,00 4,00 5,00 4,00 Moda 3 4 5 5 5 Desvio padrão 1,067 ,781 ,920 ,811 ,809 Mínimo 1 2 1 2 2 Máximo 5 5 5 5 5 Resposta 39 40 40 39 40 Não resposta 1 0 0 1 0

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Gráfico 14 - Representação gráfica do grau de importância atribuída aos fatores de treino por parte do treinador.

Relativamente ao grau de importância atribuída, destacamos os dados apresentados no fator psicológico, que surge como aquele que a nossa amostra elege como o mais importante nas suas planificações. Assistimos, neste ponto, talvez à maior convergência de ideias quanto aos fatores de treino, pois é no fator psicológico que mais de metade (N=21, 52,5%) da amostra estão em sintonia, colocando a cruz no nível 5 (maior importância) Os restantes treinadores colocaram nível 4 (N=12, 30%), nível 3 (12,5%) e nível 2 (N=1, 2,5%)

Destacamos também o fator físico como aquele que a nossa amostra considera menos importante nas suas planificações visto, a maioria marcou uma cruz no nº 3 (N=14; 35%), atribuindo grau 4, doze treinadores (30%), apenas seis (15%) atribuíram grau 5 (maior importância), e ainda cinco (12,5%) no grau 2. Sendo curioso ainda neste fator, existir dois treinadores que dão nível 1 ao fator físico, ou seja a sua importância no seu modelo de jogo é quase, para não dizer totalmente, nula.

De referir, ainda que um treinador da amostra, não selecionou qualquer grau de importância a este fator físico.

Em relação ao grau de importância atribuída pelo treinador no seu modelo de treino de futebol, ao fator técnico, a maioria marcou uma cruz no nº 4 (N=18; 45%), depois segue-se o grau de importância nº 5 (N=15; 37.5%), seis treinadores (15%) atribuem grau 3, e apenas 1 atribui grau 2, não havendo nenhum treinador a atribuir grau 1 (menor importância).

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No que diz respeito ao grau de importância atribuída pelo treinador no seu modelo de treino de futebol, ao fator tático, a maioria da amostra atribui nível 5 em termos de importância no seu modelo de jogo (N=19, 47,5%) Tendo os restantes treinadores optado, por atribuir nível 4 (N=13, 32,5%), nível 3 (N=7, 17,5%) e por fim havendo um treinador a colocar a cruz no nível 1 (sem importância).

Quanto ao grau de importância atribuída pelo treinador no seu modelo de treino de futebol, ao fator teórico, a maioria marcou uma cruz no nº 5 (N=18; 45%), quinze dos treinadores marcaram uma cruz no nº 4 (N=3; 37,5%), ficando os restantes divididos por dois níveis: nível 3 (N=6; 15%) e 2 (N=1; 2,5%)

Em termos gerais, no que se refere à importância atribuída aos fatores de treino pelos treinadores com grau 5 (maior importância), no seu modelo de treino de futebol, podemos inferir que dentro duma escala descendente, temos a seguinte composição: 1º - fator psicológico (N=21), 2º - fator tático (N=19), 3º fator teórico (N=18), fator técnico (N=15) e por fim o fator físico (N=6), como aquele que obteve menos opções como o mais importante nas suas planificações.

É pertinente verificar que apesar do fator social/teórico ser aquele que menos a amostra tem em consideração nas suas planificações reconhecem-nos simultaneamente uma importância significativa (nível 5 – maior importância) no seu modelo de treino.

Visto que este estudo fundamenta-se na gestão multifatorial dos fatores de treino no treino desportivo, consideramos por bem, fazer a apresentação das correlações das diversas questões duma forma separa para no final as agruparmos com as restantes variáveis já apresentadas.

Assim sendo a matriz que se segue é referente à importância que os diversos fatores têm para a amostra no seu modelo de treino.

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6.1.4.2.1. Matriz Correlacional Gestão Multifatorial dos Fatores de treino –

Consideração e Grau de Importância

Tabela 20 – Matriz Correlacional entre as variáveis da gestão multifatorial dos fatores de treino (consideração e importância atribuída aos fatores de treino)

Na matriz atrás apresentada, verificamos que a variável que diz respeito à importância atribuída ao fator de treino psicológico é aquela que apresenta mais correlações com as restantes variáveis de importância atribuída aos fatores.

Assim podemos verificar que ela possui uma associação positiva baixa com as variáveis: “importância do fator tático”, “importância do fator técnico” e “importância do fator social/teórico”, inferindo que quanto maior é a importância dada ao fator psicológico maior é a importância dada ao fator técnico, tático e social. Verificamos ainda que em todas elas o valor de p é estatisticamente significativo, o que equivale a afirmar que a importância do fator psicológico tem relação estatisticamente significativa com a importância dada ao fator tático, técnico e social/teórico.

Perante estes dados, podemos daqui concluir, que o fator psicológico está, na sua maioria, presente na mente dos treinadores em qualquer tarefa a executar. Será ele, talvez, o fator mais “omnipresente” onde gravitam todos os outros em qualquer tarefa a desempenhar.

De salientar ainda nesta matriz a correlação positiva moderada entre a variável “importância do fator técnico” e a variável “importância do fator tático”, inferindo que quanto maior é a importância dada ao fator técnico maior é a importância atribuída ao fator tático. Sendo que nesta associação o valor de p é estatisticamente bastante significativo, o que equivale a afirmar que a importância do fator técnico tem relação estatisticamente bastante significativa com a importância do fator tático.

De salientar que esta correlação, em termos de significância, é estatisticamente “perfeita”, visto que o seu valor de p é de (0,000). Já na bibliografia apresentada

Imp. Fator Físico Imp. Fator Técnico Imp. Fator Tático Imp. Fator Psicológico Imp. Fator Social/Teórico Cons. Fatores treino -,002 (,989) ,331(,037) ,302 (,059) ,138 (,402) ,112 (,490) Imp. Fator Físico ,014 (,932) ,205 (,211) ,283 (,081) -,021 (,899)

Imp. Fator

Técnico ,630 (,000) ,334 (,038) ,158 (,329)

Imp. Fator Tático ,339 (,035) ,032 (,844)

Imp. Fator

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anteriormente e durante a entrega e recolha dos questionários esta designação foi muitas vezes utilizada, associando simultaneamente os dois fatores num único termo. Isto leva-nos a concluir que o termo “técnico-tático”, falando de dois fatores como fossem um apenas, tem razão de ser.

Para finalizar, podemos verificar que a variável que diz respeito à consideração dos diversos fatores de treino possui uma associação positiva baixa com a variável “importância do fator técnico”, inferindo que quantos mais fatores de treino são considerados maior é a importância atribuída ao fator técnico. Nesta correlação o valor de p é estatisticamente

significativo, o que equivale a afirmar que uma maior consideração dos fatores de treino tem

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6.1.4.3.Planeamento integrado ou isolado dos fatores de treino? 6.1.4.3.1. Fator Físico

 Numa sessão de treino, tende a planear exercícios de preparação física de forma

integrada com a técnica e tática ou separa os exercícios de forma clara, para ter objetivos físicos mais isolados (responder apenas a um item)?

Tabela 21 - Estatísticas relativas ao planeamento de exercícios integrados ou não do fator de treino físico por parte do treinador.

Relativamente ao fator físico, a tabela 21, demonstra-nos que a maioria (N=35; 87,5%) da amostra respondeu que tende a planear exercícios, de carater mais físico, de forma mais integrada com outros fatores como sejam, o fator técnico e tático. De referir ainda que um treinador respondeu não tender a planear este fator de treino, nem de forma integrada nem de forma isolada, ou simplesmente não planeia.

6.1.4.3.2. Fator Técnico

 Numa sessão de treino, tende a planear exercícios de preparação técnica de

forma integrada com a tática ou separa os exercícios de forma clara, para ter objetivos técnicos mais isolados (responder apenas a um item)?

Tabela 22 - Estatísticas relativas ao planeamento de exercícios integrados ou não do fator de treino técnico por parte do treinador.

Quanto ao fator técnico, os resultados apurados demonstram-nos, tal como aconteceu no fator de treino físico, que uma grande faixa da amostra, tende a optar por planear exercícios técnicos, de forma mais integrada (N=29; 72,5%) que isolada (25%), com os

Frequência (N) Percentagem (%)

Planeio de forma mais integrada 35 87,5

Planeio de forma mais isolada 4 10,0

Não planeio 1 2,5

Total 40 100,0

Frequência (N) Percentagem (%)

Planeio de forma mais integrada 29 72,5

Planeio de forma mais isolada 10 25,0

Não planeio 1 2,5

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restantes fatores de treino, tal como o fator tático. De referir ainda que um treinador respondeu não planear este fator de treino, nem de uma forma nem de outra, ou simplesmente não planeia.

6.1.4.3.3. Fator Tático

 Numa sessão de treino, tende a planear exercícios de preparação tática de forma

integrada com objetivos técnicos e físicos ou separa os exercícios de forma clara, para ter objetivos táticos mais isolados (responder apenas a um item)?

Tabela 23 - Estatísticas relativas ao planeamento de exercícios integrados ou não do fator de treino tático por parte do treinador.

No seguimento dos resultados anteriores verificamos, também que para o fator tático, a amostra respondeu que tende a planear exercícios com maior pendor tático, de forma mais integrada (N=30; 75%), do que isoladamente (N=9; 22,5%) com os fatores de treino físico e técnico. Tal como, nas tabelas anteriores verificamos que um treinador respondeu não planear este fator de treino nem de uma forma nem de outra, ou simplesmente opta não planear.

6.1.4.3.4. Fator Psicológico

 Numa sessão de treino, tende a integrar objetivos de preparação psicológica nos

exercícios ou deixa essa preparação para momentos mais específicos (responder apenas a um item)?

Tabela 24 - Estatísticas relativas ao planeamento de exercícios integrados ou não do fator de treino psicológico por parte do treinador.

Frequência (N) Percentagem (%)

Planeio de forma mais integrada 30 75,0

Planeio de forma mais isolada 9 22,5

Não planeio 1 2,5

Total 40 100,0

Frequência (N) Percentagem (%)

Planeio de forma mais integrada 24 60,0

Planeio de forma mais isolada 13 32,5

Não planeio 3 7,5

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Apesar da tabela 24 apresentar resultados com maior equilíbrio nas respostas que nas anteriores questões (objetivos físicos, técnicos e táticos), verificarmos que os resultados continuam a demonstrar que a amostra tende a planear exercícios, com objetivos de ordem mais psicológica, de forma mais integrada (N=24; 60%) que isolada (N=13, 32,5%), com os restantes fatores.

De salientar que neste capítulo existem três treinadores (7,5%) que revelaram que não planeiam este fator de treino, em qualquer uma das opções apresentadas.

6.1.4.3.5. Fator Social/Teórico

 Numa sessão de treino, tende a integrar objetivos de preparação social/teórica

sobre regras, normas, valores ou símbolos de relevância social para a equipa/grupo ou deixa essa preparação para momentos mais específicos (responder apenas a um item)?

Tabela 25 - Estatísticas relativas ao planeamento de exercícios integrados ou não do fator de treino social/teórico por parte do treinador.

Os resultados respeitantes ao fator social/teórico, são aqueles que demonstram que a amostra se divide mais nas respostas quanto à sua planificação integrada ou não com os restantes fatores de treino.

Assim sendo, metade da amostra (N=20) responderam que tendem a planear exercícios de carater social/teórico de forma mais isolada (50%), que integrada (N=19; 47,5%) com os restantes fatores de treino. De referir ainda que um treinador respondeu não planear este fator de treino, nem de uma forma nem de outra.

Em termo gerais, no que se refere ao planeamento do (s) exercício (s), o (s) mesmo (s) ao solicitar mais ou menos complexamente o sistema humano, fá-lo de uma forma global, pelo que é de utilizar este facto e compreender que não há exercícios exclusivamente "físicos", ou exclusivamente "técnicos", ou exclusivamente "táticos", ou ainda, exclusivamente "psicológicos".

Frequência (N) Percentagem (%)

Planeio de forma mais integrada 19 47,5

Planeio de forma mais isolada 20 50,0

Não planeio 1 2,5

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6.1.4.3.6. Matriz Correlacional Gestão Multifatorial dos Fatores de treino – Grau de Planificação e Integração

Tabela 26 – Matriz Correlacional entre as variáveis da gestão multifatorial dos fatores de treino

Na matriz global de todas as variáveis da gestão integrada dos fatores de treino destacamos as seguintes associações positivas:

- Importância atribuída ao fator tático e importância atribuída ao fator técnico com o grau de planificação e integração do fator físico, inferindo que quanto maior é a importância atribuída ao fator tático (estatisticamente bastante significativa) e técnico (estatisticamente

significativa) maior é a planificação e integração do fator físico.

Estas correlações conduzem-nos aos resultados de duas outras: Grau de planificação e integração do fator físico com o grau de planificação e integração do fator tático e com o grau de planificação e integração do fator psicológico, inferindo que quanto maior é a planificação e integração do fator físico maior é a planificação e integração do fator tático assim como do fator psicológico. De referir desde já, que apesar destas correlações serem “apenas”

estatisticamente significativas, demonstra-nos que a planificação e integração do fator físico

surge muitas vezes em exercícios, onde a focalização no exercício, do fator tático e técnico é maior. Ou seja, para a nossa amostra o fator físico “treina-se”, na maioria das vezes, em tarefas onde o maior pendor e focalização do exercício e por consequência da intervenção do treinador, é centrado em fatores mais técnico-táticos. Por outro lado revela-se mais uma vez,

Pla. e Int. F. Físico Pla. e Int. F. Técnico Pla. e Int. F. Tático Pla. e Int. F. Psicológico Pla. e Int. F. Social/Teórico Cons. Fatores treino -,036 (,824) ,235 (,144) ,208 (,197) ,272 (,090) -,165 (,309) Imp. Fator Físico -,083 (,616) ,239 (,143) -,016 (,922) ,198 (,227) ,059 (,722)

Imp. Fator

Técnico ,314(,048) -,051 (,755) ,011 (,946) ,090 (,581) -,248 (,123) Imp. Fator Tático ,442 (,004) -,057 (,728) -,005 (,974) ,345 (,029) -,007 (,966)

Imp. Fator Psicológico ,174 (,291) -,135 (,411) -,091 (,580) ,170 (,302) -,041 (,803) Imp. Fator Social/Teórico ,139 (,393) ,156 (,338) -,068 (,677) -,080 (,623) ,129 (,429) Pla. e Int. F. Físico ,134 (,411) ,321 (,044) ,361 (,022) ,110 (,498) Pla. e Int. F. Técnico ,575 (,000) ,341 (,031) ,441 (,004) Pla. e Int. F. Tático ,543 (,000) ,462 (,003) Pla. e Int. F. Psicológico ,424 (,006)

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aquilo que já foi referido anteriormente: existe uma relação bastante cúmplice entre o fator técnico e tático (c.f. tabela 20).

- Grau de planificação e integração do fator técnico com o grau de planificação e integração do fator tático, com o grau de planificação e integração do fator social/teórico, e com o grau de planificação e integração do fator psicológico, inferindo que quanto maior é a planificação e integração do fator técnico maior é a planificação e integração do fator tático, do fator social/teórico (estatisticamente bastantes significativas), assim como, do fator psicológico (estatisticamente significativa). O resultado destas correlações, vem por um lado, mais uma vez ao encontro daquilo que foi referido anteriormente, no que diz respeito à forte ligação entre o fator técnico e tático, bem como acrescentar, uma ligação que a amostra faz entre os fatores técnico e tático (dimensão bio-energético, mecânico e informacional) com os fatores psicológico (dimensão afetivo emocional) e social/teórico (dimensão socio-cultural).

- Grau de planificação e integração do fator tático com o grau de planificação e integração do fator psicológico e com o grau de planificação e integração do fator social/teórico, inferindo que quanto maior é a planificação e integração do fator tático maior é a planificação e integração do fator psicológico, assim como do fator social/teórico

(estatisticamente bastantes significativas). Os resultados desta correlação estão intimamente

ligados com outra, apesar desta, em termos de significância ser “apenas” estatisticamente

significativa: Importância atribuída ao fator tático com o grau de planificação e integração do

fator psicológico, inferindo que quanto maior é a importância atribuída ao fator tático maior é a planificação e integração do fator psicológico;

Estes dados (correlações estatisticamente significativas ou bastante significativas com todos os outros fatores) apenas vêm reforçar a ligação, já referida na tabela 20, entre o fator tático e psicológico. Se ligarmos estes dados ao que foi referido anteriormente sobre a correlação existente entre o fator técnico e tático, verificamos uma grande conivência entre estes todos fatores de treino envolvidos (técnico, tático, psicológico e social/teórico).

- Grau de planificação e integração do fator psicológico com o grau de planificação e integração do fator social/teórico, inferindo que quanto maior é a planificação e integração do fator psicológico maior é a planificação e integração do fator social/teórico (estatisticamente

bastante significativa). Estes dados revelam-se bastante interessantes pois confirmam, a

correlação estatisticamente significativa apresentado entre estes dois fatores na tabela 20, e permite-nos afirmar com mais certeza que a nossa amostra, correlaciona as dimensões afeto-

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emocional e sociocultural duma forma constante e bastante consciente, que ao mesmo tempo já se transforma em inconsciente dada a sua perspetiva de gestão multifatorial.

De referir que as correlações entre as variáveis de planificação e integração dos fatores de treino são na sua grande maioria estatisticamente bastante significativas, nomeadamente as de dizem respeito ao fator social que apresenta três correlações com esse valor estatístico.

Para finalizar se somarmos os resultados obtidos na tabela 26, com os da tabela 20, em que foram obtidos, em ambas, correlações estatisticamente significativas ou bastante

significativas entre todos os fatores de treino, verificamos que não existe uma primazia

substancial de nenhum fator em relação a outro, apesar do fator físico ser aquele que os resultados obtiveram menos resultados estatisticamente significativos.

Estas duas últimas reflexões permitem-nos afirmar com alguma tranquilidade que se cruzarmos todos estes resultados verificamos, por um lado a coerência e a consistência como a nossa amostra respondeu ao questionário, mas sobretudo revela-nos a grande sensibilidade que a amostra apresenta possuir na gestão multifatorial dos fatores de treino, já que com estes resultados verificamos uma enorme cumplicidade e equidade no tratamento desta questão.

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