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6. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

6.1. Análise Descritiva/Inferencial

6.1.3. Caracterização do grau de planeamento do treino

6.1.3.1. Plano anual de treino

Tabela 16 - Estatísticas relativas à elaboração do plano anual pelos treinadores. Frequência (N) Percentagem (%)

Sim 35 87,5

Não 5 12,5

Total 40 100

Quanto à elaboração de um plano anual pelos treinadores, podemos inferir que a sua maioria (87,5%, N=35) elabora um plano anual e apenas 12,5% respondeu que não elabora um plano anual (N=3) (cf. tabela 16). Isto significa que os treinadores da nossa amostra, preocupam-se com a elaboração do plano anual, já que o mesmo se apresenta como um dos elementos essenciais/fundamentais para que se consiga atingir os objetivos pretendidos.

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6.1.3.2. Estabelecimento de objetivos

Gráfico 11 - Representação gráfica do estabelecimento de objetivos por parte do treinador.

Analisando o gráfico 11, a primeira constatação que fazemos é existe uma curva descente de planificação de objetivos no imediato (muito curto prazo) a muito longo prazo e outra ascende de não planificação de muito curto prazo a muito longo prazo. Assim, facilmente constatamos que a nossa amostra prefere estabelecer objetivos no imediato (Muito curto e curto prazo) do que estender a sua planificação a maior prazo ( longo e muito longo prazo). Os dados assim o indicam: quanto a muito curto prazo, 26 (65%) são aqueles que planeiam e 14 (35%) que não planeiam. De seguido temos o estabelecimento de objetivos a curto prazo, o “preferido” da nossa amostra, verificamos que 90% estabelecem objetivos a este nível. A médio prazo existe maior equilíbrio daqueles que planeiam (N=27, 57,5%) e aqueles que não o fazem (N=17,42,5%)

Nas outras opções desta questão, verificamos que tanto nos objetivos a longo prazo, como nos objetivos a muito longo prazo, são mais aqueles que não planeiam (objetivos longo prazo N=24, 60%, objetivos muito longo prazo N=31, 77,5%) do que aqueles planeiam este tipo de objetivos (objetivos longo prazo N=16, 40%, objetivos muito longo prazo N=9, 22,5%).

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6.1.3.3. Instrumentos de planeamento

Gráfico 12 - Representação gráfica da utilização de instrumentos de planeamento por parte do treinador.

Analisando o gráfico 12, verificamos facilmente que o mais utilizado são as fichas de sessão de treino (N=37; 92.5%), sendo imediatamente seguida pelas fichas de microciclo e de exercícios de treino (N=23; 57.5%) e um pouco abaixo pelas fichas de macrociclo e mesociclo com percentagens na ordem dos 40% (N=16) e 57,5% (N=14), respetivamente.

Do lado contrário, encontramos como o menos utilizado, as fichas de diagnóstico físico, com apenas 25% a utilizarem esse instrumento (N=10).

Podemos também constatar que apenas 2 inquiridos (N=5), não utilizam os instrumentos de planeamento acima referidos, tendo-se verificado o mesmo resultado para aqueles que utilizam “outras” como instrumento de planeamento do treino.

Estes resultados vêm um pouco em consonância e em relação direta com aqueles que se registaram na pergunta a anterior: Estabelece objetivos a? Tendo-se verificado que a amostra estabelece objetivos mais no imediato do que propriamente a longo prazo.

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6.1.3.4.Matriz Correlacional entre as Variáveis Identificadoras (Independentes) e o Grau de Planeamento

Tabela 17 – Matriz Correlacional entre as variáveis identificadoras e o grau de planeamento.

Na matriz atrás apresentada, e relativamente às correlações entre as variáveis identificadoras e as variáveis que dizem respeito ao grau de planeamento, verificamos desde logo uma associação moderada positiva entre a variável idade e a variável que diz respeito ao estabelecimento de objetivos, inferindo que quanto maior é a idade dos treinadores menor é o estabelecimento de objetivos, ou vice-versa. Sendo que o valor de p é estatisticamente

bastante significativo, o que equivale a afirmar que a idade tem relação estatisticamente

bastante significativa com o estabelecimento de objetivos. Isto permite-nos concluir que a acumulação de experiência faz com que tendencionalmente a amostra estabelece menor número de objetivos.

Podemos ainda, paradoxalmente, verificar uma associação baixa e estatisticamente

significativa entre a variável habilitações literárias e o estabelecimento de objetivos, inferindo

que quanto maior são as habilitações dos treinadores maior é o estabelecimento de objetivos.

Plano Anual

de treino Objetivos Instrumentos Idade -,008 (,959) -,438 (,005) ,035 (,832) Hab. Lit. ,191 (,238) ,342 (,031) ,124 (,452) OUEFD ,220 (,178) ,251 (,123) -,050 (,766) OUGESEFD ,186 (,257) ,174 (,289) -,160 (,336) GESEFD -,141 (,565) -,244 (,313) -,507 (,032) Nível curso ,262 (,102) -,102 (,531) ,304 (,060) Exp. Total ,057 (,726) -,250 (,120) ,168 (,307) Exp. Fut7 ,128 (,431) -,077 (,636) ,145 (,378) Exp. Fut11 ,000 (1,000) -,278 (,083) ,121 (,463) Tempo treino -,035 (,830) ,080 (,624) ,067 (,686) Recursos -,057 (,725) ,040 (,805) ,010 (,951) Plano Anual de treino ,193 (,234) ,460 (,003)

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Os dados destas duas relações, dão-nos dados interessantes de analisar, se por um lado, a nossa amostra demonstra que com a acumulação de experiência tem tendência para não estabelecer objetivos de forma permanente. Por outro, verificamos que à medida que a amostra possui mais habilitações literárias, maior é a pertinência que a amostra denota no estabelecimento de objetivos, como instrumento de uma constante motivação dos atletas.

Observamos também que a variável GESEFD têm uma relação moderada negativa com a variável que diz respeito à utilização de instrumentos de planeamento, sendo o valor de

p estatisticamente significativo. Logo podemos à partida inferir que quanto maior é o grau de

aproximação à intervenção profissional no treino e exercício desportivo, menor é o número de instrumentos de planeamento utilizados. O que nos leva a concluir que nos inquiridos com habilitações académicas na área da Educação Física/Desporto, quanto maior a sua intervenção na área da gestão do desporto menor é a utilização de instrumento de planificação no treino desportivo, ou seja, paradoxalmente as profissões mais próximas da intervenção no exercício desportivo descuram uma maior utilização de instrumentos de treino. No entanto, podemos inferir o fato de estar mais próximo do quotidiano do exercício o liberta mais da função da utilização formal dos instrumentos de planeamento devido à maior experiência quotidiano com o exercício de treino desportivo.

Já quanto às correlações entre si das variáveis que dizem respeito ao grau de planeamento salientamos a variável que diz respeito à planificação do plano anual, pois esta possui uma associação moderada positiva e estatisticamente bastante significativa com a variável que diz respeito à utilização de instrumentos de planeamento, podendo nós inferir que quanto maior é a utilização do número de instrumentos de planeamento maior é a tendência para a planificação do plano anual.

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