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A Tabela 18 mostra a escolaridade de padres e pastores. Dos 4 pastores evangélicos, 2 possuem ensino superior completo. Neste grupo, apenas um possui formação superior relacionada a atividade religiosa (teologia).

Tabela 18 – Idade, tempo de profissão e escolaridade de padres (católicos) e pastores (evangélicos

pentecostais) de igrejas em Viçosa, 2014.

Identificação Igreja (anos) Idade

Tempo de profissão

(anos) Escolaridade

Pastor J Maranata 43 1 Ensino fundamental completo Pastor G Assembleia de Deus 62 26 Ensino médio completo Pastor M Batista Renovada 39 15 Superior completo Pastora L Batista Renovada 37 10 Superior completo

Padre S RCC 56 31 Superior completo

Padre W Católica Apostólica Romana 51 12 Superior completo Padre J Católica Apostólica Romana 56 23 Superior completo

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados nas entrevistas e ficha de caracterização demográfica.

De acordo com informações dos pastores, não é necessário curso superior para se tornar pastor. Na verdade, eles devem passar por graus de aperfeiçoamento ou estágios dentro da igreja, sem precisar possuir uma

21 O detalhamento do processo de seleção e recrutamento, entrevistas, transcrição e análise se encontram no capítulo

formação em teologia. Em contrapartida, na igreja católica, para se tornar padre é necessário uma formação superior em filosofia ou teologia.

De acordo com Araguão (2014), estima-se que 85% das igrejas evangélicas de todo o mundo são lideradas por pastores com pouca ou nenhuma formação teológica. Estima-se que menos de 10% dos pastores possuem um diploma em teologia. Entretanto, no Brasil, esse panorama parece estar passando por mudanças, com um crescente investimento por parte de muitos pastores em sua formação. Isso porque as igrejas evangélicas têm penetrado nas classes sociais médias (SENKEVICS, 2014; CARREIRO, 2011). Para as entrevistas em profundidade, foram recrutadas dezessete mulheres evangélicas, quatorze em união formal e apenas três em união consensual. Entre as doze católicas (tradicionais e carismáticas), foram entrevistadas nove mulheres em união formal e três em união consensual (Tabela 19).

A tabela 19 mostra que as entrevistadas apresentam em média alta escolaridade. As pentecostais, particularmente, apresentam escolaridade bem superior a média nacional para a categoria religiosa (das 17 mulheres, 9 apresentam nível superior completo e 4 superior incompleto), conferindo as entrevistadas evangélicas maior nível de instrução.

As mulheres que pertencem às igrejas Cristã Maranata e Assembleia de Deus apresentam as maiores frequências aos cultos. Em seguida vêm as batistas e as católicas carismáticas. As católicas tradicionais apresentam a menor frequência às missas.

Em relação à participação em outras atividades oferecidas pela igreja, todas as mulheres evangélicas e as católicas carismáticas responderam afirmativamente, com exceção das mulheres em união consensual evangélicas que relataram a participação apenas nos cultos. Entre as atividades semanais mais citadas pelas evangélicas estão a participação em grupos de oração, grupos de louvor (ensaio e apresentação musical em cultos), professora de escola dominical, células (oração, louvor, estudo bíblico, confraternização), discipulado (atendimento individual ou de casal para oração, orientação). As católicas carismáticas relataram participação semanal em grupos de oração, grupos de louvor e estudo bíblico. Além da participação quinzenal em reuniões

Identificação da

entrevistada Idade à união Raça Escolaridade Tipo de união Nº de filhos

Frequência à cultos e m issas Participação em outras atividades religiosas Conversão religiosa Marido pertence a m esm a religião Pais pertencem a m esm a religião

30 24 Parda Superior completo Formal 1 Mais de 1 vez na semana Sim Sim* Sim Não

19 18 Parda Superior completo Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Não Sim Sim

22 20 Parda Superior incompleto Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Sim* Sim Sim

24 24 Preta Superior incompleto Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Sim* Sim Não

30 16 Preta Fundamental incompleto Consensual 3 Mais de 1 vez por semana Não Sim** Não Não

28 25 Branca Fundamental completo Formal 1 Mais de 1 vez na semana Sim Não Sim Não

27 21 Branca Superior completo Formal 1 Mais de 1 vez na semana Sim Não Sim Sim

20 18 Branca Médio completo Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Sim* Sim Sim

27 19 Parda Superior incompleto Formal 1 Mais de 1 vez na semana Sim Sim* Sim Sim

26 25 Branca Superior completo Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Não*** Sim Sim

30 25 Parda Médio incompleto Consensual 3 Mais de 1 vez na semana Não Sim** Não Não

28 26 Branca Superior completo Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Não*** Sim Não

27 23 Branca Superior completo Formal 0 Até 1 vez por semana Sim Sim* Sim Não

27 20 Parda Superior incompleto Formal 2 Mais de 1 vez na semana Sim Não*** Sim Sim

27 21**** Branca Superior completo Formal 1 Até 1 vez por semana Sim Sim** Sim Não

30 27 Parda Superior completo Consensual 2 Até 1 vez por semana Não Sim** Não Não

28 25 Branca Superior completo Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Sim* Sim Não

29 27 Branca Superior completo Formal 1 Até 1 vez por semana Sim Não Sim Sim

30 20 Branca Superior incompleto Formal 2 Mais de 1 vez na semana Sim Não Sim Sim

19 18 Parda Médio completo Consensual 1 Até 1 vez por semana Sim Não Sim Sim

29 23***** Parda Superior incompleto Formal 1 Mais de 1 vez na semana Sim Não Sim Sim

30 24 Parda Superior completo Formal 0 Mais de 1 vez na semana Sim Não Sim Sim

30 29 Branca Superior completo Formal 0 Até 1 vez por semana Não Não Sim Sim

28 26 Branca Superior completo Formal 1 Até 1 vez por semana Não Não Sim Sim

26 25 Branca Médio completo Formal 0 Até 1 vez por semana Não Não Sim Sim

24 23 Parda Médio completo Formal 0 Até 1 vez por mês Não Não Sim Sim

27 26 Parda Superior incompleto Consensual 0 Até 1 vez por mês Não Não Sim Sim

24 19 Parda Fundamental incompleto Consensual 1 Até 1 vez por mês Não Não Sim Sim

30 28 Parda Médio completo Formal 0 Até 1 vez por mês Não Não Sim Sim

Tabela 19 - Caracterização dem ográfica das m ulheres de 20 a 29 anos unidas por igreja estudada e residentes, Viçosa.

A Idade V T 1) Igreja Maranata R A L J

2) Igreja Assem bleia de Deus

R.S S A R.B L R.F N R.F A S 3) Batista Renovada E.A E.F T K

4) Igreja Católica com expressão da Renovação Carism ática

E.C

S A R

5) Igreja Católica Apostólica Rom ana

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário de caracterização. J.S

R J A.P

para preparação do Encontro de Casais que acontece uma vez por ano e que trabalha questões de afetividade e relacionamento, além da programação do encontro. As entrevistadas católicas tradicionais não participavam de outras atividades nas igrejas. Estas frequentavam apenas as missas, não apresentando alta frequência. Entretanto, o perfil de baixa frequência às missas e na participação em outras atividades religiosas está relacionado ao processo de recrutamento destas.

Almeida e Monteiro (2001) afirmam que grande parcela dos católicos possui pouca frequência a missas e serviços religiosos e ausência de relações mais comunitárias. Porém, é importante lembrar que o método para recrutamento das mulheres entrevistadas descrita na seção de metodologia qualitativa pode ter influenciado a amostra evangélica e carismática, uma vez que os informantes que passaram as indicações eram engajados no contexto religioso, podendo indicar pessoas igualmente envolvidas, o que justificaria a maior frequência a missas e cultos e participação em outras atividades. Das 17 evangélicas, 13 são líderes, o que evidencia o perfil mais engajado destas nas atividades religiosas. Em contrapartida o recrutamento católico tradicional foi feito mediante indicação de mulheres que já cursaram o curso de noivos na igreja católica, entretanto, ter feito o curso não garante que as mulheres sejam engajadas no contexto religioso, o que pode ter viesado a amostra de católicas gerando um perfil de baixa frequência.

No questionário de caracterização das entrevistadas também foi perguntado sobre conversão religiosa. As respostas afirmativas pertencem às evangélicas. Entre as 6 mulheres entrevistadas na igreja Assembleia de Deus, 2 relataram conversão da religião católica para evangélica anterior à união e 2 mudaram apenas de denominação. A entrevistada em união consensual também declarou conversão posterior à união. Na igreja Maranata, das 6 mulheres entrevistadas, 4 relataram conversão. Destas, 3 mulheres que possuem união formal disseram que a conversão foi antes da união e 1 em união consensual afirmou que a conversão foi depois da união. Entre as 5 batistas, 4 relataram conversão, sendo 2 delas antes do casamento formal e 2

depois da união consensual. Uma delas sempre foi evangélica e mudou apenas de denominação.

Todas as entrevistadas evangélicas em união consensual se converteram depois da união o que dificulta a identificação dos mecanismos de influência religiosa na fase do namoro e entrada na união, já que todas eram católicas não praticantes antes do processo de conversão.

O trabalho de campo também permitiu a identificação de quais mulheres entrevistadas possuíam maridos com a mesma religião. Entre aquelas que possuíam a mesma religião do marido, todas frequentavam a mesma igreja junto com os companheiros. Os dados mostraram que apenas entre as evangélicas em união consensual, o companheiro não possuía a mesma religião da esposa e consequentemente não frequentava a mesma igreja que ela.

Também foi identificada a religião dos pais com o intuito de contextualizar questões de supervisão paterna. Os casos em que pais e filhos possuem religiões diferentes foram identificados entre as evangélicas. Entre as mulheres da igreja Batista e Maranata, em 4 casos os pais tinham religião diferente das filhas. Entre aquelas que pertencem à igreja Assembleia de Deus, diferenças religiosas foram encontradas em 2 casos.

Nestes casos, uma das partes (ou os pais ou as filhas) se converteu e não conseguiu a adesão dos outros membros familiares.

6.2 As principais atividades religiosas estudadas durante o trabalho de