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1.3 Construção da pesquisa

1.3.3 Caracterização dos sujeitos

1.3.3.1 Os professores orientadores de estágio

Orientar estágio, é desenvolvida pelos professores universitários que tem sob suas responsabilidades o acompanhamento do Estágio Curricular Supervisionado. Dentre as funções do Professor Orientador de Estágio, destaca-se a organização de recursos didáticos pedagógicos para trabalhar nos processos ensino e aprendizagem, elaboração dos roteiros de acompanhamento, visita as escolas campo de estágio, dialogo com os profissionais dessa escola, observações das atividades desenvolvidas pelos estagiários na escola, participação nos eventos da escola, a troca de experiências com os estagiários, conversa com os estagiários a partir dos relatos e relatórios, retorno dos resultados de estágio para as escolas campo através de reuniões. Ou seja, orientar e acompanhar estágio demanda uma série de atividades distintas das já

desenvolvidas, requer um planejamento especifico, ultrapassar os limites da universidade. Assim, Silva e Fajardo-Turbin (2012) destacam que para a realização do estágio ter maior êxito, faz-se necessário:

Contratação de docentes com formação acadêmica compatível com as demandas das disciplinas de estágio supervisionado, as quais requerem profissionais capazes de conciliar, em suas atividades acadêmicas, abordagens teóricas e práticas, envolvendo simultaneamente os espaços universitários e escolar; estabelecimento do número máximo de alunos nas disciplinas de estágio supervisionado, evitando o número excessivo de estagiários por formador e a sobrecarga de atividades para esse profissional (SILVA; FAJARDO-TURBIN, 2012, p 25-36).

Só assim, os resultados serão exitosos frente as condições de trabalho, relações e diálogo com os sujeitos e instituições, entre outros fatores que interferem implicitamente nas orientações e acompanhamento de estágio. O orientador exerce grande influência durante o processo formativo, aconselhando, partilhando saberes e experiências junto aos estagiários que estão se inserindo nas escolas e vivenciando situações marcantes para a construção de suas identidades profissionais, o que necessita que esse o orientador ajude o estagiário a ter maio entendimento dos aspectos constitutivos do estágio e da própria área de atuação. Segundo Araújo (2016):

O desenvolvimento da atividade de supervisão, vale ressaltar que a relação que ocorre entre os sujeitos envolvidos é interpessoal e pode ser marcada pela afetividade, relação essa que poderá determina o produto a ser alcançado no andamento do processo. Então, cabe ao supervisor propiciar um ambiente relacional que facilite a ocorrência da aprendizagem, pensando sempre no desenvolvimento do estagiário. (ARAÚJO, 2016, p.100).

Pensar em investigar os professores de estágio é percebe-lo enquanto o responsável principal diante da estrutura presente nos estágios, bem como, a consolidação da realização de um estágio capaz de atender as expectativas do contexto no qual o estagiário será inserido, ou seja, o professor orientador de estágio precisa ter uma visão ampla do processo formativo para puder direcionar o período de estágio de maneira a tender o seu propósito, contribui no processo de formação docente. Nessa perspectiva, Silva (2014), enfatiza que:

O papel do orientador é de fundamental importância para que o estágio supervisionado se torne uma rica experiência aos alunos, sendo que nos encontros de orientação, além da programação e orientação das atividades que serão desenvolvidas [...], deverá ocorrer um rico diálogo a partir das atividades

que os alunos já desenvolveram, tendo como base para discussão a teoria, que ensejará a elaboração de propostas que possam superar os problemas existentes. (SILVA, 2014, p 15).

Na pesquisa, foi trabalhado com um dos professores orientadores de estágio, o responsável pelo acompanhamento do último estágio supervisionado do curso de letras. O professor participante do estudo tem Bacharel em Comunicação Social, com especialização em Pesquisa Educacional e Mestra em Educação. Há 08 anos é professora do ensino superior, sendo 7 anos dedicados a UDCS, com experiência na área de gestão pedagógica no ensino superior e em atividades socioeducativas de Organizações Não Governamentais.

A participação desse profissional traz um olhar tanto do processo formativo dentro do espaço acadêmico, quanto um olhar sensível da construção dos acadêmicos em profissionais, permitindo refletir sobre cada situação presente no contexto. Assim, Farias (2014) afirma que:

O professor é chamado a assumir determinados posicionamentos e atitudes. é importante frisar, todavia que ele não delibera somente sobre as relações no interior da escola e da sala de aula; ele também decide sobre aquelas que, embora externas, tecem sua profissão e alimentam sua cultura ocupacional. tais decisões são produzidas mediante a análise da situação, seus benefícios e desvantagens, tendo em vista as condições efetivas de trabalho e a articulação dos resultados com o que acredita ser sua função social. (FARIAS; “et al”,2014, p. 90).

Além do espaço da universidade, os professores orientadores acompanham os estagiários junto as escolas campo de estagio, permitindo a relação de olhares entre a formação presente nos dois espaços, cada um com suas especificidades e o professor intervindo para dar consistência ao processo de formação profissional.

1.3.3.2 Os estagiários

Trabalhamos com doze acadêmicos em fase de conclusão de curso, os quais já passaram por todos os períodos de estágios supervisionados dos seus referidos cursos. São quatro estagiários de cada curso e, quando necessário será identificados pela inicial do curso, seguido de um número de ordem. Acadêmicos do curso de Letras – L1, L2 e L3, acadêmicos do curso de Matemática – M1, M2 e M3 e do curso de Biologia – B1, B2 e B3. O convite foi feito aqueles que temos mais aproximação em virtude de participação em formações continuadas, contato nas redes sociais ou profissionais.

A escolha dos participantes da investigação foi direcionada buscando ter o olhar dos três cursos, mas também, distribui-los de acordo com os municípios de residência, onde foi aberto o convite á turma de concludentes de cada curso, mas com a quantidade de vagas especificas para cada município que tem os maiores números de acadêmicos frequentando a UDCS, ou seja, de acordo com a decisão em participar, ficaram dois acadêmicos de Salitre-CE, de Araripe-CE, de Fronteiras-PI e seis acadêmicos de Campos Sales-CE, sede da UDCS, totalizando 12, bem como, foram dividido, metade tem experiência na docência, os demais não. Caracterizando em porcentagem a participação dos acadêmicos na investigação, fica mais ou menos equivalente a 30% dos acadêmicos concludentes do Curso de Matemática, 20% do Curso de Letras e 15% do Curso de Ciências Biológicas.

1.3.3.3 Os professores regentes das escolas campo de estagio

O Estágio Curricular Supervisionado possui um papel crucial na formação da identidade docente, e o professor regente é um sujeito extremamente importante nesse processo, sendo suporte para o estagiário, colocando-o no ambiente escolar, e com sua experiência, auxilia na troca de vivencias e saberes, além de sua prática em sala de aula, servir como espaço de reflexão e aprendizagem docente, já que ele se apresenta como uma “ponte” entre o estagiário, a formação profissional, a experiência docente e o campo de trabalho. Para Almeida (2016):

A atuação do professor em sala de aula deve ir além da aplicação dos conteúdos, pois ele se depara cotidianamente com situações que requerem atitudes que contemplem o dinamismo do contexto em que atua, porém é necessário que os professores façam das suas atividades docentes uma constante investigação na busca de soluções para as situações problemas com as quais está envolvido no ambiente escolar. (ALMEIDA, 2016, p. 79-80).

Essa colaboração contribuirá de maneira significativa para a formação do estagiário, agregando, além dos conhecimentos adquiridos na universidade, os saberes docentes compartilhados pelos professores regentes e estes, sendo solicito e viabilizando o diálogo. Nesse período, é o momento em que o estagiário se apropria dos conhecimentos da docência e compreensão da prática, mais profundamente o fazer docente, sendo o professor regente o grande responsável pelo significado que os estagiários darão a essa experiência, bem como, para ele, é o momento de se reconstruir, potencializando sua formação, pois cada estagiário

presente em sua sala de aula, é um espaço de fortalecimento da sua atuação docente.Imbernon, (2011) acrescenta que:

O professor precisa de novos sistemas de trabalho e de novas aprendizagens para exercer sua profissão, e concretamente daqueles aspectos profissionais e de aprendizagem associados ás instituições educativas como núcleos em que trabalha um conjunto de pessoas. A formação será legitima quando contribuir para o desenvolvimento profissional do professor no âmbito do trabalho e de melhorias das aprendizagens profissionais. (IMBERNON, 2011, p 47).

Tornar-se professor é uma ação permanente, exige aprimoramento constante teórico e prático do fazer docente. E quando destacamos o início da profissão, se percebe que o Estagio Curricular Supervisionado é espaço de formação efetiva do acadêmico a medida que tem a mediação com o professor regente, ou seja, este é o responsável primordial para consolidação da formação profissional do acadêmico e construção da identidade docente.

Na pesquisa, trabalhamos com três professores regentes onde serão indicados pelo curso de atuação docente, ou seja, Professor regente de Biologia– PRB, Professor regente de Matemática– PRM e Professor regente da área de Letras– PRL. São regentes das turmas de ensino médio, nas quais os acadêmicos estagiários também participantes da investigação, realizaram o último Estágio Curricular Supervisionado.