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Relações entre o Estágio Curricular Supervisionado e os saberes

2 TRABALHO E APRENDIZAGEM DOCENTE

2.3 Relações entre o Estágio Curricular Supervisionado e os saberes

Pensar o Estágio Curricular Supervisionado é refletir sobre a formação docente, destacando inicialmente os saberes docentes presentes antes e durante o período de estágio, tornando-se relevante identificar de que maneira estes saberes são construídos, mas também como estão caracterizando segundo os aspectos teóricos. Pois, durante os momentos na universidade, os professores e acadêmicos vão discutindo-os enquanto espaço de formação, agregando a cada atividade, elementos que viabilize a edificação dos saberes necessários a prática docente e o estágio torna-se em campo de disseminação desses saberes, independente da concepção que os sujeitos tenha de estágio. Souza (2006) acrescenta que:

Os saberes são temporais, plurais e heterogêneos, personalizados e situados, porque possibilitam aprendizagem constantes e nascem da inserção da vida humana a partir das representações, crenças, valores e dos conhecimentos

acumulados e construídos na história – memoria individual e coletiva dos sujeitos socioistoricamente situados. (SOUZA, 2006, p. 45).

Para Pimenta e Lima (2008), o Estágio Supervisionado pode ser categorizado em três grupos. O primeiro grupo concebe o Estágio como prática de imitação de modelos, onde os alunos estagiários observam e imitam. O segundo grupo concebe o Estágio como prática de instrumentalização técnica, onde o papel do professor é entendido a partir da perspectiva do paradigma de formação conservadora, da racionalidade técnico científica, reduzindo a docência à mera técnica onde o professor é considerado, como uma máquina executora de tarefas pré- estabelecidas. Portanto, nessa visão, o importante seria instrumentalizar os “futuros professores” com técnicas de ensino, concebendo-o como mero reprodutor mecânico e acrítico de tais técnicas. E o terceiro grupo, entende o Estágio como momento de superação dicotômica entre teoria e prática, percebendo-o como pesquisa e a pesquisa como estágio. Trabalhar o Estágio nessa perspectiva exige direcionar nossos olhares para compreender as complexas relações que se estabelecem no interior desse processo, onde o professor é o articulador principal das situações. Lima (2004) destaca que:

É preciso reconhecer o Estágio como um campo de conhecimento a ser investigado, e não como prática apenas, mas com sensibilidade pedagógica capaz de ver a parte e nela assumir a postura e o compromisso de compreender o todo. Trata-se da aprendizagem pedagógica de ler nas entrelinhas da sala de aula, do Estágio, da escola, da realidade da vida. (LIMA, 2004, p.70).

O entendimento do Estágio Supervisionado como uma disciplina deve permitir um contato real entre os saberes (TARDIF, 2014) que estão sendo produzidos nas academias e os saberes que estão sendo mobilizados, (re)construídos e (re)produzidos dentro da comunidade escolar. Criando alternativas que possibilite melhor aproveitamento da prática, direcionando como objetivo principal da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado colocar os “estagiários” em contato direto com o contexto escolar, seu provável futuro campo de trabalho. Ou seja, o curso de licenciatura proporciona aos acadêmicos se construindo profissionais da educação em todas as atividades, sendo o período de estágio a edificação dessa formação. Almeida e Pimenta (2014) enfatizam que:

Durante o curso de graduação começam a ser construídos os saberes, as habilidades, posturas e atitudes que formam o profissional. Em períodos de estágio, esses conhecimentos são ressignificados pelo aluno estagiário a partir de suas experiências pessoais em contato direto com o campo de trabalho que,

ao longo da vida profissional, vão sendo reconstruídos no exercício da profissão. (ALMEIDA; PIMENTA, 2014, p. 73).

Tardif (2014) enfatiza que o saber dos professores é um saber deles e está relacionado com a identidade da pessoa do professor, considerando sua trajetória de vida e, consequentemente, sua trajetória profissional. Ainda segundo o autor, esse saber é construído através das relações estabelecidas com os outros indivíduos. Nesse sentido, podemos considerar que o saber é algo apreendido através da junção entre informação e experiência pessoal. Para efetivação do saber, precisa que o sujeito necessite, aceite e reelabore, construindo um novo saber, seu, permeado pelas suas necessidades. Assim, o professor constrói e reconstrói os saberes através das experiências, cabendo-os ressignificar segundo suas aspirações. Tardif (2014) defende que, ao ensinar os professores mobilizam os saberes de acordo com o contexto no qual está inserido a fim de responder as exigências das mais variadas situações de ensino, sendo o período de estágio o momento adequado para esta articulação. Para Pimenta (1999):

O saber docente não é formado apenas da prática, sendo também nutrido pelas teorias da educação. Dessa forma, a teoria tem importância fundamental na formação dos docentes, pois dota os sujeitos de variados pontos de vista para uma ação contextualizada, oferecendo perspectivas de análise para que os professores compreendam os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si próprios como profissionais. (PIMENTA, 1999, p. 24).

Pimenta e Lima (2008) destacam que o estágio possibilita aos futuros docentes compreender a instituição e a complexidade das ações exercidas por seus profissionais, agregando valores no seu preparo para integração profissional. Mas só será possível estes resultados, se o estágio estiver presente como princípio basilar e como corresponsabilidade de todas as disciplinas do curso, as quais devam contribuir para formar professores fundamentados na análise crítica e na proposição de fazer educação, percebendo a docência como espaço de construção de saberes, reconstruindo significados e se efetivando como professor. Sobre o aspecto da corresponsabilidade de todas as disciplinas sobre o estágio. Para Coelho; Silveira e Bezerra (2016):

É considerado um elemento aglutinador no curso [...] uma vez que é possível dialogar de forma interdisciplinar com as diferentes disciplinas ao longo do curso. No entanto, é função de todas as disciplinas do curso interrelacionar- se, tanto pela metodologia quanto pelos conteúdos, para que os educandos atinjam uma melhor compreensão do processo pedagógico. (COELHO; SILVEIRA; BEZERRA, 2016, p. 14).

Surge a possibilidade de se edificar esta conjuntura a partir do estágio realizado através da pesquisa, implicando no planejamento, desenvolvimento, monitoramento e avaliação desse período serem pensados coletivamente, envolvendo professores orientadores, estagiários e escolas campo de estágio. “Dessa forma, o projeto de estágio pode se constituir em projeto de pesquisa colaborativa da prática dos envolvidos” (PIMENTA; LIMA, 2008, p. 215). Enquanto espaço de pesquisa, construiremos um olhar profissional detalhado sobre as diversas situações e relações presentes neste contexto. “Aprendemos a reelaborar o conhecimento, para aprender a reinterpretar a realidade e aprender a reunir as informações para traduzi-las num conhecimento próprio e pessoal que é um modo de interpretar o mundo, a realidade e propor novas formas de agir e de ser do/no mundo”. (GHEDIN; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2015, p.59). Assim, as universidades precisam adaptar-se as exigências e atender as suas necessidades. Nessa perspectiva, Santos (2011) acrescenta que:

Para sobreviver, as universidades têm de estar ao serviço destas duas ideias mestras – sociedade de informação e economia baseada no conhecimento – e para isso têm de ser elas próprias transformadas por dentro, por via das tecnologias da informação e da comunicação e dos novos tipos de gestão e de relação entre trabalhadores de conhecimento e entre estes e os utilizadores ou consumidores. (SANTOS, 2011, p. 30).

Para agir de maneira profissional, faz-se necessário refletir sobre os saberes profissionais, entendendo inicialmente a diferença entre os conceitos de informação, conhecimento e saber, importantes para o entendimento da questão. Para Altet, (2001), a informação é de ordem social e refere-se aos assuntos externos ao sujeito; o conhecimento é de ordem pessoal e está integrado ao sujeito; o saber situa-se entre os dois pólos, ou seja, é a interface entre a informação e o conhecimento. O saber, constrói-se na interação entre o conhecimento e a informação, entre o sujeito e o ambiente, na mediação e por meio dela, ou seja, através do desenvolvimento do tripé na universidade, de maneira ampla onde todos os acadêmicos tenham acesso, possibilita efetiva construção da práxis docente durante o período de estágio, a medida que o estagiário tem contato com diversos conhecimentos e precisa articular os já existente enquanto processo formativo, possibilitando o planejar atividades que permitam uma aprendizagem significativa e para isso “Envolve o estudo, a análise, a problematização, a reflexão e a proposição de soluções às situações de ensinar e aprender. Envolve experimentar situações de ensinar, aprender a elaborar, executar e avaliar projetos de ensino [...] diferentes espaços da escola” (PIMENTA; LIMA. 2008, p. 55).

Pensar o estágio supervisionado a partir do tripé: teoria, prática e pesquisa da formação docente, se apresenta como um grande desafio no processo de ensino nas universidades, mas necessário para que de fato possa atender as necessidades do contexto social, diante da formação dos futuros profissionais e reflexão dos profissionais que estão inseridos no processo. Enquanto espaço investigativo o estágio permite ir além do fazer docente ou da articulação dos saberes, mas identificar os elementos que potencializam e as lacunas que se apresenta, permitindo intervenção no processo e consistência na formação docente de qualidade que “deve se pautar na perspectiva investigativa, na qual a pesquisa, assumida como princípio científico e educativo, apresenta-se como uma proposição metodológica fundamental para o rompimento das práticas de reprodução”. (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 118).

Com relação a aprendizagem prática, as disciplinas precisam assumir estruturas significativas na formação de professores, a medida que se faz necessário, que o acadêmico seja preparado durante sua estadia na universidade, mas se estendam também “na” e “para” o espaço escolar, local onde atuará enquanto profissional e contribuirá para a formação dos educandos e da sociedade. Este processo, merece atenção das políticas que regulamentam a formação, das instituições de ensino superior que estruturam seus regimentos, dos pesquisadores da área que buscam maior conhecimentos desde a sua epistemologia a sua prática, buscando maior entendimento e intervenção; dos orientadores e supervisores de estágio que orientam a atividade e são responsáveis pelo suporte técnico-pedagógico, da escola campo de estagio que abre suas portas para atender a solicitação da universidade e ajudar no processo formativo dos futuros profissionais e principalmente dos professores que abrem espaço para que outros acompanhem e analisem suas práticas pedagógicas e relações em sala de aula, servindo de campo de experimento para futuros profissionais ou profissionais em processo de formação para que atenda as exigências da sociedade contemporânea. Para Santos (2011):

O atual paradigma institucional da universidade tem de ser substituído por um paradigma empresarial a que devem estar sujeitas tanto as universidades públicas, como as privadas, e o mercado educacional em que estas intervêm devem ser desenhados globalmente para poder maximizar a sua rentabilidade. O favorecimento dado às universidades privadas decorre de elas se adaptarem muito mais facilmente às novas condições e imperativos. (SANTOS, 2011, p. 31).

No caso do espaço acadêmico, subsidiará os estagiários a superarem as lacunas existente e reforçar os aspectos propícios a uma formação e prática docente eficiente, permitindo a construção e ressignificação dos saberes. Portanto, o papel do professor “é colocar esses saberes em movimento e, dessa forma, construir e reconstruir o conhecimento ensinando

e aprendendo com a vida, com os livros, com a instituição, com o trabalho, com as pessoas, com os cursos que frequenta, com a própria história”. (LIMA; SALES, 2002, p. 41).

Para caracterizar os saberes dos professores, destacamos inicialmente Pimenta (2010) em que apresenta três tipos de saberes docentes, constituído pelo conhecimento, pela experiência e pelos saberes pedagógicos. Os saberes da experiência, são trazidos segundo a imagem dos professores que foram significativos na vida dos acadêmicos, bem como os estigmas usados pela sociedade quanto ao ser professor na sociedade atual. Os saberes da experiência “São também aqueles que os professores produzem no seu cotidiano docente, num processo permanente de reflexão sobre sua prática, mediatizada pela de outrem – seus colegas de trabalho, os textos produzidos por outros educadores”. (PIMENTA, 1999, p. 20). O conhecimento enquanto saber docente, está representado por aqueles que são construídos nos espaços escolares, ou seja, os saberes pedagógicos, se produzem na ação. É na prática do cotidiano da sala de aula que o professor conhece a si mesmo e se reelabora como profissional. Para Lima (2013):

Dentro do movimento: ação, reflexão e ação refletida é que atividade docente é práxis. Apenas na articulação entre a teoria e a prática pedagógica é que isso acontece. Quando vamos ensinando, vendo o que não dá certo e tentando acertar, quando voltamos a estudar e procuramos levar esses ensinamentos para a nossa realidade estamos fazendo a práxis educativa. Para isso é preciso que reconheçamos a importância do conhecimento tanto da matéria que nos propomos lecionar, como das questões pedagógicas da sala de aula. (LIMA, 2013, p. 21).

Diante do exposto, percebe-se que o estágio se torna período fundamental para construção e articulações desses saberes, pois enquanto acadêmico, participa de diversas aulas e atividades que viabiliza conhecer os diversos conhecimentos, seja os científicos, teológicos, pedagógicos ou mitológicos, estes serão articulados durante o período de estágio de maneira efetiva, onde experimentarão as possibilidades de repetirem os conhecimento apreendidos durante sua vida escolar, como ambiente de repetição, ou construirão novos saberes através de atividades docente mediadas pelos saberes pedagógicos. “É importante reconhecer que o Estágio Curricular Supervisionado, fazendo parte desse processo, seja desenvolvido à luz de uma base teórica, que inclua a história de vida e formação dos professores, seus saberes e experiências, identidade e memória”. (LIMA, 2018, p. 3)

Para Altet (2001), destaca que os saberes docentes dividem-se em dois tipos construídos: os saberes teóricos e os saberes práticos. Os saberes teóricos, distinguem-se entre os saberes a serem ensinados e os saberes para ensinar. Os saberes a serem ensinados são os

saberes disciplinares, constituídos pelas ciências e tornados didáticos permitindo aos alunos a aquisição; os saberes para ensinar são os saberes pedagógicos sobre a gestão da sala de aula, os procedimentos didáticos as diferentes disciplinas e os saberes culturais. Os quais são indissociáveis. Guiados pelas concepções acima, o estágio é o momento primordial para saber se os acadêmicos estagiário consegue articular esses dois saberes, o primeiro pertencente aos conhecimentos específicos do seu curso de formação, enquanto que o segundo se articula como possibilidade de vivenciar momento ricos de aprendizagem, troca de experiências, efetivação das relações e dinamização do espaço da sala de aula. Lima (2013) acrescenta que:

O profissional do magistério como um intelectual em processo contínuo de formação, que tem na teoria o elemento básico para realizar uma ação coerente e transformadora, ou seja, sua práxis docente. Essa formação, que envolve além dos saberes adquiridos na prática cotidiana e na história da sua vida, ainda necessita da fundamentação teórica necessária para a reelaboração destes saberes e a melhoria da qualidade docente. (LIMA, 2013, p. 11).

Os saberes práticos, segundo o autor, advêm das experiências da profissão, também chamados de saberes empíricos. Pode-se, conforme Altet (2001), distingui-los em saberes sobre a prática e saberes da prática. Os saberes sobre a prática são os procedimentais “como fazer’. Os saberes da prática advêm da experiência, constituindo-se como o resultado da ação que teve êxito, são os saberes da práxis, representados pelos saberes condicionais.

Por último destacamos Tardif (2014), apresenta quatro tipos de saberes docentes: os saberes pedagógicos, os saberes disciplinares, os saberes curriculares e os saberes experienciais. Os saberes são construídos na interlocução entre o professor e as relações. Isto demonstra o quanto é importante compartilhar as atividades e realizar estudos com outros colegas de trabalho. Sobre a partilha, Tardif (2014, p. 53), enfatiza que os professores compartilham “seus saberes uns com os outros através do material didático, dos ‘macetes’, dos modos de fazer, dos modos de organizar a sala de aula, etc. Trocam informações sobre os alunos e dividem uns com os outros um saber prático sobre sua atuação.

Percebemos o estágio como espaço propicio para a construção e troca de saberes, onde as relações entre os professores orientadores de estágio e os professores regentes, viabiliza melhor articulação para a formação dos acadêmicos estagiários e sua aprendizagem docente, permitindo ainda espaço de reflexão sobre os saberes. Pois “Quando vimemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender, participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética, e ética, em que a boniteza deve achar- se de mãos dadas com a docência e com a seriedade”. (FREIRE, 2011, p.26).

Acreditamos que a busca pela identificação dos saberes docentes e a compreensão de como se constrói esses saberes tem sido de grande relevância a medida que além de compreender essa construção, facilita as relações e diálogo entre os profissionais da educação, bem como, relacionar os saberes as necessidades da sala de aula e do professor, a medida que reflete suas práticas, transformando e atribuindo novos significados às mesmas, podendo carregar influências que vão desde a infância até o período da graduação. Nesse sentido, além dos saberes, vai se edificando a identidade profissional, seja pessoal e individual, ela não é estática e nem permanente. Assim, durante as relações, sejam elas positivas ou negativas, contribuem para a construção desta identidade e dos saberes uma vez que a reflexão de sua prática permite em algum momento ressignifica-la. “A identidade docente se define também como lugar de lutas e de conflitos, pois as determinações sociais e históricas são alvo de confronto e de negociações complexas que requerem a produção de justificação e de sentido à sua recusa ou aceitação”. (FARIAS “et al”, p. 59).

Os saberes são construídos efetivamente na articulação com a prática, não bastando ir à escola apenas no período de Estágio, é relevante que durante todo o curso de formação, o acadêmico tenha contato e relação efetiva com o espaço escolar e sua comunidade, contribuindo nas atividades, sentindo na pele a edificação da profissão, mas também se sentindo parte daquele espaço e daquele processo. Pensar o estágio nesta perspectiva é concebê-lo como espaço de pesquisa, campo de conhecimento disponível a ser investigado, admitindo, como ambiente significativo para a formação teórica, prática e reflexiva daqueles que estão na formação inicial, interagindo com a realidade do espaço escolar, repensando o desenvolvimento das ações, construindo seus saberes, sua maneira de agir profissionalmente e socializando todos esses saberes com os indivíduos participantes deste espaço. Precisamos perceber o professor como “agente dinâmico cultural, social e curricular, capaz de tomar decisões educativas, éticas e morais, de desenvolver o currículo em um contexto determinado e de elaborar projetos e materiais curriculares com a colaboração dos colegas”. (IMBERNON, 2011, p.22).

O contato com o espaço escolar durante todo o curso de graduação, desenvolverá a capacidade potencial de observador, sob o visão de um referencial teórico, facilita identificar os elementos que se desdobra nos processos ensino e aprendizagem e nas relações estabelecidas no espaço escolar e a partir dele. Essa observação bem estruturada beneficia a aprendizagens dos professores em formação, uma vez que “o conhecimento não se adquire ‘olhando’, ‘contemplando’, ‘ficando ali diante do objeto’; exige que se instrumentalize o olhar com as teorias, estudos”. (PIMENTA, 2010, p. 120). Assim, torna-se relevante investigar as relações presentes no estágio supervisionado para que o mesmo possa ser um espaço de formação e não

apenas de cumprimento de carga horária, ou seja, um momento rico onde “oferece oportunidades não so de aprender coisas uteis para o futuro desempenho profissional dos estudantes, mas que possibilita melhorar como pessoa, preocupar-se com o contexto, conhecer- se melhor, poder experimentar essa preocupação por si mesma”. (ZABALZA, 2014, p. 35).

Construir um olhar sobre o Estágio Curricular Supervisionado nos cursos de formação de professores é, destacar os elementos e saberes constitutivos desse período, sejam os presentes e os construídos, mas principalmente estabelecer concepções que permeiam esta atividade formativa, reconhecendo sua influência no desenvolvimento do trabalho docente, na aprendizagem dos diversos conhecimentos necessários ao professores, construção da identidade profissional, as reações e relações estabelecidas entres os sujeitos envolvidos e as instituições formadores, passando pela orientações teóricas e práticas diante das escolas estagiada. Tanto os profissionais quanto as instituições precisam ter claro seu papel diante o processo formativo. Santos (2011), chama a atenção:

Quem trabalha hoje na universidade sabe que as tarefas universitárias estão dominadas pelo curto prazo, pelas urgências do orçamento, da competição entre faculdades, do emprego dos licenciados etc. Na gestão dessas urgências florescem tipos de professores e de condutas que pouco préstimo ou relevância