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Caracterização geral e Organização da Farmácia Rosmaninho

Capítulo III – Estágio curricular em Farmácia Comunitária

2. Caracterização geral e Organização da Farmácia Rosmaninho

Para que o farmacêutico possa realizar a sua atividade profissional, necessita que a farmácia possua uma estrutura adequada, com instalações, equipamentos e fontes de informação apropriadas ao cumprimento das suas funções [1].

2.1. Caracterização geral

A Farmácia Rosmaninho (FR) encontra-se localizada na freguesia de Barqueiros, Estrada Nacional nº 588, no concelho de Barcelos. Este estabelecimento encontra-se aberto ao público num horário de segunda a sexta-feira entre as 9 e as 20 horas e aos sábados entre as 9h e as 19:30 horas, encerrando para a hora do almoço entre as 13 e as 14 horas e também se encontra aberto aos domingos entre as 9 e as 12 horas, cumprindo assim o período de funcionamento semanal mínimo das farmácias comunitárias (44 horas) e com os períodos dos quais deve ser garantida a abertura ao público, de acordo com o estabelecido pelas portarias n.º 277/2012 e n.º 14/2013 [3,4]. De referir ainda que a FR não realiza serviços em regime de rotatividade, sendo estes assegurados pelas farmácias da cidade de Barcelos.

2.2. Espaço físico

A organização do espaço exterior da FR está de acordo com o exposto nas Boas Práticas Farmacêuticas (BPF) para a Farmácia Comunitária: “As farmácias devem ter um aspeto exterior característico e profissional, devendo ser facilmente visíveis e identificáveis” [1]. Deste modo, o estabelecimento encontra-se identificado por um letreiro com a inscrição “Farmácia” e uma cruz verde luminosa colocada perpendicularmente à sua fachada. No exterior da farmácia, também existe uma placa com o seu nome e o respetivo diretor técnico.

Na porta da farmácia, pode ser consultado o seu horário de funcionamento e a informação acerca das farmácias do concelho em regime de serviço permanente. A FR dispõe de um parque de estacionamento próprio que proporciona uma melhor comodidade e segurança aos utentes bem como aos fornecedores. A farmácia possui também uma montra profissional para divulgação aos utentes de possíveis produtos em promoção e/ou inovadores, sendo importante a sua renovação de acordo com a sazonalidade.

Segundo o Regime Jurídico, as farmácias devem dispor de instalações adequadas para garantir a segurança, conservação e preparação dos medicamentos e a acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes e do respetivo pessoal. Para tal, a farmácia deve dispor obrigatoriamente de uma sala de atendimento ao público, um espaço de armazém, um laboratório e instalações sanitárias, sendo o Gabinete da direção técnica considerado uma divisão facultativa [5,6,7]. A deliberação n.º 2473/2007 [6] regula ainda, para além das divisões obrigatórias e facultativas, as áreas mínimas que estas deverão apresentar.

Assim sendo, o espaço físico interior da FR contempla uma zona de atendimento ao público, um gabinete de consulta farmacêutica, um armazém, uma zona dedicada à elaboração e receção de encomendas, uma zona de repouso, instalações sanitárias e vestiário, um laboratório e um escritório, onde é efetuada toda a contabilidade, gestão e atividade administrativa da farmácia. Logo na entrada, encontra-se um contentor do programa VALORMED, onde os utentes poderão colocar os medicamentos fora de uso.

A zona de atendimento é o local onde se faz a dispensa de medicamentos e se prestam esclarecimentos acerca destes. Esta zona é constituída por três balcões de atendimento, vitrinas com diversos produtos expostos, uma balança para determinação do peso e altura e índice de massa corporal (IMC), um tensímetro e algumas cadeiras para que os utentes, particularmente, os idosos ou pessoas com dificuldades de locomoção, possam repousar bem como uma área lúdica destinada às crianças onde estas possam brincar enquanto aguardam o atendimento dos adultos e familiares.

O gabinete de atendimento reservado é um local fisicamente separado da zona de atendimento, para o qual os utentes são dirigidos quando a comunicação de forma confidencial é necessária, cumprindo o exposto nas BPF para a Farmácia Comunitária. É também neste gabinete que se efetuam os diversos serviços farmacêuticos disponíveis na farmácia, como por exemplo, o controlo de vários parâmetros bioquímicos e fisiológicos (a determinação da glicémia, do colesterol, e também onde se pode medir a pressão arterial) bem como a administração de vacinas e outros injetáveis. Junto ao gabinete também se podem encontrar as instalações sanitárias destinadas aos utentes.

Na parte posterior da farmácia, restrita ao público, encontra-se diversas áreas de arrumação dos diferentes produtos, constituídas por prateleiras, armários de gavetas deslizantes e pelo frigorífico, o qual armazena medicamentos cuja conservação exija temperaturas entre 2ºC e 8ºC. Dispõe também de um armazém para a arrumação de produtos para posterior reposição; uma área dedicada a toda a gestão de encomendas, faturação e outras tarefas informáticas necessárias a uma boa gestão da farmácia, bem como a estantes nas quais se guardam dossiers com a toda a documentação relativa às encomendas, medicamentos estupefacientes e psicotrópicos (MEP), medicamentos manipulados, registo da temperatura e humidade, entre outros. Também aqui encontra-se o laboratório, o qual está devidamente equipado com todo o material necessário estipulado por lei para a preparação de medicamentos manipulados e preparações extemporâneas, segundo o exposto na Deliberação nº 1500/2004, de 7 de dezembro [8]. É também na parte posterior da farmácia que se encontra o escritório, o qual está equipado com secretaria, impressora multifunções com fax e armários de arrumação com toda a documentação pertencente a biblioteca da farmácia, realizando-se neste local a maior parte das tarefas administrativas.

Por fim, é de salientar ainda que as instalações da farmácia devem ser adequadamente iluminadas e ventiladas, com superfícies de trabalho, armários e prateleiras lisas, laváveis e em material adequado [1].

2.3. Recursos humanos

A equipa da FR é constituída por seis pessoas, Dra. Vanessa Rosmaninho (proprietária e diretora técnica), Dra. Filipa Rosmaninho (Farmacêutica Adjunta e proprietária), Dr. Bruno Ponte (Farmacêutico), Sr. Carlos Teixeira (Técnico de Farmácia), Sr. Pedro Rocha (Técnico de Farmácia) e D. Ana Silva (Auxiliar de limpeza). Cumprindo o exposto no Artigo 32º do DL nº 307/2007, de 31 de Agosto, “o pessoal que desempenha funções de atendimento ao público nas farmácias [está] devidamente identificado, mediante o uso de um cartão, contendo o nome e o título profissional” [5]. É importante referir que as responsabilidades dos membros da equipa estão claramente definidos, conforme o Manual de Boas Praticas para a Farmácia

Comunitária [1].

A Diretora Técnica (DT) pode ser coadjuvada por farmacêuticos, técnicos de farmácia e por pessoal devidamente habilitado, sob a sua direção e responsabilidade [5]. Compete, em especial, à DT as funções (Anexo I) referidas no artigo 21º do Regime Jurídico das Farmácias de Oficina [5]. Para além das responsabilidades da DT, é de salientar ainda algumas funções específicas e exclusivas dos farmacêuticos, sendo elas: o contacto com outros profissionais de saúde; o controlo dos MEP; a dispensa de medicamentos; o seguimento farmacoterapêutico; o contacto com os centros de informação dos medicamentos; a gestão da formação dos colaboradores bem como a gestão das reclamações.

À Dra. Ana Filipa Rosmaninho, como farmacêutica adjunta substituta, compete coadjuvar a DT nas tarefas e atos a praticar pela mesma e substituí-la na sua ausência e impedimentos temporários de harmonia com a lei. A restante equipa, nomeadamente, os técnicos de farmácia, auxilia, sob supervisão, a execução de todos os atos inerentes à atividade da farmácia. Fazem parte das suas funções enviar encomendas diárias aos fornecedores, arrumar medicamentos, rejeitar e devolver produtos aos fornecedores, controlar prazos de validade, organizar diariamente o receituário, a preparação mensal do receituário para faturação e o fecho do receituário no último dia do mês. Além disso, também podem preparar medicamentos manipulados e avaliar a qualidade da sua preparação, sob orientação de um farmacêutico, bem como dispensar medicamentos com e sem receita médica [1,5]. De referir ainda que, tanto os farmacêuticos como os técnicos de farmácia da FR, frequentam cursos de formação científica, ações de formação, congressos, entre outros, de forma a manterem-se constantemente informados e atualizados a nível científico, ético e legal, reforçando as suas competências.

Todos os profissionais da FR mantêm entre si uma ótima relação, cultivando um espírito de equipa e de cooperação mútua. Este clima de boa disposição e familiaridade presente na farmácia vai proporcionar ainda mais um atendimento de qualidade aos utentes, satisfazendo todas as suas dúvidas e necessidades.

2.4. Informação e documentação científica

O farmacêutico, aquando da cedência de medicamentos, deve obrigatoriamente dispor de acesso físico ou eletrónico às fontes que disponibilizem a informação atualizada sobre indicações, contraindicações, interações, posologia e precauções com a utilização do medicamento dispensado. Deste modo, a farmácia deve ter nas suas instalações uma biblioteca continuamente atualizada e organizada que permita prestar um aconselhamento com qualidade [1]. Assim, segundo a Deliberação n.º 414/CD/2007, de 29 de outubro e nos termos do artigo 37.° do Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, a farmácia deve obrigatoriamente dispor [5,9]: da Farmacopeia Portuguesa, em edição de papel, em formato eletrónico ou online e do Prontuário Terapêutico.

Para além destas fontes de informação, a FR também possui na sua biblioteca Guia

Nacional de Medicamentos, o Índice Nacional Terapêutico, o Simpósio Terapêutico, o Código Deontológico da Ordem dos Farmacêuticos, os Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos, o Formulário Galénico Português (FGP), as BPF, Manual dos Medicamentos não prescritos, Direito Farmacêutico, Index Merck, o Dicionário Médico, Mapa Terapêutico, Guia dos produtos Veterinários, Guia de apoio às Farmácias, entre outros.

Também estão disponíveis algumas publicações de carácter periódico, entre as quais, a Revista Farmácia Distribuição, Revistas Farmácias Portuguesas e a Revista da Ordem dos Farmacêuticos. É de salientar ainda que existem estruturas de apoio, como o Centro de Informação de Medicamentos (CIM) da Ordem dos Farmacêuticos (OF) e o CEDIME, que pertence à Associação Nacional Das Farmácias (ANF), que prestam suporte técnico e científico à atividade das farmácias nas áreas do medicamento e da saúde. Estes centros de apoio estão disponíveis 24 horas por dia e respondem diariamente às questões colocadas pelos farmacêuticos em tempo útil [10,11].

2.5. Suporte informático e equipamentos

A FR utiliza como suporte informático o software SIFARMA 2000. Este programa é uma ferramenta de informação facilmente acessível aquando da dispensa de medicamentos ao balcão. Disponibiliza informação técnico-científica adequada e atualizada sobre cada medicamento, particularmente, indicações terapêuticas, posologias, contraindicações, reações adversas e interações que permitem uma dispensa ativa com aconselhamento adequado ao utente. Deste modo, o SIFARMA 2000 é um instrumento fulcral ao serviço da prática farmacêutica, promovendo o uso seguro e efetivo dos medicamentos e possibilitando uma maior participação da farmácia na gestão do risco associada a terapêutica. Outro facto a realçar é a utilização por cada trabalhador ser distinta com um código de entrada no SIFARMA 2000, permitindo assim registar tudo o que é executado pelo respetivo operador bem como definir diferentes níveis de acesso aos dados. Este caso é importante na gestão de toda a farmácia e na implementação de um sistema de gestão de qualidade. A FR também utiliza o

É de referir ainda que durante o estágio contactei com diversos sites e bases de dados relacionados com a atividade farmacêutica, os quais disponibilizam informação bastante útil e fidedigna, como por exemplo o www.infarmed.pt e www.ordemfarmaceuticos.pt.

Por último, durante o estágio pude constatar que na FR se executa diariamente cópias de segurança que ressalvem a integridade dos dados no caso de possíveis problemas (avaria informática ou acidente), sendo que o armazenamento de toda a informação a nível informático é de carácter obrigatório.