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TABELA DE EVENTOS Evento :

4.2.3 Caracterização do Processo de Construção de Sistema Piloto de Tratamento de Efluentes Sanitários Residenciais: Primeira Etapa

de Obra

A execução da primeira etapa do sistema piloto de tratamento de efluentes sanitários residenciais ocorreu no dia 04/02/09 na casa de Mirna. A primeira etapa da construção do sistema fossa séptica com destinação final em círculo de bananeiras compreendeu as seguintes atividades:

1- Escavação da primeira caixa de passagem para divisão do efluente entre as duas unidades da fossa séptica;

2- Escavação das duas unidades da fossa séptica;

3- Escavação da segunda caixa de passagem para destinação ao círculo de bananeiras; 4- Compactação das unidades escavadas;

5- Amarração da armadura;

6- Lastro de brita em cada unidade; 7- Concretagem.

A atividade iniciou-se às 10:45 horas ao invés das 8:30 horas devido a procura por Mirna pelo assentamento para realizar a obra. Realizou-se a explicação do sistema de tratamento fossa séptica com círculo de bananeiras para que todos os presentes se recordassem de seu funcionamento. Foi esclarecido que a construção do sistema seria realizada em 3 etapas, uma vez que é preciso respeitar o tempo de cura do concreto para início de outra etapa. Foram apresentados os projetos e os principais detalhes da obra.

Observou-se o terreno do local para determinar a posição mais adequada do sistema de tratamento de efluentes sanitários, uma vez que deve respeitar a declividade do lote, para permitir o escoamento por gravidade do sistema. O parâmetro estipulado para locação do sistema foi que ele deveria estar localizado a uma distância mínima de 5 metros da edificação. Para determinar essa distância, Jaime utilizou uma barra de tubo de 100 mm que possui 6 metros de comprimento. Com a determinação do local, marcou-se a posição das caixas de passagem e da fossa séptica, com auxílio de gravetos encontrados no local.

A primeira caixa de passagem é a caixa que primeiro recebe as águas negras e local em que ocorre a mudança entre as fossas sépticas para uso, uma vez que cada unidade de fossa séptica irá trabalhar por um período de um ano e permanece em processo de compostagem por mais 1 ano. Desta forma, cada unidade é utilizada de modo alternado.

Essa primeira caixa de passagem possui dimensões de 0,60 x 0,80m (comprimento x largura), com profundidade mínima de 0,50m. Este valor pode ser alterado em virtude das características do terreno, principalmente a declividade do solo, que irá demandar uma profundidade diferenciada para cada caso. As duas unidades da fossa séptica somam dimensões de 1,90 x 1,80m e profundidade de 1,50m.

A segunda caixa de passagem possui 0,60 x 0,60m e também profundidade de 0,50m, que pode variar de acordo com as características do terreno. A segunda caixa de passagem recebe o efluente proveniente das fossas sépticas e o destina para o círculo de bananeiras. Portanto as áreas escavadas eram de dimensões iguais ou superiores a projetadas, para viabilizar o trabalho dentro das unidades.

Entre cada unidade foi previsto um espaçamento mínimo de 2 metros para adequada instalação da tubulação de transporte do efluente. A ferramenta utilizada nesta etapa foi a trena e alguns gravetos para auxiliar na marcação. As figuras 4.1 e 4.2 mostram a seqüência de marcação das unidades.

(a) (b)

FIGURA 4. 1- a-) uso de tubo de PVC de 100mm com 6 metros de comprimento para determinação do início da unidade de tratamento. b-) marcação da primeira caixa de passagem (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 2- a-) marcação da fossa séptica. b-) uso de graveto para delimitação da área de escavação (fonte:

Habis, 2009).

Após a marcação, iniciou-se o processo de escavação das unidades. A primeira caixa de passagem foi escavada com 0,60m para que a altura útil final resultante fosse de 0,50m, descontando as espessuras da base de fundo e tampa da unidade. Da mesma forma, a segunda caixa de passagem foi escavada com 0,80m, uma vez que a declividade do terreno demandou um aprofundamento da unidade. As ferramentas utilizadas nesta etapa foram pás, enxadas e escavadeiras. As figuras 4.3 a 4.5 apresentam a etapa de escavação das unidades.

(a) (b)

FIGURA 4. 3- a-) escavação das unidades utilizando picareta. b-) escavação das unidades utilizando escavadeira (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 4- a-) pá para retirada da terra. b-) Rodoaldo trabalhando na escavação da primeira caixa de passagem (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 5- a-) escavação das duas unidades da fossa séptica. b-) primeira caixa de passagem com escavação finalizada (fonte: Habis, 2009).

A próxima etapa após a escavação foi a verificação do nível das unidades (fossa séptica e caixas de passagem) para início da compactação de fundo e preparação para a concretagem. Para verificação de nível utilizou-se uma mangueira transparente com água e trena. Para compactação de fundo foi utilizado um soquete feito in loco, de lata de tinta de 18 litros, preenchido com concreto e um sarrafo de madeira para servir de pegador. A figura 4.6 mostra atividade de conferência de nível e compactação da fossa séptica.

(a) (b)

FIGURA 4. 6- a-) verificação de nível com mangueira e auxílio da pesquisadora. b-) compactação de fundo das unidades da fossa séptica (fonte: Habis, 2009).

Depois de compactado o fundo das unidades novamente verificou-se o nível para eventuais correções. Enquanto essa atividade era realizada, a equipe do grupo Habis auxiliava no processo de corte e amarração das armaduras para o fundo das caixas de passagem e fossa séptica. A armadura de laje de fundo foi executada com espaçamento de 0,20 x 0,20 m para todas as unidades.

As ferramentas utilizadas para essa etapa foram trena e alicate, além de aquisição de arame recozido para amarrar as ferragens. Para a montagem da armadura improvisou-se uma bancada com as madeiras utilizadas como fôrmas para a tampa das unidades. As figuras 4.7 e 4.8 mostram o processo de preparo das armaduras.

(a) (b)

FIGURA 4. 7- a-) verificação do espaçamento entre armaduras das caixas de passagem. b-) amarração com arame recozido (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 8- a e b-) preparação da armadura da fossa séptica pelos moradores e equipe Habis (fonte: Habis,

2009).

Finalizada a verificação dos níveis das unidades e armaduras preparadas, a próxima etapa foi a execução de um lastro de brita de cerca de 3cm, verificação de nível e colocação da armadura no fundo para a posterior concretagem de todas as unidades. Essa atividade concluiu o primeiro dia de obra. As figuras 4.9 a 4.12 apresentam essas etapas.

(a) (b)

FIGURA 4. 9- a e b-) lastro de brita ao fundo da fossa séptica (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 10- a-) verificação de nível após aplicação de lastro de brita na caixa de passagem. b-) verificação de nível após aplicação de lastro de brita na fossa séptica (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 11- a-) ajuste da armadura de fundo na fossa séptica. b-) ajuste da armadura de fundo na primeira caixa de passagem (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 12- a-) colocação da armadura de fundo na segunda caixa de passagem. b-) vista geral das unidades após o primeiro dia de oficina (fonte: Habis, 2009).

Em virtude dos atrasos ocorridos para o início da oficina, a colocação das armaduras foi finalizada às 18:15 horas e a equipe resolveu adiar a atividade de concretagem das unidades para o dia seguinte, 05/02/09. Avisou-se José e Geanil para que estivessem presentes neste dia às 8:30 horas e continuarem a se capacitar para a construção do sistema e viabilizar a replicação inclusive em suas residências.

Na manhã do dia 05/02/09 iniciou-se a atividade de concretagem das unidades (caixas de passagem e fossa séptica), às 8:30 horas. Estavam presentes nesta atividade José, Geanil e o filho de Mirna, que ajudou nessa etapa de obra. Para a atividade de concretagem foram utilizados mangueira de água como nível, régua de pedreiro, nível de bolha, pá de pedreiro, enxada, pá, 2 latas de 18 litros. Para preparação do concreto foi utilizado o traço em massa de 1:2:3, que em obra representa 1 saco de cimento : 4 latas de 18 litros de areia : 6 latas de 18 litros de brita. A altura da laje de fundo da unidade era de 5cm.

Para obter essa altura, José decidiu utilizar cacos de tijolo maciço, cuja altura é de 5cm e poderia servir de parâmetros para a correta concretagem da laje de fundo e seu nivelamento. As figuras 4.13 a 4.16 trazem o processo de concretagem.

(a) (b)

FIGURA 4. 13- a-) madeira utilizada como régua para nivelar o fundo após concretagem. b-) uso de tijolo maciço como referência de altura de concretagem (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 14- a-) preparo do concreto. b-) início da concretagem com referência para nível do tijolo maciço (fonte: Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 15- a-) colocação de concreto nas referências de alturas. b-) sarrafeamento da fossa séptica (fonte:

Habis, 2009).

(a) (b)

FIGURA 4. 16- a-) concretagem da primeira caixa de passagem. b-) concretagem da segunda caixa de passagem (fonte: Habis, 2009).

A atividade de concretagem finalizou-se às 11:30 horas. Foram utilizadas duas “massadas” e meia de concreto, ou seja, dois sacos e meio de cimento para concretagem da fossa séptica e das duas caixas de passagem. A próxima oficina foi agendada para o dia 10/02/09, pois era preciso aguardar o tempo de cura do concreto. As etapas previstas para a próxima oficina eram a elevação da alvenaria das unidades e execução das instalações hidráulicas para correto funcionamento do sistema. Mirna foi avisada várias vezes da data oficina e informada das etapas a serem realizadas para que ficasse ciente do processo.

Apesar disso, no dia 10/02/09 Mirna novamente não estava presente em seu lote para início das atividades da segunda etapa de obra da construção do sistema piloto de tratamento de efluentes sanitários residenciais, demonstrando o desinteresse em contribuir com a pesquisa. Em virtude desse cenário e da dificuldade em manter a oficina no lote de Mirna, a equipe do grupo Habis se reuniu e decidiu para mudança de local.

A descrição do processo de decisão de transferência do local da oficina de construção do sistema piloto de tratamento de efluentes sanitários residenciais, bem como as dificuldades encontradas e os conflitos surgidos, é apresentado no próximo item.

4.2.4 Transferência de Local de Oficina para Construção de Sistema

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