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A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi criada pela Lei Estadual 1.366, de 02 de dezembro de 1955, como resultado da junção de algumas escolas superiores. Posteriormente, sua federalização foi aprovada e promulgada pela Lei nº. 3.835 de 13 de dezembro de 1960, incorporando as estruturas universitárias existentes nas cidades de João Pessoa e Campina Grande.

A partir de sua federalização, a UFPB desenvolveu uma crescente estrutura multicampi, distinguindo-se, nesse aspecto, das demais universidades federais do sistema de ensino superior do país que, em geral, têm suas atividades concentradas num só espaço urbano. Essa singularidade expressou-se por sua atuação em sete campi implantados nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Areia, Bananeiras, Patos, Sousa e Cajazeiras, que atualmente conta com sete pró-reitorias, quatro conselhos, dezesseis centros acadêmicos, 45.067 alunos, 2.568 docentes, 3.734 servidores técnico-administrativos, incluídos os servidores do hospital universitário, 139 cursos de graduação, 106 cursos de pós-graduação, duas escolas de ensino médio e profissionalizante dentre outras unidades e critérios quantificáveis.

A estrutura da UFPB e, por extensão, a da Progep revela um modelo cartesiano, reducionista e conservador, em seu aspecto funcional, e, predominantemente, na gestão de seus recursos e pessoas, ao revés da estrutura proposta por Pereira (2003) e Mülbert, Mussi e Angeloni (2003). Para estes autores, a estrutura das IFES é permeada de questões complexas

relacionadas à cultura organizacional, nas quais as temáticas do conhecimento e da gestão de pessoas encontram-se correlacionadas ao campo da aprendizagem, enquanto o cenário organizacional da gestão pública mostra-se fragmentado, com constantes descontinuidades nos processos de trabalho, evidenciando situações problemáticas no cotidiano dos atores inseridos em tais estruturas complexas, rígidas e formais.

Para efeito de demonstração da atual estrutura organizacional da unidade pesquisada, o organograma funcional da UFPB pode ser visualizado na Figura 17, assim como a estrutura da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas na Figura 18, instituída dentre as sete pró-reitorias previstas na estrutura da instituição.

Fonte: UFPB - Relatório de Gestão – Exercício 2013 (2013, p.24).

Fonte:Minuta do Regimento Interno da Progep (2012).

De acordo com a Resolução Nº 28/2010, cria-se a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas como órgão auxiliar de direção superior da Reitoria da UFPB, que tem por responsabilidade a elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas e ações permanentes de gestão de pessoas.

Como missão, a Progep propõe-se a estabelecer políticas e ações permanentes de gestão de pessoas, visando ao desenvolvimento dos servidores; ao gerenciamento de processos, à qualidade de vida, saúde e segurança no trabalho; e ao atendimento à comunidade universitária e à sociedade, com padrões de excelência que contribuam para o desenvolvimento de competências profissionais e institucionais. A visão institucional é ser um centro de referência na gestão de pessoas no âmbito do sistema federal de educação superior brasileiro.

Como objetivos permanentes foram propostas as seguintes diretrizes: • propor políticas e estratégias de gestão de pessoas para os servidores da UFPB;

• estabelecer um sistema de gerenciamento e controle de processos de gestão de pessoas; • promover ações para a melhoria da qualidade de vida, saúde e segurança no trabalho; • estabelecer diretrizes para o dimensionamento do quadro de servidores;

• elaborar programas de educação e capacitação profissional para os servidores; • consolidar o sistema de gestão do desempenho dos servidores.

Assim, o campo de estudo dessa pesquisa está delimitado a um segmento da organização estudada, ou seja, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFPB, cuja população- alvo de respondentes é composta pelos altos gestores (AG) e gestores intermediários (GI) das unidades organizacionais da área de gestão de pessoas, conforme a Tabela 2 abaixo ilustra.

Tabela 2: Total da população-alvo dos gestores da Pró-Reitorias de Gestão de Pessoas da UFPB.

Unidades organizacionais da Pró-Reitoria de Gestão

de Pessoas Quantidade de gestores

ALTA GESTÃO

Gabinete do Pró-Reitor (a) 1

Coordenador da área de Desenvolvimento de Pessoas

(CDP) 1

Coordenador da área de Processos de Gestão de Pessoas (CPGP)

1 Coordenadora da área de Qualidade de Vida, Saúde e

Segurança do Trabalho (CQVSST) 1

Continuação... GESTÃO INTERMEDIÁRIA / RESPONSÁVEIS POR UNIDADES

Área de Desenvolvimento de Pessoas 3 Área de Processos de Gestão de Pessoas 5 Área de Qualidade de Vida, Saúde e Segurança no

Trabalho 3

Demais unidades assistentes da Progep (assessoria, secretaria, expediente, atendimento, comissões, TI e arquivo)

9

Total da População-alvo do campo amostral 24 Fonte: SIGRH/Mar/2014 - Elaborada pela autora.

Participaram da pesquisa treze gestores, dos vinte e quatro gestores de unidades da Progep, correspondendo a um percentual de 54% de participação na pesquisa. Quanto ao perfil profissional dos gestores, aproximadamente 54% eram do sexo masculino e 46% do sexo feminino. No que diz respeito ao nível de escolaridade têm-se que 46% possuem mestrado, 30% especialização e 23% graduação.

Contamos com a participação de 75% dos gestores da alta gestão, com 72% de participação dos gestores e responsáveis de unidades das áreas de desenvolvimento de pessoas, processos de gestão de pessoas e qualidade de vida e, por fim, 25% da participação dos gestores são das unidades assistentes da Progep.

Quanto ao tempo na função na Progep, 38% tem entre um e dois anos, 23% tem entre três e cinco anos, 15% tem entre cinco e dez anos, 15% tem mais de dez anos e 7% menos de um ano.

O convite para participação da pesquisa estendeu-se a todos os gestores. A formação da amostra final, para cada instituição, dar-se em função da predisposição dos gestores em participar da pesquisa. Para a pesquisa social, a referida amostra caracteriza-se como não probabilística e de conveniência ou por acessibilidade e o tamanho da mesma se define pela sua representatividade dos sujeitos participantes da pesquisa (GIL, 2008).

Segundo Gil (2008, p. 90), na pesquisa social são utilizados diversos tipos de amostragens, que podem ser agrupadas em dois grandes grupos: amostragem probabilística e não-probabilística, sendo esta última caracterizada pela ausência de fundamentação matemática ou estatística, dependendo unicamente dos critérios do pesquisador, podendo ser de dois tipos: por acessibilidade, tipicidade e por cotas.

Desse modo, o presente estudo apresenta-se como uma amostra por conveniência ou acessibilidade. Essa tipologia

Constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em estudos exploratórios ou qualitativos, onde não é requerido elevado grau de precisão (GIL, 2008, p. 94).

Como método de tratamento dos dados, foi utilizada a triangulação dos sujeitos, baseado em Denzin (1984) como uma estratégia de entrecruzamento das informações coletadas. Realizada de três maneiras, a saber: de técnicas, de instrumentos e de sujeitos de pesquisa. Nesta pesquisa se fará uso da técnica de triangulação entre sujeitos, que se configura mecanismo importante para o entrecruzamento, a combinação e a comparação das informações dadas pelos sujeitos de pesquisa, além da técnica de análise de conteúdos.