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4.2 ANÁLISE DOS ELEMENTOS E DIMENSÕES DO MÉTODO OKA

4.2.9 Dimensão 9 – Alinhamento

A Dimensão 9 do OKA é referente ao alinhamento e obteve uma pontuação mediana nos dois grupos de gestores, sendo (19) a pontuação obtida no grupo da gestão intermediária e (13,5), a pontuação mais baixa de todas as quartoze dimensões, no grupo dos gestores pertencentes à alta gestão.

Dentre as principais temáticas abordadas pela dimensão alinhamento tanto o grupo de gestores pertencentes à alta gestão como o grupo dos gestores pertencentes à gestão intermediária possuem alinhamento conceitual no que tange à percepção de que as atividades de gestão do conhecimento são essenciais para a performance do negócio. Por sua vez a gestão intermediária adicionou os aspectos da importância para obtenção de vantagem competitiva e da importância para levar à inovação. A alta gestão entendeu que a primeira caracterí stica englobaria as duas últimas citadas.

Quando questionados sobre a frequência que a alta gerência toma decisões estratégicas sem informações ou sem conhecimentos necessários, a alta gestão entendeu que não muito frequentemente. Por sua vez, a gestão intermediária acredita que essa situação ocorre frequentemente, em razão da dificuldade de mobilizar, dificuldade de acesso, dificuldade de

compilar, além de não se ter indicadores formalizados, pois os gestores até procuram as informações, mas às vezes a informação demora demasiadamente para chegar, de modo que a tomada de decisão precisa ocorrer sem as mesmas. Já na visão da alta gestão, por mais que não se tenha a informação completa, mas a coleta das informações se dá em conjunto com as equipes envolvidas, pois a soma do conhecimento de uma pessoa com o conhecimento de outra pessoa agrega valor ao que já se tem, a fim de fechar o ciclo do processo decisório.

Neste sentido, também foi considerado pela gestão intermediária que a intensidade de agregação de conhecimentos nos resultados ou serviços na Progep é baixa. E na concepção da alta gestão, a intensidade de agregação de conhecimento nos resultados foi considerada aceitável, precisando de melhorias. As iniciativas de gestão do conhecimento foram consideradas bem sucedidas pelo grupo da alta gestão, no sentido de contribuírem para o alcance de resultados baseados em resultados observáveis, e na visão da gestão intermediária foram consideradas um pouco mal sucedidas.

Os gestores reconheceram que nenhum tipo de conhecimento foi melhorado pelo programa de gestão do conhecimento e nem haver nenhum processo que tenha sido melhorado significativamente como resultado do programa de gestão do conhecimento, em virtude de não haver um programa de gestão do conhecimento formal na Progep.

Foi constatado também que tanto os gestores pertencentes à alta gestão como os gestores da gestão intermediária estão cientes das lacunas de conhecimento que devem ser preenchidas para que a organização atinja seus objetivos. No entanto, apontaram que os servidores não estão cientes dessas lacunas, excetuando-se aqueles que as percebem, apontando, por exemplo, a participação dos gestores que se propuseram a discutir a temática da gestão do conhecimento com a adesão à pesquisa OKA na Progep, com a disponibilização da carga horária.

No que diz respeito às percepções divergentes entre os dois grupos de gestores, podemos destacar que o grupo da gestão intermediária entendeu que somente a satisfação e lealdade dos cidadãos-usuários foram ajudadas significativamente por atividades relativas a conhecimentos, como, por exemplo, como a elaboração do manual do servidor e a aprovação de algumas resoluções, enquanto os gestores pertencentes à alta gestão consideraram que os processos operacionais organizacionais, produtividade organizacional, políticas e procedimentos organizacionais e habilidade para modificar estratégias ou enfoques de resoluções de problemas foram facilitados pelas atividades relativas a conhecimentos.

Deste modo, alguns gestores apontaram aspectos que influenciaram o percentual obtido pela dimensão: representa o diagnóstico da medida em que a organização tem

conseguido gerir seu conhecimento, alinhado ao alcance dos objetivos e metas estabelecidas; apesar de a alta gestão considerar que a Progep está num estágio superior em gestão do conhecimento em relação à gestão intermediária, e mesmo considerando que todas as dimensões foram pontuadas com a tendência para a mais alta pela alta gestão, com exceção das dimensões 9 (alinhamento) e 2 (criação e identificação do conhecimento), as demais dimensões foram pontuadas para maior, pela alta gestão, do que todas as dimensões pontuadas pela gestão intermediária; mesmo assim, a dimensão 9 (alinhamento) apresentou-se com uma notória diferença, indicando uma suposta não percepção, da alta gestão, dos benefícios e resultados das atividades informais de gestão do conhecimento para a organização, conforme ilustra a Figura 30, abaixo.

Figura 30: Ranking das pontuações das dimensões em ordem decrescente por grupo de gestores pesquisados

Fonte: Elaborado por um gestor pertencente ao grupo da gestão intermediária. G1

G2

A figura acima foi elaborada por um gestor, que estabeleceu uma lista (ranking) comparativa entre os dois grupos de gestores (alta gestão e gestão intermediária), por ordem decrescente das pontuações de todas as dimensões do OKA, evidenciando uma convergência e alinhamento nas pontuações, de um modo geral, entre os grupos. Separando as dimensões em três grupos (G1, G2 e G3), percebe-se discrepâncias das pontuações nas dimensões: 2 - Criação e identificação do conhecimento; 9 – Alinhamento e a 12 - Infraestrutura de acesso ao conhecimento.

Para os gestores pertencentes à gestão intermediária, a Dimensão 2 encontra-se na segunda posição (G1) do ranking, diversamente da oitava posição (G2), para onde a referida dimensão foi colocada pelo grupo da alta gestão. A Dimensão 9 ocupa a sexta posição (G2) no ranking na visão do grupo da gestão intermediária, enquanto no grupo da alta gestão, essa dimensão ocupa o último lugar (G3). A Dimensão 12 ocupa a décima posição (G3), na percepção do grupo da gestão intermediária, em detrimento da terceira posição ocupada (G1), segundo o ranking do grupo da alta gestão. As discrepâncias reveladas, caracterizam as diferenças ou equívocos das percepções de um mesmo fato analisado, que podem ser explicados pelo caráter da subjetividade influenciando a visão de cada gestor, condicionado, supostamente, pelo modelos mentais dos gestores, pela sensibilidade, experiências cognitivas e emocionais, de cada pessoa. A ocorrência destes vieses são admitidos por Pereira (2003), Richter (2003) e Sartor (2003), que recomendam o desenvolvimento da visão holística, a busca do pensamento crítico, consciente e criativo, e o pensamento sistêmico para ampliar a compreensão da linguagem do outro, em vez de enxergarem apenas a sua própria interpretação.

A sugestão encaminhada pelos gestores, em termos de oportunidade de melhoria compreende a proposição de um programa de gestão do conhecimento, estreitamente relacionado com as diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pela organização. Como obstáculos na dimensão alinhamento, foram apontados: a ausência de compreensão de parcela dos colaboradores sobre o significado e as implicações de um programa formal de gestão do conhecimento na organização; compreender as seguintes questões: por que a diferença na pontuação obtida pela Dimensão 9 - Alinhamento, se um alto nível de gestão do conhecimento não gera resultados? Por que estes só seriam visíveis no médio e longo prazo? Por que as visões de resultados da alta gestão e da gestão intermediária estão desencontradas? Por que os resultados estão ocultos? Por que há muita capacidade gerando baixo resultado?