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PARTE II – ENQUADRAMENTO CONCETUAL

2.2 SÓCIO ECONOMIA DA INOVAÇÃO EM SAÚDE

2.2.4 Casos de Inovação em Saúde

O que é apenas novo ou original não é necessariamente inovador. O conceito de inovação está associado a novidade, a originalidade, mas essencialmente ao facto de ser algo único e relevante. Apresentam-se alguns exemplos de inovação em saúde retirados do Relatório de Primavera 2008 – Sistema de saúde Português – Riscos e Incertezas. OPSS, 2008-10-09, onde se pode ler que o Banco de Inovação inclui dois tipos de inovações em saúde: “As inovações em políticas de saúde, conduzidas por policy makers, legitimadas pelas autoridades públicas, cujo paradigma se encontra na sua concetualização, nos princípios de boa governança, no papel do cidadão, na filosofia

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organizacional, na utilização da informação e do conhecimento, na orientação para os resultados e na utilização eficiente dos recursos da comunidade”; “As inovações em termos de processos, produtos e serviços em que o paradigma se encontra no processo criativo na tradução do conhecimento em produtos serviços e procedimentos tangíveis, que de alguma forma resultem em valor acrescentado nas interações sociais e no crescimento económico”.

No mesmo Relatório os projetos inovadores na área da saúde foram selecionados tendo em conta quatro áreas: cuidados de proximidade, organizações hospitalares, proteção e promoção da saúde e informação e comunicação e cidadania.

Relativamente aos projetos da área dos cuidados de proximidade a inovação relacionou-se com as Unidades de Saúde Familiar (USF), e a reforma dos cuidados de saúde primários com a apresentação do “Pentágono Virtuoso” da USF Marginal – Cascais. Com a “Boa Prática no uso de antibióticos” da USF Tornada – Caldas da Rainha. Com o “Serviço de atendimento telefónico” da USF FF – Fernão Ferro, e ainda com a experiência de criação de um agrupamento de centros de saúde, que permitiu demonstrar a inovação desenvolvida nos cuidados próximos das populações e das comunidades.

Quanto aos projetos da área das organizações de saúde, a inovação relacionou-se com o “Boletim da grávida informatizado” do Centro Hospitalar da Cova da Beira. Com a “Teleconsulta de Dermatologia” do Hospital Distrital de Évora. Com a “Prevenção da infeção hospitalar” do Hospital do Barreiro. Com a “Consulta aberta inserida na urgência” do Hospital CUF. Com a “Plataforma de Integração da Informação” do Hospital de Santa Maria. Com a “Plataforma de gestão integrada da doença” da Direção geral da Saúde e com os “Serviços partilhados em saúde” dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais. Tendo demonstrado o movimento relativo à inovação, nas diversas organizações de saúde públicas ou privadas de cunho individual ou geral.

Quanto aos projetos da área da proteção e promoção da saúde, a inovação relacionou-se com a “Capacitação do cidadão” resultante de uma parceria entre a região de Setúbal e a Escola Nacional de Saúde Pública. Com “Uma janela aberta à família”, do Instituto da Droga e da Toxicodependência do Departamento Regional do Algarve. Com o “Observatório para a Segurança Rodoviária”. Com o Projeto Seixal Saudável. Com o “Estudo da cultura recreativa como instrumento de prevenção da Rede Europeia de Profissionais de Prevenção”. Com a “Saúde ambiental em emergências, desastres e catástrofes” resultante da parceria entre o Instituto Ricardo Jorge e a Escola Nacional de Saúde Pública. Com o programa “Saúde Oral” da Direção Geral da Saúde e com as “Estratégias locais de saúde – meta da obesidade” do Centro de Saúde de Santa Marta de Penaguião, tendo demonstrado que a inovação está presente na área da promoção e proteção da saúde em diversos níveis de ação. Relativamente aos projetos da área da informação, comunicação e cidadania, a inovação relacionou- se com o “Banco de Informação de Pais para Pais”, uma IPSS. O “I – cidadão”, resultante de uma parceria entre a Associação de Diabéticos do Barreiro e da Escola Nacional de Saúde Pública. O “Quiosque do Tabagismo” resultante de uma parceria entre a Escola Nacional de Saúde Pública e a

Universidade do Kansas. A apresentação dos sistemas de informação nos cuidados de saúde primários da USF Dafundo e da USF São Julião da Figueira da Foz. Com o “Contributo das Farmácias para a Inovação em Saúde” da Associação Nacional de Farmácias. Com o call centre “Saúde 24” da Direção geral da Saúde e com o “Sistema de informação para a contratualização” resultante de uma parceria entre a Novabase e a Administração Central do Sistema de Saúde, tendo demonstrado que a inovação no contexto da informação e da comunicação não se limita aos sistemas e tecnologias de informação.

Com o objetivo do desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras e de baixo custo para profissionais da saúde, pacientes e cuidadores surgiu em 2011 o projeto TICE: Healthy-Sistemas para a saúde e qualidade de vida que reuniu diversos investigadores e entidades utilizadoras como unidades de saúde entre as quais os Hospitais da Universidade de Coimbra e vinte empresas, e cujo orçamento foi de 7,5 milhões de euros a ser subsidiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Este projeto foi liderado por investigadores do Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra e pela empresa HIS – E-Health Innovation Systems, Lda. Deveriam criar uma plataforma que disponibilizasse serviços e produtos de saúde inovadores, previamente testados e validados, utilizando como suporte a internet. Entre eles estariam o Mind.Care direcionado para as doenças mentais degenerativas, o AskPharma que pelo uso de um assistente virtual forneceria aos profissionais da saúde informação sobre medicamentos ou princípios ativos e o Be.Aware que faria a recolha automática de informação sobre a localização de utentes, profissionais e equipamentos, permitindo a informação em tempo real das diversas interações (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 2011).

2.2.5 Evolução Recente, Situação Atual e Perspetivas Futuras