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4. ANÁLISE DE DADOS

4.4 Resultados da Pesquisa Qualitativa por Categorias de Análise

4.4.3 Categoria: Instituições de Suporte

Quadro 14 – Depoimentos sobre a atuação das IDS para encetar a cooperação

IDS Depoimentos das IDS brasileiras

A

“Nós trabalhamos de 2012 até 2014, com essa questão de mercado, onde fortemente começamos a fazer com que eles se percebessem [...] essa possibilidade da aproximação [...] sem fazer com que houvesse aquela competição, vamos dizer, mais agressiva. Eu acredito que [...] eles conseguem se articular, e também nessa linha do tempo, a gente percebeu a própria organização por estado dos seus empresários [...]. Ano passado (2015), as instituições se organizaram, novamente a gente batendo nessa tecla, mostrando para eles a possibilidade de fazer juntos, criou-se o Convention Bureau”.

B

“(Por meio da nossa instituição) a gente está conseguindo fazer trabalhos em conjunto porque antes era cada um por si. Cada um correndo atrás do seu, entendeu? Ninguém olhava o todo. Hoje, a gente consegue fazer os projetos em parceria e fazer as coisas acontecerem. Porque para mim fazer um fam press com jornalistas sozinha, não vou fazer nunca, porque eu não tenho dinheiro para isso. Mas cada um se junta e faz um pouquinho, a gente consegue fazer eventos grandes acontecerem. Então, isso é uma coisa que mudou bastante, que antes a gente não tinha essa interação, essa integração. Hoje, cada um ajuda do jeito que pode e as coisas acontecem [...] Todo mundo achou que a gente tinha que fazer uma interação maior, para fazer com que os empresários conseguissem ter essa parceria, ter essa troca [...] no início veio o apoio da Prefeitura e, na época, a Secretaria Municipal de Turismo, da cidade de Parnaíba. Não a do Estado. Foi o pontapé inicial para começar (a constituição do Convention)”.

C

“A gente tem atuado no sentido de congregar as informações e de ser um catalisador nesses territórios [...] a prática vem mostrando que por não termos uma instituição que representa os empresários a nível forte, como algumas associações que estão se estruturando, cabe (a nós) puxar isso até onde pudermos ou até onde vai a nossa missão [...] levá-los a ter essa experiência que trabalhar coletivamente é melhor. É levá-los à consciência [...] de alguma forma municiá-los de informação para que eles tenham esse senso do trabalhar coletivo e de outras ações”.

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E

“É mais complicado entre elas (as empresas) estabelecer essas relações entre elas [...] do que Sebrae, IFMA, governo municipal, governo estadual. Eles conseguem, realmente, aglutinar o mercado turístico para que se caminhe em uma determinada direção. Eu acho que quando existe um terceiro colaborando, existe uma maior probabilidade de projetos acontecerem”.

IDS Depoimentos das IDS espanholas

J “O apoio das instituições públicas para promover a cooperação entre empresas é essencial. Em áreas como a nossa, são imprescindíveis”. K

“Eu acho que sim (a confiança é necessária), por um lado, e que haja uma entidade que seja capaz de reunir muitas pessoas de tantos tipos diferentes [...] porque senão, não aconteceria (a cooperação)”.

L

“[...] é super necessário ter (instituições de suporte) [...] para que os empresários estejam integrados e que, além disso, se encontre e se ordene este trabalho conjunto. E que a própria entidade constitua o marco e a que propicia [...] esta forma de trabalhar em cooperação [...] acho que a associação propicia esse tipo de encontro, esse tipo de cooperação [...] que, de outra forma, elas (as empresas) não cooperariam”.

M

“(Na nossa associação) começamos sem a ajuda de nenhuma instituição pública ou privada. Começamos com empresas de nossa confiança [...] As instituições públicas sempre estão para apoiar ou ajudar, sobretudo o turismo, já que é um dos setores da economia que melhor PIB tem e é quem está nos tirando da crise [...] o princípio de colaboração entre as empresas é um pouco difícil, mas os resultados fazem com que a colaboração seja mais fácil”.

Fonte: Elaboração própria baseada nos dados da pesquisa.

Quadro 15 – Depoimentos sobre a facilitação de diálogos proporcionada pelas IDS

IDS Depoimentos das IDS brasileiras A

“A gente vai [...] para que os próprios empresários façam as capacitações, preparem as operadoras, apresentem o roteiro, e depois eles possam ter este momento de networking, de informação entre eles [...] A gente realiza reuniões a cada bimestre, a cada mês, a depender do contexto de alguma ação que a gente esteja realizando [...] Muitos desses relacionamentos foram construídos ao longo da execução dos projetos do Sebrae e dessas ações”.

B

“A Câmara Setorial, que é uma câmara setorial de turismo, onde a gente discute todos os problemas relacionados ao turismo e leva direto para o governador [...] Na câmara setorial, a gente tem vários segmentos [...] e a gente discute todos os problemas. De saneamento básico, planos municipais de turismo, fluxo de turista, tudo o que você imaginar a gente discute nessa câmara”.

E

“Eu acredito que se faz necessário sim (a intermediação de uma instituição de suporte). Acho que não existe ainda uma maturidade estabelecida entre os empresários para que eles possam tocar isso sozinhos. E muitas vezes, eles (os empresários) precisam do governo. Seja do governo, seja de uma instituição de ensino, seja do ICMBio muitas vezes nas questões do Parque que é o principal atrativo, né? Então, há necessidade sim de um terceiro [...] Tem sempre uns eventos, elas (as instituições de suporte) fortalecem as relações que já existem e também promovem novas relações (entre os empresários) [...] O convite para participar do Conselho de Turismo, reuniões [...] eventos do IFMA [...] sobre desafios e futuro do turismo na cidade, você tem um convite que é extenso a todos os meios de hospedagem, para todos os restaurantes, para todo o Trade. E você vê o número de participantes nos eventos não é tão grande. Nesses eventos [...] o que vem sendo discutido, os problemas do turismo na cidade e, claro, estabelecem relações junto ao empresariado”.

F

“A gente tem as informações no momento certo para passar para todo mundo viabilizar, se articular, conseguir saber o que está se passando, porque isso era um problema muito grande. Era difícil a comunicação entre as pessoas. E aí depois das ferramentas da tecnologia e de uma força- tarefa, de alguém que tem essa predisposição (uma instituição de suporte) isso ajudou muito”. IDS Depoimentos das IDS espanholas

J “Apoio externo para conversar, mas sobre vantagens concretas de que lhes permitam visualizar que vão vender mais, de fato”. Fonte: Elaboração própria baseada nos dados da pesquisa.

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Quadro 16 – Depoimentos sobre planejamento, coordenação e/ou execução das parcerias

IDS Depoimentos das IDS brasileiras

A

“[...] fizemos um primeiro momento de encontro de uma rodada de negócios, entre os empresários daqui [...] que estão mais afastados [...] As ações que foram desenvolvidas, a exemplo do Salão de Turismo que a gente fazia, um em cada destino, então isso promovia e aproximava ainda mais a relação entre eles. As rodadas de negócio que a gente realizava, então, com certeza, muitos desses relacionamentos foram construídos ao longo da execução dos projetos [...] e dessas ações que nós realizamos”.

B

“Então, nesse caso, (nossa instituição) ajuda porque faz as parcerias para participar de evento, por exemplo, a gente consegue stand dentro de feira com o Governo do Estado para participar, a gente consegue apoio, às vezes, do Sebrae pra ajuda de custo [...] quando os empresários, não são todos que podem participar, às vezes a gente manda o representante [...] representando todos os empresários em algum evento [...] Fora isso, o que a gente faz não é nem a feira, a gente traz a parte de divulgação pra cá. Por exemplo, a gente recebe revista, jornal, televisão para fazer matéria do local. E isso é feito em parceria com todos os associados. A gente faz toda a logística, monta tudo e os associados ajudam. Um dá o hotel, o outro dá comida, o outro dá... entendeu?”.

C

“Em novembro a gente vai fazer um fam press. 10 jornalistas do Brasil todo que a gente escolheu a dedo [...] a gente é responsável por conseguir todas as parcerias de hospedagem, alimentação, transporte, passeios, tudo isso dentro do Piauí. Aí o Maranhão faz a parte dele, o Ceará a parte dele, e a gente faz uma integração pra trazer esses jornalistas. Entendeu? Então, a gente faz as captações que é para divulgação mesmo”.

F

“Eles ficam cientes de tudo que acontece, através da (nossa entidade) [...] porque a gente está tendo sempre este cuidado de passar tudo (informação) e articular eles para os eventos, se vai ter alguma parceria [...] levar eles para alguns eventos para eles verem como é que o mundo está funcionando.

G

“[...] até alguns atrás, o Sebrae tinha que puxar isso [...] Puxar essas reuniões, puxar essas conversas, essas negociações. Hoje, não [...] tinham uma situação que a Vila estava lidando com relação ao lixo, muito lixo acumulado dentro da Vila. Foi uma época em que a prefeitura teve um problema muito grande com a coleta, a questão da licitação [...] foi quando surgiu até a semente da associação “Eu amo Jeri” (associação empresarial) [...] se juntaram pra fazer limpeza na Vila, fazer coleta [...] bancaram compra de máquina, compra de prensa [...] pressionaram a prefeitura para mudar o que já existia lá para ser esse espaço de reciclagem do lixo [...] Ano passado [...] Teve um evento, uma feira internacional [...] Geralmente, essas feiras, tanto nacionais quanto internacionais, sempre era o Sebrae que puxava ou o próprio Governo do Estado através da SETUR, né? E essa, eles (empresários da associação Eu Amo Jeri) decidiram ir [...] bancando. Eles fizeram uma ‘vaquinha’, vamos dizer assim. E aí participaram três empresários de Jeri e eles ainda bancaram a ida do Secretário. Então, tudo recurso deles, iniciativa deles, né? Então, daí você vê o grau de maturidade e de iniciativa, e de proatividade que eles já têm”.

H “O ICMBio tenta organizar o pessoal, chama para a reunião, planeja o processo do mutirão e tal, organiza o negócio”. IDS Depoimentos das IDS espanholas

J

“Atualmente, só há uma associação empresarial hoteleira [...] e outra de empresários em geral [...] funciona graças à liderança do seu presidente e do apoio da prefeitura [...] na organização de feiras e eventos [...] existe outra entidade [...] que gerencia programas de ajuda [...] e apóia com diferentes projetos voltados às empresas. Por exemplo, assistência para realizar feiras”.

L “Se fazemos projetos ou eventos, eles (os empresários) também colaboram e ajudam, e se encarregam muito também da promoção [...] eles participam ativamente da associação e também nos dão ideias para projetos”.

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Quadro 17 – Depoimentos sobre o apoio técnico/financeiro às PME na cooperação

IDS Depoimentos das IDS brasileiras

A

“O Sebrae entra também como apoio, prepara e realiza com os empresários seminários de vendas [...] contemplando os três estados [...] trabalha a questão da governança e a gente busca conscientizá-los nas ações da questão do coletivo¸ através de associação ou cooperativa [...] o Convention, eu vejo claramente como uma conseqüência do projeto, da atuação do Sebrae dentro da Rota e do fato de nós não termos mais a AETRE [...] outros destinos indutores, Barreirinhas, Jijoca começam a ensaiar a constituição dos seus Conventions. Em Barreirinhas, os colegas do Sebrae/MA estão começando a falar, incutir nesse sentido”.

B

“Consegue apoio, às vezes, do Sebrae para ajuda de custo [...] o prefeito na época [...] teve a ideia de tentar trazer o Convention para cidade. Ele que foi atrás de trazer o nacional, para trazer para uma palestra, uma reunião, para explicar como funcionava e tentar juntar os empresários. E através dessa atitude dele, a gente montou o primeiro Convention e começamos a trabalhar. Hoje mudou a Prefeitura, está com outro prefeito, mas a gente continua atuando porque não tem vínculo nenhum político”.

C

“Têm empresas que tiveram acesso a mercados [...] participaram de rodadas de negócios [...] de eventos técnicos [...] de benchmarking, como foi o caso da viagem a Bonito, como foi o caso a Jericoacoara e vários outros destinos que a gente foi conhecer e também na recepção dos empresários que também vieram conhecer a nossa realidade”.

D

“Nas reuniões deles, os sindicatos dos trabalhadores da hotelaria [...] estão se organizando com eles, estão trazendo seus cursos de qualificação [...] eu sinto que os empresários precisam das instituições para poder dar um suporte para o empreendimento deles [...] o SINTRAHTUR de Barreirinhas dá o suporte [...] na questão das leis trabalhistas [...] o Sebrae é a questão para eles de qualificação dos empreendimentos. E o ICMBio é mostrar as leis do parque nacional”.

F

“A gente fez um encontro com os meios de hospedagem [...] uma iniciativa dos próprios meios de hospedagem que nos convidaram e a gente fez uma explanação do que era a ABIH, da importância deles estarem em conjunto, associados, da importância de trabalharem o cooperativismo. Demos até uma palestra voltada para o coaching [...] E dessas reuniões, a gente faz a interlocução, as tratativas que forem necessárias a gente entrar para ajudar [...] colocar para eles as novidades que existem no mercado da hotelaria. Articular momentos em que eles possam ter contatos com essas novidades [...] Trazer cases de sucesso [...] para incentivar eles a chegarem nesse grau de excelência”.

G

“Eu acho que tem uma cadeia que você precisa trabalhar constantemente [...] essa questão da governança, da liderança [...] trabalhar essa integração com a tecnologia [...] essa integração do turismo com o mundo digital e, principalmente, a questão de práticas sustentáveis dentro das empresas”.

IDS Depoimentos das IDS espanholas L

“Eu creio que nós potencializamos essa colaboração, através dos projetos e, desde já, impulsionamos as sinergias de colaboração entre as empresas [...] através da ordenação de recursos, através da potencialização das empresas e [...] que todos tenham que estar informados do que se faz e do que serve para poder colaborar e encontrar sinergias [...] somos um grupo de intermediários para ajudá-los com o que precisem”.

Fonte: Elaboração própria baseada nos dados da pesquisa.

Quadro 18 – Depoimentos sobre a relevância das IDS para que os empresários possam cooperar

IDS Depoimentos das IDS brasileiras

A

“(Sem a atuação de instituições de apoio empresarial) a cooperação até poderia acontecer, mas creio que seria muito incipiente comparado com o que acontece [...] No caso da Rota, a gente atende os municípios há mais de 10 anos, porque ainda não temos um nível de maturidade para, por exemplo, vamos encerrar as ações do Sebrae no turismo dentro da Rota para que agora o destino, o público, os empresários possam continuar. Não dá. A gente tem plena convicção disso. Outra coisa que termina interferindo nisso tudo é, por exemplo, a cada quatro anos, mudam-se as gestões municipais e aí é como se a gente fosse recomeçar toda a tratativa, todo o entendimento com relação à Rota”.

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C

“A gente tem atuado no sentido de congregar as informações e de ser um catalisador nesses territórios. Isso não quer dizer que as coisas só aconteçam porque o Sebrae ou se o Sebrae estiver. Não é isso. Mas a prática vem mostrando que por não termos uma instituição que representa os empresários a nível forte, como algumas associações que estão se estruturando, cabe a nós puxar isso até onde pudermos ou até onde vai a nossa missão [...] O que eu vejo como maior gargalo de todos, não é o destino [...] o maior complicador hoje da Rota se chama governança. Se o Sebrae sair hoje do processo como é que fica? [...] Porque não tem uma associação [...] não se ver governança das categorias no território, e sempre fica dependendo de um terceiro para [...] para congregar essas informações”.

D

“(Os empresários) poderiam até ficar juntos, vamos dizer que saísse daqui uma instituição como o SINTRAHTUR, ou um Sebrae, ou um ICMBio, poderia, mas com uma qualidade de serviço seria defasada totalmente [...] eu sinto que os empresários precisam das instituições para poder dar um suporte para o empreendimento deles. Eu acho que isso fortalece muito o empreendimento deles. Então, sem elas seria impossível as empresas darem esse passo a mais”.

E

“Acho que não existe ainda uma maturidade estabelecida entre os empresários para que eles possam tocar isso (a cooperação) sozinhos. E muitas vezes, eles precisam do governo. Seja do governo, seja de uma instituição de ensino, seja do ICMBio [...] A princípio sem a atuação de instituições de apoio (os esforços de cooperação) seriam perdidos, mas eles poderiam claro, buscar uma alternativa [...] criar uma instituição supra [...] mas eles sentiriam a falta delas (das instituições de suporte), com certeza”.

IDS Depoimentos das IDS espanholas

J “É essencial o apoio das instituições públicas para promover a cooperação entre empresas. Em áreas como a nossa, são imprescindíveis. As empresas carecem de cultura organizacional e recursos para cooperarem de forma autônoma”.

L “Não posso dizer, mas acredito que a associação propicia este tipo de encontro, esse tipo de cooperação [...] que de outra maneira eles não cooperariam da mesma forma”. Fonte: Elaboração própria baseada nos dados da pesquisa.