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CATEGORIA 1 SEDAÇÃO PALIATIVA NO CONTROLE DOS SINTOMAS REFRATÁRIOS NA PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM.

PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ACERCA DA SEDAÇÃO PALIATIVA UTILIZADA NO PACIENTE ONCOLÓGICO

3.1 CATEGORIA 1 SEDAÇÃO PALIATIVA NO CONTROLE DOS SINTOMAS REFRATÁRIOS NA PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM.

Nesta categoria investigou-se a percepção sobre sedação paliativa para alívio dos sintomas refratários, sintomas estes intratáveis através de terapia medicamentosa, não mais tolerados pelos pacientes oncológicos terminais.

Quando questionados sobre a opinião do emprego da sedação paliativa, grade parte dos participantes relacionou a Sedação Paliativa como um método com a finalidade de minimizar a experiência de sofrimento e proporcionar o devido conforto ao paciente terminal. Como pode ser observado nas falas dos participantes 03, 07, 10, 12 e 14:

[…] Tratamento digno ao paciente que diante do sofrimento da terminalidade merece conforto. (3)

[…] É um assunto delicado, mas concordo que a sedação passa a servir de conforto e alívio nesse momento da vida (7)

[…] Minha opinião em relação á sedação nestes casos, é positivo ao paciente, pois o sofrimento não é digno a ninguém neste momento difícil. (10)

[…] Uma decisão muito sabia tendo em vista de que não devemos ser egoístas ao ponto de deixarmos quem amamos sofrendo em cima de uma cama pelo simples fato de querermos que eles permaneçam ao nosso lado. (14)

[…] Chega um momento da doença que se faz necessário o uso da sedação para diminuir o sofrimento e para que os últimos dias de vida sejam mais tranquilos tanto para o paciente quanto para os familiares. (12)

Diante destes relatos é possível verificar que é de suma importância o controle de sintomas do paciente em sofrimento intolerável, melhorando as condições de conforto do paciente, proporcionando um final mais digno na fase final de sua vida.

Há mais de 25 anos a sedação paliativa é utilizada com o intuito de aliviar sintomas refratários, que não amenizam com uso de medicação, em pacientes próximos do fim da vida, sem perspectiva de cura (MENEZES; FIGUEIREDO, 2017). Os mesmo autores reforçam que a gravidade dos sintomas, o sofrimento intenso, definitivamente refratário é decisivo pela escolha por sedação paliativa. A sedação paliativa só deve ser utilizada na presença dos sintomas incontroláveis e em pacientes que se encontram em processo de terminalidade (ROCHA; SILVA; TORRES, 2019).

O paciente não responde mais ao tratamento curativo, os recursos terapêuticos acabam se esgotando e a doença vai cumprindo seu ciclo natural, porém, ele encontra-se em condições de sofrimento. Nesse contexto, a equipe de enfermagem que está envolvida no cuidado 24 horas por dia, acompanhando todo o desenvolvimento da doença, vivenciando tudo ao lado do paciente, prestando-lhe cuidados diretos (em sua grande maioria por longos períodos) e criando vínculos, acaba adquirindo sentimentos com relação a ele e a opção da sedação paliativa, para aliviar o desconforto dos sintomas já não mais controlados na fase terminal da doença. Encontramos isto nas respostas dos participantes: 01 e 11:

[...] Sou super a favor do uso da sedação paliativa para estes pacientes que se enquadram na indicação, o manejo da dor e sintomas associados a essa terminalidade tem um peso muito importante e me sinto aliviada e com a

sensação de dever cumprido em poder proporcionar tal conforto e dignidade neste momento tão difícil na vida do paciente. (01)

[...] Cuidado humanizado, evitando sofrimento do paciente frente a uma situação que não há mais tratamento, além de confortar a família e a equipe ao saber que o paciente estará confortável e sem dor para o findar da sua vida. (11)

Para equipe e enfermagem a sensação de alivio e dever comprido são alcançados através do alivio dos sintomas do paciente, de ter a certeza que nesse momento o que pode ser feito para o paciente terminal está sendo feito. Além disso, manter e preservar o seu conforto, criando vínculo afetivo e prestando-lhe uma assistência humanizada.

Conforme a Politica de Humanização, os cuidados de enfermagem são necessários durante o tratamento, exigindo do profissional não somente a técnica mas também a habilidade afetiva, mantendo uma assistência de forma holística e humanizada. (Brasil, 2009). Uma assistência integral e humanizada só é possível quando a equipe de enfermagem estabelece uma comunicação efetiva (GOI; OLIVEIRA, 2018)

Ainda observa-se na fala do entrevistado 09 a importância do entendimento do familiar em relação aos benefícios da sedação paliativa, este momento é importante para sanar todas duvidas, tanto ao paciente que quando consciente deve estar a par de tudo, quanto de seus entes queridos.

[...] Sou a favor da sedação paliativa, desde que os familiares estejam de acordo e informados sobre as vantagens da sedação... (09)

A doença envolve todo o grupo familiar deste paciente e o envolvimento da família, nesse momento, é primordial, participando do cuidado e da tomada de decisões. Ainda, a presença do familiar manifesta ao doente que o mesmo não encontra-se sozinho, proporcionando uma melhor qualidade de vida na terminalidade daquele ser.

No mesmo sentido Visona; Prevedello; Souza (2012) relatam que a família tem um papel indispensável no enfrentamento da doença junto ao doente, sendo suporte e auxiliando no enfrentamento das limitações e perdas inerentes a neoplasia. A presença do familiar o lado do paciente, proporciona conforto e segurança, ajuda a equipe na coleta de informações e nas ações do cuidado (SILVA; LIMA, 2014).

Ao se deparar com sofrimento do paciente o emprego da sedação paliativa, muitas vezes, é confundido com o abreviamento da vida, este pensamento é percebido nas falas dos entrevistados 06 e 15:

[...] Induzir a morte lentamente.(06)

[...] Necessária, a sedação nessa situação é conforto ao paciente. Não pode ser vista ou realizada de forma de antecipar momentos/ situação. Sempre com o foco de reduzir sofrimento. E jamais antecipação do processo morrer.(15)

Diante destes relatos é possível verificar que uma parte dos profissionais da enfermagem relaciona Sedação Paliativa com Eutanásia. É importante ressaltar que a sedação paliativa tem por objetivo amenizar a intensidade dos sintomas refratários, não constitui um “atalho” para abreviar a vida do doente, sendo que não há evidencias que a sedação paliativa em doses apropriadas diminua o tempo de vida do paciente.

O emprego da sedação paliativa é confundido com eutanásia, pois ambas tem a finalidade de encerrar o sofrimento do doente. A sedação tem por objetivo diminuir o nível de consciência diminuindo a percepção dos sintomas, enquanto a outra, é a administração de medicação com a finalidade de findar a vida (REHME; GALLI, 2017). A intencionalidade dos atos é que distingue a sedação paliativa da eutanásia, na sedação paliativa acontece a minimização do sofrimento através da supressão da consciência e na eutanásia a intenção é a morte para interromper o sofrimento (EICH et al., 2018).

Muitas vezes a sedação paliativa é confundida erroneamente com a eutanásia, porem a sedação é o uso da dose necessária para diminuir a percepção do sofrimento, não havendo intuito de afetar o curso natural da doença (ROCHA; SILVA; TORRES, 2019).

3.2 CATEGORIA 2 – PERCEPÇÃO ACERCA DO PACIENTE INDICADO PARA SEDAÇÃO